sábado, 28 de fevereiro de 2009

Depressão tem cura


:: Maria Aparecida Diniz Bressani :: *
Toda questão tem em si embutida a sua resposta.
Depressão é a vivência da dor profunda, da angústia, da sensação de “falta”, da pressão de uma culpa “não sei do quê”, da vontade de desistir de tudo, inclusive da vida... e por aí continua mais uma série de sintomas que nos fazem compreender que a pessoa está com Depressão.
A Depressão é como se fosse um ser que entra em sua casa pela porta dos fundos, sem ser convidado – na verdade é um intruso – e que lhe causa bastante incômodo e grande transtorno. Este ser – a Depressão – vai se instalando aos poucos, gradativamente. Sem que seja percebida claramente torna-se uma figura predominante e forte a ponto de “mandar” na rotina da casa, ou seja, determina a forma como a pessoa acometida por este mal vê a vida e, conseqüentemente, o seu comportamento.
Ela não permite que a pessoa perceba seu real valor e importância, levando-a, cada vez mais, a excluir-se da própria vida e das relações interpessoais. Sente-se um “peso morto”. Quando começa a superar a doença, ao se dar conta de um recurso fundamental que tem dentro de si, para contribuir na qualidade de sua própria vida e na qualidade de vida dos outros ao seu redor, pouco a pouco percebe que faz diferença e tem a sua importância na vida das pessoas. Este recurso é o Amor. E o “estilo de vida” de quem vive a Depressão é marcado significativamente pela falta de Amor.
O Amor é o grande antídoto e o grande solvente deste mal da alma. Esta é a resposta embutida dentro da questão da Depressão.
Olhando pelo ângulo psicológico, a Depressão é “o” sintoma da falta de Amor. Todos os outros sentimentos e sensações são decorrentes desta sensação de absoluta falta de Amor na própria vida.
A falta de Amor na vida torna-a estéril, insípida e sem significado.
É preciso recuperar o sentido da própria existência. Todos temos uma importância do porque existir. Todos nós ocupamos um lugar no mundo e na vida das outras pessoas.
Para Jung a consciência é “unilateral”, ou seja, ao desenvolver a consciência de Eu este EU olha a si mesmo, a vida, o mundo e as outras pessoas por um único ângulo, compreendido como verdadeiro e certo. Por isto dentro da psicologia dizemos que “cada caso é um caso”. E é justamente por ser esta visão unilateral, que na verdade torna parcial e limitada a forma de se relacionar com a vida.
A teoria da Inteligência Emocional nos fala que quanto mais opções de escolha e capacidade de suportar frustrações uma pessoa tem, mais ela é feliz.
A pessoa em Depressão se vê sem opções e se sente absolutamente magoada pelas frustrações impingidas pela vida; por isto sente-se cronicamente infeliz.
Se você olhar para a Depressão não apenas como aquele intruso que veio perturbar a paz da sua vida, mas sim como alguém que ao desequilibrar e tumultuar sua vida é, na verdade, o agente que veio possibilitar a transformação da forma limitada e parcial que você vivia até então sua vida... Verá então, a dor a serviço do bem!
Como bem o sabemos, a vida é a possibilidade de nos desenvolver e nos melhorar enquanto seres humanos que somos; e para isto, existem dois caminhos: pela Dor e pelo Amor. Se a Depressão é a profunda sensação da falta de Amor significa que, então, “escolheu-se” o caminho da Dor para o desenvolvimento da alma enquanto ser humano.
Eu acredito que nenhum sofrimento é gratuito, portanto, o sofrimento que a Depressão impõe ao indivíduo, para mim, é uma forma de “mostrar” para si mesmo que tem algo de errado em sua vida, com suas crenças e nas suas verdades estabelecidas.
Por isto acredito que Depressão não é simplesmente para ser “sofrida”, mas, sim, para que seja usada como “oportunidade” para se rever suas crenças e verdades.
E justamente porque acredito que “escolhemos” os nossos caminhos de vida para o crescimento e o desenvolvimento da nossa consciência enquanto ser humano, que acredito que podemos virar à direita ou à esquerda nos caminhos da vida a qualquer momento que queiramos.
Portanto, o primeiro passo para sair da Depressão ou de qualquer situação insatisfatória que se vive é QUERER. Querer de coração, querer com todo o seu ser, querer com todo o Amor que está lá bem no fundo do seu ser. Apostar que é possível, mesmo que você se sinta neste momento dentro de um túnel escuro, numa curva onde não esteja vendo a saída e nem tenha certeza que está indo na direção correta; não faz mal, o que importa é alimentar seu querer com a fé e a certeza de que existe uma saída, porque Depressão tem cura.
*Maria Aparecida Diniz Bressani é psicóloga e psicoterapeuta Junguiana, especializada em atendimento individual de jovens e adultos, em seu consultório em São Paulo.Email: mariahbressani@yahoo.com.br

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Estresse não é doença


Enquanto ouvia meu professor discorrer sobre o estresse, fiquei pensando quantas vezes usei erroneamente a palavra estresse, pois em tempos anteriores as pessoas eram denominadas como nervosas, tensas, ansiosas e agora somente a denominam de estressada.
Quando uma pessoa chega em casa depois de um dia de trabalho , comenta –"estou estressado". Isso não é estresse, é cansaço que se vence com algumas horas de repouso e de sono.
DEFINIÇÃO
O estresse á a doença do século XXI quando se torna crônico.
Porém ele não é doença quando surge; A causa do estresse depende como ele reage a um acontecimento desafiador entre a pessoa com a sociedade ou com outra pessoa; fisiologicamente e psicologicamente. Se passar a ser crônico pode se tornar perigoso poderá levar à ansiedade podendo causar: Problemas cardíacos; Problemas musculares; Insônia; Falta de memória.
Recentemente as Ciências Mentais reconheceram um novo transtorno, com o nome de Transtorno do Estresse Pós-Traumático, pertencente ao Estudo da Ansiedade.
Ele foi comparado às reações dos soldados pós-guerra, quando foi diagnosticada a primeira vez, em meados dos anos 80. Ele ocorre após um acontecimento traumático, principalmente na infância e que pode comprometer sua vida.
A causa de ansiedade pode ser genética, uma reação pessoal ao enfrentar problemas, situações a uma ocasião perigosa, reações medicamentosas, medo real e imaginário, problemas acontecidos ao meio ambiente, assim como as recentes enchentes.
A tensão é apenas desgaste mental ou físico, excitação, sensação de medo.
SUGESTÕES PARA MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA
O autor Miguel Casas Hilari em seu livro dá conselhos para se conviver melhor. Entre eles comenta a pessoa tentar enxergar os problemas sob outro ponto de vista, dando menos importância do que merecem. Praticar exercícios físicos; Não pensar somente nos problemas; Boa alimentação; Estabeleça metas; Relaxar.
Segundo o que Dráuzio Varella relata em seu site de entrevistas com o DRº Marco Aurélio Dias que devemos enfrentar nosso problemas, quando não podemos eliminá-los, algumas dicas:
-quando não temos tempo e muitos compromissos que não podemos esquecer, então devemos criar maneiras de conciliá-los.
-competição é até saudável, porém quando se torna uma ficção e a pessoa inicia uma comparação com outras pessoas, querendo sempre estar à frente, com desejos exarcebados de inveja e vaidade. Devemos parar e se amar e não se comparar a ninguém.
-deixar nossas defesas contra novos relacionamentos e nos entregar aos relacionamentos.
TRATAMENTO
Não há como diagnosticar com exames laboratoriais específicos. Para que o quadro não evolua o cliente necessita o apoio da família e pessoas a sua volta.
A única maneira de evitar que o quadro vire crônico é a prevenção, procurando psicólogos e dependendo da gravidade do quadro, um psiquiatra. E muita divulgação sobre o assunto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Revista veja
Wikipédia MADY,
Laila Cristina;
Estresse não é doença ; janeiro, 2009.
Por laila cristina mady no original:

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O sucesso profissional através da Educação


Por Alexandre Vieira*

Educação e profissionalismo
Como capacitar alunos a serem cidadãos formadores de opiniões?
Para iniciarmos este artigo, surge uma frase de Augusto Cury, em seu livro, “Pais Brilhantes e Professores Fascinantes”, na qual ele escreve: “Bons professores educam para a profissão, professores fascinantes educam para a vida”.
Sabemos que grande parcela do sucesso social e profissional de várias pessoas vem da sala de aula, diante desse sucesso, o professor.
Na área da educação, grande parte dos profissionais procura técnicas de estudos para capacitá-los a ser um excelente profissional, o que é muito certo e não há dúvidas de tal atitude.
Mas e a outra parte de professores? - ser professor ou um educador? A escolha pode ser feita por cada um de nós, porém quando há sucesso de um aluno nosso, uma vitória no trabalho ou um elogio merecedor, sem dúvida nos tornamos os melhores professores do planeta.
Diante de muitos problemas que o fator educacional nos exibe, dar aos nossos alunos o direito de uma boa educação, a estarem aptos a encarar um mundo de competitividade seja para o ingresso numa universidade ou mesmo no mercado de trabalho, e ao final do programa apreciar os frutos de um bom trabalho realizado, deve sem dúvida ao trabalho de um docente.
Na primeira frase deste: “Como capacitar alunos a serem cidadãos formadores de opiniões?”; a resposta é certa: Não deixar de acreditar nos sonhos de cada um, pois senão, onde estará o futuro?

