quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Marina e o 2º turno

A candidata do PV tem melhores condições de enfrentar Dilma Roussef (PT) num segundo turno do que José Serra (PSDB). De acordo com as últimas pesquisas realizadas pelo Ibope, a candidata do PV vem melhorando seu desempenho contra Dilma, enquanto Serra está caindo.
Em março, Serra estava à frente até mesmo da candidata do governo com 44% das intenções de voto, numa projeção de segundo turno contra Dilma Rousseff. Marina tinha apenas 17%. Em junho, Serra tinha caído para 38%. Marina, num eventual segundo turno contra Dilma, obteria 19% dos votos. A última pesquisa mostra que o crescimento de Marina vem se acentuando, assim como a queda de Serra. Na pesquisa divulgada nesta quarta-feira (29), tanto Marina quanto Serra já teriam o mesmo desempenho contra Dilma: 32% para Serra e 29% para Marina.
É um empate técnico, portanto, já que a diferença é de menos de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Marina, porém, ao contrário de Serra, só tem crescido desde o início da campanha, conforme sua candidatura vem se tornando mais conhecida e apoiada no Brasil todo.

Pior que tá pode ficá?

Por Luciano Pires

- Pai, uns amigos meus estão de saco cheio. E vão votar no Tiririca!

Quando a Gabi, minha filha, disse essa frase durante o jantar, um filme se passou em minha mente. Já se foram 21 anos desde que eu – aos 32 anos de idade – exerci meu direito de votar para Presidente pela primeira vez. Com as eleições de Fernando Collor em 1989, FHC em 1994 e 1998 e Lula em 2002 e 2006, só tive cinco oportunidades para praticar o voto. Parece pouco, não é? E este é o primeiro ano que a Gabi vai votar. 

Expliquei que votar no palhaço Tiririca não é protesto coisa nenhuma. Nem mesmo gozação. Tiririca estava em seu canto quando um partido oportunista à cata de gente conhecida que rendesse votos, foi procurá-lo. Às favas com ideologias, valores e convicções, queremos é voto! Quem votar no Tiririca (e dizem que ele terá dois milhões de votos!) estará elegendo não só o palhaço, mas um monte de desconhecidos. Se você quer saber como isso funciona, leia em http://www.portalcafebrasil.com.br/forum/politica/com-quantos-votos-se-elege-um-deputado.

Votar no palhaço, na cantora, no boxeador ou no ex-jogador de futebol, assim como votar nulo ou em branco, não é protestar. Só é possível protestar “contra tudo que está aí” se você votar em gente decente. E se você não sabe quem é decente, entenda uma coisa: o problema é seu! Não adianta dizer que nada presta, que todo candidato é bandido. Isso é estupidez. Faça como você faz quando quer comprar um automóvel: pesquise, vá atrás, pergunte, compare. Existem centenas ou milhares de candidatos bons, honestos e dispostos a limpar a lama da política. São esses que merecem os nossos votos de protesto. De novo: se você não sabe quem são esses candidatos, o problema é seu!

E completei: Gabi, eleições são o momento em que você precisa seguir seus valores e convicções. Você tem vontade própria, não é uma máquina a serviço de um partido ou de uma ideologia. Você tem direito a escolher o que julgar melhor para você e para o país. Mas faça essa escolha de maneira consciente. Examine todos os lados. Cuidado com as unanimidades e com as certezas absolutas. Cuidado com quem promete o céu no futuro provocando o inferno no presente. Cuidado com quem transforma convicções políticas em fervor religioso. E jamais - eu disse JAMAIS! - troque sua liberdade por um punhado de dinheiro no bolso.
E finalizei: quando diante do bombardeio de notícias e opiniões, faça cinco perguntinhas:
1. Quem criou essa mensagem? 
2. Que técnicas criativas foram usadas para chamar minha atenção?
3. Se eu não fosse quem sou, não morasse onde moro, não tivesse a educação que tive, como é que eu entenderia essa mensagem?
4. Que valores, estilos de vida e pontos de vista estão representados ou foram omitidos dessa mensagem?
5. Por que essa mensagem está sendo enviada?

Essas cinco perguntas criam um estado de alerta para as armadilhas marqueteiras dos profissionais de comunicação a serviço dos partidos e candidatos. Com elas não garantimos nada, mas ajudamos a fazer com que “pior que tá num fique.”

E quer saber? Acho que cumpri meu papel. 

Voto da Gabi o Tiririca não terá!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eleições 2010: Em jogo o futuro, não o passado


Quem assiste à propaganda dos partidos no horário eleitoral da televisão fica com a impressão de que está mais em questão um julgamento do passado do que uma proposta para os próximos anos. Discute-se principalmente para saber quem fez mais em termos de programas sociais, culminando com o Bolsa-Família.

