sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Lixo emocional


Colaboração de Denise Tellier Sartori

Imagine que nos últimos doze meses, na sua casa, você não tivesse jogado nenhum lixo fora. O lixo do banheiro, da cozinha, a poeira acumulada, o material que você comprou, as sobras, as embalagens, tudo permanecesse dentro de sua casa. Como estaria sua casa? Com certeza, teria virado um depósito de lixo, com mau cheiro, quase inabitável.

Nós sabemos muito bem onde jogar fora nosso lixo. O problema é que muitas vezes, na vida psicológica, nos relacionamentos, na convivência, não temos canais adequados para lidar com isso. Não aprendemos, não treinamos, não desenvolvemos métodos para jogar fora o lixo emocional. Os subprodutos dos relacionamentos acumulam-se e à medida que a convivência avança, aumentamos o lixo.

Às vezes, usufruímos de um bom momento e temos a sensação de que esquecemos de algo ruim que ocorreu, e jogamos o lixo emocional para um canto de nosso coração. Assim, acumulamos sujeira e a convivência se desgasta até ficar insuportável. Não falamos do lixo emocional, não o admitimos e nem o confessamos, fazemos força até para esquecê-lo. Contudo, cada vez acumulamos mais lixo e nos sentimos cada vez mais pressionados. Muitos chegam a ponto de formar uma bomba dentro de si, outros chegam a adoecer.

Mas, afinal, onde despejaremos todo o lixo? Para onde enviaremos as competições, as invejas, as palavras ásperas, as mágoas, as ofensas, as injúrias, as calúnias, as maldades, a implicância, o silêncio, a indiferença, e muitos outros lixos? Precisamos aprender a exercitar o perdão! Precisamos aprender a perdoar. Precisamos aprender a pedir perdão ao próximo e a Deus. Precisamos dizer uma frase que raramente se ouve: “eu errei, me perdoe!”.

É necessária muita grandeza para que um homem exercite o perdão. É preciso ser humilde o suficiente para reconhecer os seus próprios erros.

A vida cristã e o crescimento espiritual têm um princípio fundamental, o princípio do perdão, que é aprender a desenvolver uma usina que processa todo tipo de lixo emocional. O caminho do perdão não é um caminho de escravidão ou de vergonha, como muitos pensam, nem de fragilidade ou de pobreza psicológica. Exercitar o perdão é algo muito elevado.

Toda pessoa, que é desenvolvida espiritualmente, tem prazer em perdoar e pedir perdão, em reciclar o lixo emocional e transformá-lo em algo útil para si mesmo e para os outros. Jesus disse: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14-15).

Sérgio Alves
servosa@hotmail.com

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