sábado, 31 de janeiro de 2009

Declaração de Ética Mundial - parte III


II. O desafio básico: todo ser humano tem que ser tratado de forma humana
Somos todos pessoas falíveis e incompletas, com limitações e defeitos. Estamos cientes da realidade do mal. Justamente por isso,e em virtude do bem da humanidade, sentimo-nos comprometidos a expressar o que deveriam ser os elementos básicos de uma ética comum à humanidade – tanto para os indivíduos quanto para as comunidades e organizações, tanto para os Estados quanto para as religiões. Pois temos confiança: nossas tradições éticas e religiosas contêm elementos éticos o bastante, claros e vivíveis para todas as pessoas de boa vontade, religiosas ou não-religiosas.
Assim, estamos cientes de que nossas várias tradições religiosas e éticas fundamentam de forma muitas vezes diversa o que é benéfico ou prejudicial ao homem, o que é certo e errado, o que é bom e mau.
Não queremos obscurecer ou ignorar as diferenças profundas existentes entre cada uma das religiões. Mas tais diferenças não nos devem impedir de proclamar publicamente o que já temos em comum, nem as coisas com que já nos sentimos coletivamente comprometidos, com base nos respectivos fundamentos religiosos e éticos.
Estamos cientes de que as religiões não podem resolver os problemas ecológicos, econômicos, políticos e sociais desta Terra. É provável, porém, que elas possam alcançar o que planos econômicos, programas políticos ou regramentos jurídicos não podem alcançar por si sós: a atitude interior, a mentalidade como um todo, modificar justamente o “coração” da pessoa e mobilizá-la à “conversão”, ao abandono de um caminho errado para uma nova postura diante da vida. A humanidade certamente carece de reformas sociais e ecológicas, mas carece igualmente de renovação espiritual. Nós, como pessoas de orientação religiosa ou espiritual, queremos comprometer-nos de maneira especial com essa renovação – cientes de que as forças espirituais das religiões são capazes de proporcionar às pessoas, ao longo de suas vidas, uma confiança fundamental, um horizonte de sentido, parâmetros últimos e uma pátria espiritual. Por certo, as religiões só têm credibilidade para fazer tal coisa quando elas próprias suplantam os conflitos a que dão origem, quando superam reciprocamente a superioridade, a desconfiança, os preconceitos e imagens de hostilidade, e quando devotam respeito às tradições, aos santuários, festas e ritos das pessoas de credos diferentes.
Todos sabemos: em toda parte no mundo, hoje como ontem, seres humanos são tratados de forma desumana. São privados de suas chances de vida e de sua liberdade, seus direitos humanos são pisoteados, desconsidera-se sua dignidade humana. Mas poder não é o mesmo que Direito! Em face de toda desumanidade, nossas convicções religiosas e éticas exigem: todo ser humano tem que ser tratado de forma humana!
Ou seja: todo ser humano – sem distinção de idade, sexo, raça, cor, capacidade física ou intelectual, língua, religião, convicção política, origem nacional ou social – é dotado de uma dignidade intocável e inalienável. Todos, portanto, tanto o Estado como o indivíduo, estão obrigados a respeitar essa dignidade e garantir-lhe defesa efetiva.
Também na economia, na política e nos meios de comunicação, em institutos de pesquisa e em empreendimentos industriais, o ser humano deve ser sempre sujeito do Direito, e deve ser fim, jamais um mero meio, jamais um objeto de comercialização e industrialização. Ninguém está “além do bem e do mal”: nenhuma pessoa e nenhuma classe social, nenhum grupo de interesse, por mais influente que seja, e nenhum cartel de poder, nenhum aparato policial, nenhum exército e muito menos Estado algum. Ao contrário: todo ser humano, como ser dotado de razão e consciência moral, está obrigado a comportar-se de forma verdadeiramente humana, e a não se comportar de forma desumana; está obrigado a fazer o bem e não fazer o mal!
Nossa Declaração pretende elucidar o que isso quer dizer de forma concreta. Com vistas a uma nova ordem mundial, queremos trazer à memória normas éticas inamovíveis e incondicionais. Elas não devem representar amarras ou grilhões para o ser humano, mas auxílio e apoio para que ele sempre possa reencontrar e concretizar um direcionamento para a vida, valores, posturas e sentido para ela. Há um princípio, a regra de ouro presente e preservada há milênios em muitas tradições religiosas e éticas da humanidade: não faze a outrem o que não queres que te façam a ti. Ou, formulada de modo positivo: faze aos outros o que queres que te façam também a ti! Essa deveria ser a norma inamovível e incondicionada para todos os campos da vida, para a família e as comunidades, para as raças, nações e religiões.
Egoísmos de toda natureza são condenáveis – individuais ou coletivos, sob a forma de noções de classe, racismo, nacionalismo ou sexismo. Nós os condenamos, porque eles impedem a pessoa de ser verdadeiramente humana. Autodeterminação e auto-realização são inteiramente legítimas – desde que não se desvinculem da responsabilidade do ser humano por si mesmo e pelo mundo, da responsabilidade pelas demais pessoas e pelo planeta Terra.
Esse princípio inclui parâmetros muito concretos, aos quais nós, seres humanos, nos devemos ater. Dele decorrem quatro linhas mestras muito antigas, presentes na maioria das grandes religiões deste mundo.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Declaração de Ética Mundial - parte IV


III. Quatro preceitos inamovíveis
1. Compromisso com uma cultura da não-violência e do temor diante da vida
Inúmeras pessoas, em todas as regiões e religiões, esforçam-se por ter uma vida determinada não pelo egoísmo, mas pelo engajamento em favor dos semelhantes e do mundo que compartilham com eles.
Ainda assim, há no mundo de hoje muito ódio, inveja, ciúme e violência: não apenas entre as pessoas enquanto indivíduos, mas também entre grupos sociais e étnicos, entre classes e raças, nações e religiões. O uso de violência, a comercialização de drogas e o crime organizado, munidos muitas vezes dos mais avançados recursos técnicos, alcançaram dimensões globais. Em muitos lugares ainda se governa com um terror “vindo de cima”; ditadores violentam seus próprios povos, a violência institucional é bastante difundida. Mesmo em países onde existem leis de defesa das liberdades individuais, presos são torturados, pessoas são mutiladas, reféns, assassinados.
A. Das grandes tradições éticas e religiosas antigas, porém, acolhemos o preceito: Não matarás! Ou, formulado de maneira positiva: Sente temor diante da vida! Ora, recordemos uma vez mais as conseqüências desse antigo preceito: toda pessoa tem direito à vida, integridade física e livre desenvolvimento da personalidade, desde que não fira os direitos de outras pessoas. Pessoa alguma tem direito de torturar outra, seja física ou psiquicamente, nem de ferir, nem muito menos de matar a outrem. E nenhum povo, nenhum Estado, nenhuma raça ou religião têm o direito de discriminar uma minoria, de natureza ou credo diversos, nem proceder a qualquer “purificação”, exilá-la, nem muito menos aniquilá-la.
B. Onde houver seres humanos, por certo também haverá conflitos. Esses conflitos, no entanto, deveriam ser resolvidos sem qualquer violência, no âmbito de uma ordem legal. Isso vale tanto para o indivíduo, quanto para os Estados. Os detentores do poder político são especialmente chamados a se ater à ordem legal vigente, e a lutar por soluções tão pacíficas e não-violentas quanto possível.
Eles deveriam engajar-se em favor de uma ordem internacional pacífica, que, de sua parte, necessita de proteção e defesa contra agentes de violência. Munir-se de armas é um descaminho, desarmar-se, uma exigência premente. Que ninguém se engane: sem paz mundial, a humanidade não sobrevive!
C. Por isso, os jovens já deveriam aprender na família e na escola que a violência não pode ser instrumento para a confrontação com outras pessoas. Só assim se pode criar uma cultura da não-violência.
D. A pessoa humana é infinitamente preciosa e deve ser protegida incondicionalmente. Mas também a vida de animais e plantas que habitam conosco este planeta merece proteção, cuidado e conservação. A exploração desenfreada das reservas vitais da natureza, a destruição desrespeitosa da biosfera e a militarização do cosmos são um ultraje. Como seres humanos – e em vista das gerações futuras – somos todos especialmente responsáveis pelo planeta Terra e pelo Cosmos, pelo ar, pela água e pelo solo. Todos nós neste Cosmos estamos ligados uns aos outros e somos mutuamente dependentes. Cada um de nós depende do bem do todo. Por isso vale dizer: não se deve propagar a dominação do ser humano sobre a natureza e o Cosmos, mas sim cultivar a vida em comunidade com a natureza e o Cosmos.
E. Ser verdadeiramente humano, no espírito de nossas grandes tradições religiosas e éticas, significa ser cuidadoso e solícito, tanto na vida privada quanto na vida pública. Jamais devemos ser desrespeitosos ou brutais. Cada povo, cada raça, cada religião deve render tolerância, respeito e grande estima aos demais povos, raças e religiões. Minorias – sejam minorias raciais, étnicas ou religiosas – necessitam de nossa proteção e apoio.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Declaração de Ética Mundial - parte V


