sexta-feira, 13 de julho de 2012

VIVER E NÃO TER VERGONHA DE SER FELIZ


ESCRITO POR REGINA BRETT, 90 ANOS, CLEAVELAND, OHIO.

 "Para celebrar o envelhecer, uma vez eu escrevi 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais requisitada que eu já escrevi. Meu taxímetro chegou aos 90 em agosto, então, aqui está a coluna, mais uma vez:

 1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
 2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.
 3. A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.
 4. Seu trabalho não vai cuidar de você quando você adoecer. Seus amigos e seus pais vão. Mantenha contato.

 5. Pague suas faturas de cartão de crédito todo mês.
 6. Você não tem que vencer todo argumento. Concorde para discordar.
 7. Chore com alguém. É mais curador do que chorar sozinho.
 8. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele agüenta.
 9. Poupe para a aposentadoria, começando com seu primeiro salário.
 10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão.
 11. Sele a paz com seu passado, para que ele não estrague seu presente.
 12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.
 13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que se trata a jornada deles.
 14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, você não deveria estar nele.
 15 Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.
 16. Respire bem fundo. Isso acalma a mente.

 17.. Se desfaça de tudo que não é útil, bonito e prazeroso.
 18. O que não te mata, realmente te torna mais forte.
 19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só depende de você e mais ninguém.
 20. Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite "não" como resposta.

 21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use a lingerie elegante. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
 22. Se prepare bastante; depois, se deixe levar pela maré...
 23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.
 24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
 25. Ninguém é responsável pela sua felicidade, além de você.

 26. Encare cada "chamado" desastre com essas palavras: Em cinco anos, vai importar?
 27.. Sempre escolha a vida.
 28. Perdoe tudo de todos.
 29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
 30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.
 31. Indepedentemente de a situação ser boa ou ruim, irá mudar
 32. Não se leve tão a sério. Ninguém mais leva...
 33. Acredite em milagres. 34. Deus te ama por causa de quem Ele é, não pelo que vc fez ou deixou de fazer.
 35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.
 36. Envelhecer é melhor do que morrer jovem.
 37. Seus filhos só têm uma infância.
 38. Tudo o que realmente importa, no final, é que você amou.
 39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão esperando em todos os lugares.

40. Se todos jogássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como vc se sinta, levante, se vista e apareça.
44. Produza.
45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente "
 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

"A partícula de Deus"


CIÊNCIA

Cientistas do CERN anunciam (quase) certeza da existência da "partícula de Deus"

Deduzida matematicamente há quase 50 anos, partícula de Higgs seria a "cola" que mantém coesa a matéria e todo o universo. Confirmação de sua existência foi no centro CERN, com físico inglês Peter Higgs em pessoa.
Um sonho se torna realidade para Peter Higgs. Em 1964, o físico inglês desenvolveu a teoria de que é uma partícula subatômica que faz a matéria ser matéria. Essa partícula elementar hipotética acabou por ser denominada bóson de Higgs.
Higgs, hoje aos 83 anos de idade, compareceu como convidado de honra à grande conferência na Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN), nesta quarta-feira (04/07), em Genebra, Suíça. Neste centro, duas grandes equipes de físicos trabalham há décadas em busca da misteriosa partícula.
As apresentações do congresso foram transmitidas ao vivo pela internet, assim como para o congresso de laureados do Prêmio Nobel que se realiza em Lindau, no sul da Alemanha, e para Melbourne, Austrália, durante a Conferência Internacional de Física de Altas Energias.
Tanta agitação midiática já levava a crer que seria anunciado algo de muito importante. De fato, se tratava de nada menos do que a – quase – prova da existência daquela que é apelidada "partícula de Deus".
Da esq. para a dir.: François Englert, Rolf Heuer e Peter Higgs no CERN
Quase certeza
"Temos uma descoberta. Observamos uma partícula que é compatível com a bóson de Higgs, disse o diretor do CERN, Rolf Heuer, falando de "um marco histórico".
O clima no centro em torno do acelerador de partículas LEP era entusiástico, quase eufórico, mesmo quando Heuer relativizou: "Ainda nos encontramos no início, temos ainda muito trabalho pela frente".
Isso significa que os cientistas de Genebra não estão ainda completamente seguros – mas quase. "Ainda precisamos de mais dados", dizem, entretanto os dados atuais já apontam indícios claros da existência de uma partícula.
Corrida cabeça a cabeça
Segundo Joachim Mnich, diretor do centro alemão de acelerador de partículas Desy, "isto que aqui se anuncia é a descoberta do século". A ministra alemã da Pesquisa, Annette Schavan, elogiou a curiosidade e persistência dos cientistas envolvidos na busca, que já dura quase 50 anos. Enfim: uma "sensação científica", disse.
Os resultados representam sem dúvida um importante sucesso para os físicos do CERN, após numerosas panes, distúrbios e colapsos do maior acelerador de partículas subatômicas do mundo, com 27 quilômetros de extensão e localizado centenas de metros abaixo do solo.
Além disso, eles trabalhavam sob a pressão da concorrência, para que fossem os primeiros a apresentar resultados. Pois há alguns anos o grupo de pesquisadores Fermilab, de Chicago, também procura a partícula de Higgs. Nos últimos tempos, a corrida era cabeça a cabeça, e o CERN não queria perder de modo algum.
Cientistas reunidos no centro de pesquisa nuclear em Genebra
A "cola" que liga a matéria
Agora tudo indica que a competição esteja decidida: pelo menos é grande a probabilidade de que o CERN tenha capturado a cobiçada partícula. Para ser mais exato: ela está sendo cercada estatisticamente, pois vê-la é impossível. A partícula elementar bóson de Higgs é uma teoria desenvolvida no papel a partir de infindáveis fórmulas físico-matemáticas.
A teoria de Peter Higgs é que alguma coisa teria que conferir massa às numerosas partículas da matéria. Segundo a definição matemática reconhecida, partículas como os quarks, elétrons ou neutrinos não possuem massa, e deveriam, teoricamente, circular incessantemente à velocidade da luz.
Como isso não ocorre na prática, algo deve dar-lhes massa e, portanto, peso. Este seria justamente o papel das partículas de Higgs, as quais formariam por todo o universo uma fina rede, em que os componentes da matéria ficariam presos. Desta maneira, a "partícula de Deus" seria como a "cola" que mantém coesas as diferentes partículas elementares formadoras da matéria.
Peter Higgs viveu seu grande dia como convidado de honra do CERN. Um ancião radiante e brilhante cientista conseguiu realizar um grande sonho. "Para mim é realmente incrível isso acontecer ainda durante minha vida". E acrescentou que sua família já podia ir colocando o champanha na geladeira. Aplausos da elite da física em Genebra, Lindau e Melbourne.
AV/dw/afp/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Laçador e Candoca


