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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Aquecimento Global

09/01/2011 - 17h33

Estudo canadense prevê aquecimento global por séculos

JEFFREY JONES
DA REUTERS, EM CALGARY (CANADÁ)

O dióxido de carbono já liberado na atmosfera vai continuar contribuindo para o aquecimento global durante séculos, podendo causar o colapso de um enorme lençol de gelo da Antártica e o aumento dos níveis do mar, disseram cientistas canadenses.

Mesmo o completo abandono dos combustíveis fósseis e a suspensão imediata de emissões não poderão impedir o aquecimento do oceano da Antártica, bem como a desertificação na África do Norte, indica a pesquisa.

No entanto, muitas das consequências negativas no Hemisfério Norte, como a redução de gelo no Ártico, são reversíveis. Isso significa que os esforços globais para reduzir os gases de efeito de estufa não são um desperdício de esforço e dinheiro, disse Shawn Marshall, professor de geografia da Universidade de Calgary e um dos autores do estudo.

"Mas há alguns elementos do clima que apresentam muita inércia e que levarão muitos séculos para começarmos a revertê-los," disse Marshall.

O estudo, liderado por Nathan Gillett, do Centro Canadense de Modelagem e Análise Climática, foi publicado na revista Nature Geoscience.

SIMULAÇÕES
Usando simulações com um modelo climático, os pesquisadores estimaram os efeitos sobre os padrões de clima para os próximos mil anos, com a interrupção completa das emissões em 2010 e em 2100.

As importantes diferenças dos impactos em diversas regiões são devidas aos séculos necessários para o aquecimento da circulação do Atlântico Norte pelas correntes oceânicas, disse Marshall.

"A atmosfera se resfria rapidamente quando os gases atmosféricos são reduzidos, assim como a água da superfície do mar, mas o resfriamento não atinge as águas profundas do oceano por um longo tempo," disse ele.

Correntes de vento no hemisfério sul também podem contribuir para o processo.

EFEITOS
Como resultado, nos próximos mil anos, a temperatura média do oceano ao redor da Antártica pode aumentar em até 5 graus Celsius, provocando o colapso do manto de gelo da Antártica Ocidental, de acordo com o estudo.

A eliminação do manto de gelo, que cobre uma área do tamanho do Texas e tem até 4 mil metros de espessura, poderá elevar os níveis do mar em vários metros.

Os impactos do clima reduzirão a umidade em partes do norte da África em até 30 por cento.
As simulações mostram grandes diferenças em algumas partes do mundo. Porém, entre reduzir as emissões em 2010 ou em 2100, surgem variações de temperatura entre 1 e 4 graus Celsius, representando um argumento para a ação de redução imediata das emissões de dióxido de carbono, disse Marshall.

Original na Folha.com http://goo.gl/CzVOD

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Declaração de Ética Mundial - parte II


