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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Empresa gentil = lucro maior

Por Rosana Braga
Acredite! Gentileza faz muito bem à sua saúde, tanto física, quanto emocional, espiritual, profissional e,  consequentemente, até a financeira. A gentileza é poderosa! É capaz de abrir portas até então trancadas a sete chaves e amolecer pedras. A gentileza faz milagres, meu caro, pode apostar!
As estatísticas comprovam! Uma pesquisa realizada na Universidade da Califórnia pela professora Sonja Lyubomirsky, mostrou que as pessoas são mais felizes quando são gentis. E mais: que uma variedade de atitudes gentis gera mais felicidade do que repetir várias vezes um mesmo gesto gentil. O resultado dessas pequenas ações, garantem os cientistas, vai além do que os olhos podem ver. Outro estudo, publicado na revistaProceedings of the National Academy of Sciences, comprovou também que a gentileza é contagiante. “Quem se beneficia de um ato de gentileza, passa adiante a gentileza para pessoas que inicialmente não estavam envolvidas no ato”, declararam. A generosidade de uma pessoa, durante o estudo, se espalhava para três outras pessoas e, em seguida, para nove pessoas com as quais estas três interagiam e assim por diante. Exatamente como não se cansava de repetir o Profeta Gentileza (de quem conto a história completa em meu livro O PODER DA GENTILEZA): Gentileza gera Gentileza.
Outro dado interessante é mostrado na pesquisa feita com 15 mil adultos, durante 15 anos, também pela Universidade da Califórnia. O estudo revelou as duas principais causas que dobram as chances de uma pessoa sofrer de hipertensão e problemas cardíacos: hostilidade nas relações interpessoais e impaciência ou pressa. E o que é isso senão falta de gentileza com o outro, com a vida e consigo mesmo? E os números não param por aí. Quando disse que a gentileza influencia diretamente também a sua saúde profissional e financeira, não estava sendo subjetiva! Obviamente, não se trata de transformar a gentileza numa moeda de troca, mas terminam sendo inevitáveis os benefícios propiciados por esta conduta também no âmbito profissional e, portanto, financeiro. O fato é que as empresas têm valorizado cada vez mais os colaboradores, atendentes, vendedores e gestores que sabem conciliar e ter uma atitude positiva diante das dificuldades, de qualquer ordem.
Profissionais que tumultuam o ambiente de trabalho, que não sabem trabalhar em equipe nem se comunicar, são convidados a deixar a empresa na primeira oportunidade. O mercado é cada vez mais exigente e para vencer a concorrência só existe um caminho: atingir a excelência, especialmente na fidelização dos clientes. E é muito fácil, enquanto consumidores, perceber que deixamos uma marca ou um serviço de lado – e ainda falamos mal deles – quando somos atendidos sem gentileza e respeito.
Entretanto, enquanto fornecedores, ou seja, enquanto empresas gentis, muitas vezes os gestores demoram a compreender que se não investirem, urgente e constantemente, no treinamento da gentileza de sua equipe, de seus gerentes e líderes, rapidamente perderão lugar para aquelas que investem. Uma pesquisa feita pela US News and World Report revelou os motivos pelos quais as empresas perdem seus clientes. Ao contrário do que muitos pensam, o valor do produto ou serviço é menos levado em conta (apenas 9%) do que a qualidade desse produto (14%), e a qualidade do produto, bem menos que a qualidade do atendimento (68%), conforme mostram os números. Isso mesmo: sete a cada dez clientes deixam de dar lucro a uma marca ou serviço porque ficaram insatisfeitos com a atitude do pessoal, com a qualidade do tratamento que receberam. Ou seja, ninguém gosta de ser maltratado, muito menos quem está pagando. E lembre-se que essas pessoas não só abandonam o tal fornecedor sem gentileza na primeira oportunidade, como também fazem questão de avisar ao maior número de pessoas para não se tornarem clientes dele.
A Manager Assessoria em RH, empresa dedicada à captação de profissionais, entrevistou 132 principais executivos de RH de empresas com mais de mil funcionários em todo o Brasil e questionou: “O que mais conta na hora da contratação de um colaborador?”. E o resultado foi categórico: conhecimento técnico e comportamento. Mas note bem: ficou claro que, com bom conhecimento e mau comportamento, o profissional é facilmente descartado, enquanto que com um comportamento extraordinário, mesmo sem conhecimento suficiente, pode ser contratado e treinado.
E a falta de gentileza não afeta uma carreira ou uma empresa somente no momento da contratação. Sabemos que em qualquer organização existem problemas a serem resolvidos o tempo todo. O que determina o sucesso ou o fracasso de cada uma é o modo como lidam com esses problemas. As que estão atentas ao ambiente, sempre promovendo harmonia, integração e motivação, certamente estarão muito menos sujeitas aos prejuízos causados por afastamentos, faltas e absenteísmo, ou seja, com o tempo de trabalho perdido quando os empregados não estão na empresa ou produzindo tanto quanto poderiam se estivessem bem!
O maior problema é que muitos administradores e até os presidentes de empresas, equivocadamente, ainda compreendem a gentileza por um viés romântico. Mas a verdade é que este comportamento deixou de ser “artigo de luxo” para se tornar requisito fundamental na postura de todos, na vida em geral e dentro de uma empresa. Recentemente, uma revista especializada em empregabilidade publicou uma pesquisa revelando que 87% dos colaboradores são também demitidos por inadequações comportamentais. Porém, mais do que garantir estabilidade ou sucesso profissional, a gentileza é fator determinante para aumentar o lucro das organizações. Ou seja, empresas e colaboradores que não conhecem ou ainda duvidam do poder da gentileza estão fadados senão ao fracasso, certamente à estagnação ou à falta de sucesso.
