sábado, 29 de março de 2008

Desafios: o que devo aprender?


Estabilizar a arte de ver beleza em tudo, equilibrar sua sabedoria interna e questionar, sem medo. Procure fazer todas as suas atividades com arte. A arte pressupõe harmonia. Assim, faça tudo harmonicamente e, quando perceber que o seu "espírito" artístico foi vagar em locais longe de você, então procure estabilizar esse sentimento de frustração e, respire fundo, relaxe e se encha de energia outra vez para atraí-lo de volta. Descontraia-se mais. Sorria mais. E por pior que possa parecer uma situação, jamais permita que isso apague o brilho e a beleza do seu dia, turvando a sua harmonia interior.

Quando você vê com os olhos da sua estrela interna, que brilha de forma intensa, embelezando tudo por onde passa e harmonizando todo o espaço, então você percebe que aconteceu uma certa magia e, essa é a única coisa de real. Você é um ser muito sábio, então, pare de achar que só o outro tem a verdade, porque cada um é dotado de um conhecimento como uma rede, que vai se unindo e formando uma rede maior.
Então, equilibre a sua forma de usar essa sabedoria, nem permita se apagar e aceitar a opinião do outro sem questionar e nem imponha a sua opinião como uma verdade absoluta. Mantenha o equilíbrio. Questione bastante, só assim você pode chegar a alguma conclusão, mesmo que essa conclusão seja outro questionamento, pois é assim que se recebe o aprendizado. Confie mais em você mesmo.
Busque sempre um sentido maior em tudo, que leve luz ao ser questionador.


Por Thalita Shanti

Para Deepak Chopra, sucesso depende de líderes com alma


"Quem almeja apenas dinheiro e poder fracassa no mais importante". Mais do que poder, inteligência e visão, o líder precisa ter alma para triunfar no mundo dos negócios do século XXI. Precisa incorporar no dia-a-dia com seus liderados fortes sentimentos de motivação e deixar de lado ações egocêntricas e de ambição pessoal que, cedo ou tarde, levam ao fracasso. Na opinião de Deepak Chopra, médico indiano radicado nos Estados Unidos e um dos mais requisitados gurus da atualidade - 27 livros publicados com mais de 10 milhões de cópias vendidas em todo o mundo -, é uma questão de evolução natural. "Antes, a lei era da sobrevivência dos mais fortes, agora será a dos mais sábios", disse ele ontem, em São Paulo, numa palestra que reuniu pouco menos de 4,5 mil pessoas presentes à ExpoManagement - 2002.

Convidado para falar sobre liderança, Chopra trouxe ao Brasil uma amostra de seu mais recente trabalho na área, "A Alma da Liderança", programa que consta da grade da renomada Kellogg School of Management (Estados Unidos) para o próximo ano. Embora a receita para a criação do líder perfeito ainda seja um mistério, Chopra busca decifrá-la combinando sabedoria espiritual com a dinâmica da psicologia moderna. Para ele, o líder é a alma e o coração do grupo, e é visto, aceito e reconhecido pelos membros como tal. "Ele ou ela é o catalisador das mudanças e transformações do grupo, capaz de enxergar diversas linhas de eventos futuros decorrentes de escolhas no presente", disse a uma platéia que revelava em seus rostos um misto de interesse e dúvida.

"Os líderes que entendam a hierarquia das necessidades e respostas terão sucesso", continuou Chopra. "Já aqueles que almejam apenas metas externas, tais como dinheiro, vitória e poder, irão fracassar naquilo que é mais importante: tornar plenas a vida de seus seguidores e a sua própria."

Castro, Hussein e Jesus Cristo

O médico indiano, autor do best seller "As Sete Leis Espirituais do Sucesso", reeditado por 17 vezes e por 63 semanas no topo dos mais vendidos nos Estados Unidos, busca seus (bons e maus) exemplos de liderança na história recente e ontem, durante a palestra, até citou um brasileiro, o prefeito de Curitiba, Jaime Lerner.

Para ele, os líderes Fidel Castro (Cuba), Muammar Khadafi (Líbia), Saddam Hussein (Iraque) e Slobodan Milosovic (ex-presidente da Iugoslávia) personificam a necessidade de sobrevivência e segurança. Como conseqüência de seus atos, disse, sobrevêm atos terroristas, regimes tirânicos, corrupção pública e o crime organizado.Já na lista daqueles que buscam a realização pessoal estão Bill Gates (Microsoft), Margareth Thatcher (ex-primeira ministra da Inglaterra) e magnatas na mídia, como Rupert Murdoch. Para o guru, o outro lado da moeda do sucessos de líderes com esse perfil são corporações supercomprometidas e desgaste pessoal.

Num grau mais elevado estão aqueles que tendem a valorizar a equipe, o trabalho em grupo, como Winston Churchill (ex-primeiro ministro inglês), Magic Johnson (ídolo do basquete norte-americano), Rudolf Giuliani (ex-prefeito de Nova York). O fracasso nesse caso pode vir, segundo Chopra, de aquisições inescrupulosas ou hostis de empresas e o uso da estratégia de dividir para conquistar. Ainda na lista de exemplos de Chopra, as armas nucleares, a guerra biológica, o colapso da internet e as guerras de informação são fracassos - ou respostas inadequadas - à mentes brilhantes como a de Albert Einstein, Thomas Edson e Walt Disney.