OS PRINCÍPIOS DE UMA ÉTICA MUNDIAL
Nosso mundo atravessa uma crise fundamental: uma crise da economia mundial, da ecologia mundial, da política mundial. Por todo lugar lamentam-se a ausência de uma visão ampla, o acúmulo de problemas irresolvidos, a inação política, a condução política meramente mediana, que não chega a ser clarividente ou previdente o bastante, e ainda, de forma geral, a pouca sensibilidade para o bem-comum. Há muitas respostas velhas para desafios novos.
Centenas de milhões de seres humanos em nosso planeta sofrem cada vez mais sob o peso do desemprego, da pobreza, da fome e da destruição das famílias. A esperança por uma paz duradoura entre os povos volta a titubear. Tensões entre as raças e as gerações assumiram dimensões assustadoras. Crianças morrem, matam e são mortas. Cresce o número de estados abalados por casos de corrupção na política e na economia. A convivência pacífica em nossas cidades torna-se sempre mais difícil, diante dos conflitos sociais, raciais e étnicos, diante do abuso de drogas, do crime organizado, da anarquia. Até mesmo vizinhos freqüentemente convivem com medo. Nosso planeta, hoje como ontem, continua sendo saqueado sem a mínima consideração. Cresce a ameaça de um colapso dos ecossistemas.
Reiteradas vezes, e em diversos lugares deste mundo, observamos que líderes e adeptos de religiões instigam à agressão, ao fanatismo, ao ódio e à xenofobia; e inspiram e legitimam até mesmo confrontos sangrentos e marcados pela violência. Usurpa-se a religião para fins meramente voltados à conquista do poder político, até o extremo da guerra. Isso nos causa grande repugnância.
Condenamos todos esses desenvolvimentos e declaramos que isso não tem que ser assim. Já existe uma ética capaz de oferecer orientação diversa à desses desdobramentos globais funestos.
Embora essa ética não ofereça soluções diretas para todos os imensos problemas mundiais, oferece a base moral para uma ordem individual e global melhor: uma visão capaz de afastar homens e mulheres do desespero, e as sociedades, do caos.
Somos homens e mulheres que professam os mandamentos e práticas das religiões mundiais. Afirmamos já haver um consenso entre as religiões, capaz de constituir a base para uma ética mundial: um consenso fundamental mínimo, no que diz respeito a valores obrigatórios, parâmetros inamovíveis e atitudes morais básicas.
I. Não há nova ordem mundial sem uma ética mundial
Nós, homens e mulheres provenientes de diversas religiões e regiões deste planeta, dirigimo-nos portanto a todos os seres humanos, religiosos ou não-religiosos. Queremos expressar a convicção que partilhamos:
• Todos nós somos responsáveis por uma ordem mundial melhor.
• Nosso posicionamento em favor dos direitos humanos, da liberdade, justiça, paz e preservação da Terra dá-se de modo incondicional.
• Nossas tradições religiosas e culturais diversas não nos devem impedir de assumir um posicionamento ativo e comum contra todas as formas de desumanidade e em favor de mais humanidade.
• Os princípios manifestados nesta Declaração podem ser assumidos por todos os seres humanos que sustentem convicções éticas, sejam elas de fundamento religioso ou não.
• Nós, no entanto, como pessoas religiosas ou de orientação espiritual – que fundamentam suas vidas sobre uma realidade última, da qual retiram força e esperança espiritual em uma atitude de confiança, de oração ou meditação, em palavras ou pelo silêncio –, estamos especialmente comprometidos com o bem da humanidade como um todo, e preocupados com o planeta Terra. Não nos consideramos melhores que outras pessoas, mas temos confiança em que a sabedoria milenar de nossas religiões seja capaz de apontar caminhos, também para o futuro.