ANO 117 Nº 258 - PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 2012

<br /><b>Crédito: </b> ARTE JOÃO LUIS XAVIER
Crédito: ARTE JOÃO LUIS XAVIER
Anda osca a coisa em Palomas. A revista Oia está mais embolada que pirão de farinha de mandioca. Leva tiro de tudo quanto é lado. Os ânimos andam exaltados. Laçador, o palomense de quatro costados, fã de carteirinha do general Médici, cujas fotos ainda conserva nas paredes do galpão, assina a Oia e vê a rede Baita Sol. Depois, faz longos discursos contra a corrupção, que sempre terminam com o bordão "nunca se roubou tanto neste país como agora". Na última quarta-feira, ele se encontrou com o Candoca, o mais ingênuo dos palomenses. A conversa que tiveram é muito esclarecedora. Um trecho:

- Querem acabar com a imprensa livre, Candoca.

- Estás falando da Oia, Laçador?

- Claro, é o principal veículo da liberdade de imprensa neste país cada vez mais dominado pelos comunistas. Graças a ela, sabe-se que nunca se roubou tanto...

- Besteira, Laçador, nada mais do que uma besteira. A Oia faz parte é do Partido da Imprensa Golpista, o PIG.

- Ah! Mais um leitor de Karl Marx, mais um comuna.

- Eu? Eu leio Voltaire, Laçador, só Voltaire.

- Voltaire Porto?

- Deixa de ser idiota, Laçador. Voltaire Porto é um baita repórter, mas não é dele que estou falando, é do outro.

- Ah, deve ser do Voltaire Schilling?

- Esse é um baita historiador e intelectual gaúcho, mas não é dele que estou falando, é do outro, o iluminista.

- Nunca li esse daí. Ah, agora me lembro, o Carlos Lacerda, de vez em quando, falava dele. Era um subversivo francês, um desordeiro de marca maior que queria acabar com os padres e deixar o povo ao deus-dará, um safado.

- Deixa de ser ignorante, Laçador. É o que dá só ver a Rede Baita Sol e só ler as pataquadas dessa Oia.

- É o que eu sempre digo, Candoca. Tu és ingênuo mesmo. A Oia é a revista da família, da Pátria, da propriedade, não é como a Carta Comunista, esse panfleto vermelho que defende Bolsa-Família, as cotas, os frescos, vadios ganhando sem trabalhar, todas essas barbaridades do PT.

- A Oia ainda não explicou bem a sua relação com o Cachoeira, Laçador. Tem coelho nesse mato, vai por mim.

- A Oia já fez mais pelo país depois disso. Revelou o golpe do Sapo Barbudo para cima de um insuspeito ministro do STF na tentativa de atrasar o julgamento do mensalão.

- Insuspeito? Todo mundo diz que esse aí não corre, voa.

- Meu Deus! Santa ingenuidade. É isso conversa dos comunistas, Candoca. O homem é limpo, não aceita pressão, tem capacidade de indignação, botou a boca no trombone.

- Indignação? Mas, Laçador, 30 dias depois do fato.

- Te larguei, Candoca. Deixa de ser ingênuo. Cada um tem o seu tempo de indignação. Um ministro do STF pensa, pondera, pesa, calcula, não sai por aí feito um louco.

- É, eu devo ser muito ingênuo mesmo. Que coisa!

- Lê a Oia. Vai ver que nunca se roubou tanto...

Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br

segunda-feira, 5 de março de 2012

Uma teoria sobre Deus segundo um filósofo holandês do século XVll


DEUS SEGUNDO BARUCH SPINOZA
(Filósofo holandês do século 17)


"Pára de ficar rezando e batendo no peito!

O que Eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a Minha casa.

Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias.

Aí é onde Eu vivo e aí expresso Meu amor por ti.

Pára de Me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.

O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não Me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver Comigo. Se não podes Me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não Me encontrarás em nenhum livro!

Confia em Mim e deixa de Me pedir.
Tu vais Me dizer como fazer Meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de Mim.
Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo.

Eu Sou puro amor.

Pára de Me pedir perdão.
Não há nada a perdoar.

Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio.

Como posso te culpar se respondes a algo que Eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu Sou quem te fez?

Crês que Eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti.

A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre.
Não há prêmios nem castigos.
Não há pecados nem virtudes.
Ninguém leva um placar.
Ninguém leva um registro.

Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.

E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não.

Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste...
Do que mais gostaste?
O que aprendeste?

Pára de crer em Mim - crer é supor, adivinhar, imaginar.

Eu não quero que acredites em Mim. 
Quero que Me sintas em ti.

Quero que Me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-Me!
Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?

Me aborrece que Me louvem.
Me cansa que agradeçam.

Tu te sentes grato?
Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.

Te sentes olhado, surpreendido?...
Expressa tua alegria!
Esse é o jeito de Me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre Mim.

A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas.

Para que precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações?

Não Me procures fora! 
Não me acharás. 
Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti "

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Um século injustiçado

DAVID COIMBRA

Faça uma experiência antropológica. Perca um pouco do seu tempo e “navegue” pela internet. Assista ao que é mais assistido e leia o que é mais comentado nas chamadas “redes sociais”. Você ingressará em um mundo sombrio, uma espécie de pré-humanidade, onde não interessa o conteúdo, onde não existe reflexão, o que importa é a sensação. O que vinga é a velocidade e a superficialidade. O que faz sucesso faz sucesso apenas porque faz sucesso. 

Pergunta: por que milhões de pessoas acessaram o tal vídeo da “Luíza está no Canadá”? 

Resposta: porque milhões de pessoas acessaram o tal vídeo da “Luíza está no Canadá”. 

As pessoas se ofendem por causa de times de futebol, descobrem conspirações políticas embaixo de cada acento circunflexo e tecem interpretações de texto que independem do que está escrito. É como se o homem tivesse descido um degrau da escada evolutiva, como se tivesse sido rebaixado de nível. Você se perguntará o que está acontecendo com as pessoas, jogará suas mãos para o céu e bradará: 

– Senhor! Em que valhacouto de semianalfabetos se transformou o século 21? 

Mas você estará errado. Estará cometendo uma injustiça com o século 21. O século 21 não trouxe mudança alguma. Por um motivo rasteiro: 

Porque as pessoas sempre foram assim. 