2. Compromisso com uma cultura da solidariedade e uma ordem econômica justa
Inúmeras pessoas, em todas as regiões e religiões, esforçam-se por praticar solidariedade umas com as outras, e por viver uma vida de trabalho e cumprimento leal de uma profissão. Ainda assim, no mundo de hoje há muita fome, pobreza e miséria. O indivíduo não é o único culpado por isso. Freqüentemente, a culpa é de estruturas sociais injustas: milhões de pessoas não têm trabalho, milhões são explorados através de um trabalho mal remunerado, são postos à margem da sociedade e privados de chances em suas vidas. Em muitos países, as diferenças entre ricos e pobres e entre poderosos e desvalidos são assustadoras. Neste mundo em que tanto um capitalismo desenfreado quanto um socialismo estatal totalitário esvaziaram e destruíram muitos valores espirituais, puderam difundir-se uma ânsia desenfreada por lucro e uma avidez sem limites, mas também uma mentalidade reivindicatória materialista, que sempre exige mais e mais do Estado, sem assumir maior compromisso recíproco. Não apenas nos países em desenvolvimento, mas também nos países industrializados a corrupção desenvolveu-se na sociedade como uma chaga cancerosa.
A. Das grandes tradições éticas e religiosas antigas, porém, acolhemos o preceito: Não roubarás! Ou, formulado positivamente:
Aje de maneira justa e honesta! Ora, recordemos uma vez mais as conseqüências desse antigo preceito: pessoa alguma tem o direito de roubar outra – seja de que forma for –, nem tampouco de violar sua propriedade ou os bens comunitários. Ao inverso, no entanto, pessoa alguma tem o direito de fazer uso de suas posses sem respeitar as carências da sociedade e da Terra.
B. Quando a pobreza extrema predomina, o desamparo e o desespero ganham espaço, e aí sempre se roubará, por força da sobrevivência. Quando se acumulam poder e riqueza indiscriminados, é inevitável que se despertem nos pobres e marginalizados sentimentos de inveja e ressentimento, de ódio mortal e de rebelião. Isso conduz, no entanto, a um círculo vicioso de violência e de reações violentas. Que ninguém se engane: não há paz mundial sem justiça mundial!
C. Por isso, os jovens já deveriam aprender na família e na escola que a propriedade, por menor que seja, cria obrigações. Seu uso deve, ao mesmo tempo, servir ao bem comum. Só assim é possível construir uma ordem econômica justa.
D. Contudo, quando se quer alterar decisivamente a situação dos bilhões de seres humanos mais pobres que vivem neste planeta, é preciso remodelar de forma mais justa as estruturas da economia mundial. A beneficência individual e projetos isolados de ajuda, por mais imprescindíveis que sejam, não são suficientes. É preciso haver participação de todos os Estados e a autoridade das organizações internacionais, para que se chegue a um equilíbrio justo.
A crise de endividamento e a pobreza do Segundo Mundo, ora em dissolução, e tanto mais do Terceiro Mundo, precisam ser conduzidas a uma solução sustentável por todas as partes.
Certamente, os conflitos de interesse serão inevitáveis também no futuro. Nos países desenvolvidos, de qualquer modo, deve-se distinguir entre consumo necessário e desenfreado, entre um uso social e associal da propriedade, entre um uso justificado e injustificado dos recursos naturais, entre uma sociedade de mercado puramente capitalista e outra, orientada tanto social quanto ecologicamente. Os países em desenvolvimento também necessitam de um exame de consciência em nível nacional.
Isso vale em toda parte: sempre que os dominadores oprimem os dominados, as instituições oprimem as pessoas, e o poder oprime o direito, é adequado haver resistência – pacífica, sempre que possível.
E. Ser verdadeiramente humano, no espírito de nossas grandes tradições religiosas e éticas, significa o seguinte:
• Ao invés de se usurpar o poder econômico e político, em meio a uma luta irrespeitosa pelo domínio, deve-se utilizá-lo para o serviço ao ser humano. Precisamos desenvolver um espírito de compaixão com os que sofrem e ter uma preocupação especial com os pobres, deficientes, idosos, fugitivos e solitários.
• Ao invés de um pensamento unicamente voltado ao poder e ao invés de uma política de poder desenfreada, é preciso fazer prevalecer o respeito mútuo em meio à inevitável concorrência que surge na disputa pelo poder, um equilíbrio razoável dos interesses, e uma predisposição para o respeito e a conciliação.
• Ao invés de um desejo insaciável por dinheiro, prestígio e consumo, é preciso reencontrar um novo senso de comedimento e humildade! Pois o ser humano entregue ao desejo perde sua “alma”, sua liberdade, seu desprendimento, sua paz interior e perde, com isso, o que o torna humano.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Declaração de Ética Mundial - parte VI


3. Compromisso com uma cultura da tolerância e uma vida de veracidade
Inúmeras pessoas, em todas as regiões e religiões, esforçam-se por viver também em nosso tempo uma vida de honestidade e veracidade. Ainda assim, há no mundo de hoje muito engodo e mentira, embuste e hipocrisia, ideologia e demagogia:
• políticos e homens de negócios que usam a mentira como instrumento de política e de êxito;
• meios de comunicação de massa que veiculam propaganda ideológica ao invés de informação veraz, que propagam desinformação e não informação, que rendem tributo a um cínico interesse comercial, ao invés de se manterem fiéis à verdade;
• cientistas e pesquisadores que se entregam a programas ideológicos ou políticos moralmente questionáveis ou a grupos de interesse econômico, e que justificam pesquisas lesivas a valores éticos fundamentais;
• representantes de religiões que degradam pessoas de outras religiões a uma condição de inferioridade e que propagam fanatismo e intolerância ao invés de respeito, compreensão mútua e tolerância.
A. Das grandes e antigas tradições éticas e religiosas da humanidade, porém, acolhemos o preceito: Não mentirás! Ou, dito de forma positiva: Fala e aje com veracidade! Recordemos uma vez mais as conseqüências desse antigo preceito: pessoa alguma, nem nenhuma instituição, estado, igreja ou comunidade religiosa têm o direito de dizer inverdades às pessoas.
B. Isso vale em especial:
• para os meios de comunicação de massa, aos quais felizmente se garante liberdade de informação, para que a verdade seja dita, e aos quais se atribui, portanto, em cada uma das sociedades, um posto de guarda: eles não estão acima da moral, mas permanecem comprometidos, em sua objetividade e honestidade, com a dignidade humana, os direitos humanos e os valores fundamentais. Eles não têm direito algum de invadir a esfera particular das pessoas, distorcer a realidade, nem manipular a opinião pública.
• para a arte, a literatura e a ciência, às quais se garante com razão a liberdade artística e acadêmica: elas não estão desvinculadas de parâmetros éticos gerais, mas devem se pôr a serviço da verdade.
• para os políticos e partidos políticos: se eles mentem descaradamente ao povo e tornam-se interna e externamente culpados pela manipulação da verdade, pela corrupção ou por uma política irrespeitosa de conquista do poder, põem em jogo a própria credibilidade e merecem a perda de seus postos e de seus eleitores.
Ao contrário, a opinião pública deve apoiar os políticos que ousam sempre dizer a verdade ao povo.
• finalmente, para os representantes das religiões: se eles incitam a preconceitos, ódio e hostilidade em relação a quem professa outras religiões, se apregoam o fanatismo, ou se até mesmo dão início ou legitimam guerras motivadas pela fé, então merecem condenação por parte dos seres humanos e a perda de seus seguidores.
Que ninguém se engane: não há paz mundial sem justiça mundial!
C. Por isso, os jovens já deveriam aprender na família e na escola a cultivar veracidade em seu pensamento, sua fala e sua ação. Todo ser humano tem direito à verdade e à veracidade. Tem o direito à informação e formação necessárias para poder tomar decisões fundamentais para sua vida. Sem uma orientação ética básica, a pessoa não logra distinguir entre o que seja importante ou desimportante. Em face da grande quantidade de informações com que a pessoa se defronta nos dias de hoje, parâmetros éticos podem prestar-lhe ajuda quando fatos estiverem sendo distorcidos, interesses, acobertados, quando certas tendências estiverem sendo cortejadas, ou opiniões sendo apresentadas como absolutas.
D. Ser verdadeiramente humano, no espírito de nossas grandes tradições religiosas e éticas, significa o seguinte:
• ao invés de confundir liberdade com arbitrariedade, e pluralismo com falta de critérios, fazer valer a verdade;
• ao invés de viver desonestidade, dissimulação e acomodação oportunista, cultivar o espírito de veracidade, também nas relações quotidianas de pessoa para pessoa;
• ao invés de divulgar meias verdades ideológicas ou partidárias, procurar sempre reiteradamente a verdade, em um espírito incorruptível de veracidade;
• ao invés de render tributo ao oportunismo, e uma vez conhecida a verdade, servi-la com confiança e constância.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Declaração de Ética Mundial - parte VII


