Este artigo foi realmente publicado antes do dia dos pais, na fonte citada abaixo (ao final do texto). Resolvi deixá-lo intacto, pois realmente ele é muito bom e dá um bom debate sobre a ética dos papéis. Leia e delicie-se:
O dia dos pais está quase chegando e todo mundo corre para comprar presente, tentar agradar o pai. Mas ainda é difícil concorrer com as mães, certo? Certíssimo! E um pouco dessa ‘concorrência’ desleal é resultado da influência que a matriarca exerce dentro de casa, podando, às vezes que pai participe mais da criação e educação dos filhos.
Acontece que muitas mulheres reclamam do papel dos pais quando o assunto são os filhos. “Elas se queixam da falta de participação efetiva, mas o que consideram ‘participação efetiva’ é a de um ajudante que faça o que pedem, na hora em que pedem e do jeito que fazem. Quando o pai se dispõe a participar da educação dos filhos, ele tem uma idéia diferente do que isso significa”, aponta a psicóloga Lídia Aratangy, autora de livros como “Pais que educam filhos, filhos que educam pais” (Celebris, 2003) e “ O anel que tu me deste” (Artemeios, 2007).
E as mulheres que cercam um bebê, por exemplo, acabam por então recriminar a ajuda do marido. Lídia alerta que certamente haverá um jeito masculino de trocar a fralda, oferecer a papinha e dar um banho no bebê. O problema é que o time feminino - mãe, avós, tias, madrinhas e vizinhas - não tolera que o homem tente desenvolver o seu próprio jeito. “Ao primeiro gesto diferente, ele será empurrado para o lado com um categórico: “Se é desse jeito que você vai fazer, pode deixar que eu faço!”
Esse tipo de atitude claramente subestima a “competência” deles. Segundo Lídia, as mulheres parecem não confiar na capacidade de um homem de lidar com o filho, sobretudo quando este ainda é bebê. E, dessa maneira, os desestimula a se envolverem nas tarefas com os filhos. “Pior do que desestímulo, é quase um interdito”, completa a psicóloga.
Para baixar a guarda e dar ao companheiro o devido espaço, o melhor é não fazer nada, simplesmente sair de cena e deixar que o pai se entenda com o filho. “Nenhuma mulher pode ensinar um homem a ser pai: ele aprende a ser pai com o pai que ele teve e com os filhos que tem”, pondera Lídia. Segundo ela, os homens estão sim mais ativos quando o assunto é paternidade, mas não porque foram convidados. “Estamos assistindo hoje a um processo parecido com o que houve no século passado, quando a mulher saiu para conquistar seu espaço. A gente não se “ofereceu” para participar, ninguém estendeu um tapete vermelho para nos receber: saímos e fomos fazendo nosso espaço a cotoveladas”, diz. Então, se os homens estão hoje conquistando seu espaço no universo doméstico, o que nós podemos fazer de melhor é não atrapalhar! E desejar Feliz Dia dos Pais!
Por Sabrina Passos (MBPress)
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