Eis uma das obras mais admiráveis da internet: a exposição do lado obscuro do homem comum. Com a internet, as pessoas estão desprotegidas de suas próprias opiniões. Elas tornam público o que pensam sem nenhum filtro, muito menos o da própria reflexão. 

Antes do advento da internet, não eram muitos os indivíduos vitimados por suas opiniões. Expunham-se alguns jornalistas, alguns artistas e algumas “autoridades”. Só esses propalavam bobagens em público. O mundo parecia mais sensato. Não pela qualidade; pela quantidade. 

Mas a tecnologia das comunicações foi se sofisticando. No fim do século 20, com a facilidade da interatividade, leitores não apenas liam, escreviam; ouvintes não se contentavam em ouvir, queriam falar; telespectadores não se limitavam a assistir, faziam tudo para aparecer. 

E, por fim, a internet surgiu e, numa ânsia de se expressar, todos passaram a falar, a escrever, a dançar, a cantar, a declamar, a discursar, a representar e a propagar suas ideias. Todos têm ideias, uma tragédia. Assim, o mundo do século 21 parece ter se transformado num lugar infestado de idiotas. Ilusão. A diferença é que antes as pessoas estavam protegidas pelo silêncio. 

E esse é o grande ensinamento a se tirar disso tudo: o silêncio é uma bênção. O silêncio protege. Portanto, não repita bordões da internet, não tente ser sábio em 140 toques, não publique intimidades no Facebook. Fique quieto. Você parecerá mais inteligente.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Cordel que deixou Rede Globo e Pedro Bial indignados



Antonio Barreto


Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara/Bahia-Brasil.
Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente.
Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira.
Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia.
Vários trabalhos em jornais, revistas e antologias, tendo publicado aproximadamente 100 folhetos de cordel abordando temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos.
Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões.



BIG BROTHER BRASIL UM PROGRAMA IMBECIL.

Autor: Antonio Barreto, Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão 'fuleiro'
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, 'zé-ninguém'
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme 'armadilha'.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Da muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social

Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério - não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os "heróis" protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
"professor", Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos "belos" na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos "emburrecer"
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados

Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal.
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal.

FIM

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Religião x espiritualidade


Texto é do Prof. Dr. Guido Nunes Lopes,
Graduado em Licenciatura e Bacharelado em Física pela Universidade Federal do Amazonas (FUAM, 1986),
Mestrado em Física Básica pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IF São Carlos, 1988) e Doutorado em Ciências em Energia Nuclear na Agricultura pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA, 2001).

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.
A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.
A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: "aprenda com o erro"..
A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e, portanto é Deus.
A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.
A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.
A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência..
A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz Transcender.
A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.
A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.
A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.
A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

SIGA SEU CORAÇÃO, ELE É MAIS INTELIGENTE DO QUE VOCÊ PENSA


SIGA SEU CORAÇÃO, ELE É MAIS INTELIGENTE DO QUE VOCÊ PENSA
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O coração é também o primeiro órgão formado no útero. O resto vem depois.

Recentemente, neurofisiologistas ficaram surpresos ao descobrirem que o coração é mais um órgão de inteligência, do que (meramente) a estação principal de bombeamento do corpo. Mais da metade do Coração é na verdade composto de neurônios da mesma natureza daqueles que compõem o sistema cerebral. Joseph Chilton Pearce-, autor de A biologia da Transcendência, chama a isto de  ”o maior aparato biológico e a sede da nossa maior inteligência.”

O coração também é a fonte do corpo de maior força no campo eletromagnético. Cada célula do coração é única e na qual não apenas pulsa em sintonia com todas as outras células do coração, mas também produz um sinal eletromagnético que se irradia para além da célula. Um EEG que mede as ondas cerebrais mostra que os sinais eletromagnéticos do coração são muito mais fortes do que as ondas cerebrais, de que uma leitura do espectro de freqüência do coração podem ser tomadas a partir de três metros de distância do corpo … sem colocar eletrodos sobre ele!

A freqüência eletromagnética do Coração produz arcos para fora do coração e volta na forma de um campo saliente e arredondado, como anéis de energia. O eixo desse anel do coração se estende desde o assoalho pélvico para o topo do crânio, e todo o campo é holográfico, o que significa que as informações sobre ele podem ser lidas a partir de cada ponto deste campo.

O anel eletromagnético do Coração não é a única fonte que emite este tipo de vibração. Cada átomo emite energia nesta mesma freqüência. A Terra está também no centro de um anel, assim é o sistema solar e até mesmo nossa galáxia … e todos são holográficas. Os cientistas acreditam que há uma boa possibilidade de que haja apenas um anel universal abrangendo um número infinito e interagindo dentro do mesmo espectro. Como os campos eletromagnéticos são anéis holográficos, é mais do que provável que a soma total do nosso Universo esteja presente dentro do espectro de freqüência de um único anel.

Isto significa que cada um de nós está ligado a todo o Universo e como tal, podemos acessar todas as informações dentro dele a qualquer momento. Quando ficamos quietos para acessar o que temos em nossos corações, nós estamos literalmente conectados à fonte ilimitada de Sabedoria do Universo, de uma forma que percebemos como “milagres” entrando em nossas vidas.

Quando desconectamos e nos desligamos da sabedoria inata de amor do Coração, baseado nos pensamentos, o intelecto refletido no ego assume o controle e opera independentemente do Coração, e nós voltamos para uma mentalidade de sobrevivência baseada no medo, ganância, poder e controle. Desta forma, passamos a acreditar que estamos separados, a nossa percepção de vida muda para uma limitação e escassez, e temos que lutar para sobreviver. Este órgão incrível, que muitas vezes ignoramos, negligenciamos  e construímos  muros ao redor, é onde podemos encontrar a nossa força, nossa fé, nossa coragem e nossa compaixão, permitindo que a nossa maior inteligência emocional guie nossas vidas.

Devemos agora mudar as engrenagens para fora do estado baseado no medo mental que temos sido ensinados a acreditar e nos movermos para viver centrado no coração. Para que esta transformação ocorra, é preciso aprender a meditar, “entrar em seu coração” e acessar a sabedoria interior do Universo. É a única maneira, é O Caminho. A medida que cada um de nós começa esta revolução tranqüila de viver do Coração, vamos começar a ver os reflexos em nossas vidas e em nosso mundo. Esta é a forma como cada um de nós vai criar uma mudança no mundo, criar paz, criar harmonia e equilíbrio, e desta forma, vamos todos criar o Paradigma do Novo Mundo do Céu na Terra.

