segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A soma de todos nós


"Ninguém é tão burro quanto a soma de todos nós". Outro dia escrevi sobre a "asinidade estratégica", uma curiosa situação que faz com que pessoas inteligentes tomem decisões burras. Diz a sabedoria popular que quando discutimos problemas em grupo as idéias ficam mais claras, mais pontos de vista surgem, mais rica fica a tomada de decisão, não é? Mas não é isso que tenho encontrado por aí... Você já foi a uma reunião de condomínio, por exemplo? Já viu o que acontece quando o grupo tenta chegar a um acordo? Viu quanto tempo é perdido? Viu o volume de picuinhas que é discutido? Até que a turma cansa e acaba optando pela solução consensual, na maioria das vezes pelo NÃO fazer...
É assim que o homem funciona em grupo: existem diferenças de percepção gigantescas e buscar o consenso acaba provocando o nivelamento por baixo. E quem insistir na defesa de um ponto de vista contrário ao consenso arrumará um monte de inimigos e nunca mais terá paz. Será rotulado. E cada vez que der uma idéia ela será recebida com desconfiança pelo grupo pois "veio daquele maluco, daquele inconseqüente, daquele irresponsável".
Se individualmente o homem não gosta de mudanças, quando está em grupo ele odeia.
Encontrei uma das explicações para a asinidade estratégica em Warren Buffet, um dos maiores bilionários da atualidade, que descobriu o que ele chama de "imperativo institucional", uma força que impele as pessoas a um comportamento não racional no trabalho. Buffet define essa força em quatro partes:
1. Como na primeira lei do movimento de Newton, uma instituição ou empresa resistirá a qualquer mudança na direção para onde ela está indo. Ameaças à zona de conforto são automaticamente repelidas, mesmo inconscientemente. Ninguém gosta de mudanças.
2. Da mesma forma que o trabalho se expande para preencher o tempo disponível, uma grande variedade de projetos materializa-se para consumir recursos adicionais. É só aparecer algum dinheirinho extra que surge uma ideia para consumi-lo. Igualzinho na minha casa...
3. Qualquer idéia que venha do líder, por mais imbecil, será rapidamente suportada por relatórios e argumentos de subordinados. Asinidade estratégica é contagiosa, principalmente se vem do chefe...
4. O comportamento de outras empresas - principalmente concorrentes - estejam elas expandindo ou demitindo, será cegamente imitado. É a técnica do eu também.
A racionalidade não tem vez diante da asinidade estratégica. A asinidade estratégica é resultado do processo de tomada de decisão das pessoas, que é sempre emocional. Pessoas pensam e agem a partir do instinto de sobrevivência, focadas em interesses particulares e de olho no outro. Vivem apavoradas com a possibilidade de perder, de errar, de não fazer o "melhor negócio". Essa atitude quase sempre as coloca em conflito com os interesses da empresa, criando um estado permanente de hipocrisia, aquele teatrinho corporativo que a gente conhece bem... Interesses pessoais são o berço da asinidade estratégica, tanto naquela multinacional como para sua empregada doméstica. E vale também para os políticos, por quê não? Ou você acha que ver o Gabeira e o Suplicy - políticos que se notabilizam por uma imagem de honestidade -metidos na farra das passagens aéreas é por acaso?
Não é não.
É a asinidade estratégica funcionando.
Luciano Pires
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domingo, 30 de agosto de 2009

A face da felicidade

Você já parou para pensar como é abstrato o conceito de felicidade? Afinal o que é isso? Um sentimento? Uma sensação? Uma situação? É difícil dizer o que é felicidade e, normalmente, a gente sai com a resposta de que felicidade é uma medida individual. Que cada um determina o que é felicidade para si mesmo.
Talvez seja de fato assim, entretanto há alguns sinais comuns de felicidade que podem servir de roteiro básico para todos nós. A Face da Felicidade pode ser reconhecida sempre, independente de termos ou não a experimentado antes. Por exemplo, ao olharmos a face de uma mãe que segura seu filho nos braços, pela primeira vez. Do desempregado que consegue, finalmente, um trabalho. Do estudante, no dia em que passa no vestibular. Do apaixonado que beija pela primeira vez o seu amor.
São exemplos em que mesmo não se tendo vivido a situação, é possível reconhecer o sentimento. Ou seja, a felicidade é uma capacidade que todos possuímos, mas que só é acionada a partir de alguma situação.
Pelos exemplos dados anteriormente, podemos perceber que a felicidade deriva de alguma conquista pessoal. Porém, mesmo se relacionando a uma conquista, não tem a ver com o objeto alvo da satisfação, mas com o sentimento que proporciona.
Sendo assim, a felicidade é algo que diz respeito a quem somos, e não ao que possuímos. Tem a ver com a forma como valorizamos, respeitamos, entendemos e vibramos com determinada situação, circunstância ou resultado. Na medida que percebemos as dádivas que nos são oferecidas pela vida, criamos mais condições para um ambiente de felicidade.
Quando nos referimos ao valor dado ao objeto de nosso afeto, estamos nos referindo a uma escala interior, intrínseca, não ao tamanho do investimento. Caminhar uma quadra pode ser tão importante como caminhar todo o caminho de Santiago de Compostela, dependendo da situação. Assim como uma criança pode ficar mais feliz com o humilde brinquedo feito a mão, do que outra criança que tenha recebido um brinquedo de última geração tecnológica. A medida da satisfação é dada pelo valor que atribuímos, não pelo custo ou preço do objeto ou da ação.
Sendo assim, o nível de expectativa e as ambições de uma pessoa representam a medida de sua capacidade de gerar felicidade. Ao esperar muito de algum acontecimento, podemos nos frustrar. Ao exigirmos demais das coisas, estamos estabelecendo um limite muito alto para vivermos o sentimento da felicidade.
Isso não significa que podemos estar isentos de expectativas, ou que devemos ser pouco ambiciosos. Porém, é válido afirmar que é mais feliz quem possui expectativas razoáveis em relação à vida e ambições mais simples.
Isso porque a expectativa nunca atendida e a ambição nunca satisfeita são insatisfações permanentes, o que impede um sentimento de plenitude, que é o ambiente básico da felicidade.
Muitas vezes o foco que elegemos para gerenciar nossa vida é que está mal direcionado. Podemos estabelecer expectativas em relação ao nosso próprio amadurecimento, e temos poder pessoal para crescer nesse sentido. Contudo se nossas expectativas estão voltadas para as decisões do governo, para o movimento da economia, para o desempenho de outra pessoa, então não temos poder sobre o tema e a possibilidade de frustração é quase certa.
O mesmo se dá com a ambição. Um forte desejo de ser alguém melhor é mais possível de realizar do que um desejo de ter mais coisas. O Ter é muito etéreo, muito impalpável. Ter um bom cargo, ter uma casa, ter um carrão, ter um avião, ter um iate, enfim, ter é apenas temporário, tudo isso pode nos ser retirado, em algum momento, de um modo ou de outro.
Entretanto, Ser é uma posição mais sólida e permanente. Ser é uma condição íntima, uma conquista pessoal, derivada de progressos diários e constantes, sem retorno. A sabedoria de uma vida bem vivida não se perde nunca, mesmo que se percam todas as posses.
É muito difícil escrever sobre um tema tão abstrato como a Felicidade. Todavia, é fundamental que estejamos dispostos a falar, também, sobre questões que estejam além das lutas diárias pela sobrevivência e pelo sucesso. Essas questões não são de menor valor, mas não podem ocupar todo nosso interesse. Ampliar nossa visão das coisas e refletir sobre temas mais profundos é fundamental para que possamos tomar decisões que espelhem, verdadeiramente, nossas aspirações na vida.
Se não pensarmos sobre o que é Felicidade, talvez a gente tropece nela sem a reconhecer. Ou se esforce muito para chegar onde não se quer estar.
Infelizmente desconheço a autoria.

sábado, 29 de agosto de 2009

A experiência


"A experiência é uma professora difícil, porque ela dá o teste primeiro, e a lição depois." Vernon Sanders Law
Você sabe que muita gente que você conhece não costuma fracassar, ou pelo menos não parece fracassar. Mas o mesmo não acontece com você. Olhando sua história, é possivel lembrar de graves erros, descuidos, falhas e problemas que foram causados quando você tentava acertar, construir, mudar e melhorar sua vida e a vida daqueles que estão com você, incluindo a família, colegas e clientes. Por que você teve esses fracassos? Por que teve que pagar um preço tão alto? Por que você caiu? Porque você estava andando.
Quem fica parado, no mesmo lugar, não corre nenhum risco de cair, mas também não sai do lugar. Quem, como você, está tentando encontrar a pessoa certa, a carreira certa, o cliente certo, a idéia certa, a vida certa... você sim, pode cair. Até porque a vida vai aplicar os testes antes das lições. Sempre.
Mas nenhum "fracasso" é uma perda -- não se você continuar a buscar o acerto, a felicidade e o sucesso. Porque você só perde quando desiste. E você não vai desisitir. Não hoje.
Os vitoriosos, em qualquer área, enfrentam mais problemas e "fracassos" do que qualquer um. Por quê? Porque eles não desistem. E sabem que as quedas no caminho são esperadas. Eles continuam, apesar das quedas, apesar da dor, apesar da solidão, apesar de tudo. Como um atleta, como um músico, como um cientista, como um professor, como um trabalhador, como um empresário, como um estudante. Como você. Você enfrentou e enfrentará muitas quedas, talvez até mesmo hoje. Mas você não vai desistir. Não hoje.
Quanto maior o sucesso de sua jornada, maiores serão as quedas. É matemática. O terreno da vitória fica cada vez mais difícil e acidentado, por isso as quedas serão cada vez maiores -- mas também as vitórias, as conquistas, as realizações. Porque você só perde quando desistir, e você não vai desistir. Não hoje.
Por pior que seja a queda, respire, concentre-se e, depois de um breve descanso, levante-se e continue sua jornada. Lembre-se da verdade dita por Vernon Sanders Law: "A experiência é uma professora difícil, porque ela dá o teste primeiro, e a lição depois. Ela sabe que você não passará da primeira vez em alguns testes. Apenas pare e pense em qual terá sido a lição."
E nunca, jamais desista. Não hoje.
Coach 276273