Depois de duas guerras mundiais e após o fim da Guerra Fria, depois do colapso do fascismo e do nazismo e após o abalo do comunismo e do colonialismo, a humanidade entrou em uma nova fase de sua história. A humanidade, hoje em dia, disporia de recursos econômicos, culturais e espirituais suficientes para dar início a uma ordem mundial melhor. Contudo, antigas tensões étnicas, nacionais, sociais, econômicas e religiosas ameaçam a construção pacífica de um mundo melhor. Nossa época, é bem verdade, experimentou avanços científicos e técnicos maiores do que nunca. Ainda assim, estamos diante do fato de que no mundo todo não diminuíram a pobreza, a fome, a mortalidade infantil, o desemprego, a miserabilização e a destruição da natureza; na verdade, esses problemas aumentaram. Muitos povos estão ameaçados pela ruína econômica, pela degradação social, pela marginalização política, pela catástrofe ecológica, pelo colapso nacional.
Em uma situação mundial tão dramática, a humanidade não precisa apenas de programas e ações políticas. Ela precisa também de uma visão de convivência pacífica dos povos, dos agrupamentos étnicos e éticos e das religiões, sob uma atitude de co-responsabilidade partilhada em relação ao planeta Terra. Uma tal visão baseia-se em esperanças, em objetivos, ideais e parâmetros. Todas essas coisas, no entanto, foram subtraídas a muitas pessoas no mundo todo.
Mesmo assim, estamos convictos de que cabe justamente às religiões – apesar de todo o mau uso que se fez delas, e de seus freqüentes fracassos históricos – suster a responsabilidade de manter vivas essas esperanças, objetivos, ideais e parâmetros. Isso vale de modo especial para os Estados modernos: as garantias de liberdade religiosa e de consciência são necessárias, mas não substituem valores obrigatórios, convicções e normas válidas para todos os seres humanos, seja qual for sua origem social, seu sexo, cor, língua ou religião.
Estamos profundamente convencidos da unidade fundamental da família humana sobre nosso planeta Terra. Por isso trazemos à memória a Declaração Universal dos Direitos do Homem das Nações Unidas, de 1948. O que ela proclamou solenemente no plano do Direito queremos confirmar e aprofundar aqui no plano da Ética: arealização plena da indisponibilidade da pessoa humana, da liberdade inalienável, da igualdade de todas as pessoas, assumida
como princípio, e da necessária solidariedade e dependência recíproca de todas as pessoas, umas em relação às outras.
Com base em experiências de vida pessoais e com base na história de nosso planeta, plena de misérias, aprendemos:
• que com leis, prescrições e convenções, por si sós, não se pode criar uma ordem mundial melhor, nem muito menos estabelecê-la;
• que a concretização da paz, da justiça e da preservação da Terra depende da clarividência dos seres humanos e de sua disposição para validar o Direito;
• que o engajamento em favor do Direito e da liberdade pressupõe a consciência em relação à responsabilidade e aos deveres, e que é preciso dirigir-se, portanto, aos corações e mentes das pessoas;
• que o Direito sem eticidade não perdura ao longo do tempo, e que portanto não haverá uma nova ordem mundial sem uma ética mundial.
Ética mundial não subentende aqui uma nova ideologia mundial, nem tampouco uma religião mundial única para além de todas as religiões, nem muito menos o domínio de uma religião sobre todas as outras. Com uma ética mundial temos em mente um consenso fundamental quanto a valores obrigatórios vigentes, parâmetros inamovíveis e atitudes pessoais básicas.
Sem um consenso fundamental na ética, cedo ou tarde toda comunidade vê-se ameaçada pelo caos ou por uma ditadura, e as pessoas, como indivíduos, perderão a esperança.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Declaração de Ética Mundial - parte VI