Rebecca Cherry

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Câncer e Poder




O presidente venezuelano Hugo Chavez, declarou recentemente que o diabólico imperialismo norte-americano está por trás das doenças que tem acometido os chefes de estado de tendência esquerdista na América Latina. Assim como o terremoto do Haiti, tudo não passaria de um plano para desestabilizar as ações dos iluminados que estão levando seus países em direção ao paraíso. Encontrei num texto do jornalista Carlos Pagni no jornal La Nación, uma reflexão que parece mais sensata que a de Hugo Chávez. Veja só:

“O tumor descoberto na presidente Cristina Kirchner atualiza o problema do vínculo entre doença e poder. A questão é preocupante: a doença descobre o que o poder quer esconder. A fragilidade, o limite. Durante a Segunda Guerra Mundial, Stalin, Roosevelt, Churchill, Mussolini e Hitler sofriam, cada um, sua aflição. Na América Latina, Chávez, Lugo, Lula, Dilma, Uribe, e agora Cristina, foram afetados pelo câncer. Nelson Castro escreveu que o poder adoece pelas tensões que gera. Para o psicanalista Elsa Aisemberg, aqueles que não podem simbolizar o sofrimento tramitam um duelo com o corpo. Normalmente são pessoas que valorizam mais o sucesso e o peremptório do que a reflexão. O especialista Alberto Lederman inverte o vínculo: ‘Há uma idealização segundo a qual o poder é um meio para atingir determinados fins. Antes disso, o poder é uma estratégia defensiva para proteger uma vulnerabilidade emocional do mundo do sujeito. Atrás do poder vai quem precisa’.

O poder, então, não é a causa. É o sintoma.”

Viu só? Atrás do poder vai quem precisa dele... E quem precisa dele é quem precisa proteger-se do mundo, quem tem uma grande vulnerabilidade emocional.

Não acredito nos que dizem que a doença é um castigo divino. Não é. A doença é resultado de uma série de escolhas individuais aliadas a condições genéticas e ambientais sobre as quais os indivíduos não tem qualquer controle. Doença é, acima de tudo, questão de sorte.

Segundo a psicossomática, ciência que integra especialidades da psicologia e da medicina, diversas patologias orgânicas como o câncer e os problemas reumatológicos e cardíacos, surgem a partir do excesso de raiva e ódio e daquilo que se convencionou chamar de “mágoa cristalizada”. Mas quando tratamos dos reflexos no organismo estamos apenas arranhando a superfície. Existem reflexos relacionados à dimensão emocional e até mesmo espiritual que, se não causam o câncer propriamente dito, criam as condições para que ele surja e se dissemine. Mas se a doença for mesmo questão de sorte, o que fazer? Resignar-se? Não. Eu sugiro dar uma mãozinha à sorte, fazendo aquilo que todos sabemos que deve ser feito: cuidar da alimentação, reduzir agressões ao corpo, ocupar a mente, etc etc etc. Quando um indivíduo escolhe expor-se a ressentimentos, pressões e mágoas, não está dando uma mãozinha à sorte, mas ao azar. E quem é o poderoso que vive sem mágoas?

Então fico com Carlos Pagni. Nas questões de doenças, o poder não é causa. É sintoma.

Luciano Pires

Apoio ao CNJ e à Ministra ELIANA CALMON


Esta é uma guerra de todos nós.

Amiga e amigo,

Estamos diante de um dos mais significativos momentos da história da Democracia deste país e parece que poucos estão percebendo isto, explico:

Trava-se uma verdadeira batalha no Judiciário, pois pela primeira, repito, pela PRIMEIRA VEZ neste país varonil, alguém ousa investigar toda a SUJEIRA que há por  debaixo deste tapete chamado Judiciário.

Este poder que sempre foi, dos 3 que temos, o intocável. O CNJ, através de uma corajosa Corregedora, Ministra, Dra. Eliana Calmon, vem descobrindo as históricas sujeiras deste poder, em todas as suas esferas, inclusive dos mais altos magistrados da mais alta corte do país, e a reação vem então de forma avassaladora. Quando o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) começa a tornar público o resultado de suas investigações das diversas instancias do Judiciário, a mais alta corte, o Supremo, e as associações de juízes, reagem e querem CALAR a boca desta, que representa até então, a mais inteligente iniciativa para extirpar este Câncer de nossa sociedade, a corrupção, os abusos de poder, a impunidade, e a morosidade do Judiciário deste país.

Eu não tenho dúvidas que, ao lado da EDUCAÇÃO, a JUSTIÇA, ambas com os piores predicados que poderíamos ter, são a FONTE PRIMEIRA e todos os demais males neste país. Um povo, uma sociedade que tem sua EDUCAÇÃO deficitária e sua JUSTIÇA lenta e corrupta, JAMAIS, repito, jamais, alcançará a Democracia plena e seu Desenvolvimento Social e econômico pleno. Não adianta Copa do mundo, Olimpíadas, Pré-Sal, balança comercial forte, nada disto, pois pelo contrário, ao ficar mais rico, ficaremos mais DESIGUALITÁRIOS, claro, pois esta riqueza adicional será acumulada por poucos. Simples assim: Sem EDUCAÇÃO e JUSTIÇA plenas, não há desenvolvimento social sustentável. Será que ainda temos dúvidas sobre isto? E mais, não adianta ir às ruas, como vimos fazendo, para combater a corrupção, combater o excesso de carga tributária, combater a falta de segurança, porque estes problemas são sintomas, são consequências, são efeitos do mal maior, dos "cânceres" a  EDUCAÇÃO e JUSTIÇA deficitárias. Logo, proponho uma verdadeira enxurrada de mensagens e posts para APOIAR a CORAGEM do CNJ através da Ministra Dra. ELIANA CALMON e sua Equipe, pois ela representa a nossa voz  para iniciarmos a eliminação deste câncer, JUDICIÁRIO LENTO e CORRUPTO.

Façamos a nossa parte pois do contrário, assim como a juíza Patrícia Acioli foi ASSASSINADA no Rio por policiais que estavam sendo investigados por ela, mais uma mulher de CORAGEM será "assassinada" neste país, só que de uma maneira muito mais letal, será assassinada, calada, pelos Juízes. Quem os julgará? Façamos barulho. Façamos nossa parte em apoio ao CNJ e a Dra. ELIANA CALMON.

Leia também o artigo: http://veja.com.br//blog/ricardo-setti/tag/eliana-calmon

Não concordo com tudo que a Veja publica e defende mas este artigo do J.R. Guzzo é esclarecedor. 

Abs e bom dia a todos,  

Celso Chapinotte.