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A ação, a omissão e as reações



Lancei a afirmativa numa palestra que ministrava para um grupo formado por lojistas no Rio Grande do Sul: - Você pode fazer tudo o que você quiser!
Um jovem levantou a mão. Parei de falar, após dizer: fale!
- Então eu posso matar alguém?
- Sim, pode!
- Mas eu vou preso!
- Ah!!!!
Foi o que respondi. E acrescentei que em nenhum código está escrito que é proibido matar alguém, mas sim, que matar alguém é crime (homicídio) e para tal existe punição.
A questão então se resume num único fato: toda ação possui sua correspondente reação.
Então, onde está a liberdade? A liberdade está no poder de escolher as próprias ações, levando em conta suas reações. São nossas as opções e também seus resultados.
Não raro as pessoas desejam o pleno exercício de seus direitos, sem a contrapartida dos deveres. Ou seja, há um desejo de viver socialmente com todos os direitos mas sem obrigações quanto aos deveres.
Há, na maioria das pessoas, um estranho desejo de estar acima das convenções (leis) quando interessa, num estranho nepotismo, muito conveniente.
Interessante notar que o mesmo “status” é negado ao outro.
Por que ao outro não? Sou melhor? Especial?
À sombra do egoísmo sistemático e grosseiramente subliminar destilado nas novelas baratas que se pode assistir todos os dias, jaz uma multidão de pessoas ávidas pela posse de facilidades e benesses injustamente conquistadas. É o império da “lei” da vantagem.
Superficialidade!
Poucas coisas tornam a pessoas tão “descartáveis” quanto isso atualmente. A banalização do erotismo, do sexo, sufoca o espírito. Assassina a infância asfixiando a alma e quase não se percebe o quanto isso faz parte da construção da infelicidade.
O sonho do poder é uma miragem que sempre está na linha do horizonte, jamais se aproxima. É como a ilusão de ótica do encontro do céu com o mar, provocada pela curvatura da Terra.
Mas por conta deste sonho, muitos se perdem nas escolhas, no exercício errôneo da vontade de ter ou ser sem o trabalho de conquistar honradamente.
Etapas queimadas viram cinza rapidamente. As ilusões se acumulam geometricamente e o medo assola aqueles que pensam deter algum poder sobre a vida de outros. Ironicamente sentem medo de si mesmos e não percebem.
O que fazem os homens com sua inteligência, posto que não a utilizam?
Da mesma forma que dois mais dois são quatro, o que não quero para mim não devo fazer ao outro. É óbvio.
Ah! Mas o óbvio se torna cada dia mais invisível, na pressa da corrida para o túmulo. E não há outro lugar para chegar!
Muitos sonham com o amanhã se esquecendo de viver o hoje.
Outros sentem saudade do passado, não vivendo o instante atômico do JÁ.
E as dádivas vêm e passam. Viram saudades sem serem experimentadas. É-se feliz sem saber, percebendo isso tarde demais. O futuro vira passado sem passar pelo presente, de fato.
O contrário da ação é a omissão. Curiosamente, esta também possui reações. Por isso que a omissão em estar no aqui e agora, faz com que a vida escoe por entre os dedos como areia.
Mas isso faz parte da liberdade. É uma escolha.
Porém, se tal escolha é feita consciente ou inconscientemente é problema de cada um, assim como as reações.
Ser é um belo e maravilhoso ESTAR.
Tal como as crianças que não classificam uma rosa, mas admiram sua beleza, aspiram seu perfume e se ferem nos espinhos, como tributo pela experiência. Choram, brincam, riem, cada coisa ao seu tempo, pois possuem a natural percepção da vida e realmente a vivem.
Por simples e tais razões é que as reclamações serão sempre infundadas, pois possuem origem nas reações às nossas ações ou omissões. Nossas, de mais ninguém.
Iludir-se sempre será uma imensa perda de tempo!
Joaquim Saturnino da Silva

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A educação

“ A Educação não se limita a desenvolver o Eu individual do homem; ela cria, no homem, um ser novo: suscita e desenvolve, não apenas desenvolve.
A virtude criadora é própria da Educação. Nos animais, mediante treinamento específico, pode-se apressar o desenvolvimento de certas capacidades, mas não se pode iniciá-lo numa vida inteiramente diversa: pouco aprende o animal além do que poderia aprender sozinho. Quando muito, através do condicionamento, podemos treiná-lo em algo que nada acrescente à essência de sua natureza.
No homem, a educação cria um ser novo – o Ser Social. Afinal .... o homem só se torna humano em sociedade.”
Fonte: Della Torre; M.B . O Homem e a Sociedade, 1997, cap. 12 p. 229.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A revolução da sua cuca


"Experiência não é o que acontece com um homem;é o que um homem faz com o que lhe acontece." Aldous Huxley
DICA: Somos o que pensamos! De olho na vida!
Sabe qual é a maior revolução de todos os tempos? A REVOLUÇÃO DA SUA CUCA.
Olhe em volta de você. Preste atenção naquilo que está em volta de você! Observe-se e espante-se (como eu) sobre um fato concreto: SEMPRE, EM QUALQUER SITUAÇÃO, VOCÊ VAI OBSERVAR QUE, NO MÁXIMO, 20% das pessoas, das empresas, dos estudantes, dos professores, dos políticos, de qualquer coisa são responsáveis por 80% do SUCESSO. Apenas, no máximo, 20% de nós ficam com 80% do melhor, do êxito, do dinheiro, do reconhecimento, da fama... Por quê? Preste atenção: você toma 10 táxis em São Paulo, em qualquer cidade... você vai ver que 2 taxistas são especiais. São diferentes. Conhecem as rotas alternativas. Perguntam que música você quer ouvir no carro. São felizes. Transmitem felicidade e paixão pelo que fazem... Preste atenção na sua própria família, se você quiser chegar "mais juntinho de você mesmo"... Analise seus familiares... veja que, novamente, no máximo, 20% deles crescem, evoluem, se destacam... são mais estudiosos, são mais apaixonados, são mais felizes... Por quê? Observe as lojas, o comércio, os bares do seu bairro... veja que, no máximo, 2 em cada 10 têm algo VIVO, único, especial. Veja seus colegas de trabalho... da mesma forma...
Sabe que isso chega a ser irritante? Eu mesmo me perguntava disso e nunca quis aceitar: "Não, não é possível que Deus tenha derramado talento, vontade, vida, iniciativa apenas sobre cerca de 20% de nós, suas criaturas... o que acontece com os demais 80%????"
Inicialmente, eu buscava resposta nas condições sociais. As pessoas são diferentes, pensava, porque nasceram em " berço de ouro ", e outras não... aí, para surpresa minha, via que, nas famílias mais ricas, com todo o dinheiro do mundo, novamente, no máximo, 20% deles eram diferentes, especiais, cresciam... e que o resto ou era medíocre ou - ainda por cima - destruía tudo o que outros haviam ganho!!!!???? Aí, observava que, mesmo nos lugares mais pobres, mais difíceis... nas prisões, hospitais, junto a deficientes físicos, nas favelas... nessas circunstâncias, encontrava gente espetacular, maravilhosa, pessoas que transcendiam a tudo isso, cresciam e superavam todos esses obstáculos, e que sabiam mais, eram mais felizes do que uma enormidade de outras pessoas em situações físicas ou condições financeiras superiores... mas, também nesses lugares e circunstâncias, o fenômeno dos 20% que fazem a diferença estava lá, sempre constante...
Sou professor de Marketing da ESPM há cerca de 18 anos. E é fatal, sempre, em qualquer classe de alunos, 20% são especiais, se destacam... todos desejam, todos passaram pelos testes, todos têm acesso ao mesmo conhecimento, todos têm, relativamente, as mesmas condições sociais e econômicas... mas apenas alguns superam, transcendem ... Então, caro leitor, o que é que há? O que existe é a forma como pensamos. É o sentido e o significado que damos à nossa vida.
Podemos, na vida, nos resignarmos ou sermos "rebeldes". A rebeldia é separada em duas: a boa e a má rebeldia. A boa rebeldia é a que desafia, constrói, não aceita a mediocridade. Luta para superar, dá show, dá exemplo de vida. A má rebeldia é a rebeldia parasitária. É o campo de ação dos "Elias Malucos" da vida...querem crescer, querem superar obstáculos, porém caminham pela zona obscura do lodo humano. A boa rebeldia faz de cada obstáculo um grande motivo para o crescimento.
E, fora disso, existe a LEGIÃO dos resignados. Estes, a grande maioria das pessoas... vive ainda na busca das "desculpas" por que as coisas não acontecem. Atribuem sempre aos outros o motivo da sua infelicidade. Culpam pai, mãe, tios e avós. Procuram nos sócios a razão do insucesso nos negócios. Buscam explicações nos professores e nas escolas pelo fato de não serem alunos especiais... Trata-se ainda de uma grande parte da humanidade que não operou a espetacular REVOLUÇÃO MENTAL. Isso significa ter a convicção absoluta de que não importa a circunstância onde você esteja, não importa a dificuldade... a sua diferença, a sua excepcionalidade é gerada exclusivamente pela sua vontade, força, determinação de viver e de construir sua vida na ética, no bem, na sagrada e boa rebeldia... Essa luta é uma luta travada dentro das nossas "cucas". É a luta entre o nosso sentimento de "patinhos feios versus o nosso cisne", igual à história de Andersen, onde um patinho feio diferente, esquisito era maltratado e escorraçado pelos outros do seu bando, até o dia em que descobriu que ele não era um pato e sim um cisne... ele era ele mesmo... diferente... e só conseguiu a felicidade ao compreender e assumir isso e procurar a "sua turma"!
Podemos todos fazer parte do crescimento, devemos lutar para inverter essa tendência fatídica da história do ser humano no planeta terra. 80% de nós podem ser especiais, únicos, felizes, empreendedores, geniais... a diferença reside exclusivamente DENTRO DE NÓS MESMOS... e tudo começa pela forma com que pensamos. O que pensamos define a nossa realidade. Pense especial. Tenha orgulho de você. Assuma suas diferenças. Faça aquilo pelo que você tem paixão... então, nos negócios, na arte, no esporte, como pai, educador, filho... a vida irá se transformar aos seus olhos.... e, muito importante, preste muita atenção naqueles 2, em cada 10, que são admiráveis... a vida é o espelho da nossa atenção. Mire-se, sempre, no exemplo dos construtores, dos especiais, dos que transcendem todas as dificuldades ... ao fazer isso, você começa a ser "igual" aos diferentes e especiais... e você vai constatar que o sentido da vida é ter um sentido só seu... e que dinheiro... é apenas um meio de vida, jamais um fim.
FONTE: José Luiz Tejon Megido, autor do livro "O Vôo do Cisne", Editora Gente, e Consultor da USEn em Agronegócios.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O compromisso