No que se refere aos afastamentos, improdutividade ou absenteísmo, não é difícil supor que empresas gentis, no sentido amplo e irrestrito da palavra, propiciam – direta e indiretamente – mais saúde física e emocional aos seus funcionários, evitando inclusive pedidos de demissões de profissionais em busca de uma empresa mais saudável para a qual possam oferecer a qualidade diferenciada de seu trabalho. Ao contrário, empresas que não sabem valorizar nem reconhecer seus colaboradores, que não priorizam a gentileza no atendimento interno e externo, terão não só evidentes problemas para manter parcerias, concretizar negócios e conquistar o mercado, como também para manter a saúde, inclusive financeira, de seu sistema produtivo.
E sinto em informar que os dados não têm sido nada promissores. A Previdência Social mostra que as duas principais causas de afastamento nas empresas são estresse e depressão. Isto é, fatores comportamentais! Para se ter uma ideia do tamanho da encrenca, em 2006, o número de afastados foi de 612 pessoas. Em 2009, pasme, esse número subiu para 14 mil. Isso mesmo: em apenas três anos, a depressão e o estresse aniquilaram 22 vezes mais a produtividade dos trabalhadores. E se isso não for preocupante, se esses dados não servirem para alertar os gestores de que algo precisa ser feito para despertar em seu pessoal uma nova forma de se relacionar e de viver, não consigo imaginar onde vamos parar!
E quer saber quanto isso custa aos donos das empresas? Basta fazer contas. Vamos supor que, numa organização, duas pessoas sejam afastadas durante 15 dias por questões de saúde. Um por conta de uma depressão e a outra por causa de uma crise de hipertensão. Ambas estão, muito provavelmente, com problemas de relacionamento e comunicação, e não seria nada surpreendente se acreditássemos que esses problemas afetam também o ambiente corporativo. É absolutamente certo que com um pouco mais de gentileza, esse quadro poderia ser visivelmente melhorado!
Mas voltando ao raciocínio matemático, o fato é que, se trabalham oito horas por dia, serão 16 horas desperdiçadas em cada um dos 15 que estarão fora. Considerando que não trabalhem aos finais de semana, serão 160 horas jogadas no lixo ao final da segunda semana. Dinheiro deixado de ganhar. Tempo que não produziram. Mas não é só isso! A empresa terá de pagar o salário e também os encargos desses funcionários como se estivessem trabalhando. Quanto isso significa de perda em dinheiro? E em resultados? Qual o tamanho do prejuízo? Certamente, grande! E nem começamos a falar naqueles que estão na empresa mas, além de produzirem aquém do que poderiam se estivessem motivados, integrados e se sentindo num ambiente acolhedor, ainda causam conflitos entre os colegas por pura falta de gentileza. Enfim, creio que não existam mais dúvidas de que a gentileza é determinante na produtividade e no lucro das empresas.
Tom Peters, considerado guru de administração de empresas desde a década de 1970 até os dias atuais e co-autor do livro In Search of Excellence (no Brasil, editado com o título de Vencendo a Crise) foi muito pontual ao enfatizar que uma empresa pode fazer uma tonelada com matéria-prima, mas o interessante é ter uma proposta de valor agregado diferente. “Toda empresa deveria ter um diretor de experiência”, aconselha, defendendo que a coisa mais dura e duradoura são os relacionamentos, os nossos clientes, por isso a importância da execução com Excelência. “Execução são as pessoas. Se você executar bem, já ganhou dos outros. Sou louco por execução”, declarou. Para ele, as empresas só existem por um único motivo: para prestar serviços. E isso vale para uma igreja, um hospital, uma loja e para todo mundo. "O caminho para a maximização do lucro é uma atitude decente". O especialista garante que as simples cortesias são a base da satisfação e retenção de clientes e funcionários. Como líder, diz ele, você precisa dedicar a sua carreira para o desenvolvimento de 100% das pessoas no seu cargo. “Você saberá que está tendo sucesso quando puder ver que eles estão comprometidos com a excelência em tudo que fazem”. Desta experiência, Peters listou as seguintes lições: 1 - A qualidade das interações positivas pode ser mais memorável do que o problema. 2 - Funcionários felizes, clientes satisfeitos. 3 – Fazer a coisa certa gera qualidade. 4 – A gentileza é de graça e dá lucro.
Sim, foi o que ele disse! A gentileza é de graça e dá lucro! Por isso, mesmo que se tenha de investir em treinamentos acerca do poder da gentileza, termina me parecendo fácil fazer comparações. Entre a produtividade e o absenteísmo, entre a gentileza e a dificuldade de se relacionar, o preço pago pelos afastamentos causados pela falta de gentileza é extremamente mais alto. Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor universitário que levanta a bandeira da gentileza com mestria, muito bem avisou: “Ou seremos gentis e cuidantes ou nos entredevoraremos”. Eu arriscaria dizer que temos perdido ótimas oportunidades de cuidarmos uns dos outros e, assim, já estamos nos entredevorando, muitas vezes. E pagando um preço bastante caro por isso! Até quando? No que se refere à sua vida e sua empresa, a decisão é sua!
Rosana Braga
www.rosanabraga.com.br
Reconhecida como uma das maiores especialistas em relacionamentos interpessoais do país, pesquisadora da área há mais de 10 anos, Rosana Braga é conferencista, escritora, jornalista e consultora em relacionamentos. Autora de 5 livros e DVDs de Treinamento, tais como ‘O Poder da Gentileza’, ‘Faça o Amor Valer a Pena’, 'Inteligência Afetiva – 2 volumes', entre outros.