4. Compromisso com uma cultura da igualdade de direitos e do companheirismo entre homem e mulher
Inúmeras pessoas, em todas as regiões e religiões, esforçam-se por viver no espírito de companheirismo entre homem e mulher, em prol de uma ação responsável nos campos do amor, da sexualidade e da família. Ainda assim, no mundo de hoje há por toda parte formas condenáveis de patriarcalismo, de dominação de um sexo sobre o outro, de exploração de mulheres e abuso sexual de crianças, de prostituição forçada. As diferenças sociais neste planeta levam não raramente a que sobretudo mulheres e mesmo crianças nos países menos desenvolvidos vejam-se forçadas a fazer uso da prostituição como meio na luta pela sobrevivência.
A. Das grandes e antigas tradições éticas e religiosas da humanidade, porém, acolhemos o preceito: Não serás incasto! Ou, dito de forma positiva: Respeitai e amai uns aos outros! Recordemos uma vez mais as conseqüências desse antigo preceito: pessoa alguma tem o direito de degradar o outro a mero objeto de sua sexualidade, fazê-lo incidir ou mantê-lo em dependência sexual.
B. Condenamos a exploração sexual e a discriminação de gênero como uma das piores formas de humilhação do ser humano. Sempre que se apregoar a dominação de um sexo sobre o outro ou se tolerar a exploração sexual – tanto mais em nome de uma convicção religiosa –, e sempre que se fomentar a prostituição ou se abusar sexualmente de crianças, cabe opor-se a isso. Que ninguém se engane: não há verdadeira humanidade sem um convívio pautado pelo companheirismo!
C. Por isso, os jovens já deveriam aprender na família e na escola que a sexualidade não é uma força negativa-destruidora ou explorativa, mas sim uma força criadora e formadora. Sua função é afirmar a vida e criar comunidade; e ela só pode se desenvolver quando estiver sendo vivenciada a responsabilidade pela felicidade também do companheiro.
D. A relação entre homem e mulher não deveria ser determinada pela tutela ou pela exploração, mas sim pelo amor, companheirismo e confiança. Prazer sexual e plenitude humana não são idênticos. A sexualidade deve ser expressão e confirmação de uma relação amorosa vivida com companheirismo.
Algumas tradições religiosas também conhecem o ideal da renúncia ao desenvolvimento da sexualidade. A renúncia voluntária também pode ser expressão de identidade e plenificação de sentido.
E. A instituição social do matrimônio, mesmo diante de todas as diferenças culturais e religiosas, é caracterizada pelo amor, fidelidade e duração. Ela quer e deve garantir a homens, mulheres e crianças proteção e apoio mútuo, bem como assegurar seus direitos.
Em todos os países e culturas é preciso empenhar-se por condições econômicas e sociais que possibilitem uma existência humanamente digna do casamento, da família, e em especial das pessoas idosas. As crianças têm direito à educação. Nem os pais devem aproveitar-se dos filhos, nem os filhos, dos pais; seu relacionamento deve ser sustentado, sim, pelo respeito, reconhecimento e cuidado mútuo.
F. Ser verdadeiramente humano, no espírito de nossas grandes tradições religiosas e éticas, significa o seguinte:
• ao invés de dominação ou humilhação, que são expressões de violência e freqüentemente geram reações violentas, cultivar respeito, compreensão, companheirismo;
• ao invés de toda forma de desejo sexual possessivo ou de abuso sexual, cultivar respeito mútuo, tolerância, conciliação, amor.
No plano das nações e religiões só se pode praticar o que já se vive no plano das relações pessoais e familiares.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Declaração de Ética Mundial - parte VIII



IV. Mudança de consciência
Todas as experiências históricas demonstram: não se pode mudar nosso planeta sem que se chegue a mudanças de consciência no indivíduo e na opinião pública. Isso já se evidenciou em questões como guerra e paz, economia e ecologia, que passaram por mudanças fundamentais nas últimas décadas. Tais mudanças também devem ser alcançadas em vista da ética! Todo indivíduo possui não apenas uma dignidade intocável e direitos inalienáveis; ele tem também uma responsabilidade irrefutável pelo que faz ou deixa de fazer. Todas as nossas decisões e atos, assim como nossas conquistas e fracassos, têm conseqüências. Manter viva essa responsabilidade, aprofundá-la e transmiti-la para as gerações futuras – eis aí uma importante incumbência das religiões. Quanto a isso, mantemo-nos realistas no que diz respeito ao que já se alcançou nesse consenso, e instamos para que se observe o seguinte:
1. É difícil obter um consenso universal para muitas questões éticas específicas e polêmicas (desde a bioética e a ética sexual, a ética da ciência e dos meios de comunicação, até a ética econômica e do Estado). Contudo, no espírito dos princípios comuns aqui desenvolvidos, deveriam ser encontradas soluções objetivas também para muitas das questões que permanecem polêmicas até o momento.
2. Em muitos campos da vida já se despertou uma nova consciência para a responsabilidade ética. Consideramos louvável, portanto, que o maior número possível de classes profissionais, como os médicos, cientistas, comerciantes, jornalistas e políticos, elaborem códigos de ética capazes de oferecer diretrizes concretas para questões provocativas de seu respectivo meio profissional.
3.
Instamos sobretudo com as comunidades de fé em particular para que formulem sua ética específica: o que cada uma das tradições de fé tem a dizer sobre o sentido da vida e da morte, sobre suportar o sofrimento e perdoar a culpa, sobre a entrega abnegada e a necessidade de renúncia, sobre compaixão e alegria. Tudo isso contribuirá para aprofundar, especificar e concretizar a ética mundial que já se reconhece nesse momento.
Por fim, apelamos a todos os habitantes de nosso planeta: não se pode mudar nossa Terra para melhor sem que se mude a consciência do indivíduo.
Pronunciamo-nos em favor de uma mudança individual e coletiva da consciência, em favor de um despertar de nossas forças espirituais por meio da reflexão, meditação, oração e pensamento positivo, e em favor de uma conversão dos corações. Juntos podemos mover montanhas! Sem riscos e disposição ao sacrifício não haverá mudança de base em nossa situação! Por isso comprometemo-nos com uma ética mundial: com uma maior compreensão mútua, e com formas de vida compatíveis com as dinâmicas sociais, promotoras da paz e benéficas à natureza.
Convidamos todos os seres humanos, religiosos ou não, a fazer o mesmo!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Será que Deus é culpado?