3. Compromisso com uma cultura da tolerância e uma vida de veracidade
Inúmeras pessoas, em todas as regiões e religiões, esforçam-se por viver também em nosso tempo uma vida de honestidade e veracidade. Ainda assim, há no mundo de hoje muito engodo e mentira, embuste e hipocrisia, ideologia e demagogia:
• políticos e homens de negócios que usam a mentira como instrumento de política e de êxito;
• meios de comunicação de massa que veiculam propaganda ideológica ao invés de informação veraz, que propagam desinformação e não informação, que rendem tributo a um cínico interesse comercial, ao invés de se manterem fiéis à verdade;
• cientistas e pesquisadores que se entregam a programas ideológicos ou políticos moralmente questionáveis ou a grupos de interesse econômico, e que justificam pesquisas lesivas a valores éticos fundamentais;
• representantes de religiões que degradam pessoas de outras religiões a uma condição de inferioridade e que propagam fanatismo e intolerância ao invés de respeito, compreensão mútua e tolerância.
A. Das grandes e antigas tradições éticas e religiosas da humanidade, porém, acolhemos o preceito: Não mentirás! Ou, dito de forma positiva: Fala e aje com veracidade! Recordemos uma vez mais as conseqüências desse antigo preceito: pessoa alguma, nem nenhuma instituição, estado, igreja ou comunidade religiosa têm o direito de dizer inverdades às pessoas.
B. Isso vale em especial:
• para os meios de comunicação de massa, aos quais felizmente se garante liberdade de informação, para que a verdade seja dita, e aos quais se atribui, portanto, em cada uma das sociedades, um posto de guarda: eles não estão acima da moral, mas permanecem comprometidos, em sua objetividade e honestidade, com a dignidade humana, os direitos humanos e os valores fundamentais. Eles não têm direito algum de invadir a esfera particular das pessoas, distorcer a realidade, nem manipular a opinião pública.
• para a arte, a literatura e a ciência, às quais se garante com razão a liberdade artística e acadêmica: elas não estão desvinculadas de parâmetros éticos gerais, mas devem se pôr a serviço da verdade.
• para os políticos e partidos políticos: se eles mentem descaradamente ao povo e tornam-se interna e externamente culpados pela manipulação da verdade, pela corrupção ou por uma política irrespeitosa de conquista do poder, põem em jogo a própria credibilidade e merecem a perda de seus postos e de seus eleitores.
Ao contrário, a opinião pública deve apoiar os políticos que ousam sempre dizer a verdade ao povo.
• finalmente, para os representantes das religiões: se eles incitam a preconceitos, ódio e hostilidade em relação a quem professa outras religiões, se apregoam o fanatismo, ou se até mesmo dão início ou legitimam guerras motivadas pela fé, então merecem condenação por parte dos seres humanos e a perda de seus seguidores.
Que ninguém se engane: não há paz mundial sem justiça mundial!
C. Por isso, os jovens já deveriam aprender na família e na escola a cultivar veracidade em seu pensamento, sua fala e sua ação. Todo ser humano tem direito à verdade e à veracidade. Tem o direito à informação e formação necessárias para poder tomar decisões fundamentais para sua vida. Sem uma orientação ética básica, a pessoa não logra distinguir entre o que seja importante ou desimportante. Em face da grande quantidade de informações com que a pessoa se defronta nos dias de hoje, parâmetros éticos podem prestar-lhe ajuda quando fatos estiverem sendo distorcidos, interesses, acobertados, quando certas tendências estiverem sendo cortejadas, ou opiniões sendo apresentadas como absolutas.
D. Ser verdadeiramente humano, no espírito de nossas grandes tradições religiosas e éticas, significa o seguinte:
• ao invés de confundir liberdade com arbitrariedade, e pluralismo com falta de critérios, fazer valer a verdade;
• ao invés de viver desonestidade, dissimulação e acomodação oportunista, cultivar o espírito de veracidade, também nas relações quotidianas de pessoa para pessoa;
• ao invés de divulgar meias verdades ideológicas ou partidárias, procurar sempre reiteradamente a verdade, em um espírito incorruptível de veracidade;
• ao invés de render tributo ao oportunismo, e uma vez conhecida a verdade, servi-la com confiança e constância.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Declaração de Ética Mundial - parte VII