PS: Este que vos escreve, assim como a maioria absoluta dos que me leem agora, vem sendo regido, fiscalizado, julgado e punido ou absolvido, todas as vezes que erra, seja em desrespeito a uma lei de transito, seja na declaração de um imposto, seja no não recolhimento de um tributo devido.  Por que somente eu (nós), cidadão comum, tenho que ser alvo deste rito? Por que os "togados" também não podem ser submetidos às estas mesmas leis? Não quero isenção de penas para mim (para nós), mas quero esta mesma justiça para eles também.

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Mensagem recebida por e-mail

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Coca-cola Zero é proibida nos EUA. E no Brasil, sete refrigerantes têm substância cancerígena


Coca-cola Zero. Sukita Zero. Fanta Light. Dolly Guaraná. Dolly Guaraná Diet. Fanta Laranja. Sprite Zero. Sukita. Oito bebidas e duas substâncias altamente nocivas ao ser humano. Na Coca-cola Zero, está o ciclamato de sódio, um agente químico que reconhecidamente faz mal à saúde. Nos outros sete refrigerantes, está o benzeno, uma substância potencialmente cancerígena.Essa é a mais recente descoberta que vem sendo publicada na mídia e que só agora chega aos ouvidos das maiores vítimas do refrigerante: os consumidores. A pergunta que vem logo à mente é: “por que só agora isso está sendo divulgado?”. E, pior: “se estes refrigerantes fazem tão mal à saúde, por que sua venda é permitida?”.
Nos Estados Unidos da América, a Coca-cola Zero já é proibida pelo F.D.A. (Federal Drugs Administration), mas sua venda continua em alta nos países em desenvolvimento ou não desenvolvidos, como os da Europa Oriental e América Latina. O motivo é o baixo custo do ciclamato de sódio (10 dólares por quilo) quando comparado ao Aspartame (152 dólares/Kg), substância presente na Coca-cola Light. O que isso quer dizer? Simplesmente que mesmo contendo substância danosa à saúde, a Coca Zero resulta num baixo custo para a companhia, tendo por isso uma massificação da propaganda para gerar mais vendas.
Não basta o cigarro?
E a ironia não para por aí. Para quem se pergunta sobre os países desenvolvidos, aqui vai a resposta: nos Estados Unidos, no Canadá, no Reino Unido e na maioria dos países europeus, a Coca-cola Zero não tem ciclamato de sódio. A luta insaciável pelos lucros da Coca-cola Company são mais fortes nos países pobres, até porque é onde menos se tem conhecimento, ou se dá importância, a essa informações.
No Brasil, o susto é ainda maior. Uma pesquisa realizada pela Pro Teste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – verificou a presença do benzeno em índices alarmantes na Sukita Zero (20 microgramas por litro) e na Fanta Light (7,5 microgramas). Já nos refrigerantes Dolly Guaraná, Dolly Guaraná Diet, Fanta Laranja, Sprite Zero e Sukita, o índice de benzeno estava abaixo do limite de 5 microgramas por litro.
Só para se ter uma idéia, o benzeno está presente no ambiente através da fumaça do cigarro e da queima de combustível. Agora, imagine isso no seu organismo ao ingerir um dos refrigerantes citados. Utilizado como matéria-prima de produtos como detergente, borracha sintética e náilon, o benzeno está relacionado a leucemias e ao linfoma. Contudo, apesar de seus malefícios, o consumo da substância não significa necessariamente que a pessoa terá câncer, pois cada organismo tem seu nível de tolerância e vulnerabilidade.
Corantes e adoçantes
Na mesma pesquisa da Pro Teste, constatou-se que as crianças correm um grande risco, pois foram encontrados adoçantes na versão tradicional do Grapette, não informados no rótulo. Nos refrigerantes Fanta Laranja, Fanta Laranja Light, Grapette, Grapette Diet, Sukita e Sukita Zero, foram identificados os corantes amarelo crepúsculo, que favorece a hiperatividade infantil e já foi proibido na Europa, e o amarelo tartrazina, com alto potencial alérgico.
Enquanto a pesquisa acusa uma urgente substituição dos corantes por ácido benzóico, por exemplo, a Coca-cola, que produz a Fanta, defende-se dizendo que cumpre a lei e informa a presença dos corantes nos rótulos das bebidas. A AmBev, que fabrica a Sukita, informou que trabalha “sob os mais rígidos padrões de qualidade e em total atendimento à legislação brasileira”.
Por fim, a Refrigerantes Pakera, fabricante do Grapette, diz que a bebida pode ter sido contaminada por adoçantes porque as duas versões são feitas na mesma máquina e algum resíduo pode ter ficado nos tanques.
Quando será o fim dessa novela e da venda dos refrigerantes que contém substâncias nocivas à saúde, ninguém sabe. Mas enquanto os fabricantes deixam a ética e o respeito ao cidadão de lado em busca do lucro exacerbado, você tem a liberdade de decidir entre tomar esse veneno ou preservar a qualidade do seu organismo. Agora, é com você!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Os valores do yoga


Pedro Kupfer - 08 de Janeiro de 2012 

Há muitos anos já vivo fascinado por uma lista de valores que Krishna ensina para Arjuna naquele diálogo essencial sobre Yoga que é aBhagavadgītā. Essa parte da instrução sobre como aplicar o Yoga na vida através das atitudes ocupa as estrofes sete a 11 do capítulo XIII desse importante texto. Cultivar valores no cotidiano é essencial para se ter uma vida tranquila e feliz. 
Quando ouvimos a palavra valor, vêm a nossa mente algo relevante ou fundamental. Segundo o Dicionário de Filosofia de Gérard Legrand, um valor é uma “noção que traduz a passagem do desejo para o conjunto doutrinário e prático que constitui uma moral: toda moral está fundada (explicitamente ou não) num conjunto de valores que são também abstrações representando o que se em por desejável. Todo homem é portador de uma “escala de valores”, a maioria das vezes inconsciente, que comanda intuitivamente a sua ação na medida em que esta se prolonga para além da necessidade. Também é de notar que o desaparecimento de um valor (por exemplo, quando se descobre que está ultrapassado ou é prejudicial, como o patriotismo perante os riscos de um conflito mundial) supõe a procura (e geralmente a descoberta) de “valores novos”.”
Porém, para além da escala de valores subjetivos que cada um de nós possa ter, e para além daqueles que nascem e morrem, há uma série de valores que não muda nunca, que são atemporais. Aqueles valores pessoais, que vão mudando de acordo com o tempo ou a circunstância, podem ser chamados de moral. Os que não mudam, chamaremos aqui de ética. Em sânscrito,dharma.
Os valores que Kṛṣṇa ensina para o príncipe guerreiro à beira do campo de batalha, que aliás, serve de pano de fundo para o ensinamento daBhagavadgītā, são desse último tipo: perenes, no sentido que não envelhecem nem passam de moda (o não deveriam passar), e universais, no sentido de que valem para todas as pessoas e em todas as circunstâncias.
A palavra valor se diz jñana em sânscrito. O amigo leitor certamente já conhece a outra acepção desta palavra: jñana também significa conhecimento. Swāmi Dayānanda escreveu um livro notável, chamado O Valor dos Valores, que explica detalhadamente, estes vinte valores fundamentais cultivados pelo sábio. Deixo aqui um breve resumo desses valores, desde já pedindo desculpas pela brevidade das explanações, já que o assunto é profundo e extenso. Fica aqui a descrição dos primeiros dez valores.