domingo, 28 de agosto de 2011

Salvo pela gentileza...


Conta-se uma história de um empregado em um frigorifico da Noruega. Certo dia ao término do trabalho foi inspecionar a câmara frigorifica. Inexplicavelmente, a porta se fechou e ele ficou preso dentro da câmara.  Bateu na porta com força, gritou por socorro, mas ninguém o ouviu, todos já haviam saído para suas casas e era impossível que alguém pudesse escutá-lo. Já estava quase cinco horas preso, debilitado com a temperatura insuportável. De repente a porta se abriu e o vigia entrou na câmara e o resgatou com vida.

Depois de salvar a vida do homem, perguntaram ao vigia: Porque foi abrir a porta da câmara se isto não fazia parte da sua rotina de trabalho?. Ele explicou: Trabalho nesta empresa há 35 anos, centenas de empregados entram e saem aqui todos os dias e ele é o único que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair. Hoje pela manhã disse “Bom dia” quando chegou.

Entretanto não se despediu de mim na hora da saída.  Imaginei que poderia ter-lhe acontecido algo. Por isto o procurei e o encontrei...

 E você? Seria salvo?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Profeta Gentileza - José Datrino


José Datrino nasceu em Cafelândia-SP em 11 de Abril de 1917, teve infância pobre e dificil, porém desde criança possui um comportamento pouco típico de sua idade. Por volta dos 12 anos, passou a ter premonições sobre sua missão na terra, na qual acreditava que um dia, depois de constituir família, filhos e bens, deixaria tudo em prol de sua missão.

No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, houve um grande incêndio no circo "Gran Circus Norte-Americano", o que foi considerado uma das maiores tragédias circenses do mundo. Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. Na antevéspera do Natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alegando ter ouvido "vozes astrais", segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio. Plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo em Niterói, local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro anos. Lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras Agradecido e Gentileza. Foi um consolador voluntário, que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar "José Agradecido", ou simplesmente “Profeta Gentileza”.