Finalmente a verdade é dita na TV Americana. A filha de Billy Graham estava sendo entrevistada no Early Show e Jane Clayson perguntou a ela:

'Como é que Deus teria permitido algo horroroso assim acontecer no dia 11 de setembro?'
Anne Graham deu uma resposta profunda e sábia:

'Eu creio que Deus ficou profundamente triste com o que aconteceu, tanto quanto nós.
Por muitos anos temos dito para Deus não interferir em nossas escolhas, sair do nosso governo e sair de nossas vidas.

Sendo um cavalheiro como Deus é, eu creio que Ele calmamente nos deixou.
Como poderemos esperar que Deus nos dê a sua benção e a sua proteção se nós exigimos que Ele não se envolva mais conosco?'

À vista de tantos acontecimentos recentes; ataque dos terroristas, tiroteio nas escolas, etc...

Eu creio que tudo começou desde que Madeline Murray O'hare (que foi assassinada), se queixou de que era impróprio se fazer oração nas escolas Americanas como se fazia tradicionalmente, e nós concordamos com a sua opinião.

Depois disso, alguém disse que seria melhor também não ler mais a Bíblia nas escolas...
A Bíblia que nos ensina que não devemos matar, roubar e devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. E nós concordamos com esse alguém.

Logo depois o Dr.. Benjamin Spock disse que não deveríamos bater em nossos filhos quando eles se comportassem mal, porque suas personalidades em formação ficariam distorcidas e poderíamos prejudicar sua auto estima (o filho dele se suicidou) e nós dissemos:

'Um perito nesse assunto deve saber o que está falando'.
E então concordamos com ele.

Depois alguém disse que os professores e diretores das escolas não deveriam disciplinar nossos filhos quando se comportassem mal. Então foi decidido que nenhum professor poderia tocar nos alunos...(há diferença entre disciplinar e tocar).

Aí, alguém sugeriu que deveríamos deixar que nossas filhas fizessem aborto, se elas assim o quisessem. E nós aceitamos sem ao menos questionar.

Então foi dito que deveríamos dar aos nossos filhos tantas camisinhas, quantas eles quisessem para que eles pudessem se divertir à vontade. E nós dissemos: 'Está bem!'

Então alguém sugeriu que imprimíssemos revistas com fotografias de mulheres nuas, e disséssemos que isto é uma coisa sadia e uma apreciação natural do corpo feminino.

Depois uma outra pessoa levou isso um passo mais adiante e publicou fotos de Crianças nuas e foi mais além ainda, colocando-as à disposição da internet. E nós dissemos:

'Está bem, isto é democracia, e eles têm o direito de ter liberdade de se expressar e fazer isso'.

Agora nós estamos nos perguntando por que nossos filhos não têm consciência e porque não sabem distinguir o bem e o mal, o certo e o errado; Porque não lhes incomoda matar pessoas estranhas ou seus próprios colegas de classe ou a si próprios...

Provavelmente, se nós analisarmos seriamente, iremos facilmente compreender: Nós colhemos só aquilo que semeamos!!!

Uma menina escreveu um bilhetinho para Deus:
'Senhor, porque não salvaste aquela criança na escola?'
A resposta dele:
'Querida criança, não me deixam entrar nas escolas!!!'

É triste como as pessoas simplesmente culpam a Deus e não entendem porque o mundo está indo a passos largos para o inferno. É triste como cremos em tudo que os Jornais e a TV dizem, mas duvidamos do que a Bíblia, ou do que a sua religião, que você diz que segue ensina. É triste como alguém diz:
'Eu creio em Deus'.
Mas ainda assim segue a satanás, que, por sinal,também 'Crê' em Deus. É engraçado como somos rápidos para julgar mas não queremos ser julgados!

Como podemos enviar centenas de piadas pelo e-mail, e elas se espalham como fogo, mas, quando tentamos enviar algum e-mail falando de Deus, as pessoas têm medo de compartilhar e reenviá-los a outros!

É triste ver como o material imoral, obsceno e vulgar corre livremente na internet, mas uma discussão pública a respeito de Deus é suprimida rapidamente na escola e no trabalho.

É triste ver como as pessoas ficam inflamadas a respeito de Cristo no domingo, mas depois se transformam em cristãos invisíveis pelo resto da semana.
Texto recebido pela internet, sem a citação do autor
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sábado, 24 de janeiro de 2009

Você está despedido!


Você é diretor de uma indústria de geladeiras. O mercado vai de vento em popa e a diretoria decidiu duplicar o tamanho da fábrica. No meio da construção, os economistas americanos prevêem uma recessão, com grande alarde na imprensa. A diretoria da empresa, já com um fluxo de caixa apertado, decide, pelo sim, pelo não, economizar 20 milhões de dólares. Sua missão é determinar onde e como realizar esse corte nas despesas.
Esse é o resumo de um dos muitos estudos de caso que tive para resolver no mestrado de administração, que me marcou e merece ser relatado. O professor chamou um colega ao lado para começar a discussão. O primeiro tem sempre a obrigação de trazer à tona as questões mais relevantes, apontar as variáveis críticas, separar o joio do trigo e apresentar um início de solução.
"Antes de mais nada, eu mandaria embora 620 funcionários não essenciais, economizando 12 200 000 dólares. Postergaria, por seis meses os gastos com propaganda, porque nossa marca é muito forte. Cancelaria nossos programas de treinamento por um ano, já que estaremos em compasso de espera. Finalmente, cortaria 95% de nossos projetos sociais, afinal nossa sobrevivência vem em primeiro lugar". É exatamente isso que as empresas brasileiras estão fazendo neste momento, muitas até premiadas por sua "responsabilidade social".
Terminada a exposição, o professor se dirigiu ao meu colega e disse:
-Levante-se e saia da sala.
-Desculpe, professor, eu não entendi - disse John, meio aflito.
-Eu disse para sair desta sala e nunca mais voltar. Eu disse: PARA FORA! Nunca mais ponha os pés aqui em Harvard.
Ficamos todos boquiabertos e com os cabelos em pé.
Nem um suspiro. Meu colega começou a soluçar e, cabisbaixo, se preparou para deixar a sala. O silêncio era sepulcral. Quando estava prestes a sair, o professor fez seu último comentário:
-Agora vocês sabem o que é ser despedido. Ser despedido sem mostrar nenhuma deficiência ou incompetência, mas simplesmente porque um bando de prima-donas em Washington meteu medo em todo mundo. Nunca mais na vida despeçam funcionários como primeira opção. Despedir gente é sempre a última alternativa.
Aquela aula foi uma lição e tanto. É fácil despedir 620 funcionários como se fossem simples linhas de uma planilha eletrônica, sem ter de olhar cara a cara para as pessoas demitidas. É fácil sair nos jornais prevendo o fim da economia ou aumentar as taxas de juros para 25% quando não é você quem tem de despedir milhares de funcionários nem pagar pelas conseqüências. Economistas, pelo jeito, nunca chegam a estudar casos como esse nos cursos de política monetária.
Se você decidiu reduzir seus gastos familiares "só para se garantir", também estará despedindo pessoas e gerando uma recessão. Se todas as empresas e famílias cortarem seus gastos a cada previsão de crise, criaremos crises de fato, com mais desemprego e mais recessão. A solução para crises é reservas e poupança, poupança previamente acumulada.
O correto é poupar e fazer reservas públicas e privadas, nos anos de vacas gordas para não ter de despedir pessoas nem reduzir gastos nos anos de vacas magras, conselho milenar. Poupar e fazer caixa no meio da crise é dar um tiro no pé. Demitir funcionários contratados a dedo, talentos do presente e do futuro, é suicídio.
Se todos constituíssem reservas, inclusive o governo, ninguém precisaria ficar apavorado, e manteríamos o padrão de vida, sem cortar despesas. Se a crise for maior que as reservas, aí não terá jeito, a não ser apertar o cinto, sem esquecer aquela memorável lição: na hora de reduzir custos, os seres humanos vêm em último lugar.
Stephen Kanitz
Artigo Publicado na Revista Veja, edição 1726, ano 34, nº45, 14 de Novembro de 2001.
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Gente Fina