Quando eu era criança meu pai sempre me incomodava com um maroto dilema ético. Ele perguntava se eu preferia ser um herói morto ou um covarde vivo. E eu, voluntarioso, respondia:- Herói morto!
Lembrei dessa história quando vi a foto de Dilma Roussef segurando a peruca que o vento estava levando, lá na base aérea de Brasília. Peruca? É. A candidata tem um câncer e está fazendo quimioterapia, que derruba os cabelos. Raspou a cabeça e agora anda de peruca. Uns fingem que não vêem, outros vêem e ficam constrangidos e alguns fotografam. Uns publicam e não dizem nada. Outros publicam e dizem de forma oblíqua. E há também os que publicam e dizem.
Se quem diz é do partido dela ou da base de apoio, tudo bem. Mas se quem diz é da oposição...E eu não sei o que dizer. Estou perplexo. A mulher está com câncer, pô! Cân-cer! Sabe o que é isso? Câncer é uma doença terrível. É uma neoplasia, o crescimento anormal e sem controle das células. Mesmo com todo avanço da medicina, o câncer ainda mata. E muito. E quem está em tratamento tem que ficar em resguardo, descansando. E se está fazendo quimioterapia, então, é resguardo duplo. Triplo. A quimioterapia derruba as defesas naturais e qualquer resfriadinho pode virar uma pneumonia mortal. Câncer mata.
A vida toda ouvi a palavra "câncer" com um misto de mistério e medo. Afinal, uma afirmação como "fulano está com câncer" nunca foi uma constatação. Sempre foi uma condenação. O peso dessa palavra é imenso, só atenuado quando lembramos que em outros países lusófonos o nome é"cancro". Mas deixando as questões semânticas pra lá, câncer ou cancro matam!
Então o que é que essa mulher está fazendo no evento, na inauguração, na reunião? Que força a leva a abandonar o resguardo? Será uma grandeza de alma? Vocação para o sacrifício? Sede de poder? Talvez insistência dos colegas de partido e dos marqueteiros? Ou uma doentia necessidade de cumprir compromissos? Quem sabe a perspectiva de vencer mais uma batalha? Vencendo, a guerreira fica ainda mais forte?
A ministra assumiu um compromisso com o partido, com o presidente e com o Brasil. Um compromisso importante, de trabalhar para garantir a sucessão de Lula e a continuidade do projeto político do PT. É um compromisso sério, a ponto de levá-la a mudar de comportamento, modo de vestir e até de rosto. Mas tem que haver um limite.
Então faço aqui um apelo. Presidente, por favor, manda a Dilma pra casa. Manda que ela fique lá, quietinha, nanando, tomando um chazinho e vencendo a doença. Todo mundo vai entender e apoiar sua atitude. Presidente, se o senhor não mandar a ministra pra casa e a coisa se complicar a culpa será sua! Sei que a ministra é durona, mas se ela teimar peça para alguém da família - a filha, quem sabe? - chamá-la e repetir a frase inesquecível de Roberto Jefferson:
- Sai daí Dilma. Sai daí logo, antes que você faça réu um homem inocente, o presidente Lula!
E agora é pra Ministra: Dona Dilma, faça uma reflexão. Seu compromisso é importante, mas não justifica que sua saúde seja usada como mais um componente da equação política. Nenhum compromisso é mais urgente que tratar aquilo que pode matar a senhora. Recolher-se neste momento não é covardia. É um ato de amor próprio do qual a senhora sairá como covarde viva apenas para quem a está usando.
Para os outros, será uma heroína viva..
Primeiro a vida, ministra. Depois a política.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mexendo no bolso


Quando lancei meu podcast "Mídia e Baixaria", comentei sobre pessoas que ligam para as rádios pedindo músicas ruins. Eu dizia que quem faz isso é uma minoria que as rádios preguiçosas usam para justificar a veiculação de porcarias musicais. Uma leitora e ouvinte, a Valnice, enviou-me um email comentando:
"Luciano, tempos atrás a emissora de rádio da minha cidade começou uma promoção onde uma pergunta era lançada no ar. As pessoas ligavam e quem respondesse primeiro levava um prêmio. Gostei, minha 'secretária para assuntos domésticos' um dia me perguntou sobre Antônio Conselheiro, explicando que era pra responder a pergunta do programa. Fiquei feliz com a iniciativa, pois a vontade de saber a resposta aguçaria a curiosidade e consequentemente levaria à pesquisa. Os dias se passaram e as perguntas foram caindo de nível, tipo: quem fez o papel de Juca Pirama na novela tal? Quem matou Odete Roitman? Fiquei indignada, liguei para a rádio e me disseram que as pessoas reclamavam das perguntas que eram muito difíceis. Argumentei dizendo que mesmo assim as pessoas telefonavam e respondiam e tentei mostrar que o nível deveria aumentar, diminuir jamais, afinal, temos estudantes na cidade e seria um ótimo exemplo da emissora valorizar a inteligência dos ouvintes. A resposta foi limpa e seca: Você já ligou para o programa? Se sabe tanto deve ter ganhado todos os prêmios."
Hummmm.... Exemplos como o da Valnice temos aos montes: a tentativa de sempre nivelar por baixo, de pensar pequeno, de impedir que as pessoas tenham que pensar, refletir. Assim mais gente participa, a audiência aumenta e "nóis vendemo uns reclame". A conseqüência dessa preguiça mental é mais um tijolinho no empobrecimento cultural do brasileiro. E então um velho provérbio latino torna-se realidade: "Asi num Asi nus Fricat", um asno coça o outro. Vários indicadores mostram que a preguiça mental foi irremediavelmente incorporada à cultura brasileira. Só o que parece importar é "ganhar algum". Essa engrenagem perversa tem que ser quebrada, se quisermos levar este país para o futuro com alguma consequência.
Tempos atrás conheci um grande comprador de espaço publicitário na televisão, que um dia exigiu que uma emissora tirasse do ar um programa horroroso transmitido em rede nacional. Caso contrário ele pararia de anunciar na rede. Resultado: o programa acabou. O apresentador foi demitido e nos livramos do lixo. Por pressão de quem tinha o poder de impedir que a rede "ganhasse algum". Meu conhecido mexeu no bolso dos caras.
E se o CONAR, o Conselho de Autorregulamentação Publicitária, a organização não governamental que visa impedir que a publicidade enganosa ou abusiva cause constrangimento ao consumidor ou às empresas, assumisse também a responsabilidade de instigar seus associados (as agências de publicidade) a não propor a seus anunciantes que coloquem dinheiro em programas de baixo nível no rádio, no jornal, na revista e na televisão? E se cada um de nós se recusasse (e comunicasse isso) a consumir produtos das empresas que financiam a baixaria impedindo que elas ganhem algum? Os diretores de marketing dessas empresas pressionariam as agências de publicidade, que pressionariam os departamentos comerciais das redes de rádio e televisão, que pressionariam seus departamentos artísticos, que pressionariam os produtores, que pressionariam o mané a fazer perguntas de melhor nível na rádio da Valnice.
Essa proposta não é novidade. Dê uma olhada no http://www.eticanatv.org.br/ e imagine algo semelhante aplicado a toda a mídia. Só assim contribuiríamos para reduzir a miséria intelectual brasileira.
Mexer no bolso. É a única linguagem que o asno entende.
Luciano Pires
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domingo, 23 de agosto de 2009