A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Caju, que vai do Cemitério do Caju até a Rodoviária Novo Rio, numa extensão de aproximadamente 1,5km. Ele encheu as pilastras do viaduto com inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização.

Com o decorrer dos anos, os murais foram danificados por pichadores, sofreram vandalismo, e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza.
 
O apagamento das inscrições foi criticado e posteriormente com ajuda da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, foi organizado o projeto Rio com Gentileza, com o objetivo restaurar os murais das pilastras. Começaram a ser recuperadas em janeiro de 1999. Em maio de 2000, a restauração das inscrições foi concluída e o patrimônio urbano carioca foi preservado.

José Datrino faleceu em 29 de Maio de 1996, aos 79 anos em Mirandópolis-SP.

Original em:
http://fotolog.terra.com.br/lilianeedmundo:23

sábado, 23 de maio de 2009

O Poder da Gentileza


Por Rosana Braga

Como e quando você se inspirou para escrever “O poder da gentileza”?

Rosana Braga: Eu já tratava, desde 2003, do tema “Inteligência Afetiva”, que tem muito a ver com essa capacidade de se relacionar harmoniosamente com as pessoas, sempre buscando compreender melhor como se comunicar, de que forma ser claro e impor limites sem precisar ultrapassar os limites da boa convivência. Sempre busquei, inclusive, mostrar o quanto a afetividade tem a ver com o desenvolvimento da inteligência humana e de que forma isso contribui para nossa realização pessoal, profissional e amorosa. Certo dia, pensando em como abordar este tema de uma forma ainda mais fácil, me veio uma percepção muito clara: o quanto temos ‘desaprendido’ a acolher o outro, a ter paciência, a compreender que cada um tem suas dificuldades, mas que todos nós desejamos apenas ser felizes... e a palavra GENTILEZA me veio na hora! Comecei a pesquisar sobre o tema e fui encontrando dados surpreendentes, o que me empolgou cada vez mais. Saí de “férias” por uns dias, no início do ano de 2007, como sempre faço quando vou escrever, e o resultado foi este – o livro O PODER DA GENTILEZA, lançado em agosto do ano passado.
Para você, o que é gentileza?
Rosana Braga: Segundo minhas pesquisas e estudos, e também em minha opinião enquanto consultora em relacionamentos, gentileza é um modo de agir, um jeito de ser, uma maneira de enxergar o mundo. Ser gentil, portanto, é um atributo muito mais sofisticado e profundo que ser educado ou meramente cumprir regras de etiqueta, porque embora possamos (e devamos) aprender a ser gentil, trata-se de uma característica diretamente relacionada com caráter, valores e ética; sobretudo, tem a ver com o desejo de contribuir com um mundo mais humano e eficiente para todos. Ou seja, para se tornar uma pessoa mais gentil, é preciso que cada um reflita sobre o modo como tem se relacionado consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo.

Para produzir o livro, você utilizou dados de pesquisas em empresas, estimativas e números da OMS (Organização Mundial da Saúde) e situações do cotidiano. Alguma informação específica lhe chamou mais atenção no processo de pesquisa? É possí­vel citar algum dado que você considera interessante?

Rosana Braga: Em relação aos números da OMS, descobri que os dados são assustadores e delicadíssimos, uma vez que a depressão tende a ser, até 2020, a segunda causa de improdutividade das pessoas, seguida apenas das doenças cardiovasculares. Além disso, distúrbios afetivos como ansiedade, depressão e transtorno bipolar crescem absurdamente, sem falar em síndrome do pânico, TOC, entre outros nomes que se tornam cada vez mais comuns entre as pessoas. Diante da indignação que esses dados me causaram, encontrei mais motivos ainda para investir na gentileza e insistir no fato de que é somente agindo de modo coerente com o que realmente desejamos da vida que poderemos viver de modo mais equilibrado, mais produtivo e mais criativo, em todas as áreas. Inclusive, isso vale especialmente na área profissional, já que em minhas pesquisas também descobri que as empresas investem cada vez mais em colaboradores dispostos a contribuir para que o ambiente de trabalho seja harmônico, apresentando bons resultados e evitando prejuízos diretos e indiretos. No final das contas, a idéia é que todos saiam ganhando com a gentileza.

Gostaria de saber se algumas das situações citadas no livro você chegou a vivenciar ou presenciar?