Mas a questão real e central não é essa. Deveria ser a estratégia brasileira para os próximos anos, que serão muito difíceis, com a crise econômica global e com o agravamento das chamadas questões ambientais – além dos dramas na educação, na saúde, no saneamento, no desemprego dos jovens, na concentração da renda.

Não é difícil explicar a aprovação do governo atual. O primeiro fator é a manutenção, desde 1994, de baixas taxas de inflação – porque não há nada pior para os segmentos de menor renda que a inflação, que consome os salários já nos primeiros dias de cada mês. O segundo é a manutenção, também desde governos anteriores, de taxas cadentes de desemprego. Terceiro, políticas de ampliação do crédito e de financiamentos populares. E, para culminar, o Bolsa-Família, que consolida e amplia vários programas sociais que vêm desde a década de 1990. Se se quiser discutir mais a fundo, porém, pode-se lembrar que o próprio Bolsa-Família, ao beneficiar diretamente 11 milhões de pessoas e, indiretamente, outros 30 milhões, exige cerca de R$ 12 bilhões por ano. Mas só a juros pagos a bancos e investidores o governo federal tem destinado 15 vezes mais, R$ 182 bilhões no último balanço do economista Ricardo Bergamini (23/8). De janeiro de 2003 a dezembro de 2009 o déficit fiscal nominal gerado pela União soma R$ 708,4 bilhões, ou 4,18% do PIB. A carga tributária da União, de 2002 a 2008, aumentou 12,86% do PIB (era de 22,02% em 2002 e passou para 24,92%). A dívida interna cresceu 142,28%, de R$ 841 bilhões, em 2002, para R$ 2.037,6 bilhões, em 2009.

Tudo isso é importante. Mas como vamos navegar nas águas tempestuosas que se prenunciam? Com que estratégias enfrentaremos as questões centrais do esgotamento progressivo dos recursos e serviços naturais? Qual é nossa estratégia para mitigar mudanças climáticas (que precisa ir muito além de “compromissos voluntários” de redução de emissões) e de adaptação aos eventos extremos já em curso? Essas questões já chegaram até o coração dos sistemas de defesa dos principais países, como mostra a Quadrennial Defense Review, ligada ao Pentágono norte-americano (IPS, 27/8).

Mas, embora vivamos num país relativamente privilegiado, como tem sido escrito aqui tantas vezes – com território continental, quase 13% de toda a água superficial do planeta, de 15% a 20% da biodiversidade global, possibilidade de matriz energética renovável e “limpa” -, deixamos tudo isso para segundo plano ou plano nenhum. Desprezamos o que é fator escasso no mundo e pode ser nossa vantagem comparativa. Enquanto isso, o País parece um fogareiro, com queimadas descontroladas em todo o Norte e Centro-Oeste, sem sabermos exatamente o que fazer e já precisando criar um Fundo de Catástrofes, para o qual a União poderá contribuir com até R$ 4 bilhões, destinados à “cobertura suplementar de riscos para a segurança rural” (e os outros setores?). Ele garantirá às seguradoras e resseguradoras cobertura adicional para os “riscos de seguros rurais em caso de catástrofes climáticas como secas, excesso de chuvas e geadas”. Ou seja, tudo o que já está acontecendo – intensificação de secas e chuvas, eventos extremos, como tem advertido o professor Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, coordenador das políticas da área (Brasil Econômico, 23/8). Ele chama a atenção para o fato de que a temperatura que nos afeta já subiu um grau, na média (em relação a meio século atrás), e que isso é grave. Incêndios, desmatamentos e mais gases poluentes aceleram o processo de mudanças na vegetação da Amazônia, que, por sua vez, reduz a umidade no Sudeste e no Sul. A seu ver, o caminho mais curto e eficiente para reverter o quadro seria cessar a queima de pastagens e restos de colheitas.

Ao mesmo tempo, entretanto, o Ministério do Meio Ambiente anuncia que vai rever o processo de licenciamento ambiental para obras de infraestrutura, com o propósito de chegar a “licenciamentos mais rápidos e eliminar exigências desnecessárias” – como se o retardamento das licenças não se devesse muito mais aos problemas gerados pelos empreendimentos e à insuficiência dos respectivos estudos de impacto ambiental. Na verdade, bastaria que os licenciadores aplicassem um artigo da Resolução 1/86 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – que manda examinar antes de tudo se não há alternativas menos problemáticas – para negar a licença.

Um desses casos poderia ser exatamente o da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, cujo contrato com as empresas construtoras o presidente da República assinou na semana passada, antes mesmo de concedida a licença de instalação – o que não deveria ocorrer. Uma usina combatida por centenas de instituições e considerada, na revista do Instituto de Engenharia de São Paulo (Estado, 27/8), “uma vergonha”.