4. Compromisso com uma cultura da igualdade de direitos e do companheirismo entre homem e mulher
Inúmeras pessoas, em todas as regiões e religiões, esforçam-se por viver no espírito de companheirismo entre homem e mulher, em prol de uma ação responsável nos campos do amor, da sexualidade e da família. Ainda assim, no mundo de hoje há por toda parte formas condenáveis de patriarcalismo, de dominação de um sexo sobre o outro, de exploração de mulheres e abuso sexual de crianças, de prostituição forçada. As diferenças sociais neste planeta levam não raramente a que sobretudo mulheres e mesmo crianças nos países menos desenvolvidos vejam-se forçadas a fazer uso da prostituição como meio na luta pela sobrevivência.
A. Das grandes e antigas tradições éticas e religiosas da humanidade, porém, acolhemos o preceito: Não serás incasto! Ou, dito de forma positiva: Respeitai e amai uns aos outros! Recordemos uma vez mais as conseqüências desse antigo preceito: pessoa alguma tem o direito de degradar o outro a mero objeto de sua sexualidade, fazê-lo incidir ou mantê-lo em dependência sexual.
B. Condenamos a exploração sexual e a discriminação de gênero como uma das piores formas de humilhação do ser humano. Sempre que se apregoar a dominação de um sexo sobre o outro ou se tolerar a exploração sexual – tanto mais em nome de uma convicção religiosa –, e sempre que se fomentar a prostituição ou se abusar sexualmente de crianças, cabe opor-se a isso. Que ninguém se engane: não há verdadeira humanidade sem um convívio pautado pelo companheirismo!
C. Por isso, os jovens já deveriam aprender na família e na escola que a sexualidade não é uma força negativa-destruidora ou explorativa, mas sim uma força criadora e formadora. Sua função é afirmar a vida e criar comunidade; e ela só pode se desenvolver quando estiver sendo vivenciada a responsabilidade pela felicidade também do companheiro.
D. A relação entre homem e mulher não deveria ser determinada pela tutela ou pela exploração, mas sim pelo amor, companheirismo e confiança. Prazer sexual e plenitude humana não são idênticos. A sexualidade deve ser expressão e confirmação de uma relação amorosa vivida com companheirismo.
Algumas tradições religiosas também conhecem o ideal da renúncia ao desenvolvimento da sexualidade. A renúncia voluntária também pode ser expressão de identidade e plenificação de sentido.
E. A instituição social do matrimônio, mesmo diante de todas as diferenças culturais e religiosas, é caracterizada pelo amor, fidelidade e duração. Ela quer e deve garantir a homens, mulheres e crianças proteção e apoio mútuo, bem como assegurar seus direitos.
Em todos os países e culturas é preciso empenhar-se por condições econômicas e sociais que possibilitem uma existência humanamente digna do casamento, da família, e em especial das pessoas idosas. As crianças têm direito à educação. Nem os pais devem aproveitar-se dos filhos, nem os filhos, dos pais; seu relacionamento deve ser sustentado, sim, pelo respeito, reconhecimento e cuidado mútuo.
F. Ser verdadeiramente humano, no espírito de nossas grandes tradições religiosas e éticas, significa o seguinte:
• ao invés de dominação ou humilhação, que são expressões de violência e freqüentemente geram reações violentas, cultivar respeito, compreensão, companheirismo;
• ao invés de toda forma de desejo sexual possessivo ou de abuso sexual, cultivar respeito mútuo, tolerância, conciliação, amor.
No plano das nações e religiões só se pode praticar o que já se vive no plano das relações pessoais e familiares.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Declaração de Ética Mundial - parte VIII