Rosana Braga: Creio que, de uma forma ou de outra, todos os profissionais já experimentaram ou ao menos presenciaram uma situação desagradável, onde não houve gentileza, em seu ambiente de trabalho. Mas não foi exatamente este fato que me motivou a dar ênfase sobre a importância da gentileza no âmbito profissional. Mais do que esta percepção, foi a constatação, através das pesquisas e das conversas que tive com contratantes e contratados, do quanto as empresas têm valorizado, cada vez mais, o comportamento – e aí a gentileza é fundamental e pode fazer toda a diferença no momento em que um empresário seleciona um profissional para sua equipe. Constatei, por exemplo, que não é falta de conhecimento técnico que mais causa demissões e sim o comportamento inadequado, a falta de colaboração, a incapacidade de lidar com os conflitos e de superar as diferenças entre as pessoas de uma mesma equipe de trabalho. Daí, dá pra se ter uma noção do quanto a gentileza tem sido valorizada e esperada nas corporações, nas empresas de modo geral.
De acordo com sua experiência, quais os maiores problemas enfrentados hoje no ambiente de trabalho? Era diferente há alguns anos?
Rosana Braga: Problemas de ordem comportamental, creio que seja a sutil diferença entre competir por meios éticos (realização profissional) e competir por meio de comportamentos mesquinhos e destrutivos (egoísmo). Não acho que era diferente, mas certamente essa exigência aumentada ano após ano, ditando que as pessoas têm de ser realizadas, felizes e bem-sucedidas tem conduzido muitos profissionais a lançarem mão de meios escusos e nada gentis para tentar garantir seu lugar no mercado. Ou seja, percebo, bastante entristecida, o quanto temos nos colocado numa espécie de armadilha, o quanto temos nos deixado sucumbir pelas ilusões da modernidade, o quanto temos nos perdido de nós mesmos e esquecido de nossa capacidade de agir com o coração e de valorizar aquilo que realmente nos preenche, que realmente nos faz sentir felizes e plenos.
Você acha que a gentileza deve começar antes mesmo de ser contratado na empresa, logo no processo de seleção?
Rosana Braga: Acredito que a gentileza verdadeira começa quando uma pessoa compreende de fato o que ela é e qual é o seu poder. Portanto, não se trata de usar a gentileza para conseguir um emprego. Não se trata de um modo de parecer mais contratável, durante um processo de seleção. Ou a pessoa é gentil (e será desde a seleção) ou ela é dissimulada, estrategista e estará sendo gentil apenas para conseguir o que deseja. É justamente isso que faço questão de frisar no livro sobre o que não é gentileza. Ou você é gentil, ou não é! E isso não depende de onde você está, nem com quem. Depende de suas crenças e valores.
É possí­vel ser gentil sem ser tachado de chato e inconveniente? Como?

Rosana Braga: Uma pessoa gentil não é chata, nunca. Não estou falando de pessoas pedantes, que tentam agradar a todos a qualquer custo. Estou falando de pessoas justas, equilibradas, que agem de modo adequado tratando bem a todos por entender que insultos, ofensas e críticas nunca ajudaram ninguém. Alias, ser gentil nada tem a ver com ser bobo e fazer o que todos querem que a gente faça. Muito pelo contrário: quanto mais gentil somos com as pessoas, mais gentil somos também com nossa verdade, com nossos valores. Assim, dificilmente nos aviltaremos em nome de algo que não esteja de acordo com nosso coração. Pessoas que dizem “sim” a todos estão, na realidade, reforçando uma imagem de ‘vítimas da vida’, alimentando um argumento de ‘coitadinhas’, de extremamente boas e injustiçadas. Isso não é ser gentil e demonstra mais uma dificuldade em lidar com sua própria carência do que a força ou o poder contido na gentileza. Aprender a dizer “não” nem sempre é uma tarefa simples. A gente aprende que tem de corresponder às expectativas de quem amamos, desde pequeninos; daí, quando crescemos, não sabemos dizer “não” sem nos sentirmos culpados. Daí para justificar nosso medo de dizer “não”, é um pulo; afinal, é bem mais fácil transferirmos a responsabilidade de nossas limitações para o outro.
Até com aquelas pessoas mais difí­ceis, estouradas, competitivas, é possí­vel manter uma relação cordial? E o que fazer para não se contaminar com a hostilidade dos outros?
Rosana Braga: É possível, mas claro que nem sempre é fácil. É por isso mesmo que trato a gentileza como um “poder”, uma “força” cada vez mais rara. Ser gentil com quem é gentil com a gente, é extremamente mais fácil. Portanto, é justamente nessas situações, ou seja, com as pessoas que não nos tratam de forma gentil, que podemos exercitar essa habilidade e aproveitar para aprender a lidar com a adversidade e a “provocação”, pelas quais sempre passaremos, todos nós. Dedico um capítulo do livro a refletir sobre quem determina nossas atitudes; e isso responde a sua pergunta. Isto é, quando a gente se deixa contaminar pela falta de gentileza do outro é porque estamos deixando que ele decida como a gente deve agir. É o momento de nos apoderarmos de nossos valores e agirmos a partir de nossas próprias crenças sobre o que seja correto.
Você poderia dar alguma sugestão de reflexão, dicas práticas e exercícios para o dia-a-dia que foram citados em seu livro, para os leitores do site?
Rosana Braga: Gostaria de reproduzir aqui 10 dicas que dei no livro, entre outras, para facilitar a prática da gentileza. Creio que se conseguirmos incorporar pelo menos algumas dessas ações, nossa vida já se tornará bem mais leve e gostosa.
1. Tente se colocar no lugar do outro. Isso o ajuda a entender melhor as pessoas, seu modo de pensar e agir.
2. Aprenda a escutar. Ouvir é muito importante para solucionar qualquer desavença ou problema.