1. Amanitvam, ausência de vaidade, ausência de arrogância ou de necessidade de elogio.
Amanitvam significa ausência de vaidade ou ausência da necessidade de ser elogiado. Muitas vezes, amanitvam é traduzido como humildade, mas é muito mais do que cultivar essa virtude. Poderíamos definir amanitvamcomo ausência de necessidade de reconhecimento por parte dos demais. Muitas vezes, identificados com os frutos das ações que fizemos, exigimos um grau de respeito e reconhecimento que nem sempre coincide com o tratamento que recebemos por parte dos demais. Quem conhece o valor e o mérito das suas próprias capacidades, não tem necessidade de ser elogiado pelos demais.

2. Adambhitvam, ausência de pretensão.
Adambhitvam é um estado de equilíbro emocional e mental no qual a pessoa se aceita como ela é e não busca mostrar algo que não é. Enquantomanitvam é uma expectativa baseada em conquistas ou habilidades reais,dambhitvam se apoia em méritos falsos ou imaginários. Quando faço de conta que sei coisas que ignoro, quando alego ter tido experiências que não tive, incho meu currículo com mentiras ou tento mostrar capacidades que não são minhas, faço isso pois acho que assim, irei impressionar os demais. O problema é que isso cria uma tensão insuportável dentro de mim. Deixar de posar ou fingir é uma virtude, no sentido que me livro dessa tensão e fico naturalmente mais tranquilo.

3. Ahimsa, não-violência.
A paz é o antídoto contra a violência e uma condição essencial para a vida feliz. Lutamos continuamente para conquistar objetivos mas esquecemos que se não tivermos paz para desfrutarmos daquilo que realizamos, não haverá felicidade possível. A violência é um dos mecanismos que nos mantêm afastados de nossa natureza, que é plenitude e felicidade. Ahimsaconsiste em cultivar a não-violência em palavras, pensamentos e atitudes. Esta prática é uma condição fundamental para que o de fato possamos viver a vida de Yoga. Sem uma prática sólida de não-violência não há crescimento emocional. Existem duas dimensões na prática da não-violência: a pessoal e a social. A primeira tem a ver com a maneira em que cada um se relaciona consigo próprio. A segunda tem a ver com a maneira em que vivemos a vida em sociedade, com nossa familia, nossos amigos, vizinhos ou colegas de trabalho. Essa segunda dimensão depende diretamente da primeira.

4. Kshanti, pacífica adaptabilidade.
A palavra kshanti designa uma atitude positiva que fica bem distante da resignação sófrega. Uma boa maneira de traduzir este termo seria “capacidade de se adaptar”. A esse respeito, diz Swāmi Dāyananda: “A atitude de kshanti significa que eu, alegremente, calmamente, aceito aquele comportamento e aquelas situações que não posso mudar. Desisto da expectativa ou exigência pela mudança de outra pessoa ou situação, de forma a se moldar ao que penso ser agradável para mim. Eu me acomodo às situações e às outras pessoas alegremente”.

5. Arjavam, retidão.
A palavra arjavam deriva da raíz rju, que significa flecha. Rjubhava é o sentimento de retidão, no qual existe alinhamento entre o pensamento e a palavra, ou entre a palavra e a ação. Retidão é uma das formas de satya, a veracidade. Consiste em fazer coincidir intenções, palavras e ações, bem como em ser fiel aos próprios valores. Quando essa retidão está ausente, penso uma coisa, digo outra e acabo fazendo outra diferente. Assim, a minha vida fica fragmentada, sem rumo nem prumo. Evitar este tipo de desconexão me torna uma pessoa tranquila e digna da confiança dos demais.

6. Acharyopasanam, dedicação ao professor.
No contexto cultural em que estes valores são transmitidos, o professor representa o próprio autoconhecimento. Na antiga cultura védica, o professor é chamado acharya ou guruAcharyopasanam significa literalmente “meditação sobre o professor”. Através dessa prática contemplativa, que se estende a uma atitude reflexiva e atenta às coisas do mundo, o estudante se identifica com as virtudes daquele que lhe ensina. Enquanto professor de autoconhecimento, o acharya transcende os limites da sua individualidade, no sentido que, enquanto ensina, ele representa a própria tradição. Assim, servir o acharya se colocar a serviço do próprio conhecimento.

7. Shauchan, purificação.
Para a purificação também existem dois aspectos: o externo e o interno. O primeiro consiste em cultivar hábitos de higiene que vão bastante além da ideia de mente sã em corpo são daquele ditado latino. No Yoga, cultivamos a purificação do corpo físico observando não apenas os aspectos exteriores da higiene, mas igualmente a limpeza do interior do corpo, que é feita através do shatkarma. O shatkarma é parte integrante do Hatha Yoga e inclui lavagens periódicas dos tratos digestivo e intestinal, bem como a massagem das gengivas, a purificacao da garganta e as vias respiratórias, e outros. Esse processo se denomina bahyashauchan, ou limpeza exterior. No aspecto interno, referente ao psiquismo, shauchan consiste em cultivar, da mesma maneira, atitudes e pensamentos elevados, evitando que a mente derive para o derrotismo o que se centre excessivamente em pensamentos negativos. Isso é chamado antarashauchan, limpeza interior.

8. Sthairyam, firmeza de propósito.
Shairyam é um termo que significa estabilidade, firmeza. Se refere a ser capaz de manter o foco no momento presente e no estado de tranquilidade. A calma firmeza no objetivo que me proponho a realizar chama-sesthairyam. No contexto em que este valor é passado para Arjuna, Krishna usa este termo para se referir à capacidade de manter o foco no objetivo do Yoga, que é moka, a liberdade e no processo que nos conduz a ela, o autoconhecimento. Dessa maneira, evitamos a dispersão e nossa vida ganha em significado e tranquilidade.