*Especialista pela Escola Paulista de Medicina em Bases Fisiológicas e Metodológicas do Treinamento Desportivo. Professor da UNIBAN - Universidade Bandeirante de São Paulo nas disciplinas: Educação física e Esporte Adaptado (def. visual, auditiva, motora, física e mental), Atividade Física para a Saúde (diabetes, aids, Câncer, Gravidez, distúrbios Respiratórios, dist. Musculares) e filosofia, Sociologia e História da Educação e Ed. Física.

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Resgatando o Amor e Ética nas Relações


Os relacionamentos humanos estão em crise. Crise porque está acontecendo grande transformação na forma de se desempenhar os papéis sociais, sejam papéis como pais, sejam como homem e mulher e todos os outros. Crise porque nesta transformação de papéis não se sabe claramente o que pode ou não pode, o que é certo ou o que é errado fazer ou exigir numa relação. Mas, a pior de todas as crises é a crise moral e ética em que vivemos.
A coisa está tão séria que vemos explodir as denúncias de corrupção na política, a impunidade descabida correndo solta, vemos a violência desenfreada na sociedade humana a ponto dessa violência se infiltrar nos lares, perdendo-se todos os parâmetros. E em todas as situações sobra para nós, pobres mortais, somente a impotência!
Está certo que a informações estão chegando mais rapidamente para nós, mas o que eu vejo são as crises dos papéis sociais gerando a crise moral e ética na sociedade (que já estava frágil), trazendo assim, cada vez mais em maior proporção, a violência para dentro dos lares e em todos os ambientes habitados pelos humanos.
As relações humanas têm como pacto principal o Amor. Seja este Amor filial, fraternal, parental ou carnal. É o amor que aproxima as pessoas. A aceitação e a admiração são expressões deste Amor. Quando nos sentimos aceitos e admirados por alguém, nos sentimos amados e quando ainda por cima isso é recíproco, mais do que nunca queremos manter esta relação.
O grande problema é que só amor (o que já não é pouco numa relação) não basta, porque em nome deste amor que é dado, muitas vezes são exigidas coisas que não são do direito e nem legitimadas pelo Amor. Percebemos as invasões dos espaços do outro em nome do Amor, sentimos o desrespeito em nome deste Amor. Portanto, além de Amor, uma relação não sobrevive sem o Respeito. É fundamental respeitar a individualidade do outro, bem como nos respeitar; respeitar nossa individualidade na relação com o outro.
Outro ingrediente imprescindível em qualquer relação é a Confiança. Sem confiança não investimos, nos envolvemos e não nos entregamos em nada. Sem confiança a relação fica estabelecida na superficialidade, sem nunca saber, realmente, com quem estamos e quem está conosco não sabe, de verdade, quem somos.Mas, para que haja respeito e confiança numa relação é absolutamente fundamental que haja Educação. E o que é Educação?
Eu chamo de se ter Educação quando a pessoa ter um mínimo de consciência de seus limites – direitos e deveres - enquanto indivíduo, em toda e qualquer situação de vida – ou seja, noções básicas de ética!
Hoje é justamente pela deficiência de parâmetros claros e definidos de tais limites, que as pessoas estão muito mais autocentradas em suas próprias necessidades. Não estão conseguindo pensar no outro, nas necessidades do outro e, conseqüentemente, não confiam que o outro genuinamente possa fazê-lo também.
Estão todos vivendo pelo “princípio do prazer”, como diria Freud; porque lidar com a realidade realmente não é fácil. As pessoas querem ter tudo, mas não querem dar nada. Pararam na fase dos três anos de idade: querem viver e experimentar tudo o que a vida se lhes apresenta, mas não querem assumir nenhum compromisso e responsabilidade sobre isso, como qualquer adulto saudável faria. Isto é princípio do prazer. Viver o bem bom da vida sem qualquer comprometimento de sua parte.
Está faltando – coletivamente – maturidade para viver a vida realisticamente. Falta o desenvolvimento de valores morais e éticos na relação com a vida e, conseqüentemente, na relação com as pessoas.
A vida e as relações humanas são feitas de direitos e deveres, mas se não existe um certo grau de desenvolvimento de valores éticos e morais – que eu chamo de educação (porque é na educação recebida que se formam tais valores) – acaba por estabelecer-se contatos e relacionamentos pautados apenas nos “meus direitos” e totalmente inconsciente dos “meus deveres” – como qualquer criança de três anos de idade!
Por isto é importante desenvolver a consciência de onde termina você e onde começa o outro. Mas quais são a suas necessidades e quais são as necessidades do outro dentro das relações?
Ter “noção” de ética e moral é o princípio sine qua non para se estabelecer qualquer relação.Eu entendo por Ética como conduta de vida, onde sempre precisa estar presente um pensamento básico: “Tudo que me faz mal, que me incomoda, que me deixa infeliz provavelmente poderá também afetar o outro e fazer-lhe mal, incomodá-lo e deixa-lo infeliz”.
Um exemplo claro é: se eu tenho um relacionamento fixo com alguém e se me sinto atraído por outro alguém (o que é absolutamente natural que aconteça!), como devo proceder? Devo exercer minha atração e me envolver em paralelo com esta outra pessoa?
Caso eu o faça, dentro dos parâmetros éticos – baseado no pacto de confiança e respeito dentro da relação (o que lhe seria próprio) – estaria traindo a confiança do parceiro fixo.
Se fosse o contrário: se meu parceiro fixo atuasse sua atração em paralelo à sua relação comigo, como eu me sentiria? O problema é que a maioria das pessoas não faz este tipo de exercício ético: se colocar no lugar do outro.
E é isto que eu chamo de conduta ética: é saber que o que me atinge como indivíduo e ser humano poderá atingir também o outro, como indivíduo e ser humano.
Independentemente do que a convenção social determina como modelo de atuação para os papéis que representamos (não podemos nos esquecer que a sociedade é formada por cada um de nós – portanto, nós é que verdadeiramente determinamos os modelos dos papéis sociais a desempenhar), jamais devemos nos esquecer de que a base para a relação indivíduo/indivíduo é a ética e a moral, que tem como princípio básico o respeito e a confiança. Caso contrário, o que teremos é uma banalização da vida e, conseqüentemente, das relações que se tornam cada vez mais descartáveis. Todos se tornam descartáveis porque falta amor e respeito pela vida, bem como falta confiança de que a vida proverá.
É importante que cada um de nós faça a sua parte para sair da impotência na qual socialmente entramos com a crise que se instalou: resgatar finalmente o Amor e a Ética, em princípio na nossa própria vida e depois estender este “resgate” em todas as nossas relações. Precisamos entender que, realmente, depende única e exclusivamente de cada indivíduo expressar Amor e Ética na própria vida, nas relações pessoais e na sociedade humana de modo geral.
*Maria Aparecida Diniz Bressani é psicóloga e psicoterapeuta Junguiana, especializada em atendimento individual de jovens e adultos, em seu consultório em São Paulo.
Email: mariahbressani@yahoo.com.br
Original em:

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Ética e Educação


A medida ou justa meio nos sete sábios
Antes do surgimento da filosofia moral, as convicções morais dos gregos não eram fundadas e justificadas conceitualmente, como os filósofos farão posteriormente. As normas morais eram apenas colhidas e afirmadas intuitivamente. O mapa dessa sabedoria moral, antes do surgimento da filosofia, seja no seu aspecto positivo, seja no seu aspecto negativo, encontramo-lo nos sete sábios gregos, que funcionam como marco do momento em que emerge esse interesse moral.
Por volta do século V, os gregos já falavam da importância da ação que leva em conta uma medida. O homem grego, que valorizou a razão de tal modo que ela passou a ter status de soberania na vida, impôs-lhe também uma ponderação. A seguir serão apresentadas algumas das máximas, de cada um dos sete sábios, que tratam do conceito de medida em suas máximas morais.
Começando por Tales de Mileto (625-545 a.C.), ele foi um dos primeiros pensadores gregos que utilizou a medida como reguladora do comportamento. Em uma de suas afirmações, diz: "não embelezes tua aparência, mas sê belo no que fazes"[1], ou seja, a aparência estética não é mais importante do que a ação justa. Por isso, se a ação for segundo a justa medida será então, uma bela ação.
Assim, agir de modo equilibrado acaba por evitar a intemperança, pois segundo Tales "danosa é a intemperança"[2] porque conduz à desmedida no trato das paixões. Por isso, diz Tales, "usa da medida",[3] pois ela garante o bem estar psíquico do homem. Portanto, o indivíduo realmente comprometido com a ação justa está atento ao uso equilibrado da racionalidade, conduzindo-o a uma vida bela.
Já outro sábio, Bias (século VI a.C.), afirma que ao usarmos da palavra é preciso aguardar uma oportunidade adequada, se se pretende proporcionar algum saber. Portanto, diz Bias, "fala oportunamente"[4] paraque se possa verificar que a intervenção ocorre com o intuito de auxiliar na elaboração de um saber ponderado.
Por tudo isso, a dedicação é fundamental para que se possa atingir uma determinada capacidade de ação, ou seja, agir de modo justo – segundo uma justa medida.
Dessa forma, o uso da medida garante que a ação seja virtuosa.A atitude verdadeiramente moderada utiliza da justa medida para tomar uma decisão, em cada caso, de maneira independente. Portanto, segundo outro dos sete sábios, Pítaco (600 a.C.), "cultiva a piedade, a educação, a sabedoria, a prudência, a vontade, a confiança, a experiência, a habilidade, a amizade, a solicitude, o cuidado da casa, a arte"[5].
Assim, cultivar essas virtudes permite um estreitamento do indivíduo com o uso da justa aplicação das ações. Com isso, diz Bias, com aplicação terás memória; com oportunidade, precaução; com caráter, nobreza da alma; com fadiga, temperança; com temor, piedade; com riqueza, amizade; com discurso, persuasão; com ciência, compostura; com fama, harmonia.[6]
Logo, indica todo esforço para que se atinja um nível de entendimento tal que a reflexão não seja um mero discordar por simples paixões pessoais.
O sábio Cleóbulo, na sua máxima de número 1, diz "ótima é a medida", que pode ser entendida conforme a máxima de número 3, como aquilo que "está bem no corpo e na alma". Todas as nossas ações devem considerar a totalidade do nosso ser, não privilegiandonenhuma das dimensões humanas – corpo ou alma –, em detrimento uma da outra. Por exemplo, para que não aconteça de agirmos em detrimento da alma considerando e buscando atender apenas aos desejos do corpo, ele diz na sua máxima de número 10, ser preciso "dominar o prazer", isso implica evitar a desmedida. Sendo que estas máximas devem nortear a nossa conduta em todas as circunstâncias da vida, conforme diz Cleóbulo na de número 20: "não te ensoberbeças quando as coisas são favoráveis e não te abatas quando há dificuldades". Da mesma forma diz o sábio Periandro na de número 8, "se tens sucesso, sê comedido, se tens insucesso, sê sábio". Em outras palavras, use sempre de equilíbrio, ou seja, de boa medida.
Sólon, outro dos sete sábios, em uma das suas máximas diz, "nada em demasia", deixando clara a relação com medida ou justo meio, com isso ele nos diz para não realizarmos nada em excesso, ou seja, temos de saber agir e usufruir das coisas com moderação e parcimônia. Estendendo a aplicação dessas máximas também às relações humanas, ele diz em sua máxima de número 9: "não faças amizades apressadamente e não interrompas intempestivamente as que fizeste". Em outras palavras, ele nos diz para não termos pressa em estabelecer as nossas relações, nem ao rompê-las quando não nos convierem.
Por fim, o sábio Quílon, em sua máxima de número 1, afirma, "conhece-te a ti mesmo", demonstrando que conhecendo a nós mesmos poderemos controlar melhor nossas paixões, e realizar a máxima de número 15, que diz, "domina o impulso", pois se me conheço, posso dominar meus impulsos e paixões, optando pelo justo meio no momento de deliberar sobre como agir..
Essas sentenças dos sete sábios – e outras que não foram apresentadas por não haver relação direta com o conceito de medida – são consideradas como um mapa, exatamente porque mostram claramente as características e os limites da reflexão moral pré-filosófica. No entanto, segundo Reale7, embora sendo fruto de longa experiência e reflexão, quando consideradas isoladamente, não são sustentadas por um princípio que as justifique. Estão aquém da filosofia moral, uma vez que não surgiram de uma reflexão filosófica acerca do homem, tampouco provam sistematicamente uma tábua de valores tradicionais, nem teoricamente a sua consistência.
[1]GIOVANI, R. História da Filosofia Antiga, Vol. I, p. 184.
[2]Idem, p. 184.
[3]Idem, p.184.
[4]Idem. p.185.
[5]Idem. p. 185.
[6]Idem. p.185.
7Idem. P. 186
Por Robson Stigar no original:

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O fim do problema mente-cérebro?


Foi a partir da década de 90, considerada a década do cérebro, que essas questões ganharam impulso. As indagações e reflexões envolvendo o cérebro humano emergiram simultaneamente em várias disciplinas (Neurociência, Inteligência Artificial, Filosofia da Mente, Ciência Cognitiva) e recolocaram com força o problema mente-cérebro.
A psicologia do século XX passou então, a disputar espaço com esses outros movimentos científicos. Entre todas as disciplinas que buscavam solução para o milenar problema da causação mental, a neurociência tenha sido talvez a mais aclamada no meio científico. Através das técnicas de neuroimagem que nos permitiram observar a atividade do cérebro humano in vivo, ela nos apresentou uma outra base para questionar a mente humana. Mais do que dividir espaço, a neurociência se propôs a substituir a psicologia.
A neurociência nos diz que muita coisa que hoje nós tratamos como sendo da ordem da psicologia poderá acabar num futuro próximo. O neurocientista americano, Michael Gazzaniga, por exemplo, afirma que a psicologia acabou e que ela vai ser “comida” pelas neurociências. As teorias psicológicas inundadas de idéias e de conceitos psicológicos (tais como apego, ressentimento e inveja) desaparecerão e serão substituídas por teorias neurocientíficas à medida que formos encontrando as bases neurais para esses distúrbios.

Psicologia em crise?

Para João de Fernandes Teixeira, essa é uma questão não só polêmica, mas assustadora. Será então que toda a psicologia poderá um dia ser reduzida à neurociência? Poderá uma pílula exterminar qualquer patologia psicológica? Qual será o papel do psicólogo nas próximas décadas?
É preciso ter cautela, adverte Teixeira. A neurociência já deu grandes saltos, mas tropeçou em muitos obstáculos. A maior dificuldade é explicar eventos intencionais como crenças, desejos e emoções. E afirmar que tudo vai ser reduzido ao cerebral é uma grande aposta.
Quanto ao futuro da psicologia, o professor acredita que é apressado supor que a neurociência irá substituí-la. “A neurociência ainda esbarra na tarefa de identificar os correlatos neurais da experiência consciente, e na minha percepção não há essa incompatibilidade aparente entre psicologia e neurociência. Uma coisa não é incompatível com outra. Eu acredito é na interface entre as duas disciplinas.”
Apesar de grandes ataques que a psicologia tem sofrido nas ultimas décadas, Teixeira afirma que ela sobreviverá se estabelecer relações interdisciplinares. “A especificidade na psicologia estranhamente será ganha caso pertença há um contexto maior, quando nós tivermos um projeto científico maior onde o psicólogo conviva com o neurocientista. É através das interfaces com as outras disciplinas da mente que a psicologia vai tirar sua sobrevivência”, complementa Teixeira.
Texto de Rafaela Sandrini
Edição de Luiz Paulo Juttel

Original em:

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Mente e cérebro - uma questão, a priori, filosófica