Como salvar o planeta com uma sacola nas mãos

Não use sacolas plásticas. Não toque nelas. Não chegue perto delas. Elas mordem. Elas penetram seus poros, infestam sua casa e se grudam na terra cheirosa do seu planeta. Seu planeta fica indigesto, mastigando a sacola de plástico por 50 anos, tendo azia por outros 50, tentando absorvê-la por mais 50 anos.
Enquanto isso você nasce, cresce, reproduz e morre. Seu filho nasce, cresce torto, reproduz mal e morre logo. Seu neto nasce mal, não cresce e, cercado por sujeira plástica e poluição, desiste de reproduzir.
Por isso, volte a usar as velhas, boas, MUITO MAIS RESISTENTES e DURÁVEIS SACOLAS DE PANO. Fale com sua avó sobre isso. Ela deve ter em alguma gaveta uma bela sacola de lona ou de pano grosso. Vá ao mercado com sua própria sacola, é muito mais maneiro. Quer uma dica: pinte o tecido de sua sacola do seu jeito. Por exemplo, pinte uma árvore nela. Ou uma Lua Cheia. Ou o que você quiser, afinal, você é exclusivo!
Fale com o gerente do supermercado. Diga para ele disponibilizar sacolas de pano aos clientes. Assim ele não terá de comprar milhões de futuros dejetos plásticos e os netos dele viverão num planeta mais limpo. Diga para ele: "se tu é macho, faz uma promoção: quem vir às compras com sacola de pano ganha 1% de desconto ou 30 dias no cheque ou meia dúzia de pãezinhos, ou um grande ABRAÇO..."
Se você tiver grana, COMPRE SACOLAS DE PANO e as distribua na entrada dos mercados.
Se você não tiver grana, mas tiver alguma habilidade manual, FAÇA as sacolas, PINTE frases legais nelas e vá para a porta do mercado vendê-las. Eis algumas sugestões para as estampas das sacolas:
EU SALVO O PLANETA, EU USO SACOLA DE PANO
UMA SACOLA NA MÃO E UMA IDÉIA NA CABEÇA: SALVAR O MUNDO
USE SACOLA PERMANENTE, PORQUE A TERRA NÃO É DESCARTÁVEL
QUEM USA SACOLA PLÁSTICA É BURRO!
EU USO SACOLA DE PANO E SOU FELIZ!
Se você for vereador ou candidato a, crie leis incentivando o uso de sacolas, sacos, mochilas, malas, maletas feitos de pano, lona, jeans, couro, papelão, folha de bananeira ou outro material BIODEGRADÁVEL. Crie um concurso municipal para incentivar o design de sacolas e de estampas.
Se você for gerente de supermercado ou de loja NÃO USE MAIS SACOLAS PLÁSTICAS, pelo AMOR do planeta.Se você for consumidor, compre ou confeccione sua própria sacola de material não-plástico. Tire uma foto com ela, teremos o prazer de publicar aqui na RETRANS. E ANDE COM ELA PELO MUNDO, DE MÃOS DADAS PARA SALVAR O PLANETA.
Original em:

sábado, 22 de agosto de 2009

Quem é o idiota?

A psicologia considera que um IDIOTA é aquele que possui idade mental equivalente a de uma criança de três anos.
Idiota é aquele que respeita o sinal vermelho mesmo que esteja com pressa e possa perder o horário programado.
É aquele que não trapaceia, nem mesmo que seu prejuízo seja relevante e que ninguém jamais fosse descobrir.
É aquele que se repreende e se contém nas palavras, muitas vezes ferindo-se internamente, para não magoar alguém que fez algo que julga errado. É quem doa roupas para ajudar os outros, ao invés de vendê-las no comércio de roupas usadas e ganhar um dinheirinho com isso.
É quem deixa de beber porque vai dirigir depois e ainda justifica dizendo que não seria seguro para si e para outrem.
É aquele que não trai um juramento, deixando de aproveitar as coisas boas da vida, novas experiências e novas aventuras.
É quem fica pensando, refletindo, filosofando, ao invés de agir com seus impulsos e deixar revelar suas nuances humanas e seus instintos primitivos.
É a pessoa que ajuda os demais a troco de nada, apenas por um obrigado que, algumas vezes, nem mesmo recebe.
É tudo isso e muito mais. É quem perde tempo estudando as origens da vida, a história da existência, a evolução do pensamento em vez de curtir o momento presente.
É quem pensa na morte e considera a vida efêmera, querendo evoluir e buscar a perfeição, tornando-se homem íntegro que suprime os vícios.
Enfim, idiota é quem crê na existência de um Ser Supremo e quem acha que tem deveres para com a Pátria, para consigo mesmo e para com a sociedade.
Autor: Widmark Calza
Email: solidariedade@superig.com.br

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Gastão, o vomitador

Nos anos setenta, quando o tablóide O PASQUIM estava no auge, o cartunista Jaguar criou um personagem antológico: Gastão, o vomitador.
O Gastão era um sujeito comum, tinha cara de contador, carequinha, barba mal feita, óculos com moldura grossa e usava um terninho com gravata escura. Sempre que uma situação o desagradava, especialmente se relacionada ao universo político daqueles anos de chumbo, Gastão não tinha dúvidas, vomitava sobre a fonte de sua indignação. Seu grito de guerra era delicioso:
- BLUAH!!
Os anos passaram, a ditadura se foi, o Pasquim acabou, chegamos à democracia, a esquerda tomou o poder e... que falta faz Gastão, o vomitador!
Mas parece que ele voltou. Na reunião do Conselho de Ética do Senado, presidida pelo boneco de ventríloquo Paulo Duque, que arquivou as 11 denúncias contra o senador José Sarney, Gastão baixou no Senador Flavio Arns, do PT do Paraná. Diante das éticas explicações de Paulo Duque, o sistema nervoso parasimpático de Flavio Arns - que estimula as atividades relaxantes - entrou em ação, provocando um aumento na salivação. Conforme a votação foi se encaminhando, começou um movimento na zona média de seu intestino delgado, fazendo com que o conteúdo intestinal começasse a circular num sentido inverso. Quando ouviu Wellington Salgado dizendo "não", sua musculatura abdominal contraiu-se, aumentando a pressão intra-abdominal. Então veio Ideli Salvati e Flavio Arns sentiu que sua pressão intra-toráxica baixou... E ao ouvir a decisão pelo arquivamento, seu sistema nervoso simpático - que estimula as ações que mobilizam energia - entrou em ação, aumentando os batimentos cardíacos. E Flavio Arns começou a transpirar. Era o pródromo do vômito, que foi espetacular:
"Eu quero dizer infelizmente que eu tenho que me envergonhar daquilo que meu partido fez. O Partido dos Trabalhadores rasgou hoje a página fundamental da sua constituição, que é a ética. Pegou a folha da ética e jogou no lixo. (...) Infelizmente o partido deu as costas para a sociedade, para o povo, para os seus princípios, para bandeiras que são tão caras para mim e para tantas pessoas pelo Brasil. Eu posso dizer hoje que me envergonho de estar no Partido dos Trabalhadores com este direcionamento que o partido está fazendo. É uma vergonha para mim e quero dizer isso de maneira muito clara à todos os meus eleitores."
E então o Senador anunciou que vai retirar-se do partido.
Flavio Arns me lembrou daquelas antigas comédias quando o Gordo dava uma tijolada na cabeça do Magro, que sempre levava alguns segundos para reagir à dor. Flavio Arns é o Stan Laurel do PT: levou quase três anos para acordar e vomitar sua indignação. Mas ao menos teve a coragem e dignidade de vomitar. Espero que tenha sido sincero.
O vômito, na maior parte das vezes, é o recurso que o organismo usa para livrar-se de substâncias tóxicas. O Brasil precisa incorporar Gastão, o vomitador, para um grande, consciente e redentor vômito, seguido daquela deliciosa sensação de bem estar.
Vomita Brasil! Antes tarde do que nunca.
Luciano Pires
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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