Quem pense que as questões do clima e do sobreúso dos recursos naturais não são prioritárias pode ler algumas frases do livro O que os Economistas Pensam sobre a Sustentabilidade, do jornalista Ricardo Arnt, lançado há pouco (Editora 34). Está lá, nas palavras do ex-ministro Delfim Netto: “Nunca imaginei que fôssemos viver um período em que a evidência da finitude de recursos fosse visível.” Ou do ex-presidente do BNDES e um dos criadores do Plano Real André Lara Resende: “Talvez seja tarde demais para a recuperação do planeta.” Também é possível ler o que o conceituado físico Stephen Hawking disse ao site Big Think: “O ser humano precisa abandonar a Terra nos próximos 100 anos – ou tornar-se uma espécie extinta.”

Que tal discutir isso com os eleitores?

Washington Novaes é jornalista. E-mail: wlrnovaes@uol.com.br

Artigo originalmente publicado no O Estado de S.Paulo.

EcoDebate, 06/09/2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

E o capitalismo?

Uma recente sondagem indica que 88% dos
alemães tornaram-se cépticos em relação ao
capitalismo e aspiram a uma nova ordem
econômica.  Foto Werner Kunz/Flickr
Os comentadores alemães se rejubilam com as exportações e os políticos anunciam o fim da crise e o regresso à normalidade. Mas a população não parece convencida.
Têm vindo a surgir nos meios de comunicação social notícias sobre a recuperação económica da Alemanha: a Alemanha está a sair da crise, prevendo-se já uma taxa de crescimento de 3% em 2010. A Alemanha, o "motor" da Europa, está de regresso - assim se pensa, pelo menos.
Porém, o mais interessante é que estas notícias, que parecem convencer todos, não convencem a população alemã!
Neste momento diz-se que a economia da Alemanha cresce. Os comentadores rejubilam com as exportações e os políticos anunciam o fim da crise e o regresso à normalidade. E no entanto, segundo uma sondagem agora divulgada, efectuada pelo instituto de pesquisa de opinião Emnid, por incumbência da Fundação Bertelsmann, esta euforia não se reflecte no estado de espírito da população. A maioria das pessoas não acredita que tudo volte a ser como era de forma assim tão simples. Pelo contrário: dois terços da população não esperam sequer que a recuperação económica faça aumentar automaticamente a sua qualidade de vida.
Segundo a sondagem, a convição da população alemã mudou e tudo indica que de forma estável. De facto, 88% dos alemães tornaram-se cépticos em relação ao capitalismo e aspiram a uma nova ordem económica: acreditam que o capitalismo não toma suficientemente em consideração quer o equilíbrio social, quer a protecção do ambiente, quer a necessidade de uma relação cuidadosa com os recursos naturais.
Significa esta atitude que os alemães pretendem uma revolução? Atendendo aos resultados da sondagem, não. Significa que os alemães estão pensativos e que vêem a responsabilidade pela actual situação económica e social não só nos políticos e nos dirigentes da economia, mas também em si próprios: quatro em cada cinco alemães são da opinião de que cada um deveria reflectir sobre a sua própria forma de vida, sobre se, para si, o crescimento económico é tudo.
Hoje em dia valores como a justiça social ou a protecção ambiental são para a maioria dos alemães tão importantes que influenciam de forma crescente a sua posição relativamente ao sistema económico. Para a grande maioria dos cidadãos as fontes de qualidade de vida pessoal são de natureza imaterial: relações sociais, saúde e condições ambientais são mais importantes do que ter mais dinheiro e propriedade.
Importante também é que esta nova escala de valores recolhe um consenso fora do vulgar em todos os escalões sociais e mostra-se independente dos níveis de educação. Uma afirmação da pesquisa: "a prosperidade social é, para mim, menos importante do que a protecção ambiental e a redução das dívidas do Estado" mereceu não só a concordância de 75% das pessoas com formação liceal, a forma mais elevada do ensino secundário e que permite o acesso ao ensino superior, mas também a concordância de 69% das pessoas com a formação da chamada "Hauptschule", que é a forma mais elementar do ensino secundário alemão.
Segundo os resultados da sondagem, os alemães acreditam ainda que o sistema económico pode ser orientado na direcção certa e a maioria está convencida de que crescimento e protecção ambiental são objectivos compatíveis um com o outro - mas pressupondo que existe para tal a necessária vontade política. 82% consideram a continuação do crescimento indispensável para a estabilidade política, mas em contrapartida não acreditam nas chamadas "forças de regeneração próprias" do mercado, em relação às quais os jovens são particularmente cépticos - e, pode-se aqui bem dizer, com razão. O que a crise financeira precisamente demonstrou foi o contrário, foi que quem "regenerou" o mercado não foram nenhumas "forças de regeneração próprias", mas sim as gigantescas transferências de fundos feitas pelo Estado para instituições financeiras aí a operar.
São todas estas incongruências ligadas ao sistema económico, acrescidas da comprovada incapacidade do sistema para resolver os problemas de justiça social e para deter a ameaça de destruição ambiental, neste momento já à escala planetária, fortalecidas pela constatação de que por mais que os números digam que a economia cresce, o impacto deste crescimento pouco ou nada se faz notar na vida do cidadão comum, ao passo que, na situação contrária, de crise, o impacto negativo é imediato, que os alemães parecem ter deixado de ignorar.
Ora, deixar de ignorar não é, certamente, condição suficiente - mas é condição necessária para que qualquer mudança seja possível.
Tübingen, Alemanha, 23 Agosto, 2010
Original: "Umfrage: Neun von zehn Deutschen fordern neue Wirtschaftsordnung", inSpiegel Online, 18. August 2010, www.spiegel.de. "Umfrage-Wachstumsskeptisch" emZeit Online, 18.08.2010,www.zeit.de.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Marx e a política