A questão mente-cérebro se apresenta necessariamente como sendo filosófica, porque de modo geral problemas conceituais sempre permearam esse âmbito do saber.
A filosofia sempre buscou meios lingüísticos de adequar o interno humano com o mundo real de maneira verdadeira.
Toda a história da humanidade foi marcada por discursos que ora reforçavam um dualismo (estados físicos diferentes de estados mentais), ora um materialismo (estados mentais como variações de estados físicos).
Como salienta o professor e mestre em filosofia Rafael de Oliveira Vaz, “a mente é um problema filosófico porque a sede do pensamento seja cérebro, espírito ou propriedades supervenientes, é a pedra fundamental da visão de natureza humana e de suas conseqüentes propriedades, conceitos necessários para qualquer ontologia que inclua o homem (e suas peculiaridades) dentre os entes que dela façam parte.”
E o surgimento da Filosofia da Mente- aliada aos avanços da ciência e à sofisticação de argumentos filosóficos - trouxe mais subsídios e possibilitou o refinamento de argumentos e contestações referentes à questão que sempre instigou o homem: desvendar a caixa preta!
Postado por Rafaela Sandrini no original:

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Os zubis de Chalmers*


Chalmers, em seu argumento a favor da existência dos zumbis, nos convida a conceber criaturas que apesar de terem todas as características e comportamentos de um ser humano, seriam desprovidos de consciência e de qualia**.
Zumbis só são possíveis, se forem seres humanos sem qualia. Isto implica num aspecto problemático da existência de zumbis que vai além do problema das outras mentes e cria o que poderia ser chamado de “problema da minha mente”. Se zumbis são possíveis eu posso ser um zumbi e não saber.
Zumbis não sabem que são zumbis, eles também defendem como nós que têm uma clara intuição de que são conscientes e têm qualia. É impossível um zumbi descobrir que é um zumbi.
Se um zumbi tem a mesma certeza de que é consciente que temos e se não há modos de descobrir quem é quem e quem não é, como podemos saber que não somos um zumbi? O próprio Chalmers mostrou que isso implica diretamente no fato de que podemos estar fundamentalmente errado em relação as nossas intuições.
Se eu fosse um zumbi, como saberia disso?
* Com base no artigo de Gustavo Leal Toledo: Porque Chalmers não sabe que é um zumbi?
** Termo filosófico que define as qualidades subjectivas das experiências mentais. Fonte: Wikipédia
Postado por Rafaela Sandrini no original:

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Gestão Por Competências



Basicamente, quando falamos em Gestão de Competências estamos falando das Competências Organizacionais. É uma metodologia que busca superar a concorrência, diferenciando a organização e criando uma vantagem competitiva sustentável, como por exemplo, a competência em miniaturização da Sony.
Por outro lado, a Gestão por Competências refere-se às Competências Humanas necessárias para o desenvolvimento do trabalho, seja individual ou das equipes e que são críticas para o atingimento do sucesso empresarial.
A Competência relacionada ao desenvolvimento do trabalho é focada no Conhecimento, Habilidades e Atitude das pessoas e referem-se basicamente(1) ao Pensar, ao Fazer e ao Ser.
O Conhecimento (pensar) contém os saberes – onde (posicionamento) - o quê (aprofundamento) – o porquê (investigação) – o quando (informação).
As Habilidades (fazer) contém os saberes – como (know how) – quanto (ponderação) - agir (governança).
As Atitudes (ser) contém os saberes – ser (identidade) – querer (desejo) – participar (motivação).
A identificação dos GAPS(2) entre as competências desejadas pela organização e aquelas efetivamente existentes é fundamental. Para isso é necessário estabelecer-se a Gestão por Competências seguindo-se os passos seguintes:
Planejamento – O primeiro passo é identificar quais as competências necessárias para o atingimento dos objetivos da organização. Com essas informações, devem-se inventariar quais competências há internamente e estabelecer os objetivos e as metas estratégicas. Com essas informações, comparar e identificar o GAP das competências. Sabendo qual é a lacuna entre o desejado e o que se têm, planeja-se então como será a captação e/ou desenvolvimento das competências.
Captação – Se a decisão foi captar externamente as competências faltantes é necessário selecionar, admitir e integrar.
Desenvolvimento – Quando a decisão é pelo desenvolvimento das competências faltantes, deve-se definir o mecanismo de desenvolvimento a ser utilizado, disponibilizá-lo e orientar o aproveitamento.
Avaliação – Tanto no caso da captação externa como no desenvolvimento, a etapa seguinte é apurar e medir os resultados e compará-los com os resultados esperados, fazendo as correções necessárias.
Há organizações que enfatizam a busca por competências sociais e afetivas, outras por competências técnicas. O importante é cada organização busque aquelas que são mais adequadas ao seu negócio e determine um Sistema de Gestão mais adequado às suas necessidades.
No tocante às Lideranças, a tendência nas organizações é buscar profissionais executivos com as seguintes competências: pensamento estratégico – liderança para mudar – gestão de relacionamentos (internos e externos). São ainda consideradas importantes: a flexibilidade – a comunicação – a inovação empreendedora – empowering - a liderança – capacidade de resiliência – administração do stress – orientação para clientes e orientação para resultados, entre outras.

(1) - WAGNER HERRERA
(2) - IENAGA (1998)
Original em:

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Homem e (ou versus) máquina?


Neste post voltamos a falar da questão homem X máquina. Temos abaixo um brilhante comentário de Cristiano Castelfranchi, renomado pesquisador de inteligência artificial do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália. O trecho adaptado foi extraído de entrevista para a edição de abril-maio-junho de 2008 da revista Ciência e Cultura.

CeC: Professor Castelfranchi, existe a possibilidade de termos guerras contra máquinas racionalmente mais sofisticadas que os humanos?
Castelfranchi: Eu sou um pouco cético quanto à idéia da possibilidade real da evolução biológica das máquinas, da capacidade delas virem a se reproduzir, etc. Por outro lado, acredito que o perigo real e mais próximo seja a profecia Unabomber. Ela fala que no surgimento das máquinas artificialmente inteligentes, estas seriam totalmente dependentes às nossas decisões.
Mas, conforme nossa sociedade se tornasse mais e mais complexa e as máquinas ficassem mais e mais inteligentes, começaríamos a delegar a elas certas decisões. Isto ocorreria unicamente pelo fato das decisões das máquinas levarem a resultados melhores que os obtidos por decisões humanas. Eventualmente, chegaríamos a um momento que, de tantas decisões delegadas às máquinas, mesmo que tenhamos o poder de desligá-las, acabaríamos por levar nossa espécie ao suicídio se tentássemos algo desta espécie. Isto ocorreria por causa da nossa estrutura social incrivelmente complexa, de modo que apenas máquinas seriam cognitivamente capazes de geri-la.
Este cenário previsto por Unabomber já começa a se tornar realidade. Hoje temos muitos sistemas especialistas que tomam decisões nos setores financeiro, militar e até mesmo médico. Testes mostram que sistemas de diagnóstico médico artificiais são capazes de tomar decisões mais acertadas que as de um cirurgião humano. Hoje eu ainda tenho a liberdade de perguntar algo a este sistema, ele me dá a resposta e eu decido. Mas suponhamos que daqui a 10 anos este sistema esteja aperfeiçoado, com um desempenho excelente. O que acontecerá legalmente a um médico que, confiando na sua intuição profissional, desrespeitar a sugestão da máquina e o seu paciente vier a falecer?
Entrevista feita por Luiz Paulo Juttel
Edição de Rafaela Sandrini
Original em:

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

É possível algoritmizar o mental?


Para termos uma idéia do que seja um algoritmo de compressão basta que imaginemos uma situação na qual queiramos escanear uma figura para, em seguida, tentar salva-la num disquete de 1,44MB. Se a figura for muito grande, ela não caberá no disquete e, não poderemos transportá-la para outro computador. Contudo é possível lançar mão de um artifício: compactar a figura para poder transportá-la em disquete, para em seguida, descompactá-la no computador de destino. Para compactar a figura usa-se um algoritmo de compressão. Ele diminui a figura temporariamente, identificando padrões ou regularidades que podem ser comprimidos ou compactados*

Dito de outra maneira, os algoritmos são procedimentos mecânicos para a solução de um problema matemático, cujas regras levam a uma solução. Nas palavras do filósofo da Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (Unidavi) Nivaldo Machado - que há algum tempo trabalha com a possibilidade de algoritmização do mental - um algoritmo é um processo formal composto de sucessivas etapas de prescrições que levam a determinado resultado sempre que ele for iniciado. Um algoritmo invariavelmente executa o que foi programado para executar. Isto, todavia, não impede que ele possa ser melhorado/adaptado com o passar do tempo.

Processos computacionais são facilmente algoritimizáveis. Mas seria possível também compactar padrões e regularidades no meu cérebro? Seria possível algoritmizar os eventos mentais, transformar meus processos cognitivos (desejos e crenças) em algoritmos?