As ditaduras podem voltar

Autor(es): Frei Betto Correio Braziliense - 24/07/2009
Escritor, é autor de Calendário do Poder (Rocco), entre outros livros Todos os ditadores — de Hitler a Médici, de Batista a Stalin, de Franco a Somoza — passam à história como figuras execráveis, cujos nomes, estigmatizados, se associam às vítimas de seus governos tirânicos.
Aliás, Tirano era o comandante da guarda do rei Herodes. Seu nome tornou-se sinônimo de crueldade por se atribuir a ele a execução da ordem real de decapitar, em Belém, todos os bebês, entre os quais estaria Jesus se José e Maria não tivessem fugido com ele para o Egito.
A América Latina carrega em sua história longos períodos de supressão do regime democrático. No século 20, o Brasil conheceu dois: sob o governo Vargas (1937-1945) e sob o regime militar (1964-1985), sem falar dos que governaram sob Estado de Sítio. O paradoxo é que todas as ditaduras latino-americanas foram suscitadas, patrocinadas, financiadas e armadas pelo governo dos EUA. Até o mandato de George W. Bush, para a Casa Branca, democracia consistia numa panaceia, mera retórica política. Fala-se que nos EUA nunca houve golpe de Estado porque não há, em Washington, embaixada americana. O recente golpe em Honduras, que resultou na deposição do presidente Zelaya, democrática e constitucionalmente eleito, coloca o governo Obama frente à hora da verdade. Ao receber a notícia, Hillary Clinton, secretária de Estado, vacilou. Talvez tivesse manifestado apoio aos golpistas se o presidente Obama, em viagem à Rússia, não houvesse reagido em defesa de Zelaya como legítimo mandatário. Ainda assim, os EUA não suspenderam sua ajuda financeira e militar às Forças Armadas hondurenhas, que sustentam o ditador de plantão.
A política externa da Casa Branca trafega sobre o fio da navalha. Sabe que Zelaya está mais próximo de Chávez que dos falcões norte-mericanos que ainda comandam a CIA. Essa agência, especializada em terrorismo oficial, não foi devidamente saneada por Obama. E, agora, tenta justificar o golpe sob o pretexto, infundado, de que o presidente da Venezuela estaria prestes a remeter comandos militares a Honduras para derrubar os golpistas e devolver o mandato ao presidente Zelaya.
A América Latina conheceu significativos avanços políticos nas últimas duas décadas. Após destronar as ditaduras militares e rechaçar presidentes neoliberais — Collor no Brasil, Menem na Argentina, Fujimori no Peru, Caldera na Venezuela —, demonstra preferência eleitoral por candidatos oriundos de movimentos sociais, dispostos a disputar o espaço das esferas de poder com os tradicionais grupos oligárquicos. É verdade que o uso do cachimbo entorta a boca. Alguns mandatários, em nome da governabilidade, não têm escrúpulos em fazer concessões a velhos caciques políticos notoriamente corruptos, representantes de feudos eleitorais marcados pela mais extrema pobreza.
Quando um líder político de origem progressista se deixa cooptar pela oligarquia conservadora, o que está em jogo, de fato, não é a propalada governabilidade. É a empregabilidade. Perder eleição significa o desemprego de milhares de correligionários que ocupam a máquina do Estado. Nesses tempos de crise financeira não é fácil inserir órfãos do Estado na iniciativa privada. Seria, para muitos, atroz sofrimento perder o cargo e, com ele, as mordomias, tanto materiais — transporte e viagens pagos pelo contribuinte — quanto simbólicas — a aura de autoridade que desencadeia em torno ondas concêntricas de bajulação.
Todos sabemos que, hoje, no centro da vida política se sobressai a questão ética. A maioria dos políticos teme a transparência. Por isso, muitos, descaradamente, agem por baixo dos panos, promulgam decretos secretos, cumpliciam-se em maracutaias, tratam como de somenos importância o fato de o deputado do castelo usar verba pública em benefício próprio, ou um senador, ex-presidente da República, incluir sua árvore genealógica na folha de pagamento custeada pelo contribuinte.
Se não se estancar essa deletéria convivência e conivência de lideranças outrora progressistas com velhos e corruptos caciques, não se evitarão a descrença na democracia, a deterioração das instituições políticas, a perda do senso histórico na administração pública. O que constitui excelente caldo de cultura para favorecer o retorno de ditadores salvadores da pátria.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A importância das coisas

Colaboração de Denise Tellier Sartori
Um dia um professor chegou diante de sua classe trazendo uma garrafa com 2 litros de água , garrafa de vinho fechada, um pote de vidro grande e vazio, um saco de areia, um saco de bolas de golfe e uma caixa de bolas de gude.
A classe ficou sem entender nada com aquela cena. Mas sem dizer uma palavra, o professor pegou o pote de vidro e começou a enchê-lo com bolas de golfe.
Em seguida, perguntou aos seus alunos se o pote estava cheio e, imediatamente, estes disseram que SIM.
O professor, então, pegou uma caixa cheia de bolas de gude e a esvaziou dentro do pote. As bolas de gude encheram todos os vazios entre as bolas de golfe.
O professor voltou a perguntar se o pote estava cheio e voltou a ouvir de seus alunos que SIM.
Em seguida, pegou o saco de areia e o esvaziou dentro do pote. A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam e ele perguntou novamente aos alunos, que unanimemente responderam que o pote agora estava cheio.
Em seguida abriu a garrafa de água e a derramou toda sobre e o pote, umedecendo a areia.
Os estudantes riam da situação, quando o professor lhes falou: - Quero que entendam que o pote de vidro representa as nossas vidas. - As bolas de golfe, são as coisas mais importantes. São aquelas que dão sentido a nossas vidas. São aquelas coisas com as quais nossas vidas estariam cheias e repletas de alegrias, tais como: a saúde, a família, os filhos, os amigos e as pessoas especiais. - As bolas de gude são as outras coisas que importam; o trabalho, a casa bonita, sucesso, dinheiro, o carro novo, a roupa, a aparência, etc. - A areia representa todas as pequenas coisas. Coisas sem muita importância.- Mas, se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golfe.
O mesmo ocorre em nossas vidas. Se gastamos todo nosso tempo e energia com as pequenas coisas, nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes. Prestem atenção nas coisas que são cruciais para a sua felicidade. Brinquem com seus filhos, saiam para se divertir em família, dediquem um pouco de tempo a vocês mesmos, tenham fé em algo ou em alguém, pratiquem seu esporte favorito, ame e deixe ser amando. Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de golfe em primeiro lugar. O resto é apenas areia.
- A expressão "é mais importante que" é uma das mais importantes para o nosso dia-a-dia, por vezes até para nossa sobrevivência. Algo que consideramos mais importante merece mais da nossa atenção e da nossa energia, e pode conduzir-nos até a sacrifícios que sem essa avaliação de importância não ocorreriam. Distorções nas nossas relações de importância podem conduzir a desarmonias e problemas. Cuidado, pois manter modelos mentais distorcidos da realidade pode ser a causa de muitos problemas.
Um aluno se levantou e perguntou o que representava o vinho, já que ele não foi usado no seu experimento?
O mestre lhe respondeu: "Que bom que me fizestes esta pergunta, pois o vinho serve apenas para demonstrar que não importa quão ocupada ou cheia esteja nossa vida, sempre haverá lugar para tomar um vinho com uma pessoa especial ou uma cervejinha com os amigos.
(Autor desconhecido)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Base ética científica


O interesse comum como principal base ética científica
O desenvolvimento econômico é, muitas vezes, baseado em inovação tecnocientífica. No entanto, esse desenvolvimento é geralmente realizado em detrimento do desenvolvimento social e da preservação do meio-ambiente. Australiano de nascimento, Hugh Lacey, filósofo da ciência da Universidade de São Paulo (USP) – convidado para uma mesa redonda na 61ª reunião Anual da SBPC – concedeu uma entrevista para a revista ComCiência e falou sobre a maneira como a ciência e a tecnologia são aplicadas no mercado e, sobretudo, no sistema capitalista. A entrevista é de Erica Guimarães e publicada pela revista eletrônica ComCiência, 17-07-2009.
Eis a entrevista:
Qual deveria ser a principal preocupação ética dos cientistas?
A ciência é o entendimento e conhecimento de fenômenos do mundo. Ela possibilita a descoberta de novos fenômenos, às vezes produzidas de forma prática e tecnológica, muitas vezes, sem nenhuma aplicação. Acho que todas as pesquisas, projetos de pesquisa devem começar com uma questão: como essa pesquisa pode ajudar na formação humana? Essa questão ética é a primeira questão. E então, depende da área.
Existe uma preocupação com as questões ecológicas e sociais?
Existe uma preocupação, mas não é suficientemente séria ainda. Os temas que envolvem sustentabilidade, inovação, crescimento econômico, desenvolvimento social, questões tecnocientíficas precisam ser discutidos com mais frequência. Quero como cientistas criar na balança entre inovação e bem estar social. A ciência está dominada pelos interesses econômicos, infelizmente.
Em sua opinião o direito de propriedade intelectual é ético?
Não. Para mim, ética tem a ver com bem estar. Um direito ético deve ser algo que contribui para nossa sociedade. Existe um discurso de que não basta ter produtividade acadêmica, tem que virar patente. Não se pode patentear o conhecimento, mas produtos e processos. É necessário avaliar se as inovações contribuem para o bem estar do cidadão. O problema é que o valor da ciência é sempre maior para o mercado. O conhecimento pertence ao patrimônio da humanidade.
Os problemas sociais são evidentes, sobretudo no Brasil. As iniciativas científicas negligenciam as áreas sociais e emergentes e focam mais em inovações tecnocientíficas?
Acho que temos um dilema. Nos países como Brasil, China e Índia há uma necessidade na área social por conta da pobreza. Hoje, desenvolvimento significa, no mundo inteiro, desenvolvimento econômico baseado em inovação tecnocientífica. E as inovações, podem, muitas vezes, aumentar as diferenças sociais e ter um impacto sobre os problemas ambientais e sociais. Em curto prazo a inovação é positiva, mas em longo prazo existe a possibilidade de destruição.
Como conciliar economia, preocupação ecológica e bem estar social?
Formamos, para isso, instituições como a SBPC. Pode haver uma mobilização de todos os setores ecológicos e sociais. Da economia, ecologia, e sociedade. Mas as universidades estão dependendo e precisando, cada vez mais, de dinheiro, mas acredito que é papel das universidades limitarem a economia sem deixar de lado o bem estar social. É preciso enfatizar a necessidade de outra abordagem.
Original no site:

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A arte de conviver com pessoas insuportáveis no trabalho


Texto enviado por Denise Tellier Sartori
Por: Marcela Tavares
Não importa qual o ramo de atividade que exercemos, mais cedo ou mais tarde temos que conviver com pessoas com um temperamento difícil. O que fazer? Entrevistamos Bruna Gasgon, consultora em comunicação e recursos humanos, que criou apelidos para os tipinhos insólitos que aparecem nos escritórios e ensinar de uma maneira divertida como neutralizar as más influências.
Os insuportáveis podem ser de dois tipos. O primeiro deles é a pessoa é insuportável e pode até precisar de terapia porque não sabe que é assim. No segundo, a pessoa está insuportável porque teve uma semana ruim, está se sentindo mal. "Pelo menos um dia na vida a gente é insuportável", disse Bruna."
A primeira providência é perceber que você também é uma pessoa insuportável. Eu mesma sou a insuportável número um!", brincou a consultora. Ela frisa que todo o exercício de lidar com pessoas com quem você não se dá bem tem como primeiro momento o autoconhecimento. "Pode ter certeza, em algum momento de sua vida você foi (ou é) insuportável para alguém. Então você tem que refletir sobre as suas atitudes para que o clima do escritório não piore".
Num segundo momento, tente entender a chatice de seu colega descobrindo o que o leva a agir assim. "Se você sabe que alguém dormiu mal, está com uma mãe doente e essa pessoa te dá uma patada, você acaba relevando. É claro que isso não pode acontecer sempre, mas se você está ciente de que a irritação não é com você, a sua dor de cabeça ou sua raiva evaporam", aconselha Bruna.
Finalmente, tente sinalizar que esse tipo de atitude incomoda e muito. "Quando você percebe que está sendo chato e por isso as pessoas se afastam de você, não há quem não tente melhorar", disse a consultora.
Conheça os principais tipinhos difíceis de escritório e aprenda a lidar com eles
Brucutu - Perfil
É aquele que sente prazer especial em humilhar as pessoas, principalmente os subordinados. Ele grita, dá respostas grosseiras e parece que nem percebe o quanto magoa os que estão ao seu redor. Geralmente, ou você engole, ou vira brucutu também. Nenhuma das duas alternativas é interessante.
Por que ele é assim?
Um brucutu pode ter acordado com o pé esquerdo, estar de TPM, "a Tendência Para Matar", disse Bruna. Geralmente tratam mal os subordinados porque acham que têm poder suficiente para escapar de protestos.
O que fazer?
Quando alguém estiver explodindo com você, deixe que a pessoa fale tudo o que quer. "Espere acabar a corda", explica Bruna. Fique parado na mesma posição. "É estranho, mas em todas as pesquisas que fiz, quando alguém se move numa situação dessas, a pessoa que está explodindo fica ainda mais brava". Finalmente, depois que o brucutu se calar, diga em um tom de voz calmo e baixo que você é um profissional, que merece ser respeitado e de gostaria muito que isso não acontecesse mais. "Pode acreditar, o brucutu se desmonta na hora porque ele percebe que reagiu de forma errada".
Sabe-tudo - Perfil
Sabe aquele chato que sempre te corta no meio de uma reunião porque ele tem certeza de que sabe muito mais sobre o assunto? Também é aquele que fica o tempo todo contando vantagem, falando da viagem sensacional que fez, do melhor restaurante da cidade que só ele conhece, do carrão que comprou.
Por que ele é assim?
Pessoas que tentam mostrar o tempo todo o como são melhores têm um profundo complexo de inferioridade, são muito inseguras, diz Bruna.
O que fazer?
Vire o melhor ouvinte do mundo. Não tente dizer que o seu é melhor ou que você não acha a nova camisa dele tão fantástica assim. Quanto mais você der corda, mais ele vai querer se exibir.
Kid Tocaia - Perfil
O mais nocivo de todos. É aquele colega que faz de tudo para que você fique mal diante dos olhos do seu chefe e que comemora secretamente cada falha que ele vê em você. Fofoqueiro, costuma dar umas alfinetadas em você no meio de uma rodinha e depois solta um "eu tava brincando, amiga!".
Por que ele é assim?
O Kid Tocaia quer alguma coisa que você tem. Pode ser seu cargo, seu cabelo, seu namorado. São patologicamente invejosos.
O que fazer?
É preciso estar atento para que as mentiras espalhadas pelo Kid Tocaia não acabem com a sua imagem na empresa. "O mais complicado é segurar a vontade de sair no braço com o invejoso, mas não adianta revidar. Se você estiver explodindo, vá ao banheiro mais próximo e dê uns gritos de caratê para aliviar a tensão", aconselha Bruna. Não adianta ficar remoendo o ódio, afinal de contas você não é culpado pela inveja do Kid. "Dedique-se ao seu lazer. Pegue um dia para dar um passeio sozinho. Não adianta ficar acumulando a raiva porque isso faz mal à saúde e atrapalha ainda mais o seu trabalho", disse a consultora.
Frente fria - Perfil
Uma nuvem preta paira apenas sobre a cabeça dele. Tudo está ruim e a pessoa se sente tão mal com tudo e todos que contamina o escritório.
Por que ele é assim?
Os frente fria são pessoas muito melancólicas, que optaram por olhar sempre para o lado negativo das coisas. Sabe aquela história de ver que o copo está meio vazio?
O que fazer?
Não tente argumentar ou brincar de "Jogo do Contente". Eles vão inverter tudo que você disser e achar ainda mais "provas" de que o mundo vai acabar antes das seis da tarde. Principalmente, NUNCA mude seus planos por causa de uma opinião do frente fria.
Disque problema - Perfil
Primo do frente fria, é viciado em reclamar. Se trocam os computadores, reclama que não vai saber mexer nos programas novos. Se pintam as paredes, reclama que o ambiente ficou muito claro.
Por que ele é assim?
Para essas pessoas, reclamar é um vício. É impressionante como eles conseguem estragar a melhor das intenções.
O que fazer?
Chame a pessoa para conversar e fale francamente o que você acha das atitudes dela. Não tente atacar, a conversa tem que ser bastante amigável. Você pode até começar brincando, chamando a pessoa de reclamona. "Na hora o Disque Problema pode fugir da conversa, mas com certeza no dia seguinte ele vai falar com você e tentar reclamar menos", disse Bruna.
Agradecimentos
Bruna Gasgon
Consultora em comunicação e RH
(11) 5052-9124