Se Marx é de fato algum tipo de filósofo, ele se distingue da maioria de tais pensadores por considerar suas reflexões, por mais abstrusas que sejam, em última análise, práticas, estando inteiramente a serviço de forças políticas reais, e na verdade um tipo de força política em si mesma.  Esta é a celebrada tese marxista da unidade entre teoria e prática - embora seja possível acrescentar que um objetivo da teoria  de Marx é chegar a uma situação social em que o pensamento não precisaria ser simplesmente instrumental, articulado com algum fim particular, podendo em vez disso ser usufruído como um prazer em si mesmo.
A doutrina política de Marx é revolucionária - "revolução" sendo para ele definida menos pela velocidade, pelo caráter repentino ou pela violência do processo (embora ele pareça pensar que a construção do socialismo envolve uma força insurreicional), que pelo fato de que ela passa pela expulsão de uma classe possuidora e sua substituição por outra.  E este é um processo que pode claramente requerer um grande espaço de tempo para ser levado a efeito.  Podemos observar aqui a característica peculiar do socialismo: o fato de que ele envove a chegada ao poder pela classe trabalhadora, que ao fazer isto cria as condições para a abolição de todas as classes.  Uma vez sendo os meios de produção coletivamente possuídos e controlados, as próprias classes finalmente desaparecerão.
"Todas as classes que no passado conquistaram o poder procuraram consolidar o status adquitido sujeitando toda a sociedade às suas condições de apropriação.  Os proletários não podem se apoderar das forças produtivas sociais a não ser abolindo o modo de apropriação a elas correspondentes e, com isso, também todos os modos anteriores de apropriação.  Eles nada têm de seu para salvaguardar e consolidar; sua missão é destruir todas as seguranças e garantias da propriedade privada até agora existentes." [Manifesto Comunista]
Ou como Marx se expressa na linguagem de seus escritos de juventude:
"Deve ser formada uma classe com cadeias radicais, uma classe na sociedade civil que não é uma classe da sociedade civil, uma classe que é a dissolução de todas as classes, uma esfera da sociedade que possui um caráter universal porque seus sofrimentos são universais, e que não reivindica uma compensação particular, porque a injustiça que lhe foi feita não é uma injustiça particular, mas ainjustiça em geral.  Deve ser formada uma esfera da sociedade que não reinvidica um status tradicional mas apenas um status humano [...]  Esta dissolução da sociedade, como uma classe particular, é o proletariado."  [Contribuição à Critica da Filosofia do Direito de Hegel]
Se o proletariado é a última classe histórica, é porque sua chegada ao poder no que Marx chama de "ditadura do proletariado" é o prelúdio da construção de uma sociedade na qual todos estarão na mesma relação com os meios de produção, como seus donos coletivos,  "trabalhador" não mais significa ser membro de uma classe particular, mas simplesmente todos os homens e mulheres que contribuem para produzir e manter a vida social.  A primeira fase da revolução anticapitalista é conhecida por Marx como o socialismo, e não é uma fase que envolva completa igualdade.  Na verdade, Marx vê a noção de "direitos iguais", herdada da época burguesa, como um tipo de reflexo espiritual da troca de mercadorias abstratamente iguais.  Isto não quer dizer que para ele o conceito seja desprovido de valor, mas que ele reprime inevitavelmente a particularidade de homens e mulheres, os diversos talentos próprios de cada um.  Ele atua assim, entre outras coisas, como uma forma de mistificação, ocultando o verdaeiro conteúdo das desigualdades sociais atrás de uma mera forma legal.  No fim, ao próprio Marx interessa mais a diferença que a igualdade.  No socialismo, continua sendo um fato que
"um homem é superior a outros física e mentalmente, e assim fornece mais trabalho no mesmo tempo, ou pode trabalhar por mais tempo; e, para servir como medida, o trabalho deve ser definido por sua duração ou intensidade, caso contrário deixa de consttituir um padrão de medida.  Tal direito igual é um direito desigual para o trabalho desigual.  Não reconhece diferenças de classe, uma vez que cada homem é um trabalhador tanto quanto qualquer outro, mas reconhece tacitamente privilégios desiguais.  É, por conseguinte, um direito de desigualdade em seu conteúdo, como todo direito. Por sua própria natureza, o direito só pode consistir na aplicação de um padrão igual; porém indivíduos desiguais (e eles não seriam indivíduos se não fossem desiguais) são mensuráveis apenas por um padrão igual na medida em que são considerados de um ponto de vista igual, apreendidos por um só aspecto determinado, por exemplo, no caso presente, enquanto forem considerados apenas como trabalhadores e nada mais, sendo tudo o mais ignorado.  Além disso, um trabalhador é casado, outro é solteiro; um tem mais filhos que outro, e assim por diante.  Desta maneira, com um empenho igual no trabalho e, portanto, com uma participação igual no fundo social de consumo, uns receberão efetivamente mais que outros, uns serão mais ricos que outros etc.  Para evitar todos estes defeitos, o direito, em vez de igual, teria de ser desigual." [Crítica do Programa de Gotha]
O socialismo, portanto, não propõe nenhum nivelamento absoluto dos indivíduos, mas envolve um respeito por suas diferenças específicas e permite, pela primeira vez, que tais diferenças se realizem.  É desta maneira que Marx resolve o paradoxo do individual e do universal: para ele, o último termo significa não algum estado do ser supra-individual, mas simplesmente o imperativo de que cada um deva estar incluído no processo de desenvolver livremente suas identidades pessoais. Porém, enquanto homens e mulheres ainda precisarem ser recompensados de acordo com seu trabalho, as desigualdades inevitavelmente persistirão.
O estágio mais desenvolvido da sociedade, contudo, chamado por Marx de comunismo, desenvolverá as forças produtivas até um ponto de abundância tal que nem a igualdade nem a desigualdade estarão em questão.  Em lugar disto, homens e mulheres simplesmente retirarão do fundo comum de recursos o que quer que satisfaça suas necessidades:
"Numa fase superior da sociedade comunista, quando tiver desaparecido a escravizante subordinação do indivíduo à divisão do trabalho, e com ela também a antítese entre o trabalho mental e o físico; quando o trabalho houver se tornado não um meio de vida, mas a necessidade fundamental da vida; quando as forças produtivas tiverem crescido com o desenvolvimento geral do indivíduo; quando todas as fontes de riqueza cooperativa fluírem mais abundantemente - só então o horizonte estreito do direito burguês será completamente ultrapassado, podendo a sociedade inscrever em suas bandeiras: 'De cada um de acordo com suas capacidades, a cada um de acordo com suas necessidades!'." [Crítica do Programa de Gotha]
Na sociedade comunista, estaríamos livres da importunidade de classe social e, em vez disso, disporíamos de lazer e energia para cultivar nossas personalidades de qualquer maneira que pudéssemos escolher, desde que respeitado o preceito de que a todos os outros seria permitido fazer o mesmo.  O que distingue este objetivo político mais nitidamente do liberalismo é o fato de que, uma vez que para Marx  uma expressão de nosso ser individual é também uma realização de nosso ser genérico, este processo de explorar e desenvolver a vida indidual seria levado a cabo reciprocamente, por meio de laços mútuos, em vez de em isolamento esplêndido.  O outro é visto por Marx como o meio para minha própria realização, em lugar de, como no melhor dos casos, um mero co-empresário no projeto, ou no pior como um obstáculo ativo para minha realização.  A sociedade comunista também direcionaria as forças produtivas legadas a ela pelo capitalismo para a meta de abolir tanto quanto possível todo trabalho degradante, libertando desta forma homens e mulheres da tirania da labuta e permitindo a eles engajarem-se no controle democrático da vida social como "indivíduos unidos" agora responsáveis por seus próprios destinos.  No comunismo, homens e emulheres podem recuperar seus poderes alienados e reconhecer o mundo que criam como seu, depurado de sua imobilidade espúria.
Mas a revolução socialista requer um agente, e este Marx descobre no proletariado.  Por que o proletariado?  Não porque seja espiritualmente superior às outras classes, e não necessariamente porque seja o mais oprimido dos grupos sociais.  Se fosse assim, os vagabundos, excluídos e indigentes - o que Marx um tanto devastadoramente chamava de "lumpen-proletariat" - seriam melhores.  Pode-se alegar que é o próprio capitalismo, não o socialismo, que "seleciona" a classe operária como o agente da mudança revolucionária.  É a classe que mais pode se beneficiar da abolição do capitalismo, e que é suficientemente abilidosa, organizada e bem situada para desempenhar tal tarefa.  Mas a tarefa da classe operária é levar a cabo uma revolução específica - a revolução contra o capitalismo; e não está assim em sentido algum necessariamente em competição com outros grupos radicais - digamos, feministas, nacionalistas ou militantes étnicos - que precisam completar suas próprias transformações particulares, idealmente em aliança com aqueles mais explorados pelo capitalismo.
Que forma tal sociedade assumiria?  Seguramente não a de uma ordem social dirigida pelo Estado.  O Estado político para Marx pertence à "superestrutura" reguladora da sociedade: é ele próprio um produto da luta de classes em vez de estar sublimemente além deste conflito, ou consistir em alguma resolução ideal dele.  O Estado é em última análise um instrumento da classe dirigente, uma maneira de assegurar sua hegemonia sobre as outras classes; e o Estado burguês em particular cresce a partir da alienação entre o indivíduo e a vida universal:
"a partir da própria contradição entre o interesse do indivíduo e o da comunidade, este assume uma configuração autônoma enquanto Estado, separada dos interesses reais dos indivíduos e da comunidade, e ao mesmo tempo como uma vida coletiva ilusória, porém sempre tendo por base concreta os laços reais existentes em qualquer agregado familial ou tribal - tais como a consaguinidade, a língua, a divisão de trabalho em grande escala, e outros interesses - e especialmente, como veremos em detalhe mais tarde, nas classes, já determinadas pela divisão do trabalho, que se destacam em cada agrupamento humano desse tipo e das quais uma domina todas as outras.  Segue-se disto que todas as lutas dentro do Estado, a luta entre a democracia, a aristocracia e a monarquia, a luta pelo direito de voto etc. etc. são apenas as formas ilusórias nas quais se trava a verdadeira luta entre as diferentes classes." [A Ideologia Alemã]
Marx nem sempre adotou um ponto de vista tão vigorosamente instrumentalista do Estado em suas análises detalhadas de conflitos de classe; mas estava convencido de que sua verdade, por assim dizer, está fora de si mesma, e além do mais o vê por si só uma forma de alienação.  Cada cidadão individual alienou ao Estado parte de seus poderes individuais, que assumem então uma força determinante sobre a existência social e econômica cotidiana, que Marx chama "sociedade civil".  A genuína democracia socialista, em contraste, reuniria estas partes gerais e individuais de nós mesmos, permitindo-nos participar de processos políticos gerais como indivíduos concretamente particulares - no local de trabalho assim como na comunidade local, por exemplo, em vez de cidadãos abstratos da democracia representativa liberal.  A visão final de Marx parece assim algo anarquista: a de uma comunidade cooperativa formada pelo que denomina "associações livres" de trabalhadores, que estenderiam a democracia à esfera econômica enquanto fazem dela uma realidade na esfera política.  Foi a este fim - que não é, afinal de contas, demasiado sinistro ou alarmente - que ele dedicou não apenas seus escritos, mas uma boa parte de sua vida ativa.
[EAGLETON, Terry.  Marx e a Liberdade.  Tradução de Marcos B. de Oliveira.  São Paulo: Editora UNESP, 1999, p. 47-52]