9. Ātma-vinigraha, comando sobre o pensamento.
A palavra Ātma se refere à autorreferência, ao lugar onde colocamos o foco. Neste contexto, ela indica a mente. Vinigraha, por sua vez, significa comando. Concretamente, atmavinigraha designa a possibilidade de manter um comando sobre o pensamento, de maneira a evitar que a mente vagueie, se distraia e tire o foco daquilo que estamos fazendo. É mais uma capacidade de se manter concentrado a cada momento, do que uma atitude repressiva ou uma obsessão em controlar aquilo que se pensa. Dessa maneira, ao adquirirmos a capacidade de escolher conscientemente aquilo que pensamos, nosso agir torna-se naturalmente consciente.

10. Indriyartheśu vairāgyam, desapego em relação aos objetos dos sentidos.
A palavra indriyartheshu se refere àquilo que está vinculado aos órgãos sensoriais, (indriyas). Vairagya significa desapego. A atitude do desapego consiste em olhar para objetos, pessoas e relacionamentos, reconhecendo objetivamente os seus valores e evitando projetar neles algo que não lhes seja intrínseco. Desapegar-se não é fugir de pessoas ou objetos mas relacionar corretamente com eles, reconhecendo a mim mesmo como plenitude e deixando de olhar para eles como a solução para minhas carências.Indriyartheśu vairāgyam também é ser livre do sofrimento associado às vontades, caprichos ou aversões do ego.

11. Anahakāra, ausência de identificação com as coisas do ego.
Ahakāra significa “eu-fazedor” em sânscrito, e é a palavra usada no Yoga para se referir ao ego. O ego é uma espécie de interface que nos ajuda a viver estabelecendo referências entre as coisas exteriores e a nossa individualidade. Basicamente, ele é uma lista de gostos e aversões através da qual nos relacionamos com os demais e com o mundo que nos rodeia. Anahakāra é a capacidade de perceber o ego como ele é, sem achar que começamos e/ou terminamos nele. Noutras palavras, poderíamos definir anahakāra como “não-egoísmo”. Cultivar esse valor nos permite viver tranquilamente, já que passamos a olhar para nós mesmos, não como uma lista de desejos que precisam ser preenchidos ou coisas que devem ser evitadas, mas como a paz que observa esses desejos e aversões.

12. Janma-mtyu-jara-vyādhi-dukha-dośa-anudarśanam, reflexão sobre as limitações do nascimento, a morte, a velhice, a doença e a dor.
Esta longuíssima palavra é um composto que denota uma atitude absolutamente objetiva em relação à vida. O primeiro termo deste composto é janma, nascimento. O segundo, mtyu, morte. As outras palavras intermediárias definem tudo aquilo com que nos deparamos entre o nascimento e a morte: velhice, doença, sofrimento e limitação (respectivamente, jaravyādhidukha e dośa). A última parte do composto,anudarśanam, significa “ver repetidas vezes”. Portanto, o termo se refere ao fato de que, se não fizermos algo para sair desse circuito, ficaremos ad eternum indo de nascimento a morte, de morte a nascimento, de nascimento a morte... Se o que há no meio fosse somente prazeroso, poderíamos até achar que não precisariamos fazer nada para mudar. Porém, sabemos o que nos espera entre o início e o fim de cada vida: doença, sofrimento (físico, emocional e/ou mental), limitação e velhice que, por sua vez, nos levam para mais uma morte. O objetivo de cultivar esse valor não é negativo. Pelo contrário, ele existe para nos ajudar a ver e aceitar a vida como ela é, com a maior equanimidade. Se fizermos isso, evitaremos a armadilha de achar que a vida é injusta ou cruel conosco, e as indesejáveis companheiras de viagem que vem junto com essa atitude: a lamúria e a autovitimização. Por sua vez, evitar este tipo de arapuca emocional nos permite aproveitar melhor e mais calmamente o tempo de vida que nos é dado.

13. Aśakti, ausência de apego à ideia de posse.
Śakti significa poder, energia, mas igualmente quer dizer “segurar firmemente”. Aśakti é o contrário de segurar: é abrir mão, relaxar. Se o décimo valor, indriyarteśu vairāgyam, estava centrado no desapego aos objetos dos sentidos, este presente valor, aśakti, tem como objetivo cultivar uma “suavização” do senso de posse ou propriedade que possamos ter em relação a algum desses objetos sensoriais. E, quando dizemos objetos sensoriais nos referimos não apenas a coisas materiais, mas igualmente a pessoas e relacionamentos. Aśakti, então, é nos tornar cientes de que não somos donos de nada nem de ninguém. A própria ideia da possessão não resiste a uma análise objetiva: é bom lembrar que a terra e tudo o que ela sustenta já estava aí antes do nosso nascimento e que, como diz o ditado espanhol, “a mortalha não tem bolsos”. Ou seja, nada levaremos daqui na hora da morte. Portanto, aśakti

14. Anabiśvaga putra-dara-gha-adiśu, equanimidade afetiva.
Abiśvasaga aponta para uma relação de intensa emotividade e apego, como o que podemos nutrir pelos nossos filhos, nosso cônjuge, nossa casa ou as coisas e pessoas muito queridas (respectivamente, em sânscrito: putra,daragha adi). Resumindo, um afeição viscosa e excessiva. A forma negativa dessa expressão é anabiśvasaga. Isto, evidentemente, não significa que não devemos cuidar daqueles que amamos, mas evitar projetar nessas pessoas (ou no lar), nossas carências e inseguranças. Anabiśvasagaassim, aponta para uma atitude de extremo cuidado e compaixão em relação às pessoas e coisas, mas que é ao mesmo tempo desapegada e objetiva.

15. Nityam samachittatvam iśtaniṣṭopapattiu, equanimidade constante.
Samachittatvam quer dizer receber com a mesma equanimidade tanto o quanto o que não se aprecia. Sama significa equilíbrio, chittatvam designa os estados de espírito. Iśtaniṣṭopapattiu é um termo que se usa para designar o conjunto das coisas desejáveis e indesejáveis. Nityam quer dizer sempre. O estado constante de estabilidade mental e emocional é o segredo do Karma Yoga. Noutra passagem da Bhagavadgītā, Kṛṣṇa vai definir o estado de Yoga como chittatvam, equanimidade. Aqui, Nityam samachittatvam iśtaniṣṭopapattiu é apresentado como um valor que nos ajuda a compreender e manter nesse estado de equilíbrio, quaisquer que sejam as circunstâncias exteriores.

