sábado, 24 de maio de 2008

“Amazônia não está à venda”

Para ministro Celso Amorim, ascensão do país suscita crítica
Denise Chrispim Marin escreve para “O Estado de SP”:
A “elite oligárquica” internacional está se opondo à ascensão do Brasil no cenário mundial. Os disparos contra a política brasileira para a proteção ambiental na Amazônia, a expansão da produção de biocombustíveis e as violações aos direitos humanos no País devem ser lidas como algumas dessas reações e também como “falsos problemas”.
Essa defesa foi feita ontem pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, à imprensa, ao final de uma exposição aos representantes brasileiros no Parlamento do Mercosul. Para ele, o País terá de se acostumar a receber ataques.
“Não quero dizer que haja uma teoria conspiratória. Mas há setores que se incomodam quando surge um país que pode mexer na ordem mundial, como o Brasil vai mexer, e positivamente. Isso incomoda estruturas acostumadas a um certo modo de dominação, que formam uma elite oligárquica nas relações internacionais”, disse ele.
E completou: “Há um jogo de poder no mundo, e o Brasil está emergindo. Há resistências, e vamos ter de nos acostumar com isso. Vamos ter problemas comerciais, com as questões de biocombustíveis, as questões da Amazônia e teremos de enfrentar questões relativas a padrões sociais e de direitos humanos.”
A posição de Amorim sobre esse jogo de poder reflete, em parte, o resultado da primeira reunião de chanceleres de países apontados como potências futuras - o chamado grupo BRIC, composto por Brasil, China, Índia e Rússia -, que se deu na cidade russa de Ekaterimburg no último dia 16. O evento foi considerado um sucesso pela cúpula do Itamaraty, que acredita no potencial do grupo de mudar a forma como o mundo hoje está organizado.
Isoladamente, cada um dos quatro países apresenta estofo para alterar tópicos da ordem mundial. Coordenados, serão uma nova força no jogo de poder internacional.
Abordado sobre os ataques às políticas brasileiras sobre os biocombustíveis e a defesa do meio ambiente, Amorim tomou emprestado conceitos que levou à organização do encontro de Ekaterimburg. Primeiro, defendeu que “o meio ambiente talvez seja o maior patrimônio brasileiro” e que, diferentemente dos países que devastaram suas áreas naturais, a natureza pode ser vista em qualquer lugar do Brasil.
Depois, lembrou que ninguém nunca questionou o uso que os Estados Unidos fazem de suas reservas petrolíferas no Texas, embora muitos queiram apontar limites para a exploração da Amazônia.
“A Amazônia não está à venda. Queremos preservar nossa soberania”, declarou. “Mas, ao mesmo tempo, o Brasil tem interesse em melhorar as condições de vida de seus trabalhadores, tanto dos que estão na Amazônia quanto dos que estão nos canaviais”, completou.
(O Estado de SP, 22/5)

Um comentário:

  1. Carlos Roberto,

    teu blog é extremamente bem feito!

    Temática, conteúdo, propostas, estilo: tudo muito bom!

    Uma ressalva:


    Mude,
    mas comece devagar,
    porque a direção é mais importante que a velocidade.
    (...)

    Agradeço pela publicação do meu poema MUDE aqui no blog, dia 08/05/2008.

    Pena que você disse ser "de Clarice Lispector".

    Não é.

    Detalhes em http://mude.blogspot.com

    O livro "Mude" acaba de ser lançado pela Pandabooks, com prefácio de Antonio Abujamra - e está à venda nas grandes livrarias.

    Se puder, veja também o vídeo Mude.

    Quando possível, favor corrigir a autoria.

    Abraços, flores, estrelas...

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