terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Declaração de Ética Mundial - parte VII


4. Compromisso com uma cultura da igualdade de direitos e do companheirismo entre homem e mulher
Inúmeras pessoas, em todas as regiões e religiões, esforçam-se por viver no espírito de companheirismo entre homem e mulher, em prol de uma ação responsável nos campos do amor, da sexualidade e da família. Ainda assim, no mundo de hoje há por toda parte formas condenáveis de patriarcalismo, de dominação de um sexo sobre o outro, de exploração de mulheres e abuso sexual de crianças, de prostituição forçada. As diferenças sociais neste planeta levam não raramente a que sobretudo mulheres e mesmo crianças nos países menos desenvolvidos vejam-se forçadas a fazer uso da prostituição como meio na luta pela sobrevivência.
A. Das grandes e antigas tradições éticas e religiosas da humanidade, porém, acolhemos o preceito: Não serás incasto! Ou, dito de forma positiva: Respeitai e amai uns aos outros! Recordemos uma vez mais as conseqüências desse antigo preceito: pessoa alguma tem o direito de degradar o outro a mero objeto de sua sexualidade, fazê-lo incidir ou mantê-lo em dependência sexual.
B. Condenamos a exploração sexual e a discriminação de gênero como uma das piores formas de humilhação do ser humano. Sempre que se apregoar a dominação de um sexo sobre o outro ou se tolerar a exploração sexual – tanto mais em nome de uma convicção religiosa –, e sempre que se fomentar a prostituição ou se abusar sexualmente de crianças, cabe opor-se a isso. Que ninguém se engane: não há verdadeira humanidade sem um convívio pautado pelo companheirismo!
C. Por isso, os jovens já deveriam aprender na família e na escola que a sexualidade não é uma força negativa-destruidora ou explorativa, mas sim uma força criadora e formadora. Sua função é afirmar a vida e criar comunidade; e ela só pode se desenvolver quando estiver sendo vivenciada a responsabilidade pela felicidade também do companheiro.
D. A relação entre homem e mulher não deveria ser determinada pela tutela ou pela exploração, mas sim pelo amor, companheirismo e confiança. Prazer sexual e plenitude humana não são idênticos. A sexualidade deve ser expressão e confirmação de uma relação amorosa vivida com companheirismo.
Algumas tradições religiosas também conhecem o ideal da renúncia ao desenvolvimento da sexualidade. A renúncia voluntária também pode ser expressão de identidade e plenificação de sentido.
E. A instituição social do matrimônio, mesmo diante de todas as diferenças culturais e religiosas, é caracterizada pelo amor, fidelidade e duração. Ela quer e deve garantir a homens, mulheres e crianças proteção e apoio mútuo, bem como assegurar seus direitos.
Em todos os países e culturas é preciso empenhar-se por condições econômicas e sociais que possibilitem uma existência humanamente digna do casamento, da família, e em especial das pessoas idosas. As crianças têm direito à educação. Nem os pais devem aproveitar-se dos filhos, nem os filhos, dos pais; seu relacionamento deve ser sustentado, sim, pelo respeito, reconhecimento e cuidado mútuo.
F. Ser verdadeiramente humano, no espírito de nossas grandes tradições religiosas e éticas, significa o seguinte:
• ao invés de dominação ou humilhação, que são expressões de violência e freqüentemente geram reações violentas, cultivar respeito, compreensão, companheirismo;
• ao invés de toda forma de desejo sexual possessivo ou de abuso sexual, cultivar respeito mútuo, tolerância, conciliação, amor.
No plano das nações e religiões só se pode praticar o que já se vive no plano das relações pessoais e familiares.

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