Alguns críticos, como o filósofo Dreyfus da Universidade da Califórnia em Berkeley, alegam que a dificuldade está na criação de uma base de conhecimento suficientemente generalista, como a que possibilita os nossos processos cognitivos. O caso dos sistemas especialistas em diagnósticos médicos ilustra bem esse problema. Tais agentes inteligentes recebem a seguinte base: febre + dor de garganta = gripe. Eles então captam estímulos do ambiente (relato dos pacientes de febre e dor de garganta), consultam sua base de conhecimento e dão o diagnóstico de gripe.

Parece simples. O único problema é formular esta ampla base de conhecimento que consiste em descobrir e reunir todas as inúmeras informações que o sistema especialista necessita para dar um diagnóstico empiricamente adequado.

Essas questões motivam críticas e ressalvas ao desenvolvimento de uma máquina com a capacidade total de nossa mente. Para Machado, a possibilidade dessa algoritmização (branda) é clara. Obter os elementos para algoritmizá-la é que seria algo bem mais complicado.

* Este exemplo foi adaptado de Teixeira (2008)
Texto de Rafaela Sandrini
Original em:

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Ciência da mente: paradigmas e mudanças


Os campos que buscam compreender nossa mente e comportamento, se vêem imersos num empreendimento científico arrojado e possuem particularidades em relação a outros âmbitos da ciência. A mente humana, tão variável e maleável, complica imensamente a busca de princípios gerais da natureza humana.
O filósofo Thomas Kuhn argumentou que as teorias científicas modernas não são mais verdadeiras do que as teorias que elas desbancam, apenas diferentes. As teorias sobre a natureza humana, nunca morrem. É comum que velhas idéias sejam simplesmente recicladas ou reformuladas. A metafísica*, por exemplo, é um paradigma que ainda persiste e causa mal-estar paara a filosofia moderna.
Como explica o filósofo da Universidade Federal de São Carlos João de Fernandes Teixeira, é ingenuidade positivista achar que a metafísica pode ser sepultada. “Fernando Pessoa disse que a metafísica é produto do mal-estar. Creio que a metafísica é algo pior: ela nos causa mal-estar. E que não é possível, para nós, livrarmos definitivamente desse mal-estar. De tempos em tempos ele reaparece” complementa o filósofo.
Embates Científicos
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Mas as revoluções científicas e os embates entre paradigmas são importantes para a ciências da mente. De acordo com o jornalista americano John Horgan, a belicosidade da ciência da mente a distingue de outros campos. Os estudiosos com freqüência se mostram mais empolgados não quando anunciam seus paradigmas favoritos, mas quando acabam com o paradigma alheio.
“Quando se trata de teorias sobre a natureza humana, os padrões das provas devem ser inversos aos que se aceitam nos tribunais. As teorias devem ser consideradas culpadas – ou seja, incorretas ou dúbias – até que sua correção seja estabelecida além de uma dúvida razoável”, complementa Horgan. A ânsia por verdades absolutas na ciência pode ter conseqüências perigosas. Um pouco de ceticismo e cautela quanto aos produtos da ciência é fundamental.
O filósofo Karl Popper tomou essa atitude e usou o critério da falseabilidade para demarcar a ciência. Nunca podemos provar que nossas teorias são verdadeiras, argumentou Popper. Só podemos refutar teorias, provar que são falsas. Portanto, todo conhecimento é experimental, provisório.
Sobre essa questão, Horgan afirma que ceticismo de menos nos deixa à mercê de charlatões vendedores de panacéias científicas. Ceticismo demais pode levar a um pós-modernismo radical que nega a possibilidade de chegar não só ao conhecimento completo de nós mesmos mas também a qualquer conhecimento. Mas a dose certa de ceticismo combinada a dose certa de otimismo, pode nos proteger da avidez por respostas enquanto nos mantém receptivos o bastante para reconhecer a verdade se e quando ela chegar.
Texto de Rafaela Sandrini
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*A Metafísica é uma das principais obras de Aristóteles e o primeiro grande trabalho sobre a própria metafísica. O objeto de investigação da Metafísica não é qualquer ser, mas do ser enquanto ser. Examina o que pode ser afirmado sobre qualquer coisa que existe por causa de sua existência e não por causa de alguma qualidade especial que se tenha. Também aborda os diferentes tipos de causas, forma e matéria, a existência dos objetos matemáticos e Deus.
O título Metafísica resultou da ordenação dos livros após aos da Física, de acordo com a disposição dada por
Andrônico de Rodes, no primeiro século a.C. O tratado é composto de 14 livros.
Na metafísica,
Aristóteles definiu as quatro causas, explicada aqui em termos gerais:
Causa formal - É a forma ou essência das coisas.
Causa material - É a matéria de que é feita uma coisa.
Causa eficiente - É a origem das coisas.
Causa final - É a razão de algo existir.

FONTE: WIKIPÉDIA

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Nós, seres "humáquinas"?



O desenvolvimento da IA e da criação de robôs que desempenham funções humanas, têm contribuído de forma expressiva para as discussões em torno da algoritimização do mental. A ética para robôs humanóides já faz parte da pauta de muitos debates na filosofia da mente e em demais âmbitos das ciências. Mas, talvez antes de termos amigos, colegas de trabalho andróides, tenhamos um espécie de máquinas meio humanas...humanos meio máquinas.
Os avanços das neurociências com a criação de mãos biônicas ligadas diretamente ao cérebro, tornam ainda mais plausível questões referentes a essa interação homem x máquina.
Como atenta a psicóloga Nina Taboada, não esta tão longe o implante de chips e a nanomachine* não apenas para compensar órgãos falhos, mas também para melhorar/aperfeiçoar habilidades humanas.
E um homem com um cérebro metade orgânico, metade máquina...teria os mesmos direitos no mercado de trabalho que alguém que não contasse com essa possibilidade? ...Como se dariam as relações sociais nessa nova sociedade híbrida? ...Eis a questão!!!
Original em:
http://filosofiadamenteecognicao.blogspot.com/2008/04/ns-seres-humquinas.html
*Um nanomachine, também chamado de um nanite, é um dispositivo mecânico ou electromecânico cujas dimensões são medidos em nanometers (milionésimas de um milímetro), ou unidades de 10 -9 metros.
Nanomachines são largamente em fase de investigação-e-desenvolvimento, mas alguns dispositivos primitivos foram testados. Um exemplo é um sensor tendo uma nanometers de alternar aproximadamente 1.5 toda, capaz de contagem de moléculas específicas numa amostra de química. As primeiras aplicações úteis de nanomachines provavelmente será na tecnologia médica, onde elas poderiam ser usadas para identificar agentes patogénicos e toxinas de amostras de fluido do organismo. Outro aplicativo potencial é a detecção de produtos químicos tóxicos e a medição da suas concentrações, no ambiente

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Pois há dez atrás citei num trabalho de conclusão de curso, em minha "obra-prima" que chegaria o dia em que implantaríamos chips nas moléculas humanas; seria o nascimento de um novo e revolucionário ser.
Agora já se fala nisso com a maior naturalidade.
Já estou acreditando que viverei para ver essa transformação/"evolução[?]").
Carlos
.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Hawking anuncia revisão em teoria de buracos negros


A notícia não é recente, e infelizmente não tenho a fonte para citar. Porém, a notícia é importante demais para ignorá-la, já que Stephen Hawking é o maior cientista vivo e ocupa a cadeira de Newton na Universidade de Cambridge*, Inglaterra.

O astrofísico britânico Stephen Hawking anunciou uma revisão em sua teoria sobre os buracos negros - restos de estrelas gigantes que entraram em colapso, criando uma região de gravidade tão intensa de onde nem mesmo a luz pode escapar.

Segundo ele, os buracos negros não destroem tudo que consomem e podem liberar matéria e energia de "uma forma desordenada". As novas idéias do astrofísico foram apresentadas na 17ª Conferência Internacional sobre a Relatividade Geral e Gravidade, em Dublin.
A teoria, porém, responde a um paradoxo do pensamento científico: como os buracos negros podem destruir toda a matéria e energia, quando a teoria subatômica diz que os elementos devem sobreviver de alguma forma.
Segundo Hawking, o que acontece é que os buracos negros concentram a energia por grandes períodos de tempo. Mas, com o tempo, os próprios buracos negros deterioram e morrem. Quando isso acontece, seu conteúdo é lançado no universo.