Gente fina é aquela que é tão especial que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa.
Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação. Todos a querem por perto. Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões quando necessário.
É simpática, mas não bobalhona. É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados: sabetransgredir sem agredir.
Gente fina é aquela que é generosa, mas não banana. Te ajuda, mas permite que você cresça sozinho. Gente fina diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente, não é para agradar. Gente fina se sente confortável em qualquer ambiente: num boteco de beira de estrada e num castelo no interior da Escócia. Gente fina não julga ninguém - tem opinião, apenas.
Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera. O que mais se pode querer?
Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa. Não veio ao mundo pra colocar areia no projeto dos outros. Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra.
Gente fina é que tinha que virar tendência. Porque, colocando na balança, é quem faz a diferença.
Martha Medeiros

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Direção do Sol


Tome a tua vida em tuas mãos,
e não entregue a direção dela a ninguém.
Por mais que te amem, por mais que desejem, o teu bem,
só você é capaz de sentir o que realmente sente,
e aquilo que você passa de impressão para os outros,
nem sempre corresponde ao que vai na sua alma.
Quantas vezes você já sorriu para disfarçar uma lágrima teimosa?
Quantas vezes quis gritar e sufocou o pranto? Quantas vezes quis sair correndo de algum lugar
e ficou por educação, respeito ou medo?
Quantas vezes desejou apenas um beijo,
e ficou com a boca seca esperando o que não veio?
Quantas vezes tudo o que você desejou era apenas um abraço.
Um consolo, uma palavra amiga e só recebeu ingratidão?
Quantos passos foram necessários para chegar até onde você chegou?
Quantos sabem dar o valor que você realmente merece?
Criticar é fácil, mas usar o seu sapato ninguém quer,
vestir as suas dores ninguém quer,
saber dos seus problemas,
só se for por curiosidade,
por isso, não entregue a sua vida nas mãos de ninguém,
nada de acreditar que sem essa ou aquela pessoa,
você não vai viver...Vai viver sim, o mundo continua girando,
e se você deixar, pode te trazer algo muito melhor.
Pegue a direção da sua vida e aponte rumo ao Sul,
lá onde a placa diz "caminho do sol",
bem na curva da felicidade, que te espera
sem pressa, para viver com amor e intensidade,
a paz, a harmonia e a felicidade.

Paulo Roberto Gaefke

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Inocência?


Inocência perdida das canções de ninar (Hélio Consolaro*)
Recebi de Manuel Raimundo de Souza Jr., o Nezito, que mora em São Paulo, o texto de uma notícia interessante veiculada pela rádio CBN.
Outro e-mail atribui a autoria do texto à poetisa de Araçatuba Vilmara Bello, que mora em Londres.
Hoje me contentarei em reproduzir o conteúdo do e-mail, no outro domingo, retomarei ao assunto. Se você, caro leitor, tiver algum comentário a fazer me escreva. Título: A inocência perdida das canções de ninar (Texto publicado no Boletim da rádio CBN, em 2 de outubro de 2003).
Eu, uma brasileira morando nos Estados Unidos da América, para ajudar no orçamento estou fazendo “bico” de babá e estudo. Ao cuidar de uma das meninas, cantei “Boi da cara preta” para ela, antes dela dormir. Ela adorou e essa passou a ser a música que ela sempre pede para eu cantar ao colocá-la para dormir.
Antes de adotarmos o “boi, boi, boi” como canção de ninar, a canção que cantávamos (em Inglês) dizia algo como: Boa noite, linda menina, durma bem./ Sonhos doces venham para você,/ Sonhos doces por toda noite”... (Que lindo!).
Eis que um dia Mary Helen me pergunta o que as palavras em português da música “Boi da cara preta” queriam dizer em inglês: “Boi, boi, boi, boi da cara preta,/ pega essa menina que tem medo de careta...”/ Como eu ia explicar para ela e dizer que, na verdade, a música “Boi da cara preta” era uma ameaça, era algo como “dorme logo, senão o boi vem te comer”? Como explicar que eu estava tentando fazer com que ela dormisse com uma música que incita um bovino de cor negra a pegar uma cândida menina?
Claro que menti para ela, mas comecei a pensar em outras canções infantis, pois não me sentiria bem ameaçando aquela menina com um temível boi toda noite... Que tal... “nana neném que a cuca vai pegar...” Caramba... outra ameaça! Agora com um ser ainda mais maligno que um boi preto!
Depois de uma frustrante busca por uma canção infantil do folclore brasileiro que fosse positiva e de uma longa reflexão, eu descobri toda a origem dos problemas do Brasil. O problema do Brasil é que a sua população em geral tem uma auto-estima muito baixa. Isso faz com que os brasileiros se sintam sempre inferiores e ameaçados, passivos o suficiente para aceitar qualquer tipo de extorsão e exploração, seja interna ou externa.
Por que isso acontece? Trauma de infância! Trauma causado pelas canções da infância. Vou explicar: nós somos ameaçados, amedrontados, encaramos tragédias desde o berço! Por isso levamos tanta porrada da vida e ficamos quietos.
Exemplificarei minha tese: Atirei o pau no gato-tô-tô/ Mas o gato-tô-tô não morreu-reu-reu / Dona Chica-ca-ca admirou-se-se/ Do berrô, do berrô que o gato deu/ Miaaau! Esse clássico do cancioneiro infantil é uma demonstração clara de falta de respeito aos animais (pobre gato) e crueldade. Por que atirar o pau no gato, essa criatura tão indefesa? E para acentuar a gravidade, ainda relata o sadismo dessa mulher sob a alcunha de “D. Chica”. Uma vergonha! Eu sou pobre, pobre, pobre,/ De marré, marré, marré. Eu sou pobre, pobre, pobre,/ De marré de si./ Eu sou rica, rica, rica,/ De marré, marré, marré./ Eu sou rica, rica, rica, De marré de si. Colocar a realidade tão vergonhosa da desigualdade social em versos tão doces!! É impossível não lembrar do seu amiguinho rico da infância com um carrinho de controle remoto, e você brincando com seu carrinho de plástico?
Vem cá, Bitu! vem cá, Bitu!/ Vem cá, meu bem, vem cá! Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá!/ Tenho medo de apanhar./ Quem é o adulto sádico que criou essa rima? No mínimo ele espancava o pobre Bitu... Marcha soldado,/ cabeça de papel!/ Quem não marchar direito,/ Vai preso pro quartel. De novo: ameaça. Ou obedece ou se dana. Não é à toa que brasileiro admite tudo de cabeça baixa... A canoa virou,/ Quem deixou ela virar,/ Foi por causa da fulana/ Que não soube remar.
Ao invés de incentivar o trabalho de equipe e o apoio mútuo, as crianças brasileiras são ensinadas a dedurar e condenar um semelhante. Bate nele, mãe! Samba-lelê tá doente,/ Tá com a cabeça quebrada./ Samba-lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A pessoa, conhecida como Samba-lelê, encontra-se com a saúde debilitada, necessita de cuidados médicos, mas, ao invés de compaixão e apoio, a música diz que ela precisa de palmadas! Acho que o Samba-lelê deve ser irmão do Bitu... O anel que tu me deste/ Era vidro e se quebrou./ O amor que tu me tinhas/ Era pouco e se acabou... Como crescer e acreditar no amor e no casamento depois de ouvir essa passagem anos a fio? O cravo brigou com a rosa/ Debaixo de uma sacada;/ O cravo saiu ferido/ E a rosa despedaçada./ O cravo ficou doente,/ A rosa foi visitar;/ O cravo teve um desmaio, A rosa pôs-se a chorar. Desgraça, desgraça, desgraça! E ainda incita a violência conjugal (releie a primeira estrofe).
Precisamos lutar contra essas lembranças, meus amigos! Nossos filhos merecem um futuro melhor!
*Hélio Consolaro é professor de Português, cronista diário da Folha da Região e presidente da Academia Araçatubense de Letras.
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Árvores Generosas


