sexta-feira, 20 de março de 2009

Tá doendo?!? Então, solta!!


Sabe quando você vive uma situação difícil, angustiante e que te incomoda? Quando você não sabe o que dizer, o que fazer ou como agir para que a dor passe ou ao menos diminua?
Pois vou te contar o que tenho descoberto, por experiência própria! Em primeiro lugar, observe a situação toda e, sobretudo, observe a si mesmo e os seus comportamentos.

Errou? Tente consertar e, de qualquer modo, peça desculpas!
Fez ou falou o que não devia? Explique-se, seja sincero, não tente esconder seu engano ou fingir que nada aconteceu... Valide a dor do outro, sempre.

Ta difícil conseguir uma nova chance? Dê um tempo. Espere... Às vezes, algumas noites bem dormidas e alguns dias sem a imposição de sua presença ou a insistência de suas tentativas são preponderantes para que os sentimentos bons sejam resgatados e para que um coração possa ser reconquistado.

Por fim, fez tudo isso e não deu certo? Não rolou? A pessoa até te perdoou, mas a massa desandou, a história se perdeu, os desejos esfriaram?!?

Você se sente inconformado, esmagado pelo arrependimento, atordoado pela tristeza do que poderia ter sido e não foi? Tem a sensação de que estragou tudo? Não sabe mais o que fazer para parar de doer? Acredite, só tem um jeito: solta!

A dor é conseqüência de um apego inútil! Deixa ir... Deixa rolar... Se você já fez o que podia fazer, tentou e não deu, confie na vida, confie no Universo e siga em frente. Pare de se lamentar, pare de se debater e de se perder cada vez mais, e tenha a certeza absoluta de que o que tiver de ser, será!

Quando essa certeza chega, é impressionante: a gente simplesmente relaxa e solta! E quando solta, a dor começa a diminuir, e a gente começa a compreender que está tudo certo, mesmo quando não temos a menor idéia de que “certo” é esse. Mas quando menos esperamos, tudo fica absolutamente claro!

Não se trata de desistir, mas de confiar! Isso é o que se chama “FÉ”! Isso é o que desejo a mim e a você, quando estivermos doendo...


Créditos:
Rosana Braga
Reconhecida como uma das maiores especialistas em relacionamentos interpessoais do país, pesquisadora da área há mais de 10 anos, Rosana Braga é conferencista, escritora, jornalista e consultora em relacionamentos. Autora de 5 livros e DVDs de Treinamento, tais como ‘O Poder da Gentileza’, ‘Faça o Amor Valer a Pena’, ‘Inteligência Afetiva – 2 volumes’, entre outros.

É permitida a reprodução deste artigo em blogs, jornais, revistas e sites, desde que citado o crédito acima na íntegra.

quinta-feira, 19 de março de 2009

O ilusionista


Mágicos e ilusionistas me fascinam. E existe uma diferenciação entre eles. Mágicos seriam os profissionais que fazem truques usando o mínimo de auxílio externo. Ilusionistas seriam o oposto. Aqueles shows sofisticados, cheios de iluminação, fumaça, traquitanas, belas ajudantes, elefantes, caminhões e explosões são coisa de ilusionistas. Mas tanto o mágico como o ilusionista só são bem sucedidos quando conseguem comandar nossa atenção. É aí que está o truque: comandar nossa atenção. Enquanto focamos a atenção na fumaça, nos espelhos, na ajudante, no gesto largo, na capa vermelha ou na varinha mágica o ilusionista e o mágico realizam o truque que nos deixa maravilhados. Atenção é o nome do jogo. É a partir dela que eles conseguem trabalhar nossas sensações e percepções. Quando não conseguimos prestar atenção a alguma coisa, essa coisa não fica gravada em nossa memória. E o ilusionista aproveita...
Foi o filósofo grego Platão que lançou cerca de 2500 anos atrás as bases da Epistemologia, a teoria do conhecimento. Ele disse que o que nós conhecemos não é o mundo físico, mas sua versão organizada, estruturada e categorizada por nossa mente. Antes de perceber qualquer coisa nossas mentes precisam assimilar e interpretar os dados brutos que chegam através de nossos sentidos. É a partir do som que ouvimos, da imagem que observamos, do texto que lemos, do cheiro que sentimos, da textura apreciada por nossos dedos que nosso cérebro fará deduções. Cruzará esses dados com nossas memórias e experiências novas e passadas para colocar algum sentido nas coisas que acontecem ao nosso redor. E antes de ter alguma utilidade para nós esse processo de interpretar o mundo passa por estados de consciênciae semi-consciência. Mas o mais importante: o processo depende em grande parte do que temos dentro de nossa cachola. De nosso repertório. Do que aprendemos com nossas experiências. Quanto mais repertório, experiências, cruzamentos e deduções, mais refinada será nossa interpretação do mundo.
Se você só lê a revista Caras, frequenta a baladinha e assiste o BBB, terá um limitado repertório para entender o mundo. O mesmo acontece com seu linguajar. Se você não lê, não conseguirá expressar seus argumentos naquela reunião, diante daquele cliente ou da pessoa amada.
Simples, né?
Agora imagine o mundo de hoje, repleto de "ilusionistas" (atenção: aspas!) usando cores, explosões, cheiros, luzes e formas para atrair nossa atenção. Nesse mundo, bundas vendem cerveja. Carrões vendem cigarros. Manchetes vendem remédios para aquela doença que você nem sabia que existia. E que agora sabe... Nesse mundo, quem promete o céu no futuro ganha a permissão para apagar o passado e cometer barbaridades no presente. Nesse mundo um "ilusionista" faz com que vejamos a realidade - e tomemos as decisões - que ele quiser.
Para escapar dos "ilusionistas" não existe mágica. É preciso ampliar seu repertório para fazer reflexões mais ricas, comparações mais diversificadas e julgamentos mais adequados. Caso contrário você vai continuar perplexo com planos espetaculares que não existem, se divertindo com a pomba que sumiu, com a mulher cortada ao meio e o com o coelho que saiu da cartola.
Mas jamais perceberá quando eles baterem sua carteira.
Luciano Pires
COMENTE ESTE TEXTO:

quarta-feira, 18 de março de 2009

A ética profissional como tradução do amor


Por Emerson Barros de Aguiar
Alguém pode não saber ler ou nunca ter ouvido falar de ética, mas só será feliz se for ético. Ética não é uma condição que a gente tem de atender para agradar a empresa ou ao chefe; não é recitar códigos ou doutrinas.
Ética é o que fica da vida que levamos, das coisas que fazemos todo dia, agora; é o saldo que resta em nosso coração das ações que praticamos. Não se pode aprender ética apenas em livros ou em aulas e, menos ainda, em palestras. Ela está lá no Evangelho de Jesus: no Sermão da Montanha e em muitas outras passagens. Mas não é difícil encontrar a ética dentro de nós, saber o melhor caminho a seguir.
A felicidade de comercial não é sustentável. A satisfação dos cartões de crédito, do consumo, dos vícios ou da corrupção. A felicidade que tira dos outros, diminui muito mais de nós mesmos. Isto não é moralismo, não é pieguice, é realidade! "Ignorante" é o nome dado por Sócrates a quem ainda não sabe disso. Todo mundo vai descobrir que o mal não vale a pena, que o egoísmo não constrói nada, só estraga, destrói. De uma maneira ou de outra vai descobrir disso. A boa vontade será a melhor maneira e a decepção, a pior. . .
Não precisamos sofrer tanto para aprender que a vida é muito mais ajudar e compartilhar do que competir, ferir e derrotar. Quem tem o coração cheio de amor, tem ética, naturalmente. Ética é não estar preocupado com a reputação, mas com o caráter. O comportamento espontâneo, generoso e fraterno, é ética.
Quando a ética não é uma escolha, mas um dever imposto pela consciência, isto é ética. Quando estamos empenhados em dar o melhor de nós e não em sermos os primeiros, isto é ética.
Quando nos esforçamos para ter bondade e não para aparentar bondade, isto é ética. Quando o cuidado com os sentimentos dos outros lapida a dureza das palavras, isto é ética.
Quando olhamos para os outros e nos colocamos no lugar deles, quando vemos Deus nos outros, isto é ética. Quando perdoamos, deixando espaço livre na nossa memória para paisagens de ternura e humanidade, isto é ética.
Quando descobrimos uma qualidade nova em alguém que não gostamos, isto é ética. Quando identificamos em nós algum defeito e enxergamos como a vida é maravilhosa, isto também é ética.
Quando não nos vingamos de quem nos prejudicou, mesmo tento a oportunidade ideal, isto é ética. Quando olhamos os filhos dos outros como nossos próprios filhos e os empregos dos outros como o nosso "ganha pão", isto é ética. Quando sabemos que o dinheiro, o conforto, a posição ou o status de que desfrutamos são apenas privilégios e não direitos, pois podem nos ser tirados a qualquer momento pelo infortúnio, pelo imponderável ou pela morte: isto é ética!
Quando aquilo em que acreditamos não é expresso como uma declaração de princípios, mas sai da nossa boca como poesia, isto é ética! Quando somente conseguimos conspirar pela felicidade dos outros, isto é ética.
Quando sabemos que o amor pela pedra, pelo inseto, pela planta, pela brisa e por todas as coisas, que a ação em benefício de alguém que nem conhecemos e que a gratidão pela vida são tesouros permanentes, isto é ética. Quando sentimos que o amor invadiu cada sílaba que pronunciamos, cada lembrança, cada gesto, olhar e tarefa, enfeitando o templo do coração com as flores do bem, isto é felicidade...
O prof. Emerson Barros de Aguiar é Doutor em Filosofia pela Universidad de Zaragoza (Espanha), Escritor e Professor Universitário em João Pessoa (PB)
Original em:

terça-feira, 17 de março de 2009

A manada


Othon Moacyr Garcia foi um filólogo, lingüista, ensaísta e crítico literário brasileiro. Em um de seus trabalhos escreveu que "ainda quecometamos um número infinito de erros, só há, na verdade, do ponto de vista lógico duas maneiras de errar: erramos raciocinando mal comdados corretos ou raciocinando bem com dados falsos."
Vivemos numa sociedade em que a maior fonte de informação é a mídia que apresenta os dados superficialmente, conforme seus interesses.Fiar-se numa fonte assim é um risco.Por outro lado a capacidade intelectual da sociedade tem sido reduzida num processo de emburrecimento infinito. Vivemos cada vez mais numamanada, copiando as decisões que o bovino ao lado tomou. Surge então uma terceira maneira na equação de Othon Garcia: raciocinar mal com dados falsos...
Dentro da manada fazemos perguntas erradas, recebemos respostas erradas, realizamos diagnósticos errados e tomamos as ações erradas. Some-sea isso um altíssimo grau de cagaço e pronto! Olhe em volta!
Um amigo foi comprar um automóvel. Um Ford KA. Na concessionária, a informação: 45 dias para entrega. Não tem carro em estoque...A Volkswagen, que no fim de 2008 cancelou o pagamento de horas-extras e concedeu férias coletivas escalonadas para seus 22 mil empregados,vai convocar sete mil funcionários para turno extra de trabalho no final de semana. Ela precisa adequar o volume de produção à demanda, quecresceu rapidamente. A situação nas demais montadoras não é diferente: ou você se adapta ao que tem na concessionária ou espera até sessentadias.Enquanto isso o segmento de carros importados ri à toa: saltou de 13,2% de participação de mercado em novembro para quase 20% em janeiro.
Se tudo andar mal com a indústria automotiva brasileira, voltaremos em 2009 aos patamares de 2007... Que foi simplesmente o segundo melhorano da história dessa indústria no Brasil.
Que raio de crise é essa?
É a crise do pensamento estratégico, que morreu. Só restou o tático. Típico de manadas.
Deixe-me esclarecer com um exemplo simples: um arquiteto desenha um prédio maluco. É preciso que um engenheiro faça os cálculos estruturaispara o prédio ficar em pé. E então os pedreiros erguem o edifício conforme os planos.A visão (objetivo) do arquiteto é sustentada pela técnica (estratégia) do engenheiro que é tornada realidade pela execução (tática) dospedreiros. Estratégia sem objetivo é desperdício. Execução sem estratégia é um desastre. O muro ficará torto e o prédio vai cair. E, se nãocair, provavelmente terá custado infinitamente mais do que se seguisse uma estratégia.
A miséria intelectual, a asinidade estratégica e a vida em manada acabaram com os "arquitetos" na virada do milênio. E agora o cenário decrise está acabando com os "engenheiros". Só restam "mestres de obra" e "pedreiros". Atenção para as aspas, por favor.
Decisões? Só para curto prazo, para coisas que podem ser medidas e vistas. E dá-lhe simplismo. Tem que reduzir custo? Mande o povo embora.Corte os investimentos em comunicação. Transfira o poder para o departamento de compras, que vai escolher o mais baratinho. Deixe o dinheirono banco que é mais seguro...
Infelizmente ninguém jamais medirá o custo dessas decisões. Eles não cabem numa planilha. E se coubessem a manada não entenderia.
Pois alguém já disse que "nenhum de nós é tão burro quanto a soma de todos nós."
Nunca na história deste país vi uma verdade mais absoluta.
Luciano Pires
COMENTE ESTE ARTIGO:

Seguidores

Visualizações nos últimos 30 dias

Visitas (clicks) desde o início do blog (31/3/2007) e; usuários Online:

Visitas (diárias) por locais do planeta, desde 13/5/2007:

Estatísticas