domingo, 16 de agosto de 2009

A vida secreta dos ingredientes


A vida secreta dos ingredientes - Pegue uma embalagem de biscoito em sua cozinha e dê uma lida no rótulo.
Você conhece a origem e a função de todos os ingredientes?
O jornalista americano Steve Ettlinger também não sabia, mas viajou o mundo para descobrir e relatou tudo no livro Twinkie, Deconstructed (Twinkie, Desconstruído, sem edição brasileira).
A ideia surgiu durante um piquenique com a família. Seu filho perguntou o que é o polissorbato 60: “Dá em árvores?” Ettlinger não soube o que responder e decidiu descobrir e compartilhar esse conhecimento com outros consumidores.
Foi pesquisar a origem de todos os ingredientes do famoso bolinho recheado Twinkie, vendido há mais de 70 anos nos Estados Unidos. Em alguns casos, a origem está em refinarias de química cuja localização é protegida por leis antiterrorismo. Noutros, nas fazendas de milho e soja do Meio Oeste americano. (Ah, sim: o polissorbato 60 de certa forma dá em árvores. Trata-se de um polímero derivado de milho e óleo vegetal. É um emulsificante: faz com que a água e a gordura se combinem. No caso do Twinkie, sua função é substituir a capacidade estabilizante dos ovos e do leite, que ajudam no crescimento das massas.)
Você continua a comer Twinkies depois de conhecer seus ingredientes?
Não. Estou muito mais interessado em alimentos locais e integrais. É claro que eu já conhecia essas opções. Vivi na França por um tempo e trabalhei como cozinheiro, então eu gosto de comida de verdade. Mas agora definitivamente é algo de que preciso em minha vida. Após escrever o livro, fiquei ainda mais fã dos agricultores locais.
A comida processada é mesmo tão ruim para nós?
Essa pergunta exige uma resposta muito longa. O termo “comida processada” é amplo e pode designar muitos tipos de comida. Qualquer coisa salgada, como o bacalhau, é processada. Qualquer coisa cozida é processada, na verdade. Além disso, nós precisamos de alimentos industrializados para viajar. É por isso que a comida processada tem nos acompanhado por eras. É por isso que as pessoas inventaram o salgamento e a defumação. Isso nos deu maior liberdade de movimentação e é o que nos permitiu chegar ao século 21.
No entanto, creio que há um problema quando as pessoas consomem muita comida de conveniência, especialmente salgadinhos e doces, porque elas não fornecem boas calorias, estão repletas de gordura, sódio e açúcar. O consumo desse tipo de “bobagem” deve ser diminuído.
Outro ponto problemático é o grande aparato industrial necessário para produzir os ingredientes desse tipo de comida. No livro, eu exploro a origem de todas essas coisas e descubro que a maior parte da comida industrializada é feita com ingredientes que vêm de grandes petroquímicas e fábricas de químicos básicos. Veja só: 14 dos 20 produtos químicos mais usados nos Estados Unidos fazem parte direta ou indiretamente da receita do Twinkie.
Por que isso é ruim?
Primeiro, esses alimentos dependem de produtos químicos vindos do petróleo. A alta do preço do petróleo é um problema, mas não só: um dia, ele vai acabar. Segundo, esses produtos químicos são usados para produzir soja e milho, os principais ingredientes dos alimentos industrializados. De fato, oito dos ingredientes do Twinkie vêm do milho. Terceiro, é um problema depender da soja, que é importada, grande parte dela do Brasil, inclusive. Se esses produtos dependem de insumos que se tornarão mais caros ou mais raros no futuro, isso é um problema. Além disso, esse tipo de produção extensiva tende a degradar o solo. Provavelmente seria melhor para todos se usássemos menos químicos para produzir comida.
Nós pagamos subsídios com nossos impostos, especialmente à indústria petroquímica, para fazer herbicidas, pesticidas e fertilizantes, que permitem produzir essa comida e vendê-la com o apoio do governo a preços artificialmente baixos.
No livro, você afirma que diretores e funcionários do setor não quiseram dar declaracões. Por que a indústria alimentícia é avessa à transparência?
Acho que eles tiveram muitos problemas no passado com pessoas apontando quanta ajuda o governo oferece a essa indústria e o quanto a comida produzida é ruim para a saúde, em contrapartida. Eles também sabem que, mesmo incentivando o consumo de novos produtos, como barras de cereais, aparentemente bons para a saúde, na verdade você pode comer castanhas e frutas e ficar bem satisfeito. Comida fresca não dá dinheiro para a indústria alimentícia. Então, a única maneira pela qual eles podem fazer dinheiro é adicionando algo pelo qual se tenha de pagar, como uma embalagem atraente. Veja os flocos de milho.
As empresas ganham muito mais vendendo cereais matinais do que vendendo milho. Então, quanto mais nós discutimos e aprendemos sobre isso, pior é para a indústria. Não vale a pena para eles informar o consumidor.
Os governos estão fazendo esforcos no sentido de informar o cidadão sobre a alimentacão? Esse será um ponto interessante a observar com o nosso novo presidente. Ele está recebendo muita informação de pessoas que, como eu, estão envolvidas em educar o consumidor sobre comida e alimentação saudável. Em particular, pessoas que promovem o consumo de alimentos integrais e produzidos localmente, frutas e vegetais e assim por diante.
Há gente pedindo a ele que plante um jardim orgânico no quintal da Casa Branca. Algo assim não aconteceria no governo Bush nem aconteceu em outros governos. Nixon e Reagan fizeram tudo o que puderam para dar apoio através de leis e dinheiro a grandes companhias de processamento de milho e soja. Essas companhias, por sua vez, encorajaram os agricultores a plantar apenas um ou dois tipos de grão em fazendas enormes.
No passado, as fazendas produziam diversos tipos de vegetais e frutas. Alguns agricultores estão voltando a fazê-lo. É nesse sentido que Barack Obama ajudará a mudar o envolvimento do governo americano na agricultura. Por sinal, temos um ministro da agricultura, mas há um movimento para mudar o título da pasta para Ministro da Alimentação e Agricultura. Acho que essa é uma grande ideia.
Qual foi a reacão de seus filhos quando você explicou a eles de onde vem o polissorbato 60?
Na verdade, eles nunca gostaram de Twinkie. Em todo caso, eles não ficaram nada animados com os processos industriais envolvidos. (risos) Acho que, sem ter de treinar muito, eles sempre vão preferir comer uma maçã ou um iogurte no lugar de uma bobagem dessas.
LIVRO Twinkie, Deconstructed, Steve Ettlinger, Penguin/USA* Texto publicado no Vida Simples, Abril.com
Original capturado do site:

sábado, 15 de agosto de 2009

Crônica do amor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
Autoria de Martha Medeiros ou Arnaldo Jabor?
Infelizmente esse lindo texto é mais um onde a autoria foi maltratada. Recebi por e-mail como sendo da Martha, mas na pesquisa de confirmação a maioria das vezes apareceu como sendo do Arnaldo...
Alguém pode ajudar?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

20 conselhos de Harvard


As universidades de Harvard e Cambridge publicaram recentemente um compêndio com 20 conselhos saudáveis para melhorar a qualidade de vida de forma prática e habitual !
1- Um copo de Suco de Laranja diariamente para aumentar o ferro e repor a vitamina C.
2- Salpicar canela no café mantém baixo o colesterol e estáveis os níveis de açúcar no sangue.
3- Trocar o pãozinho tradicional pelo pão integral que tem quase 4 vezes mais fibra, 3 vezes mais zinco e quase 2 vezes mais ferro que tem o pão branco.
4- Mastigar os vegetais por mais tempo.Isto aumenta a quantidade de químicos anticancerígenos liberados no corpo. Mastigar libera sinigrina. E quanto menos se cozinham os vegetais, melhor efeito preventivo têm.
5- Adotar a regra dos 80%: servir-se menos 20% da comida que ia ingerir evita transtornos gastrintestinais, prolonga a vida e reduz o risco de diabetes e ataques de coração.
6- O futuro está na laranja, que reduz em 30% o risco de câncer de pulmão.
7- Fazer refeições coloridas como o arco-íris. Comer uma variedade de vermelho, laranja, amarelo, verde, roxo e branco em frutas e vegetais, cria uma melhor mistura de antioxidantes, vitaminas e minerais.
8- Comer pizza. Mas escolha as de massa fininha.O Licopeno, um antioxidante dos tomates pode inibir e ainda reverter o crescimento dos tumores; e é mais bem absorvido pelo corpo quando os tomates estão em molhos para massas ou para pizza.
9- Limpar sua escova de dentes e trocá-la regularmente. As escovas podem espalhar gripes e resfriados e outros germes. Assim, é recomendado lavá-las com água quente pelo menos quatro vezes à semana (aproveite o banho no chuveiro), sobretudo após doenças quando devem ser mantidas separadas de outras escovas.
10-Realizar atividades que estimulem a mente e fortaleçam sua memória...Faça alguns testes ou quebra-cabeças, palavras-cruzadas, aprenda um idioma, alguma habilidade nova... Leia um livro e memorize parágrafos.
11- Usar fio dental e não mastigar chicletes.Acreditem ou não, uma pesquisa deu como resultado que as pessoas que mastigam chicletes têm mais possibilidade de sofrer de arteriosclerose, pois tem os vasos sanguíneos mais estreitos, o que pode preceder a um ataque do coração. Usar fio dental pode acrescentar seis anos a sua idade biológica porque remove as bactérias que atacam aos dentes e o corpo.
12- RIR.Uma boa gargalhada é um 'mini-workout', um pequeno exercício físico: 100 a 200 gargalhadas equivalem a 10 minutos de corrida. Baixa o estresse e acorda células naturais de defesa e os anticorpos.
13- Não descascar com antecipação.Os vegetais ou frutas, sempre frescos, devem ser cortados e descascados na hora em que forem consumidos. Isso aumenta os níveis de nutrientes contra o câncer.
14- Ligar para seus parentes/pais de vez em quando.Um estudo da Faculdade de Medicina de Harvard concluiu que 91% das pessoas que não mantém um laço afetivo com seus entes queridos, particularmente com a mãe, desenvolvem alta pressão, alcoolismo ou doenças cardíacas em idade temporã..
15- Desfrutar de uma xícara de chá.O chá comum contém menos níveis de antioxidantes que o chá verde, e beber só uma xícara diária desta infusão diminui o risco de doenças coronárias. Cientistas israelenses também concluíram que beber chá aumenta a sobrevida depois de ataques ao coração.
16- Ter um animal de estimação.As pessoas que não têm animais domésticos sofrem mais de estresse e visitam o médico regularmente, dizem os cientistas da Cambridge University. Os mascotes fazem você sentir se otimista, relaxado e isso baixa a pressão do sangue. Os cães são os melhores, mas até um peixinho dourados pode causar um bom resultado.
17- Colocar tomate ou verdura frescas no sanduíche.Uma porção de tomate por dia baixa o risco de doença coronária em 30%, segundo cientistas da Harvard Medical School.
18- Reorganizar a geladeira.As verduras em qualquer lugar de sua geladeira perdem substâncias nutritivas, porque a luz artificial do equipamento destrói os flavonóides que combatem o câncer que todo vegetal tem. Por isso é melhor usar á área reservada a ela, aquela caixa bem embaixo.
19- Comer como um passarinho.A semente de girassol e as sementes de sésamo nas saladas e cereais são nutrientes e antioxidantes. E comer nozes entre as refeições reduz o risco de diabetes.
20- Por último, um mix de Pequenas Dicas para alongar a vida:
-Comer chocolate.Duas barras por semana estendem um ano a vida. O amargo é fonte de ferro, magnésio e potássio.
- Pensar positivamente.Pessoas otimistas podem viver até 12 anos mais que os pessimistas, que pegam gripes e resfriados mais facilmente.
- Ser sociável..Pessoas com fortes laços sociais ou redes de amigos têm vidas mais saudáveis que as pessoas solitárias ou que só têm contato com a família.
- Conhecer a si mesmo.
Os verdadeiros crentes e aqueles que priorizam o 'ser' sobre o 'ter' têm 35% de probabilidade de viver mais tempo.
Uma vez incorporados, os conselhos, facilmente tornam-se hábitos...
É exatamente o que diz uma frase de Sêneca: 'Escolha a melhor forma de viver e o costume a tornará agradável'!
Recebi por e-mail tal qual