IV. Mudança de consciência
Todas as experiências históricas demonstram: não se pode mudar nosso planeta sem que se chegue a mudanças de consciência no indivíduo e na opinião pública. Isso já se evidenciou em questões como guerra e paz, economia e ecologia, que passaram por mudanças fundamentais nas últimas décadas. Tais mudanças também devem ser alcançadas em vista da ética! Todo indivíduo possui não apenas uma dignidade intocável e direitos inalienáveis; ele tem também uma responsabilidade irrefutável pelo que faz ou deixa de fazer. Todas as nossas decisões e atos, assim como nossas conquistas e fracassos, têm conseqüências. Manter viva essa responsabilidade, aprofundá-la e transmiti-la para as gerações futuras – eis aí uma importante incumbência das religiões. Quanto a isso, mantemo-nos realistas no que diz respeito ao que já se alcançou nesse consenso, e instamos para que se observe o seguinte:
1. É difícil obter um consenso universal para muitas questões éticas específicas e polêmicas (desde a bioética e a ética sexual, a ética da ciência e dos meios de comunicação, até a ética econômica e do Estado). Contudo, no espírito dos princípios comuns aqui desenvolvidos, deveriam ser encontradas soluções objetivas também para muitas das questões que permanecem polêmicas até o momento.
2. Em muitos campos da vida já se despertou uma nova consciência para a responsabilidade ética. Consideramos louvável, portanto, que o maior número possível de classes profissionais, como os médicos, cientistas, comerciantes, jornalistas e políticos, elaborem códigos de ética capazes de oferecer diretrizes concretas para questões provocativas de seu respectivo meio profissional.
3.
Instamos sobretudo com as comunidades de fé em particular para que formulem sua ética específica: o que cada uma das tradições de fé tem a dizer sobre o sentido da vida e da morte, sobre suportar o sofrimento e perdoar a culpa, sobre a entrega abnegada e a necessidade de renúncia, sobre compaixão e alegria. Tudo isso contribuirá para aprofundar, especificar e concretizar a ética mundial que já se reconhece nesse momento.
Por fim, apelamos a todos os habitantes de nosso planeta: não se pode mudar nossa Terra para melhor sem que se mude a consciência do indivíduo.
Pronunciamo-nos em favor de uma mudança individual e coletiva da consciência, em favor de um despertar de nossas forças espirituais por meio da reflexão, meditação, oração e pensamento positivo, e em favor de uma conversão dos corações. Juntos podemos mover montanhas! Sem riscos e disposição ao sacrifício não haverá mudança de base em nossa situação! Por isso comprometemo-nos com uma ética mundial: com uma maior compreensão mútua, e com formas de vida compatíveis com as dinâmicas sociais, promotoras da paz e benéficas à natureza.
Convidamos todos os seres humanos, religiosos ou não, a fazer o mesmo!