A gratidão é uma rara virtude. É comum as pessoas guardarem mágoas por muitos anos de coisas desagradáveis que vivenciaram. Mas se esquecem, com rapidez, das dádivas que lhes foram ofertadas, ao longo da vida.
Isso nos recorda de uma história simples e fantasiosa, que chegou a ser tema de um filme de curta-metragem, chamado A árvore generosa.
É a história de uma árvore que se apaixona por um garoto. Moleque, ele se balançava nos seus galhos. Colocou um balanço e imaginava voar, balançando-se sempre mais alto, mais alto. Subia nela, até o topo, para ver à distância, imaginando que a árvore era um navio e ele estava em alto mar, à busca de terras a serem descobertas.
Na temporada das frutas, ele se servia das maçãs, deliciando-se com elas. Cansado, dormia à sua sombra. Eram dias felizes e sem preocupações. A árvore gostava muito dessa época.
O menino cresceu e se tornou um rapaz. Agora, por mais que a árvore o convidasse para brincar, ele não ouvia. Seu interesse era angariar dinheiro, muito dinheiro. A árvore generosa lhe disse, um dia: Apanhe minhas maçãs e as venda. O jovem aceitou a sugestão e a árvore ficou feliz.
Por um largo tempo, ela não o viu. Ele se transferiu para outros lugares, viajou, angariou fama e fortuna. Quando ela o viu, outra vez, sorriu, feliz e o convidou para brincar. Contudo, ele agora era um homem maduro. Estava cansado do mundo. Preocupações lhe enrugavam a testa. Tantos eram os problemas que nem ouviu o coração da árvore bater mais forte quando ele se encostou, de corpo inteiro, à sua sombra, para pensar. Queria sumir, desaparecer, desejando em verdade fugir dos problemas.
A árvore generosa lhe sussurrou aos ouvidos e agora ele ouviu: Derrube-me ao chão, pegue meu tronco e faça um barco para você. Faça uma viagem, navegando nele. Ele aceitou a sugestão e a árvore tornou a se sentir feliz.
Muitos anos se passaram. Verões de intenso calor, primaveras de flores, invernos de ventos e noites solitárias. Finalmente, o homem retornou. Estava velho e cansado demais para brincar, para sair em busca de riqueza ou para navegar pelos mares. A árvore lhe sugeriu: Amigo, fui cortada, já não tenho sombra. Sou somente um toco. Que tal sentar e descansar? O velho aceitou a sugestão e a árvore ficou feliz.
Fazendo uma retrospectiva de nossas vidas, comparando-as com a da árvore e do menino, é possível que nos identifiquemos em alguns pontos. Quantas árvores generosas tivemos na vida? Quantas nos deram parte delas para que crescêssemos e pudéssemos alcançar nossos objetivos? Quantas árvores generosas nos sustentaram nas horas difíceis, alimentando-nos com seus recursos? Foram muitas, muitas mesmo. Se as fôssemos enumerar todas, talvez não coubessem seus nomes em uma só folha de papel: pais, amigos, irmãos, vizinhos, colegas.
Por isso, essa é uma homenagem de gratidão a todas as árvores generosas dos nossos caminhos. A todos os que foram sustento, abrigo, aconchego, fortaleza.
Obrigado, amigos. Obrigado, Senhor da Vida.
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Como muitos, recebo diariamente mensagens via email, até mais que o normal, até porque muitos amigos sabendo do meu blog, procuram colaborar. O maior problema é que a maioria vem sem o autor. Normalmente faço uma pesquisa para descobrir e, poucas vezes obtenho sucesso.

Desta vez, porém, encontrei a origem do texto, ou no que ele se inspirou. Trata-se da obra "A árvore generosa", de Shel Siverstein. Clássico da literatura infantil, reeditado no mundo inteiro há 40 anos, ressurge no Brasil, na tradução do escritor Fernando Sabino.

É a imagem que postei junto com o texto.

Espero que tenham apreciado.

Carlos Roberto.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Bordado


O Prof. Damásio de Jesus é um dos maiores tratadistas do Direito Penal brasileiro, com incontáveis publicações na área Processual. Em novembro de 2002 ele escreveu isso:
"Quando eu era pequeno, minha mãe costurava muito. Eu me sentava no chão, brincando perto ela, e sempre lhe perguntava o que estava fazendo. Respondia que estava bordando.
Todo dia era a mesma pergunta e a mesma resposta. Observava seu trabalho de uma posição abaixo de onde ela se encontrava sentada e repetia:
- Mãe, o que a senhora está fazendo? Dizia-lhe que, de onde eu olhava, o que ela fazia me parecia muito estranho e confuso. Era um amontoado de nós, e fios de cores diferentes, compridos, curtos, uns grossos e outros finos. Eu não entendia nada. Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente me explicava:
- Filho, saia um pouco para brincar e quando terminar meu trabalho eu chamo você e o coloco sentado em meu colo. Deixarei que veja o trabalho da minha posição.
Mas eu continuava a me perguntar lá de baixo:
- Por que ela usava alguns fios de cores escuras e outros claros?
- Por que me pareciam tão desordenados e embaraçados?
- Por que estavam cheios de pontas e nós?
- Por que não tinham ainda uma forma definida?
- Por que demorava tanto para fazer aquilo?
Um dia, quando eu estava brincando no quintal, ela me chamou:
- Filho, venha aqui e sente em meu colo.
Eu sentei no colo dela e me surpreendi ao ver o bordado. Não podia crer! Lá de baixo parecia tão confuso! E de cima vi uma paisagem maravilhosa! Então minha mãe me disse:
- Filho, de baixo, parecia confuso e desordenado porque você não via que na parte de cima havia um belo desenho. Mas, agora, olhando o bordado da minha posição, você sabe o que eu estava fazendo. Muitas vezes, ao longo dos anos, tenho olhado para o céu e dito:
- Pai, o que estás fazendo? Ele parece responder:
- Estou bordando a sua vida, filho.
E eu continuo perguntando:
- Mas está tudo tão confuso.... Pai, tudo em desordem. Há muitos nós, fatos ruins que não terminam e coisas boas que passam rápido.
- O Pai parece me dizer: 'Meu filho, ocupe-se com seu trabalho, descontraia-se, confie em Mim e... Eu farei o meu trabalho. Um dia, colocarei você em meu colo e então vai ver o plano da sua vida da minha posição.'
Muitas vezes não entendemos o que está acontecendo em nossas vidas. As coisas são confusas, não se encaixam e parece que nada dá certo. É que estamos vendo o avesso da vida! Do outro lado, Deus está bordando..."
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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Cachorro velho


Uma velha senhora foi para um safari na África e levou seu velho vira-lata com ela. Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido.
Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço. O cachorro velho pensa: - "Oh, oh! Estou mesmo enrascado! Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador. Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto:
- Cara, este leopardo estava delicioso! Será que há outros por aí?
Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores.
- Caramba! pensa o leopardo, essa foi por pouco! O velho vira-lata quase me pega!
Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum...
E assim foi, rápido, em direção ao leopardo. Mas, o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa:
- Aí tem coisa!
O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo. O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz:
- "Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!"
Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:
- E agora, o que é que eu posso fazer? Mas, em vez de correr (sabe que suas pernas doídas não o levariam longe...), o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão diz:
- "Cadê o safado daquele macaco? Estou com fome! Eu o mandei buscar outro leopardo para mim!"
Moral da história: Não mexa com cachorro velho... idade e habilidade se sobrepõem à juventude e intriga.
Recebido por email sem a autoria.
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Amor e medo

Este texto é mais lindo ainda que o anterior. O original está publicado na página da Geocities (clicando no título será levado diretamente à ela).
Ele é atribuído a Osho, um dos grandes seres iluminados que tivemos a graça (como seres humanos) de conviver.
Aprecie a leitura!

Todo amor começa de um jeito romântico. Um homem se enamora de uma mulher porque gosta do modo como ela anda, da sua voz, do seu jeito.
E por coisas tão pouco essenciais, as pessoas se apaixonam: o formato do nariz, a proporção do corpo, os seus olhos.
Entretanto, quando as pessoas ficam juntas, suas realidades entram em conflito.
Uma das coisas básicas a se compreender é que você ama uma pessoa porque ela é o que você não é, ela tem o que você não tem.
Você queria ser rico porque era pobre. Todo o desejo de ficar rico era por causa de sua pobreza. Ou, de outra forma, se você está com fome, fica obcecado por comida. Mas quando seu estômago está cheio, quem pensa mais em comida?
O mesmo acontece com o que você chama de amor.
O problema é que, embora ambos se sentissem atraídos um pelo outro, na realidade eram desconhecidos um para o outro.
Na verdade, se o amor existe, você passa a amar ainda mais a pessoa na medida que a conhece. O amor cresce ainda mais a medida que você a conhece.
Mas não estou dizendo que a pessoa deva se apegar. O apego traz o medo. O medo de perder a pessoa amada, o medo de perder o controle.
O amor e o medo são pólos opostos. Se existir medo, haverá menos amor. Se não houver o medo, haverá mais amor.
Se você amar de verdade, não se preocupará em perder a pessoa amada ou em controlá-la. Você deixará fluir, não terá medo de se fundir, não terá medo da vida. Não terá medo da felicidade.
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Medo ou Amor?