sábado, 25 de setembro de 2010

Walk the talk


É barato fazer promessas. Especialmente quando não existe o compromisso de cumpri-las. Basta assistir ao horário eleitoral para ver o desfile de promessas que transformarão o Brasil num paraíso. E o mais curioso: ninguém é cobrado sobre o que prometeu.
Fiz uma palestra para o Sebrae outro dia e uma coisa me chamou a atenção: o presidente da entidade permaneceu na primeira fila o tempo todo. Meses depois repeti a dose em outro evento e lá estava ele outra vez: na primeira fila, o tempo todo.

Em outra oportunidade, num evento para alguns clientes da Syngenta, quem permaneceu na primeira fila? O presidente da empresa. 

Fiz outra palestra, desta vez para o Ministério Público do Rio Grande do Sul, em Bento Gonçalves. E o prefeito ali ficou, o tempo todo. 

Sabe o que estes casos tem em comum? São exceções... Isso mesmo, exceções: promessas cumpridas. A regra é: a maior patente, o líder, o chefão, reúne os clientes, fornecedores e funcionários, faz um emocionante discurso de abertura dizendo como eles são importantes, fundamentais, a razão de a empresa existir e em seguida cai fora. Desaparece, deixando um recado claro:

- Vai desculpando aí pessoal. Tenho coisa mais importante pra fazer.