domingo, 21 de setembro de 2008

Para uma ética global


Na linha da tradição contratualista ocidental, que vê na base jurídica do direito a condição necessária para que os homens possam dirimir os seus conflitos e a partir daí alicerçarem os fundamentos da moralidade, da justiça e da coexistência pacífica, Michel Serres, ao apresentar-nos o seu “Contrato Natural”, vem, por um lado, legitimar essa base racional e jurídica para as relações de conflito entre os homens e, por outro lado, reconhecer a insuficiência do velho “contrato social” numa nova área de conflito, agora já não apenas dos homens entre si, mas de uma outra relação tragicamente conflituosa: a dos homens com a natureza ela mesma.
Logo no início da referida obra, o autor conta-nos duas histórias paradigmaticamente sugestivas deste trágico conflito entre o homem e a natureza; conflito do qual, infelizmente, ainda não lográmos assumir plena consciência, embrenhados que estamos no nosso dia-a-dia comezinho e rotineiro.
Na primeira, descrevendo um quadro de Goya, fala-nos de dois inimigos, que, atolados até aos joelhos, brandem os seus varapaus numa luta encarniçada sobre areias movediças. A cada movimento da luta, vão sendo gradualmente engolidos numa lama viscosa. Enquanto isso, num outro plano do quadro, exterior à luta, perspectiva-nos a nós como espectadores, entretidos e entusiasmados pela paixão da luta, a participarmos nela, lançando as nossas apostas, como se de um banal jogo se tratasse.
Na segunda história, citando o canto XXI da “Ilíada”, o autor descreve uma estranha e louca batalha na qual Aquiles luta contra a enchente de um rio. Nessa luta, à medida que o herói lança sobre as águas os cadáveres dos adversários vencidos, o nível das águas vai subindo de tal modo que o riacho, já trasbordante, o vai cobrindo até aos ombros, correndo o risco de os submergir.
A moral destas histórias é a seguinte: o pântano de Goya, tal como o rio de Aquiles, outrora locais, tornaram-se agora globais: já não são o pântano ou o riozinho da nossa aldeia, de que falava Alberto Caeiro, o guardador de rebanhos, mas o próprio planeta Terra. Tal como os lutadores do pântano de Goya ou do rio de Aquiles, é agora a Terra quem se arrisca a ser engolida e, com ela, todos nós também, meros espectadores passivos e entretidos, como no quadro de Goya, na diversão dos nossos jogos de apostas.
Não interessa analisar aqui o posicionamento do autor no contexto das novas éticas contemporâneas. Mas perante um incontornável quadro actual de globalização da acção humana, ainda que localmente situada, não podemos deixar de concordar com ele, quando diz que “devemos decidir a paz entre nós para salvaguardar o mundo e a paz com o mundo para nos salvaguardarmos a nós próprios” [1].
Afinal, “Tudo está ligado”, como dizia o grande chefe índio, Seatle de seu nome, em carta enviada ao presidente dos EUA, corria o ano de 1854. E sentenciava nela, com a autoridade de uma sabedoria ancestral muito mais profunda do que a profundidade do nosso saber racionalista e tecno-científico: “tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra (...), e aquilo que ele [o homem] fizer à rede da vida, ele o faz a si próprio”. Porque, dizia ainda aquele a quem outrora designávamos e talvez alguns designem ainda hoje de indígena ou selvagem, “Se os homens cospem no solo, cospem em si próprios” [2].
Passado este preâmbulo, confesso que sempre me interroguei se a globalização é um bem ou um mal em si mesma. Mas a questão não passa, contudo, de mero exercício retórico, uma vez que enferma de uma falácia intrínseca, pois o ‘em si’ é uma categoria filosófica de cariz ontológico-metafísico que nos remete para uma ideia de absoluto e a realidade mundana em que vivemos é tudo menos absoluta, já que a relatividade é a grande constante que preside à natureza das coisas, da vida e do mundo que temos.
Por isso, há que afirmar desde já que a globalização não pode ser vista como um bem ou um mal em si mesma, como algumas interpretações apressadas por condicionamentos ideológicos de diversa ordem muitos vezes tendem a considerar. Podemos dizer, isso sim, que há aspectos bons ou maus, positivos ou negativos, daquilo a que, genérica e por vezes ambiguamente, chamamos de globalização. Por exemplo, a globalização do mal não pode nunca ser encarada como positiva e, portanto, um bem; do mesmo modo que a globalização do bem não pode nunca ser considerada negativamente e, portanto um mal, para qualquer perspectiva ética minimamente equilibrada. Não esqueço, no entanto, que esta consideração já pressupõe necessariamente uma apreciação valorativa da minha parte. Mas não estará toda a realidade condicionada ao juízo valorativo humano? Não estará na raiz do ético a apreciação e/ou a justificação do comportamento humano perante os seus congéneres?