Assim como dois caminhos não podem ser seguidos ao mesmo tempo por uma única pessoa, duas escolhas sobre um mesmo tema não podem ser feitas.
Aquele que vai à guerra por sentir-se cumprindo seu dever patriota, não pode, ao mesmo tempo, ficar ao lado da esposa e de sua família.
Quem escolhe continuar, não pode, simultaneamente permanecer. A vida é uma constante troca de uma coisa por outra e é importante aceitar isso.
Quando o caminho bifurca e o destino faz uma pergunta, qual a melhor escolha? Em qualquer espaço ou tempo, pergunte-se: "O que o amor faria?"A resposta a esta pergunta poderá tirar-lhe do ardor de diversas consequências advindas de uma escolha mal feita. O amor cabe em qualquer lugar e hora, permanecendo como a mais acertada forma de ser e fazer feliz.
Qualquer outra escolha que não seja por amor, certamente será por medo. Você está se perguntando: "Medo?".Se o medo de perder o que nem é seu se chama ciúme, o amor ao direito de simplesmente escolher estar ao lado chama-se liberdade.
Se o medo de admitir que você também erra chama-se rancor, a amorosa visão de que ninguém é melhor que ninguém chama-se perdão. Se formos pensar, tudo o que não nos faz bem são medos disfarçados e tudo o que nos torna melhores e felizes é o amor.
Medo de si mesmo é não gostar-se e aí, é bom saber que você pode reinventar-se a todo momento.
Amor por si mesmo é gostar-se e aí, a energia contagiante de fazer com que todos ao seu redor sintam-se atraídos por você, chama-se auto-estima.
O que você tem escolhido? Na hora de viajar, por exemplo, pergunte-se: Estou deixando de ir por medo, estou indo por medo, estou ficando por amor ou estou indo por amor?
E lembre-se, amor é algo que só pode existir, quando antes existe por você próprio. Ame-se mais para amar mais. Não ama, apenas acha que ama, aquele que diz que ama mas nem sabe o que é amor próprio.
Medo ou amor?
A escolha é sua e cada segundo de sua vida lhe perguntará isso.
(Recebido por email e o autor seria Victor Chaves)
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O porco e o cavalo

Um fazendeiro colecionava cavalos e só faltava uma determinada raça. Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha este determinado cavalo. Assim, ele atazanou seu vizinho até conseguir comprá-lo.
Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário: - Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu retornarei e caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.
Neste momento, o porco escutava toda a conversa. No dia seguinte deram o medicamento e foram embora. O porco se aproximou do cavalo e disse : - Força amigo ! Levanta daí, senão você será sacrificado!
No segundo dia, deram o medicamento e foram embora. O porco se aproximou do cavalo e disse: - Vamos lá amigão, levanta senão você vai morrer! Vamos lá, eu te ajudo a levantar... Upa!
No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse: - Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos. Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo e disse: - Cara, é agora ou nunca, levanta logo! Coragem! Upa! Upa! Isso, devagar! Ótimo, vamos, um, dois, três, legal, legal, agora mais depressa vai... Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!! Você venceu, Campeão!
Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e gritou: - Milagre! O cavalo melhorou. Isso merece uma festa... 'Vamos matar o porco!'
Isso acontece com freqüência no ambiente de trabalho. Ninguém percebe, quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso. Saber viver sem ser reconhecido é uma arte. Se algum dia alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se: Amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic.
Procure ser uma pessoa de valor, em vez de ser uma pessoa de sucesso!

Recebi pelo email sem a citação do autor.

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A crise


Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorros quentes. Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia bons cachorros quentes.
Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava.
As vendas foram aumentando e, cada vez mais, ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender uma grande quantidade de fregueses.
O negócio prosperava ... seu cachorro quente era o melhor de toda região!
Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola para o filho. O menino cresceu e foi estudar economia numa das melhores faculdades do país.
Finalmente, já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vidinha de sempre e teve uma séria conversa com ele :
- pai, então você não ouve radio? Você não vê televisão e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso país é crítica. Está tudo ruim. O Brasil vai quebrar.
Depois de ouvir as considerações do filho doutor, o pai pensou: bem, se meu filho que estudou economia, lê jornais , vê televisão, acha isto, então só pode estar com a razão.
Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, pior) e começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, piores). Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada. Abatido pela noticia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.
Tomadas essas "providências", as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis. O negócio de cachorros quentes do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar economia na melhor escola, quebrou.
O pai, triste, então falou para o filho:
- "você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise."
E comentou com os amigos, orgulhoso:
- "Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar economia, ele me avisou da crise ..."
Grande lição:
"vivemos em um mundo contaminado por más notícias e, se não tomarmos o devido cuidado, elas nos influenciarão a ponto de roubarem a prosperidade de nossas vidas."
(Desconheço a autoria)
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domingo, 11 de janeiro de 2009

Decidi Triunfar


E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...
Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.
Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.
Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.
Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.
Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de superá-las.
Naquele dia, descobri que eu não era o melhor E que talvez eu nunca tenha sido.
Deixei de me importar com quem ganha ou perde.
Agora, me importa simplesmente saber melhor o que fazer.
Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir.
Aprendi que o melhor triunfo que posso ter é ter o direito de chamar a alguém de "Amigo".
Descobri que o amor é mais que um simples estado e enamoramento, "o amor é uma filosofia de vida".
Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser a minha própria tênue luz deste presente.
Aprendi que de nada serve ser luz se não vai iluminar o caminho dos demais.
Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...
Naquele dia, aprendi que os sonhos são somente para fazer-se realidade.
E desde aquele dia já não durmo para descansar...Agora simplesmente durmo para sonhar.
(Texto encontrado na Internet onde o autor seria Walt Disney)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Reinvente-se!


Por Airton Luiz Mendonça (Artigo do jornal o Estado de São Paulo)
O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo. Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea. Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: Nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processarconscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.
Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente. Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.
Como acontece?
Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência). Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa... São apagados de sua noção de passagem do tempo... Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida. Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir-as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década. Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... ROTINA
Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos. Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque). Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.
Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugarquente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.
Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia). Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais. Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.
Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente. Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes. Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. Seja diferente.
Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos..... em outras palavras...... V-I-V-A !!!
Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo. E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.
Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes. Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.
E S CR EVA em tAmaNhos diFeRenTes e em CorES di f E rEn tEs !
CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVETE...V I V A!!!