Isso me lembra de uma carta de agradecimento que recebi anos atrás de uma funcionária que estava saindo da empresa. Ela falava de coisas que a marcaram, colocando em primeiro o fato de um dia, ainda estagiária, trabalhar na montagem de um estande tendo ao lado o gerente, com as mangas arregaçadas, pegando duro também. Ela dizia que ver o chefe ali, pegando no batente como ela, a impressionou de tal forma que ajudou a moldar seu modelo de liderança.

Anos mais tarde, nos EUA, aprendi o termo que os estadunidenses utilizam para falar desse assunto: “walk the talk”. Numa tradução livre, “faça o que você diz que faz”.

Recentemente interrompi um cliente que fazia um discurso-chavão sobre a importância da comunicação em sua empresa. E perguntei:

- Qual é o budget?
- Como?
- Quanto dinheiro você separou para investir em comunicação?
- Ah, não trabalhamos com “budget”. Trabalhamos com despesas.

Em outras palavras, o dinheiro reservado para investir naquilo que ele dizia ser o mais importante era zero. Nada. Niente. Néris de pitibiribas. Dei-lhe então o definitivo coice:

- Se você não tem budget, significa que não tem um plano. E o que não tem plano, não tem compromisso. É só blá-blá-blá.

Infelizmente esse diálogo é muito comum. No mundo profissional o “walk the talk” está cada vez mais difícil, apesar de ser – talvez – o mais importante atributo de quem se pretende líder. Na política então... 

Ofereci àquele cliente que fazia o discurso-chavão um “santinho”que carrego comigo, com a imagem de Ofélia e Fernandinho, os personagens imortalizados por Sônia Mamede e Lúcio Mauro no célebre humorístico “Balança mas não cai”. Após pronunciar as maiores barbaridades, demonstrando sua infinita ignorância, Ofélia dizia o bordão famoso:

- Só abro a boca quanto tenho certeza.

Conclusão: só “talk” se fizer o “walk”.
Ou - para aproveitar o ano de eleição - só vote no talk de quem faz o walk,


Luciano Pires

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Brazil's Purgatory About To Begin

Vejam o que estou dizendo, já há algum tempo, sobre o que falam do nosso país, mais particularmente da campanha eleitoral para Presidente do Brasil 2010. 
O articulista canadense fala com clareza e sinceridade sobre o que está acontecendo em nosso País e os brasileiros, que estão a beira de um abismo sem fundo, ainda não perceberam o perigo a que estão expostos. E cada vez mais a comunidade internacional tem a certeza de que o Brasil tem uma população apática, desinformada, ingênua e facilmente manipulada.

Que pena!

Confiram a matéria:
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"My friend, they have found the formula. Give the people a cell phone, cable TV, the "feeling" they are participating in the economy and they won't even think about liberty.

Billions of pawns, the so-called middle-class of China, the "climbing" poor of Brazil, have no idea what the Bill of Rights, the Carta Magna 
was. Their sheer number, like a barbaric horde, will crush the poor 
Americans, the last people in the world who have some remaining tradition of freedom and individual rights. Those Third World nouveau-riche folks will burn the constitution for a new TV, bought in 12 installments with a credit card."

SAO PAULO, Aug 26 (Reuters) - Brazil ruling party candidate Dilma Rousseff surged ahead of her main rival in his home state bastion, a new opinion poll showed on Thursday, as she appeared headed for a mandate-booting outright win in the Oct. 3 
election. Rousseff of Lula's ruling Workers' Party had 49 points in the latest 
Datafolha poll, 20 points ahead of Serra. That compares with her 47-30 lead in 
the previous Datafolha survey released five days ago.

From Our Sao Paulo Bureau (originally posted APRIL 8 
2009, UPDATED Aug. 26 2010, under subhead below "Brazil's Purgatory About to Begin") 

Dear Henry,

After seeing that article with Hitler's police file, see how interesting this other police file is. Dilma Rousseff, the current government Chief of Staff of Lula, a ministerial position, has been chosen by the Worker's Party to follow the (now millionaire) former factory worker Lula to the Presidency. Lula is one of the most corrupt presidents in history and is a tool for the 
Marxists. Rousseff's father was a Bulgarian 
Communist.

On top of the file: TERRORIST / BANK ROBBER
On bottom:

Profession: Unknown
Activities:
1967 - agent for the Worker's Politics Movement
06/10/68 - robbery of Banespa bank, Iguatemi Street, $ 80,000
12/10/68 - planned the murder of [American] Capt. Charles Chandler [accomplished in cold blood, in front of his house, his wife and child]
11/12/68 - robbery of Gun Store Diana, Seminario Street, 48 guns [stolen]
??/04/69 - National Liberation Command [another terrorist organization)
24/01/69 - Robbery of Quitauna Arms Depository - 63 FAU rifles, 3 INA guns, 4 munitions.
18/07/69 - Robbery of the Governor Ademar de Barros' house [the money was never recovered]
01/08/68 - Robbery of the Mercantil of Sao Paulo bank.
??/09/69 - VAR Palmares [terrorist organization] Congress in Teresopolis.
20/09/69 - Robbery of the Public Force Police Quarters in Barro Branco.