Universos paralelos
Antes de rever sua teoria, Hawking acreditava na possibilidade de a matéria que entra nos buracos negros viajar para universos paralelos - teoria que pode ser vista em vários filmes de ficção científica.
"Não existe isso. A informação permanece no nosso universo", disse ele. "Não queria desapontar os fãs de ficção científica, mas a informação é preservada, não existe a possibilidade de usar os buracos negros para viajar para outros universos."
"Se você pular em um buraco negro, sua matéria será retornada ao universo, eventualmente, mas de uma maneira desordenada. Essa informação sobre o que você parecia estará em um estado irreconhecível", afirmou.
Hawking acrescentou: "É ótimo resolver um problema que tem me perturbado por quase 30 anos, mesmo que a resposta seja menos interessante que a alternativa que sugeri a princípio."
Cambridge produziu mais vencedores do prémio Nobel (82 no total) do que qualquer outra Universidade do mundo; muitos dos homens que mudaram a história da Física obtiveram seus diplomas por Cambridge, incluindo Isaac Newton, James Clerk Maxwell, John Joseph Thomson, Ernest Rutherford, Paul Adrien Maurice Dirac, entre outros. Outras personalidades históricas ilustres associadas à universidade incluem o naturalista Charles Darwin, o economista John Maynard Keynes, o filosófo e matemático Bertrand Russell e o matemático Andrew Wiles. Em 2006, Cambridge foi considerada novamente a segunda melhor universidade do mundo de acordo com o Institute of Higher Education, Shanghai Jiao Tong University, atrás apenas da Universidade Harvard nos Estados Unidos.
Fonte: Wikipédia.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Confie no seu potencial

Por Barbara Nice
Vencer o medo de acreditar em si próprio.

Em alguns momentos da vida somos tomados por um medo que nos paralisa e ao mesmo tempo nos prejudica, impedindo-nos de realizar tarefas cotidianas importantes e impossibilitando nosso crescimento pessoal e profissional. Por exemplo, medo de elaborar uma monografia, de fazer uma prova, participar de um processo de seleção, de falar em público, viajar de avião, de fazer novos amigos entre outros.
Observo constantemente na prática psicopedagógica que o medo é saudável até certo ponto. Às vezes, você pode estar ansioso(a) para apresentar um trabalho acadêmico, e sentir medo do julgamento e da avaliação que o orientador vai fazer: diante disso, dedica-se ao máximo para pesquisar e não cometer erros. Esse tipo de medo é positivo, porque já vivenciei e também porque leva você a pesquisar e melhorar como pós-graduando(a).
Mas, quando a ansiedade é muito alta e o medo se apresenta de forma assombrosa, levando você a suar frio, sentir tonturas, ânsia de vômito e decidir que não vai dar certo ou ser aprovado(a) ou por não se julgar capaz de fazê-lo, esse medo exagerado é prejudicial e precisa ser tratado. É importante ficar atento aos seus sentimentos e pedir ajuda, caso tenha dificuldades em lidar com eles. Não deixe que o medo tome o lugar de seus sonhos.
Por isso, acredite em você, para isso é necessário ter confiança e acreditar naquilo que você está disposto(a) a realizar; afinal de contas, errar é humano, é com o erro que se aprende e este faz parte do processo de aprendizagem, é a dúvida que nos faz buscar cada vez mais aquilo que precisamos aprender.
Boa Sorte!
Feliz 2009!
Abraços,
Barbara Nice
Original em:

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Cão que ladra não morde?


Cão que ladra não morde? (Até onde confiar?)

O ditado popular diz: se latir não morde. Isso pode, ou não, ser verdade, e a intenção da frase é afirmar que quem faz muito alarde não entra em ação nunca.
Voltando para o pensamento para os cães, o mais seguro parece não confiar na "máxima", ainda mais se o animal for um acuado pitbull.
Já com o olhar sobre nós mesmos, é preciso lembrar que somos conduzidos, na maior parte do tempo, por rumores de coisas negativas que poderão acontecer, mantendo um desnecessário estado de ansiedade e aflição.
Se você parar um pouco e deixar sua mente deslizar pelos anos vividos, irá constatar que muitas coisas que nos assustaram simplesmente ficaram na fase da ameaça e não chegaram a tomar forma. Ou seja, foram tal qual um cão que ladra e não morde.
Quem dirige por cidades como a grande São Paulo ou Rio de Janeiro, irá enfrentar, do ponto de sua partida até a chegada ao destino, uma imensidade de situações de risco – carros apressados, pedestres desnorteados, postes, ônibus velozes, carretas, etc. E todos eles são "desastres em potencial" para o motorista.
Ocorre que se cada condutor pensar sobre isso e aceitar o temor do que irá estar adiante, não conseguirão nem sair de casa naquele dia – por desânimo ou medo - e não irão realizar suas metas programadas.
Em verdade, preocupações excessivas não levam a bons resultados, e somente um cuidado deve estar ocupando nossa mente todo o tempo: o respeito para com Deus. Quando Ele determina algo, não é uma hipótese, mas um fato, tal qual sua Palavra criou a luz (Gn 1:3).
Ficar assustado e temeroso com as crises, as ameaças, as doenças, os "inimigos", as pessoas rudes, os patrões que não nos compreendem, familiares, "amigos da onça", não resolve nada e nos tornam tristes e cansados.
Muito bom é o conselho que o próprio Deus nos oferece: Não chameis conjuração (fato válido), a tudo quanto este povo chama conjuração; e não temais o que ele teme, nem tampouco vos assombreis. Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro. (Isaias 8:12-13).
Texto de autoria de Pastor Elcio Lourenço. Pastor desde 1968.
www.pastorelcio.com
Original em:

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Não Existem Erros e Nem Problemas, Apenas Lições


Por Sandra Regina da Luz Inácio
O Crescimento Humano é um processo de experimentação, onde as falhas quanto o sucesso são parte do processo. Ambas importantíssimas, ambas extremamente necessárias.

Como iremos avaliar o que é doce, sem experimentarmos o amargo. O quanto gostamos ou odiamos um ou o outro.

Como mensurar o que é certo para nós sem experimentarmos ou vivermos ou sentirmos a experiência do outro a qual percebemos ser errada para nós.

Uma lição é repetida até que seja aprendida. Será apresentada a você em várias formas, até que você enfim entenda. Caso não aprenda facilmente, elas se tornarão mais difíceis. A dor

Se você não aprender as lições fáceis, elas se tornam difíceis. Para que você busque e se interiorize é necessário que existam problemas (ou aprendizado) externos. Quando você limpa obstruções no seu interior, seu mundo exterior muda.

Você só saberá quando aprendeu uma lição, quando suas ações mudarem e você se sentir bem com elas.

Os outros devem ser um espelho para você. Você não pode amar ou odiar alguma coisa no outro a menos que reflita algo que você ama ou odeia em você mesmo.

Sua vida, só você pode escolher. A vida é feita de escolhas, reflita sobre todos os pontos de vista antes de fazer estas escolhas. As vezes você as leva para o resto da vida.

Você sempre consegue o que quer. Seu subconsciente determina quais experiências e pessoas você atrai. Assim, o único jeito correto de saber o que você quer é ver o que você tem. Não existem vítimas, apenas aprendizes.

Não existe certo ou errado, mas existem conseqüências. Passar a mão na cabeça não ajuda. Julgar também não. Apenas faça o melhor que puder e souber fazer.

Todas as respostas estão dentro de você. Tudo que você precisa é olhar, prestar atenção, e confiar.

Admire, não inveje. A admiração nos faz crescer e também sermos admirados.

Sempre transforme seus movimentos em oportunidades.

Jamais se esqueça que HOJE é o melhor dia de sua vida. O ontem você não pode mudar, o amanhã ainda não existe. Então, hoje é o melhor dia da sua vida com certeza, porque é a única coisa que realmente você tem.

Não existem perdas e sim a transformação de todas as coisas existentes, incluindo a sua vida, seus valores, desejos e amores.