As boas intenções de Mahatma Gandhi, Dalai Lama e Martin Luther King, mal interpretadas por seus liderados, resultaram em extremos religiosos e idealistas.

Para Deepak Chopra, apenas Jesus Cristo e Buda escaparam. Pela transcedência.


(Original no site:

sábado, 8 de março de 2008

Religião do consumo


Frei Betto
O "Financial Times", de Londres, noticiou que a Young & Rubicam, uma das maiores agências de publicidade do mundo, divulgou a lista das dez grifes mais reconhecidas por 45.444 jovens e adultos de 19 países. São elas: Coca-Cola (35 milhões de unidades vendidas a cada hora), Disney, Nike, BMW, Porsche, Mercedes-Benz, Adidas, Rolls-Royce, Calvin Klein e Rolex."
As marcas constituem a nova religião. As pessoas se voltam a elas em busca de sentido", declarou um diretor da Young & Rubicam. Disse ainda que essas grifes "possuem paixão e dinamismo necessários para transformar o mundo e converter as pessoas em sua maneira de pensar".
A Fitch, consultoria londrina de design, no ano passado realçou o caráter "divino" dessas marcas famosas, assinalando que, aos domingos, as pessoas preferem o shopping à missa ou ao culto. Em favor de sua tese, a empresa evocou dois exemplos: desde 1991, cerca de 12 mil pessoas celebraram núpcias nos parques da DisneyWorld, e estão virando moda os féretros marca Halley, nos quais são enterrados os motoqueiros fissurados em produtos Halley-Davidson.
A tese não carece de lógica. Marx já havia denunciado o fetiche da mercadoria. Ainda engatinhando, a Revolução Industrial descobriu que as pessoas não querem apenas o necessário. Se dispõem de poder aquisitivo, adoram ostentar o supérfluo. A publicidade veio ajudar o supérfluo a impor-se como necessário.
A mercadoria, intermediária na relação entre seres humanos (pessoa-mercadoria-pessoa), passou a ocupar os pólos (mercadoria-pessoa-mercadoria). Se chego à casa de um amigo de ônibus, meu valor é inferior ao de quem chega de BMW. Isso vale para a camisa que visto ou o relógio que trago no pulso. Não sou eu, pessoa humana, que faço uso do objeto. É o produto, revestido de fetiche, que me imprime valor, aumentando a minha cotação no mercado das relações sociais. O que faria um Descartes neoliberal proclamar: "Consumo, logo existo". Fora do mercado não há salvação, alertam os novos sacerdotes da idolatria consumista.
Essa apropriação religiosa do mercado é evidente nos shopping-centers, tão bem criticados por José Saramago em A Caverna. Quase todos possuem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas. São os templos do deus mercado. Neles não se entra com qualquer traje, e sim com roupa de missa de domingo. Percorrem-se os seus claustros marmorizados ao som dogregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Ali dentro tudo evoca o paraíso: não há mendigos nem pivetes, pobreza ou miséria. Com olhar devoto, o consumidor contempla as capelas que ostentam, em ricos nichos, os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode pagar à vista, sente-se no céu; quem recorre ao cheque especial ou ao crediário, no purgatório; quem não dispõe de recurso, no inferno. Na saída, entretanto, todos se irmanam na mesa "eucarística" do McDonald's.
A Young & Rubicam comparou as agências de publicidade aos missionários que difundiram pelo mundo religiões como o cristianismo e o islamismo. "As religiões eram baseadas em idéias poderosas que conferiam significado e objetivo à vida", declarou o diretor da agência inglesa.
A fé imprime sentido subjetivo à vida, objetivando-a na prática do amor, enquanto um produto cria apenas a ilusória sensação de que, graças a ele, temos mais valor aos olhos alheios. O consumismo é a doença da baixa auto-estima. Um são Francisco de Assis ou Gandhi não necessitava de nenhum artifício para centrar-se em si e descentrar-se nos outros e em Deus.
O pecado original dessa nova "religião" é que, ao contrário das tradicionais, ela não é altruísta, é egoísta; não favorece a solidariedade, e sim a competitividade; não faz da vida dom, mas posse. E o que é pior: acena com o paraíso na Terra e manda o consumidor para aeternidade completamente desprovido de todos os bens que acumulou deste lado da vida.
A crítica do fetiche da mercadoria data de oito séculos antes de Cristo, conforme este texto do profeta Isaías: O carpinteiro mede a madeira, desenha a lápis uma figura, trabalha-a com o formão e aplica-lhe o compasso. Faz a escultura com medidas do corpo humano e com rosto de homem, para que essa imagem possa estar num templo de cedro. O próprio escultor usa parte dessa madeira para esquentar e assar seu pão; e tambémfabrica um deus e diante dele se ajoelha e faz uma oração, dizendo: "Salva-me, porque tu és o meu deus!" (44, 13-17).
Da religião do consumo não escapa nem o consumo da religião, apresentada como um remédio miraculoso, capaz de aliviar dores e angústias, garantir prosperidade e alegria. Enquanto isso, Ele tem fome e não lhe dão de comer (Mateus 25, 31-40).

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