Filhos – Manual do proprietário


Certa vez, participando de um encontro, o palestrante fez a seguinte pergunta para uma plateia de pais, todos com mais de 40 anos: Quem dos presentes obedecia aos pais só com um olhar? Absolutamente todos ergueram as mãos. Em seguida veio outra pergunta
por Denisa Puggina*
Quantos dos que levantaram as mãos têm filhos que fazem a mesma coisa? Imobilidade geral e algumas risadas.
Fomos criados com autoritarismo, o que não tem mais espaço atualmente. Mas, hoje, nos perdemos no exercício da autoridade.
Esperamos um redentor que nos console, tranquilize e absolva perante uma realidade que nos entorpece. Procuramos atabalhoadamente a solução sem buscar a compreensão do problema.
Paralisados pelo medo, fazemos o que não devemos: transferimos nossa responsabilidade de educadores para a escola. Buscamos para nossos filhos uma espécie de assistência técnica, como fazemos com os automóveis. Vã tentativa de justificar nossa incompetência.
Filho não nasce com Manual de Proprietário, infelizmente. Precisamos criar uma ordem moral e íntegra dentro de nós, que transformada em ação, sirva de exemplo. Nossos filhos são muito observadores e percebem com facilidade quando pregamos uma coisa e fazemos outra. Nossa incoerência é devastadora quando pretendemos educar.
Se nosso objetivo é ser exemplo, não precisamos de professor, guia espiritual, bafômetro, ou qualquer outro instrumento externo. Ao compreendermos nossa incongruência entre o pensar e agir, não estaremos resolvendo apenas nossos próprios desafios, mas ajudando também a solução dos problemas sociais.
Ouvimos muitas vezes pais dizendo que são “amigos” dos filhos. Nossos filhos não querem que sejamos seus amigos, eles já os têm. Querem que sejamos seus pais, seus educadores. Porque amor de pai é diferente. Tem que sinalizar o certo e o errado, não pode ser complacente, tem que dar colo e castigo, alimento para o corpo e para o espírito. Pai sofre junto, faz curativo, fica acordado de madrugada até ouvir o bendito barulho da chave. Pai olha boletim, vai a reunião na escola, fica orgulhoso com o sucesso e triste com o fracasso. Que amigo faz isso?
As férias estão aí. Permaneceremos mais tempo ao lado de nossos filhos. Aproveitemos para resgatar o que perdemos durante a pressa do ano que terminou. Sem regras e sem condicionamentos, porque cada filho tem sua própria história, apenas escutando nosso coração, conheceremos a verdade. E, na verdade, pura e íntegra está a arte de educar que deixa de ser tarefa para se tornar missão.
*Denisa Puggina é cirurgiã-dentista
Fonte: Zero Hora, Porto Alegre, RS - 05 01 2009
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Através do caminho


Impossível atravessar a vida ... Sem que um trabalho saia mal feito, sem que uma amizade cause decepção, sem padecer com alguma doença, sem que um amor nos abandone, sem que ninguém da família morra, sem que a gente se engane em um negócio.

Esse é o custo de viver. O importante não é o que acontece, mas, como você reage.

Você cresce... Quando não perde a esperança, nem diminui a vontade, nem perde a fé. Quando aceita a realidade e tem orgulho de vivê-la. Quando aceita seu destino, mas tem garra para mudá-lo. Quando aceita o que deixa para trás, construindo o que tem pela frente e planejando o que está por vir.

Cresce quando supera, se valoriza e sabe dar frutos.
Cresce quando abre caminho, assimila experiências... E semeia raízes….

Cresce quando se impõe metas, Sem se importar com comentários, nem julgamentos quando dá exemplos, sem se importar com o desdém, quando você cumpre com seu trabalho.
Cresce quando é forte de caráter, sustentado por sua formação, sensível por temperamento... E humano por nascimento!
Cresce quando enfrenta o inverno mesmo que perca as folhas, colhe flores mesmo que tenham espinhos e marca o caminho mesmo que se levante o pó.
Cresce quando é capaz de lidar com resíduos de ilusões. É capaz de perfumar-se com flores... E se elevar por amor!
Cresce ajudando a seus semelhantes, conhecendo a si mesmo e dando à vida, mais do que recebe.
E assim se cresce…

Texto atribuído a Susana Carizza

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domingo, 4 de janeiro de 2009

Prova de química


Prova de química - UFBA - Exercício de Lógica – EXCELENTE - Engenharia Química da UFBA
Pergunta feita por Professor(a) da matéria Termodinâmica, no curso de engenharia química da UFBA em sua prova final.Esse Professor é conhecido por fazer perguntas do tipo "Por que os aviões voam?" em suas provas finais. Sua única questão, nessa prova, foi:
"O inferno é exotérmico ou endotérmico?Justifique sua resposta."
Vários alunos justificaram suas opiniões baseadas na Lei de Boyle ou em alguma variante da mesma. Um aluno, entretanto, escreveu o seguinte:
"Primeiramente, postulemos que o inferno exista e que esse é o lugar para onde vão algumas almas. Agora postulamos que as almas existem, assim elas devem ter alguma massa e ocupam algum volume. Então um conjunto de almas também tem massa e também ocupa um certo volume. Então, a que taxa as almas estão se movendo para fora e a que taxa elas estão se movendo para dentro do inferno? Podemos assumir seguramente que, uma vez que uma alma entra no inferno, ela nunca mais sai de lá.
Por isso não há almas saindo. Para as almas que entram no inferno, vamos dar uma olhada nas diferentes religiões que existem no mundo e no que pregam algumas delas hoje em dia.
Algumas dessas religiões pregam que se você não pertencer a ela, você vai para o inferno... se você descumprir algum dos 10 mandamentos ou se desagradar a Deus você vai para o inferno. Como há mais de uma religião desse tipo e as pessoas não possuem duas religiões, podemos projetar que todas as almas vão para o inferno.
A experiência mostra que pouca gente respeita os 10 mandamentos. Com as taxas de natalidade e mortalidade do jeito que estão, podemos esperar um crescimento exponencial das almas no inferno.
Agora vamos olhar a taxa de mudança de volume no inferno. A Lei de Boyle diz que para a temperatura e a pressão no inferno serem as mesmas, a relação entre a massa das almas e o volume do inferno deve ser constante.
Existem, então, duas opções:
1) Se o inferno se expandir numa taxa menor do que a taxa com que as almas entram, então a temperatura e a pressão no inferno vão aumentar até ele explodir, portanto EXOTÉRMICO.
2) Se o inferno estiver se expandindo numa taxa maior do que a entrada de almas, então a temperatura e a pressão irão baixar até que o inferno se congele, portanto ENDOTÉRMICO.
Se nós aceitarmos o que a menina mais gostosa da UFBA me disse, no primeiro ano: "Só irei pra cama com você no dia que o inferno congelar", e levando-se em conta que AINDA NÃO obtive sucesso na tentativa de ter relações amorosas com ela, então a opção 2 não é verdadeira.
Por isso, o inferno é exotérmico."
O aluno tirou 10 na prova.
CONCLUSÕES:
"A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original." (Albert Einstein)
"A imaginação é muito mais importante que o conhecimento" (AlbertEinstein)
"Um raciocínio lógico leva você de A a B. A imaginação leva você a qualquer lugar que você quiser" (Albert Einstein).
Recebi pelo email sem a citação do autor.
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Conselho de pai

CONSELHO DO PAI: NUNCA SE ESQUEÇA DOS AMIGOS E AMIGAS!
Um jovem recém casado estava sentado num sofá num dia quente e úmido, bebericando chá gelado durante uma visita ao seu pai. Ao conversarem sobre a vida, o casamento, as responsabilidades da vida, as obrigações da pessoa adulta, o pai remexia pensativamente os cubos de gelo no seu copo e lançou um olhar claro e sóbrio para seu filho.
- Nunca se esqueça de seus amigos, aconselhou! Serão mais importantes na medida em que você envelhecer. Independentemente do quanto você ame sua família, os filhos que porventura venham a ter, você sempre precisará de amigos. Lembre-se de ocasionalmente ir a lugares com eles; faça coisas com eles; telefone para eles...
Que estranho conselho! Pensou o jovem. Acabo de casar.Sou adulto. Com certeza minha esposa e a família que iniciaremos serão tudo que necessito para dar sentido à minha vida!
Contudo, ele obedeceu ao pai. Manteve contato com seus amigos e anualmente aumentava o número de amigos. Com o passar dos anos, ele foi compreendendo que seu pai sabia do que falava. Na medida em que o tempo e a natureza realizam suas mudanças e mistérios sobre um homem, amigos são baluartes de sua vida. Passados mais de 50 anos, eis o que ele nos relata:
O Tempo passa.
A vida acontece.
A distância separa.
As crianças crescem.
Os empregos vão e vêem.
O amor fica mais frouxo.
As pessoas não fazem o que deveriam fazer.
O coração se rompe.
Os pais morrem.
Os colegas esquecem os favores.
As carreiras terminam.
MAS... os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo e quantos quilômetros estão entre vocês.
Um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você, intervindo em seu favor e esperando você de braços abertos, abençoando sua vida! Quando iniciamos esta aventura chamada VIDA, não sabíamos das incríveis alegrias ou tristezas que estavam adiante. Nem sabíamos o quanto precisaríamos uns dos outros.
Recebido pelo email sem a citação do autor
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