Original em:

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Caráter Ético do Agir Humano


Por Robson Stigar
No entender do pensador brasileiro (Catão) a sociedade contemporânea sofre de uma negação, e o contraponto bem como, a contestação assume tal magnitude que questionam os fundamentos da ética tradicional. Assim, "para que as pessoas e as comunidades humanas se autoposicionem livremente na vida é preciso tornar os educadores capazes de viver com plena consciência da relatividade de todas as normas e caminhos que lhe são propostos e viver em vista de um bem" (CATÃO, 1997: 111). Com isso, objetivo da ética é a realização das pessoas, na comunhão com o transcendente que dá sentido para a vida.
De acordo com Catão o desafio é responder a pergunta que surge na contemporaneidade, ou seja, como podemos construir essa ética?
A grande dificuldade do educador "é de situar numa perspectiva que lhe permite desenvolver um raciocínio propriamente ético bem fundamentado e por sua vez fundante de uma moral autenticamente humana, sem se impor à consciência, violar a liberdade nem frustrar as aspirações dos educandos" (CATÃO, 1997: 111).
Desse modo, a ética não pode ser regulada por uma lei restritiva e na informalidade. A aporia se coloca por causa da contradição entre educadores (transmissão de valores) e educandos (liberdade e direitos). Assim, existe um impasse porque o "educador toma consciência de que é responsável pela transmissão de valores ao mesmo tempo, pela educação da liberdade dos educandos, que questionam tais valores" (CATÃO, 1997: 112). Com isso a única maneira de pensar essa oposição entre objetividade e subjetividade é reconstruir o conceito de ética.
Para reconstruir a ética demandaríamos muito tempo ao caminho que teríamos de percorrer. Por isso, a maneira que encontra o autor é pensar a ética com fundamento em Tomas de Aquino. No entender de Catão "trata-se da maneira da maneira de entender a liberdade e a consciência e do lugar de destaque que se confere a convivência" (CATÃO, 1997: 112).
A preocupação do autor passa ser agora de três níveis, definir o que é liberdade, consciência e convivência. O autor inicia distinguindo três diferentes tipos de liberdade no âmbito da realidade.

1ºa liberdade.

Esta consiste precisamente na autodeterminação do sujeito em face do bem. Escolhas incluindo a possibilidade de escolher mal, também chamada de livre arbítrio. E por último a liberdade da escolha no âmbito físico ou histórico, chamada de liberdade de coação.
O autor distingue esses três tipos para garantir precisão na referencia a liberdade.
Assim, no âmbito jurídico a liberdade repousa sobre o cumprimento ou na transgressão da lei.
No âmbito da política "os liberais defendem a liberdade de escolha como liberdade primeira, ao passo que os socialistas os acusam de pregar uma liberdade abstrata, pois só é realmente livre, liberado, quem tem os meios de fazer o que quer, sem coação de espécie alguma, não só psicológica, mas real, efetiva, econômica" (CATÃO, 1997: 113). Configura-se assim, a opressão do pobre porque não pode fazer o que sonha, por isso sofre do desemprego, falta de moradia, comida e outras necessidades.
Portanto, a ética é "a qualidade do ato verdadeiramente humana, pois o agir só é humano e sujeito a um juízo de ordem ética quando brota do interior do sujeito e é por ele subjetivamente querido" (CATÃO, 1997: 113). Com efeito, liberdade é entendida como autodeterminação, ou seja, a possibilidade de escolha e a separação de condicionamentos.
2º A consciência

A consciência permite pensar a possibilidade de escolha livre e reta acerca do agir no âmbito prático.
Para Catão existe uma distinção entre o conceito expresso no catecismo, "a consciência é um julgamento da razão" (CATECISMO, nº 1778) e o conceito de consciência entendido na Ética que "na realidade não é um julgamento, mas um juízo da razão -jugament de la raison- como está no original francês, por intermédio do qual o ser humano percebe o que é justo e reto" (CATÃO, 1997: 113). Portanto, a consciência não julga, indica. A sua função não é condenar ou aprovar, mas mostrar o que é justo e reto para seguir o bem. Assim, é necessário que haja uma conformidade entre o agir e a indicação da consciência.
Isso significa que a qualidade Ética do ato humano, "longe de se medir diretamente por um preceito, divino, natural, legal ou humano depende da conformidade ou não com a consciência: o ato humano é bom ou mau na medida em que a autodecisão do sujeito se conforma ou não com o que a consciência diz ser justo e reto" (CATÃO, 1997: 114).
3º - A consciência

O autor está preocupado com a possibilidade do critério ético permanecer restrito a subjetividade, implicando na supressão da universalidade ética. Por isso, procura formas de pensar o critério ético de modo objetivo sem descartar a subjetividade.
1º a atenção recíproca: que implica em respeito, serviço e amor ao outro, do próximo, como na linguagem cristã;
2º uma razão antropológica: considerando que a pessoa nasce indeterminada e precisa construir seu percurso durante o decurso da vida.
Assim, a ética na visão cristã não pode estar atrelada a obrigações e sansões, mas fundada basicamente em dois princípios de ação: amara a Deus e ao próximo.
Segundo Catão, educar eticamente não é discutir somente a obrigatoriedade ou torcer o pepino enquanto é maleável, ou seja, podar e direcionar o individuo. No entender deste "educar eticamente é trabalhar para melhorar a qualidade do inter-relacionamento entre as pessoas, e contribuir para uma convivência entre os humanos caracterizada pela justiça e pela solidariedade, pela atenção, respeito e serviço uns aos outros e um dos outros" (CATÃO, 1997: 115). Com efeito, a pedagogia usada na ética procura conferir à ação humana uma base educativa, que garanta o exercício da liberdade na convivência, através do uso adequado da consciência.
Desta maneira, "a tarefa do educador ético é dupla: despertar e sustentar a autodeterminação dos educadores" (CATÃO, 1997: 115) buscando a ação ética em comunhão com os demais e sua realização.
Contudo, surge uma verdadeira contradição no exercício do juízo ético que é a oposição entre consciência e lei. Pois a consciência garante em última instÂncia a liberdade de ação, mas conferir pode supremo a ela seria, da parte do educador, esquecer da necessidade de formação sem perder de vista a razão e a lei (ethos e nomos)[1].
No entender do autor o problema central da formação da consciência é levar o educando ao que é realmente bom. Para tanto precisamos levar em consideração que o agir humano "é radicalmente fruto do espírito com que empreende agir e do sentido que tem tal ação no contexto do inter-relacionamento pessoal em que se vive" (CATÃO, 1997: 118). Isto é, no agir humano o espírito cumpre papel da atuação em busca do bem e do amor.
[1]Ethos e nomos.
Original em:

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O corpo feminino

Fotografia de Clarice Cataldi
Opinião de um homem sobre o corpo feminino (texto atribuído ao escritor Paulo Coelho) Se alguém souber de algo diferente sobre a autoria informe-me, por gentileza
Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.
Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.
As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas... . Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.
Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.
A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem.. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.
As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas... Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.
É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde.
Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.
As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.
Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.
Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos..Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!
A beleza é tudo isto.
(Texto recebido por email onde a autoria está atribuída para o escritor Paulo Coelho)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A dualidade na criação - I


A ciência nos diz que o universo possui doze bilhões de anos; a terra quatro bilhões de anos. E a vida, habita na terra a quinhentos milhões de anos. Por acaso no princípio a luz se fez; o grande "Big Bang" teoria que propõe explicar a criação do Universo , quando magníficas atividades ligadas a leis físicas, atualmente ignoradas ou pouco conhecidas, determinaram o caos inicial.

Das trevas da inexistência, surgiram as grandes concentrações de regiões nebulosas; massas em condensação, universo em formação; transformações formidáveis que possibilitaram o surgimento de astros de variadas grandezas, agrupando-se em galáxias placentas cósmicas que unindo milhares de coincidências , contemplaram a eternidade com o universo conhecido, vindo do nada, do zero absoluto. A ciência considera tudo obra do acaso.

Dizem os cientistas que da formação do planeta terra até o instante do aparecimento da vida, ou seja, três bilhões e quinhentos milhões de anos, talvez não tenha havido tempo suficiente para o acaso formular reações químicas que disparasse o gatilho da vida, sugerindo, inclusive, a hipótese deste fenômeno de criação ter ocorrido em outro astro e viajado até nós hospedado em material intergalático, desprendido de algum planeta mais antigo e de condições gerais idênticas ao nosso. Ou talvez "um irmão gêmeo , perdido em algum lugar fora de nossa galáxia. Entretanto, mesmo que existam milhões de planetas irmãos, os astrônomos não encontraram um só. E a possibilidade de um dia localiza-los ainda é remota.

De acordo com a teoria da evolução da vida, esta surgiu em nosso planeta quando aminoácidos aquecidos e resfriados deram inicio a existência que ao longo destes quinhentos milhões de anos chafurdou na lama, reciclou-se no mar e rastejou em terra. Na era mesozóica, pequenos, gigantescos e alados dinossauros, dominaram nas planícies, florestas e montanhas durante cento e sessenta milhões de anos, sem adquirir um mínimo de raciocínio que pudesse servir de semente germinadora da inteligência; sucumbiram, sob suas aparentes indestrutíveis carcaças, misteriosamente, por uma causa que até os dias de hoje interroga-nos.