These people receive substantial allowances for life because they have been arrested. The family of people whom they have killed get nothing at all. She climbed to the top inside the government because she is a Communist.

Another important friend of Lula and a Party director, Jose Dirceuwas also a terrorist and was trained in Cuba [a traitor of Brazil, really]. Dirceu was the head of the worst corruption 
scheme in the history of Brazil and is still free and working as a "consultant" 
in the government. (eminence grise). 

All the machine of the government has been put at Dilma's support. She goes to every inauguration of projects and is exalted by Lula. 

This is the kind of people who are being used by the New World Order to enslave us. I leave a warning, especially for the American leftists who like Chavez and Castro: Obama, pal of William Ayers, is not far from these guys.

Is this what is in store of the US? 

BRAZIL'S PURGATORY ABOUT TO BEGIN

rousseff.jpg
(Left, Dilma, after the makeover) 

The sad fact about the next election in Brazil is that it will not be decided based on principles or values. Nobody cares if Dilma Roussef murdered or 
robbed. It is just populism in the cruelest form.

She is Lula's lady. Poor people have benefited a little from the end of inflation, and they forgot that this situation was inherited by Lula.

What is interesting is that the Worker's Party is neither Communist nor the helper of workers. IBGE, the main statistical institution in Brazil, has just released the information 
that illiteracy in Brazil increased during Lula's reign. Basic 
sanitation is in the same level as it was at the time of his coronation.

50,000 Brazilians die violent deaths, most caused by 
guns and drugs smuggled into the country by the FARC Marxist terrorists, allies 
of Lula. Who cares? I have a 
cell phone and tv set. The next World Cup will be in 
Rio.

On the other hand, the Federal Development Bank (BNDS) has received this year US$ 100 BI to lend to large corporations, in order to "buy" their good will towards the government during the election year. The capitalists get the money for 3,5% to 7%, while the government pays 10% to 12% for the banks. Itaú bank had the largest 
profit of any bank in the Americas, including the ones in the 
US.

Other acts of largesse of the government include the distribution of TV and radio licenses to 
capitalists and politicians, a TV network for the union leaders  
(who take one day of salary from the workers and can't be audited - Lula forbid it) and the definition of the targets of investment of the pension funds from state companies, in the order of hundreds of billions of dollars.

They can make you or break 
you.

rouseff.jpg
(Left, Marxists fraternize) 
FASCISM
This is a fascist economy, in its purest definition. Mussolini would be proud.

It is hard for the common folk to understand how Communism has changed from a social utopia to this raw fascism. The reason is that they retain the old veneer in cultural causes, such as free abortion, gay marriage, globalism, ecological radicalism, etc. Just like in China, they tell you how to live your private life. Censorship or "media control" is in Dilma's agenda, as it is in full course in Argentina and Venezuela today. The 
fiscal privacy of Dilma's opponents has been broken with no 
consequences. Basic constitutional rights are worth nothing to the 
Worker's party, and they are challenging property rights. A bunch of communist peasants, all funded and led by professional 
agitators, will invade farms, kill people (as they do now) and the issue will be 
decided by popular acclamation, in a 
commune.

We are being prepared to be pawns of the world government.

I predict rough times ahead for Brazil. Dilma is incompetent and stubborn. Brazil's 
public debt has almost tripled and is about to explode, due to to the high 
interest rates. The boom in the exportation of minerals and 
agro-commodities that gave Lula's popularity such boost can end anytime, especially if a heavy crisis hits the dollar. The taxation level in Brazil is one of the highest in the world, at 40,5% and bureaucracy, with 85 different taxes in the last count, is astronomical. They won't be able to raise tax anymore to support the do-nothings employed in the government and the corruption.

When the government crashes, the social aids that supported Lula's popularity will be at risk. Without the booming exports, there will be fewer jobs, and it is possible that we see riots and protests. Things have always been too easy in this country, where food grows even in a crack in the sidewalk. Perhaps it is time for Brazilians to mature from suffering.

PS: Dilma is not Bulgarian, her father was. He fled his country because he was a 
communist activist. Surprisingly (?), in Brazil he was a 
capitalist and very rich. Dilma had a very bourgeois life, living in a 
large house and studying at private schools. It is always good to belong to the Communist elite. 

Original no sitehttp://bit.ly/a9Uly3 

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