16. Mayi cha ananya-yogena bhaktih avyabicharini, devoção inabalável.
Mayi cha ananya-yogena bhaktih avyabicharini. Temos aqui uma frase longa para uma ideia simples e breve: ela aponta para a confiança e a devoção inquebrantáveis. Essa confiança e devoção são dirigidas a Īśvara, que é o Ser manifestado ao mesmo tempo com criador e criação, como todas as formas e nomes existentes. Essa não-separação, ananya-yoga, pode ser interpretada de duas maneiras: primeiramente, compreendo que o Todo, Īśvara, não está separado de mim, indivíduo, e que eu nunca estive nem estou longe de Īśvara. Em segundo lugar, podemos olhar para Īśvara como um refúgio: Īśvara é a minha segurança, minha inspiração, meu abrigo. Dessa confiança nasce a mente preparada para perceber a não-dualidade.

17. Vivikta-deśa sevitvam, apreço por um lugar tranquilo.
Vivikta designa um lugar solitário. Desde sempre, os yogis buscaram lugares tranquilos para viver. Até mesmo quando moramos em grandes cidades, sentimos a necessidade de sair oportunamente para passar um período em algum lugar isolado. Quando fazemos isso, voltamos depois para o meio urbano totalmente renovados. O valor pelo lugar tranquilo não é um fim em si mesmo, já que podemos perfeitamente ter um ataque de nervos numa ilha paradisíaca ou no lugar mais lindo do planeta. O apreço pelo lugar solitário vale pelo tipo de moldura mental que ele produz: o pensamento tende a ficar mais harmonioso, as emoções mais calmas e a mente mais predisposta para refletir e compreender a verdade sobre si mesmo.

18. Arati janasamsadi, apreço pela solitude.
Solitude não é solidão. Solidão é uma palavra que muitas vezes aparece associada ao sofrimento que surge quando alguém busca ardentemente uma companhia, sem encontrá-la. Portanto, a um isolamento imposto pelas circunstâncias ou à incapacidade de estar bem consigo próprio. A solitude, por outro lado, é um estado de recolhimento voluntário, no qual a pessoa percebe ser boa companhia para si mesma, pois está em paz. Assim, embora não fuja da companhia de outrem, o yogi tampouco busca compulsivamente se relacionar, pois não precisa preencher carências e nenhum tipo. Arati janasamsadi, literalmente, significa “ausência de grande desejo por companhia”. Por outro lado, essa disposição para a solitude não aponta para algum tipo de desprezo ou ódio pela companhia dos demais. O yogi convive pacificamente com seus pares, mas não busca nesse convívio a razão da sua existência, e muito menos, a própria felicidade.

19. Tattva-jñāna-artha-darśanam, foco e clareza na verdade.
Talvez este e o próximo sejam os dois valores mais importantes do código que Kṛṣṇa ensina para Arjuna. Tattva quer dizer verdade, e designa a Realidade que dá origem às coisas: Brahman, o Ser. Jñāna, é conhecimento.Artha é um propósito ou meta. Darśanam, a visão. Este composto, portanto, pode ser definido como o propósito de manter o foco sobre o conhecimento da verdade. Tattva-jñāna, o conhecimento dessa Realidade, implica reconhecer que não somos diferentes nem estamos separados dela. Esse reconhecimento é moka, a libertação. Noutras palavras, tattva-jñāna-artha-darśanam é não perder de vista o autoconhecimento como meta prioritária, de maneira que os outros objetivos menores que possamos ter ao longo da caminhada não nos desviem da prioridade essencial.

20. Adhyātma-jñāna nityatva, disposição contínua para o autoconhecimento.
Infelizmente, a iluminação não chega sozinha se decidirmos sentar embaixo de uma árvore para esperar que ela aconteça. Se assim fosse, seria simples e fácil. Meditar pode ajudar a pessoa a refletir sobre as misérias do mundo ou sobre seus próprios problemas, no melhor dos casos. Acontece que a iluminação não surge do nada. Para termos iluminação, é necessário um meio de conhecimento adequado. Esse meio de conhecimento é chamado Brahmavidyā, ou autoconhecimento. Adhyātma-jñāna nityatva é o valor que nos ajuda a lidar adequadamente com esse meio de conhecimento peculiar que é Brahmavidyā. Adhyātma indica aquilo que é centrado em Ātma, no Ser. Jñāna é conhecimento. Nityatva indica um estado de espírito constante, que não oscila. Assim, adhyātma-jñāna nityatvasignifica nos manter constantemente atentos e conscientes ao Ser que somos.

Os valores como preparação para a iluminação.
O meio de conhecimento mencionado acima inclui um processo de três etapas: śravaam-mananam-nididhyāsanamŚravaam e ouvir o ensinamento fundamental: você já é a plenitude que está buscando.Mananam é questionar, dirimir as dúvidas que naturalmente surgem da dissonância entre esta notícia e a imagem distorcida que geralmente temos de nós mesmos. Nididhyāsanam quer dizer refletir sobre aquilo que se aprendeu nas etapas anteriores e é util para nos ajudar a ficar firmemente estabelecidos no autoconhecimento.
Os valores do Yoga não trazem, por si sós, o autoconhecimento, mas nos ajudam a cultivar uma emocionalidade e uma mente receptivas e adequadas para compreender e fruir adequadamente desse processo. Porém, cabe também lembrar que os valores não podem ser impostos desde fora. Eles precisam ser bem compreendidos, para ser integrados e internalizados de maneira natural. Do contrário, eles poderão produzir conflito e tensão interna.

O valor dos valores.
Uma vez reconhecido “o valor dos valores”, como diz Swāmi Dayānanda, eles se tornam espontâneos e passam a fazer parte da pessoa. Através dessa preparação, poderemos então compreender a Realidade Única, a natureza do Ser que somos, ilimitada, plena e pacífica.
Swāmi Dayānanda explica a importância destes valores da seguinte maneira: “A expressão da minha vida é apenas a expressão de uma estrutura de valores que foi bem assimilada por mim. Isso é apenas uma expressão daquilo que é valioso para mim. Para que eu possa desfrutar dos confortos, devo estar presente. Quando estou dividido pela culpa, raramente estou em outro lugar que não seja a minha ansiedade, meus remorsos e preocupações.
“Quando vejo claramente este fato, poderei enxergar o valor da aplicar padrões éticos universais a mim mesmo. Portanto, um valor, seja universal ou situacional, é um valor para mim, apenas quando vejo o valor desse valor como algo valioso para mim”. Boas práticas! Namaste! 

Texto capturado em http://www.yoga.pro.br/artigos/1063/3046/os-valores-do-yoga Acesso em 07.01.2012


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