3. Pratique a arte da paciência. Evite julgamentos e ações precipitadas.

4. Peça desculpas. Isso pode prevenir a violência e salvar relacionamentos.

5. Pense positivo. Procure valorizar o que a situação e o outro têm de bom e perceba que este hábito pode promover verdadeiros milagres.

6. Respeite as pessoas quando elas pensarem e agirem de modo diferente de você. As diferenças são uma verdadeira riqueza para todos.

7. Seja solidário e companheiro. Demonstre interesse pelo outro, por seus sentimentos e por sua realidade de vida.
8. Analise a situação. Alcançar soluções pacíficas depende de se descobrir a raiz do problema.

9. Faça justiça. Esforce-se para compreender as diferenças e não para ganhar, como se as eventuais desavenças fossem jogos ou guerras.

10. Mude a sua maneira de ver os conflitos. A gentileza nos mostra que o conflito pode ter resultados positivos e ainda tornar a convivência mais íntima e confiável.

Créditos:
Rosana Braga

Reconhecida como uma das maiores especialistas em relacionamentos interpessoais do país, pesquisadora da área há mais de 10 anos, Rosana Braga é conferencista, escritora, jornalista e consultora em relacionamentos. Autora de 5 livros e DVDs de Treinamento, tais como ‘O Poder da Gentileza’, ‘Faça o Amor Valer a Pena’, ‘Inteligência Afetiva – 2 volumes’, entre outros.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O que fica de você...



Paulo Roberto Gaefke
"Vai, pode ir, mas deixe saudades, não deixe uma má impressão. Por onde passar use o bom senso, fale baixo, evite palavrões, seja onde for, seja apenas você, o que já não é fácil, nesse mundo competitivo, onde saldos bancários representam mais que pessoas e pessoas representam o que não são.
Não se deixe levar pelo primeiro impulso, use sempre a gentileza com quem quer que seja, imagine sempre "e se fosse com você"? E se fosse com uma pessoa muito querida? Nossa atitude muda quando queremos bem a uma pessoa, e é essa atitude que devemos ter para com todos.
Parece que não muda nada, não é? Parece que as pessoas nem notam a sua gentileza, mas há no mundo um circuito de energias, uma lei natural que ninguém, nem anjo, nem santo, nem o mais poderosos dos mortais pode mudar, é a lei da reciprocidade: "atraímos o que emanamos", é ação e reação sem tirar e nem por.
Colhemos exatamente o que plantamos. Por isso não acredite em "injustiça eterna", nem na justiça humana que falhou, a justiça da vida não falha, passe o tempo que passar.
Então, use o dia de hoje para plantar sementes amorosas, melhore seu sorriso, pense menos nos problemas, acredite mais no seu potencial, busque soluções, e se ainda assim, a dor for muito forte, se a decepção chegar e se instalar, recomece do zero mais uma vez; o sol voltou a brilhar e quando a noite chegar, a lua, ainda que meio apagada, voltará a brilhar. Tudo isso por você, estrela divina da constelação de Deus."

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