Há alguns séculos atrás ou instantes, considerando a eternidade, nossos cientistas acreditavam que a terra era o centro do universo e tinha a forma de uma mesa. Dizia-se, também, que aquele que ultrapassa-se seus extremos despencaria para um abismo eterno ou cozinharia num mar fervente. Ora, se a recente passado acreditávamos em coisas absurdas para nosso conhecimento atual, quem pode garantir-nos que atualmente não estamos crendo em teorias absurdas para o nosso conhecimento futuro. Se o acaso precisou de mais de onze bilhões de anos para criar a vida orgânica elementar, torna-se paradoxal acreditar que a cerca de apenas 30 mil anos privilegiou e desenvolveu nos homens a inteligência. Como pode, a jovem ciência dos homens, neste lapso de existência tão curto, ter adquirido conhecimentos em graus suficientes para engendrar propostas definitivas.

Por outro lado ao analisarmos a história e progressos da sociedade, desde tempos remotos, poderemos constatar erros e acertos que causaram, quando não a desgraça moral, o extermínio de homens úteis à sociedade que se dedicaram totalmente ao estudo e a investigação da verdade. Cientistas e filósofos despertavam a inveja no poder político-religioso e governantes senhores de guerras. Outrora, a grandeza de uma Nação não se media pela sabedoria de seu povo, mas sim, pelas batalhas vencidas; inimigos passados no fio das espadas, sem perdão. Os costumes mais selvagens serviam de palco para cortes de sedução e volúpia; assassinatos, cantados em prosas e versos, como atos de coragem e desígnios de Deus. E todos, intrépidos cientistas e iluminados filósofos, guerreiros assassinos e religiosos depravados originaram-se casualmente, através do mesmo material e acidental princípio gerador?
Autor: Paulo Roberto Marinho

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A dualidade na criação - II


A barbárie sempre existiu em nosso planeta, porém, imperou como lei nos primórdios da cultura humana. Não é fácil crer, ou compreensivo aceitar, que a natureza tenha gastado mais de quatro bilhões de anos talvez dez para criar seres, inteligentes, que queimam corpos de animais imolados em um altar, acreditando que o aroma daquele holocausto seria agradável ao próprio criador do sacrificado. Agradável é entender e testemunhar o comportamento social, moral e espiritual que alguns homens, sob a luz do Amor coletivo, tiveram para com os povos de diferentes regiões do planeta e em diferentes épocas: Zoroastro, Pitágoras, Buda, Jesus, Maomé, Ghandi e muitos outros. A teoria darwinista, que propõe a origem comum de todos os seres vivos e a seleção natural do mais apto, através da luta pela existência e sobrevivência, sugere que estes, juntos a aqueles bárbaros, assassinos, ladrões, políticos corruptos e inquisidores tarados, tenham sido paridos (usando uma linguagem figurada mais direta) e conduzidos, lado a lado, através da estrada evolutiva, pelas mãos do independente e imprevisível acaso pelo beneplácito do catecismo científico, verdade indiscutível.

Sendo deste modo, o acaso precisou de quinze bilhões de anos para criar seres, cuja conclusão extrema é o parentesco fisiológico; humanos semelhantes em sua anatomia, porém, enigmaticamente diferentes na conduta; etnias, com antagonismos morais ilógicos para quem compartilha do mesmo meio social; trilhas convergentes à mesma estrada evolutiva. Mais lógico parece-nos crer em uma dualidade na criação: a formação das espécies pelo processo de seleção natural, esta lei desconhecida chamada acaso. E a do comportamento humano, tão diverso e incompreensível, mas, com a força imensurável da liberdade; mosaico da vontade própria; vícios e virtudes, amor e ódio, ignorância e sabedoria. A esta igualmente desconhecida lei, também evolucionista, porém, planejada , chamaremos com muita propriedade de "Força Suprema". Porque o comportamento humano, não instintivo a conduta, resulta da aquisição de conhecimentos e conceitos morais, alicerces racionais que desenvolvem e sustentam a inteligência.

A maior liberdade da inteligência é o senso de eternidade, o ato de separar elementos desse universo complexo, os quais só podem subsistir, fora desta totalidade, mentalmente. É a abstração. Tudo que é abstrato não é resultado da natureza orgânica e sim de natureza etérea, de pensamento, de alma, de espírito. É a imaterialidade. É dom sagrado o homem desfrutar do produto de seu trabalho e de sua inteligência. Por isto, aquele que se esclarece, deve acautelar-se e não se resignar com a providência. Pois, se assim o fizer, estará abrindo mão da razão, da ação, e não agir equivale a não existir. Einstein dizia que "a mais bela emoção é o mistério. Se o homem soubesse de tudo, sua vida perderia a graça, pois a beleza está na curiosidade, no estudo, na pesquisa, na hipótese, na sensação de que sempre falta alguma coisa a saber." Hermes Trimegisto aconselhava:

"Se quiserdes saber o segredo desta força suprema, deveis separar a terra do fogo, o fino e sutil do espesso e grande, suavemente e com todo o cuidado. Sobe da terra ao céu e, dali, volte a terra para receber a força do que está em cima e do que está em baixo."

A ciência tudo pode porque o homem a tudo aprende. E aprenderá que o principio criador é lento e brando, mas Onipotente; incomensurável e infinito, mas Onipresente; misterioso e alegórico, mas Onisciente.

Autor: Paulo Roberto Marinho
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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Mitos

A IDÉIA DE MITO ENTRE OS GREGOS

A figura trata-se do Apoteose de Homero – Jean Auguste Dominique Ingres (1897): O poeta a quem creditamos a autoria de “Ilíada” e “Odisséia” aparece como uma importante fonte para o estudo da história grega bem como para a divulgação de sua mitologia.

A palavra Mito é usada correntemente pelo homem contemporâneo. Geralmente designa uma narrativa tradicional conservada ao longo de gerações no interior de sua cultura com características fantásticas e retratando feitos inverossímeis. Quando hoje olhamos para as civilizações antigas é de costume apontar para o conjunto de suas crenças religiosas e denominarmos estas de “mitologia”, numa clara oposição com a religião cristã, tida como a “verdade” revelada em seu livro sagrado.
De fato, ao contrário das grandes religiões monoteístas, os gregos jamais tiveram um livro sagrado. A cosmogonia (teorias e narrativas que explicam a origem do universo) e os mitos desta civilização chegaram até nós por intermédio de textos literários, históricos e filosóficos. Neste sentido, o mito era, dentro desta cultura, uma linguagem usada para fornecer explicações acerca de um passado remoto sobre o qual é impossível estabelecer provas de sua autenticidade. Deste modo, o mito é muitas vezes encontrado na busca pelas origens seja do universo, dos deuses, da existência humana, das mulheres, das guerras ou das instituições políticas.
Mito e História
Uma vez que apontamos a importância do mito para a busca das origens entre os gregos, surge a necessidade de discutir sua relação com a história na maneira como era percebida por eles. Segundo sabemos durante os primeiros tempos da história grega a palavra mythos não se opunha à palavra logos, ambas designavam uma espécie de relato que não era diferenciado por seu conteúdo. Teria sido apenas no apogeu das cidades-estados que uma tentativa de separação teria sido feita.

Vernant nos mostra a preocupação de certos autores gregos do século V em exigir a administração da prova daquilo que seria tratado como verdade, ou no mínimo como confiável. Um grande exemplo desta preocupação está no historiador ateniense Tucídides, autor de “A Guerra do Peloponeso”, veja o seu comentário sobre o que se pensava sobre a Guerra de Tróia:

“(...). a expedição a Tróia haja sido maior do que qualquer das anteriores, apesar de menor que as do presente, (...) sendo natural supor que ele1, como poeta, tenha adornado e amplificado a expedição, é evidente que ela foi comparativamente pequena.”

“Segundo as minhas pesquisas, foram assim os tempos passados, embora seja difícil dar crédito a todos os testemunhos nesta matéria. Os homens, na verdade, aceitam uns dos outros relatos de segunda mão dos eventos passados, negligenciando pô-los à prova (...)”.
TUCÍDIDES. “História da Guerra do Peloponeso”. Brasília: Editora UNB. 2001. p. 7-8,13.

Podemos dizer, com o devido cuidado, que o mito está sendo percebido como algo afastado devendo ser objeto das fantasias dos poetas e dos logógrafos que visam os deleites e a aprovação dos ouvintes em certo momento, um passado remoto que não cabe ao historiador apresentar. A história deveria ser feita com regras e campos delimitados para que seu conteúdo pudesse ser útil para as gerações posteriores.

Fonte: www.portalimpacto.com.br

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