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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Utilitarismo



Corrente filosófica surgida no século XVIII, na Inglaterra, que afirma a utilidade como o valor máximo no qual a elaboração de uma ética deve fundamentar-se. Jeremy Bentham criou, na primeira metade do século XIX, o termo utilitarian, como uma designação do conteúdo central de sua doutrina. Contudo, foi Stuart Mill quem, pela primeira vez, empregou o termo utilitarianism, ao propor a fundação de uma Sociedade Utilitarista (Utilitarian Society).

O utilitarismo baseia-se na compreensão empírica de que os homens regulam suas ações de acordo com o prazer e a dor, perpetuamente tentando alcançar o primeiro e escapar à segunda. Deste modo, uma moral que possa abarcar efetivamente a natureza humana precisa voltar-se para este fato, conduzindo-o às suas últimas conseqüências. Nesta perspectiva, a utilidade, entendida como capacidade de proporcionar prazer e evitar a dor, deve constituir o primeiro princípio moral, isto é, seu valor supremo.

O utilitarismo foi igualmente denominado, na história da filosofia, de radicalismo filosófico, uma vez que propõe uma reestruturação dos valores éticos e, em alguns casos, como no pensamento de Bentham, uma reforma da própria ordem social. Longe de pregar uma moral solipsista, baseada apenas na obtenção de prazer individual, o utilitarismo, em sua concepção filosófica, compreende a utilidade igualmente como felicidade, e esta, por sua vez, como o maior prazer do maior número de pessoas.

Contudo, o pensamento utilitarista de seus dois maiores representantes, Bentham e Stuart Mill divergem em um ponto fundamental. A proposta de Bentham consiste em encarar o prazer apenas no seu aspecto quantitativo, cabendo à razão calcular, diante de cada ação, a quantidade de prazer implicada, de modo a poder determinar se a ação deverá ou não ser efetuada. Assim, este filósofo pretende fundar uma moral racional, que procede por um cálculo de tipo matemático.

Stuart Mill elabora a crítica a esta compreensão, afirmando que uma consideração fundamental do prazer não pode desconsiderar a perspectiva qualitativa, tanto quanto a quantitativa. Deste modo, a razão utilitária deve proceder não apenas através do cálculo, mas igualmente de modo a distinguir, dentre as várias modalidades de prazer, aqueles que são mais desejáveis e valiosos.

Somente através desta discriminação, é possível postular a primazia dos prazeres intelectuais e afetivos sobre os sensíveis, de modo a superar a compreensão hedonista vulgar, bem como o egoísmo.

O utilitarismo perdura, como corrente filosófica, ainda que comportando diferentes compreensões e desdobramentos, até nossos dias. Os principais representantes desta doutrina, desde o século XVIII até hoje, são: além dos citados, James Mill, seguidor de Bentham e pai de John Stuart, Henry Sidgwick, J. C. Smart, Moore, Singer, Karl Popper e J. Rawls.

Original em:
http://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/utilitarismo.html

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Fenomenismo



Corrente filosófica que afirma a realidade e o conhecimento apenas através de sua forma fenomênica. Para esta doutrina, não é dada a possibilidade de relação com uma realidade ou com as coisas tomadas em si mesmas, mas somente com aquilo que, a cada vez, se manifesta. Seu nome deriva do termo grego phainómenon, tudo que brilha e, deste modo, aparece, manifesta-se.

É preciso proceder a uma divisão entre fenomenismo metafísico e fenomenismo gnoseológico. O primeiro nega a existência de uma realidade fora de sua dimensão de fenômeno; a segunda nega a possibilidade de conhecimento de todo em si. Muitas vezes, estas posições encontram-se associadas, cohabitando, por vezes, o mesmo pensamento.

A postura fenomenista se encontra presente na história da filosofia desde seus primórdios. É possível apontar a sofística, a filosofia cirenaica e a doutrina cética como exemplos de fenomenismo na Antiguidade.

Na Era Moderna, esta corrente encontrou adeptos no empirismo inglês, especialmente em Hume, Berkeley e Hobbes. Pode-se ainda apontar Condillac como um representante desta doutrina. Deve-se, ainda, a Kant, a distinção entre coisa em si e fenômeno, juntamente com a afirmação da impossibilidade de apreensão da primeira. Contudo, é discutível atribuir ao todo da filosofia kantiana a designação de fenomenista, uma vez que a coisa em si é apontada em seu pensamento, por vezes, como condição de possibilidade do conhecimento fenomênico.

Outro representante da postura fenomenista é John Stuart Mill. Este professa uma vertente radical desta doutrina, ao afirmar o dado como fenômeno, compreendendo-o como o perceptível, o que é passível de vir a nós através das sensações. Segundo este autor, tal posição encontra-se aquém de uma posição metafísica ou gnoseológica, sendo o fenomenismo anterior a toda e qualquer tomada de posição. Considera-se, ainda, o positivismo comtiano como adepto do fenomenismo.

Atualmente, esta doutrina se encontra aplicada a considerações de caráter lingüístico. Seus adeptos afirmam ser possível reduzir todo enunciado acerca de objetos materiais a enunciados que dizem respeito à esfera relativa aos dados dos sentidos.

Original em:
http://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/fenomenismo.html

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