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Amigos

A respeito do dia do amigo, no último dia 20/7, recebi um e-mail com esta mensagem.

Santo Agostinho, acerca do tempo, diz que, se não for questionado à respeito, ele sabe o que é, mas, se for perguntado, já não sabe mais.

Esta afirmação significa que, de uma forma intuitiva, vivenciamos e sabemos o que é o tempo, porém, quando somos questionados e temos que formular uma resposta, notamos que o seu sentido, aparentemente compreendido como algo natural, foge à nossa razão, nos obrigando a procurá-lo sabe-se lá em quais profundas reflexões.
Creio que definir o que é um amigo é mais ou menos como isso. Não se descreve as qualidades de um amigo como quem fala de uma banana. Não dá para dizer que um amigo possua este ou aquele tamanho, se porte desta ou daquela maneira.
Em outras palavras, não existe nem perfil para o enquadrarmos, nem manual que nos ensina a ser amigos dos outros.Amigo é a família que escolhemos. É um monte de risadas, choros, ansiedades, medos, frustrações e vitórias, compartilhadas e divididas de forma desigual. Isto mesmo, desigual!
Com os amigos não existem princípios de justiça ou eqüidade, eles não são necessários. Às vezes se come o pedaço maior, às vezes não. Umas vezes entramos com as lágrimas, outras com o ombro. Às vezes se dá a vida inteira para se receber uma só vez, justamente naquela hora que era mais preciso.
Com amigos não existe contabilidade, todo mundo é meio pai, meio mãe, meio irmão e meio aquele cunhado chato.
Ninguém faz poupança da amizade, tudo é na hora. Amizade é coisa do presente. Amigo no passado é saudade. Amigo no futuro é outra coisa, mas não amigo.
Amizade é aquela capacidade de quebrar o maior dos paus para depois de algum tempo juntar os caquinhos e esquecer, pensando que era tudo bobagem mesmo.
É ficar anos sem se ver e parecer que nunca estivemos separados. É contar e recontar dúzias de vezes aquelas velhas histórias e achar isto o máximo. É vibrar quando as coisas dão certo e não é com a gente. É comprar a briga que não é nossa. É admirar, respeitar e, nem por isso, perdoar quando o outro deixa a bola quicando. É saber entender mesmo quando não se entende nada do que está acontecendo. É carregar o outro quando ele bebe demais e ainda dar risada. É xingar e falar as verdades, por mais que elas doam.
Amizade não é troca, não é escambo, não é negócio. É uma plantinha que devemos regar e cuidar. Dar sol, conversar, trocar de vaso de vez em quando, elogiá-la, botar uma música para ela e, no final das contas, reconhecer que o maior bem que ela nos faz é que quando a contemplamos um sorriso brota nos nossos lábios.
Feliz Dia do Amigo
Robledo

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Campanha publicitária


Esta é a campanha publicitária do City Bank espalhada pela cidade de São Paulo através de Outdoors
"Crie filhos em vez de herdeiros."
"Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um cineminha, nem para tomar um sorvete."
"Não deixe que o trabalho sobre sua mesa tampe a vista da janela."
"Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama."
"Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas."
"Por que as semanas demoram tanto e os anos passam tão rapidinho?"
"Quantas reuniões foram mesmo esta semana? Reúna os amigos."
"Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..."(e em seguida a esse Outdoor na Marginal Pinheiros...tinha um outro dizendo: ....e quem sabe assim você seja promovido a melhor pai do mundo!)
"Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos."
Recebi por e-mail, tal qual

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O mestre


Um Mestre indiano propôs a seus discípulos o seguinte desafio:
- Deu-lhes uma folha de papel onde estava traçada uma linha.
Solicitou aos discípulos que tornassem essa linha menor sem tocá-la de nenhuma maneira.
Os discípulos estudaram a questão de todos os ângulos e fizeram todas as tentativas imagináveis. Levaram ao Mestre a resposta:
- Era impossível diminuir aquela linha sem tocá-la.
O Mestre, então, simplesmente tomou um lápis e traçou uma linha maior sob a primeira.
Ora, menor implica comparação.
Pequeno ou grande são termos comparativos.
Em nossas vidas, quão comum é alguém tentar "diminuir" outro alguém tocando-o, seja com comentários negativos, seja com preconceitos, seja com calúnias.
As pessoas geralmente não vêm outra solução para superarem as outras.
No entanto a solução é simples!
Basta que nos tornemos maiores.
É ético, pró-ativo, definitivo, sem dor e extremamente prazeroso.

(Desconheço autoria)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Meu desaniversário


Charles Lutwidge Dodgson, um professor de matemática da universidade de Oxford, na Inglaterra, tinha vários talentos. Era um especialista em lógica e fotógrafo pioneiro. Viveu entre 1832 e 1898 no norte da Inglaterra. Mas entrou para a história como escritor, cujo pseudônimo ficou famoso: Lewis Carroll. Ele escreveu "Alice no país das maravilhas", um livro maravilhoso de onde tirei um diálogo inesquecível que ocorre quando Alice encontra o Chapeleiro Maluco, a Lebre e o Ratinho numa comemoração:
Alice: Sim, sim, que bondade a sua. Sinto interromper seu chá de aniversário. Obrigada.
Lebre: Aniversário? Há, há! Não é chá de aniversário.
Chapeleiro: Claro que não! É chá de desaniversário.
Alice: Desaniversário? Não entendo.
Lebre: Só há um dia no ano em que você comemora seu aniversário.
Chapeleiro: Portanto, os outros 364 dias são desaniversários.
Alice: Então, hoje é meu desaniversário!
Lebre: Oh, que coincidência! E voltam a cantar...
Charles Dodgson/Lewis Carroll era um matemático que sabia dar asas à imaginação. Que visão de mundo maravilhosa essa de alguém que comemora todos os dias do ano em vez de um só, não é?
Muito bem. Hoje é meu desaniversário especial. Ontem, dia 25, foi meu aniversário. Agora tenho 12 anos de idade de espírito, 28 de cabeça e 53 de corpinho.Trinta anos atrás alguém com 53 anos de idade era um respeitado senhor, um... velho. Hoje, não mais. Para ser aquilo que a sociedade designa como "velho" é preciso ter mais de 65 anos de idade. E imagino que dentro de poucos anos será preciso ter 70. E me lembro que quando perguntaram ao físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano Galileu Galilei quantos anos ele tinha, a resposta foi: "Oito ou dez". E explicou: "Quando me perguntam quantos anos de vida tenho, digo os anos que me faltam viver. Os que já vivi, não os tenho mais..."
E o filósofo alemão Arthur Schopenhauer fez uma reflexão profundamente incômoda sobre o mesmo tema: "A diferença fundamental entre a mocidade e a velhice é sempre esta: a primeira tem a vida na frente e a segunda, a morte. Por conseguinte, uma possui um passado breve e um amplo por vir, e a outra o inverso. Sem dúvida, o velho não tem mais do que a morte pela frente, mas o jovem tem a vida, e se trata de saber qual das duas perspectivas oferece mais inconvenientes, e se não é preferível ter a vida atrás e não na frente."
Ter a vida atrás ou à frente? Pausa pra pensar. Releia o parágrafo, por favor.
Pois é... Minha família é longeva. Calculo que devo viver até os 95 anos, portanto, tenho ainda 42 pela frente. E no ano que vem terei 41. E no outro, 40. E assim por diante, com cada vez mais vida para trás, até chegar o meu dia, quando espero me orgulhar dos anos que não terei mais. Por isso procuro gastar meus anos de vida fazendo algo que valha a pena. E dividir com você estas minhas reflexões têm sido um privilégio.
Muito obrigado.
Luciano Pires
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