O que pretendo dizer com isto? Simplesmente que, sendo a globalização uma categoria filosófica, sociológica, política, ou outra, pela qual não podemos deixar de ver o mundo dos nossos dias sem ser à escala de uma chamada ‘aldeia global’, em função das multiproximidades e das multidependências mediáticas, comunicacionais, políticas, económicas, ambientais etc., é imperativo submetê-la a uma condicionante ético-valorativa. O mesmo é dizer que é imperativo falar de uma ética da globalização, como muito bem avançou Peter Singer como subtítulo para a sua obra mais recente ‘Um Só Mundo’[3]. Foi orientado por esta perspectiva de um caminho para uma ética global, em razão de vivermos num só mundo, que é de todos em conjunto e de ninguém em particular, que organizei este meu exercício discursivo.
Na verdade, é o homem quem tem o poder de fazer da globalização um bem ou um mal, em função do sentido ou razão de ser que colocar na sua ‘praxis’ quotidiana. E esse sentido ou razão de ser, como determinante axiológica ou valorativa da acção, é necessariamente a mais radical e imperativa condicionante que a globalização deve assumir. Quero com isto dizer que só faz sentido falar da globalização como um bem ou um mal em função dos valores que humanamente orientam a nossa acção quotidiana, quer esta seja local ou globalmente considerada. Na realidade, já não podemos esquecer que numa sociedade cada vez mais globalizada como a nossa, a acção, ainda que localmente situada, tem cada vez mais implicações à escala global, no sentido em que o lixo no meu quintal, precisamente por ser lixo e apesar de estar no meu quintal, mesmo que não me incomode a mim, não pode deixar de incomodar o meu vizinho. E isto, obviamente, exige de mim um conjunto de deveres éticos perante os direitos desse meu vizinho. Portanto, é duma ética da responsabilidade colectiva e partilhada que é urgente falar agora; não uma ética particularista, assente na variabilidade dos interesses individuais, grupais ou nacionais. Precisa-se, pois, de uma ética global, necessariamente supra-individual, supra-grupal ou supra-nacional, preocupada essencialmente com o que, paradoxalmente, designaria de um interesse egoisticamente desinteressado, ou seja, de uma ética com a preocupação da preservação de todos os equilíbrios vitais do nosso mundo, sejam eles orgânicos, sociais, culturais ou outros. No fundo, uma ética que possa vir a ser legitimada e salvaguardada no plano jurídico pelo direito internacional, sob a égide de uma organização supranacional como é ainda hoje a ONU, instância sem a qual, queiramos ou não, num mundo globalizado, não há outro meio de coexistência pacífica quer dos homens entre si quer também com a própria natureza, como premonitoriamente já antevira Kant no séc. XVIII, num pequeno opúsculo intitulado “Ideia de uma História Universal com um Propósito Cosmopolita” [4].
Mas surge legítima a questão: de que valores falamos quando falamos de valores perante a globalização? Após os pessimismos e niilismos de há mais de um século a esta parte, haverá ainda uma efectiva crise de valores como vulgarmente se diz, uma crise exponenciada pelo chamado relativismo axiológico dos nossos dias ou, ao contrário, é possível ainda perspectivar e lutar por um conjunto de valores objectiváveis e mesmo universalizáveis, como condição de sentido para a existência do homem no mundo que temos? Será todo o valor, por diverso que seja, igualmente legítimo como determinante da acção ou será necessário pensar a partir de uma escala axiológica, no sentido em que uns valores serão mais importantes do que outros e, por isso mesmo, deverão ser condicionantes destes? E deverão tais valores, assim considerados pela nossa razão como importantes e decisivos para a salvaguarda relacional do nosso mundo humano e natural, ser deixados ao arbítrio ético das vontades ou consciências individuais de cada um ou, em vez disso, deverão esses valores ser legitimados sob a forma jurídico-contratual dum direito, pensado não já apenas como internacional, porque, em teoria, exclusor de alguns, mas dum direito que, forçando o conceito, teria de designar de global ou para a globalização e ao qual todos ficariam subordinados? Mas como conjugar esta obrigação legal com as lógicas dos poderes nacionais ou multinacionais?

É óbvio que me inclino para as segundas hipóteses das questões disjuntivas que formulei, ou seja, se à ideia de globalização presidir qualquer interesse de natureza particularista ou egoísta, expressa nas lógicas de poder referidas, e não uma determinante ética global, virada para o interesse comum, humanista, filantrópico e, no limite, cósmico-holista, no sentido de uma preocupação com o equilíbrio da natureza no seu todo multi-relaccional, trans-individual e trans-especista, como pensar na bondade de uma globalização, por exemplo, apenas económica ou política? De resto, se todos os valores são relativos, o bem e o mal, a pobreza e a riqueza do desperdício, a tirania e a liberdade, a defesa dos ecossistemas e os desequilíbrios ambientais estão igualmente legitimados. Pergunto ainda, serão os valores particularistas ou egoístas, subjacentes à ideia de estado-nação e que têm até hoje presidido às relações internacionais entre os povos, capazes de salvaguardarem o bem comum num mundo globalizado e supranacional? Como poderão os líderes políticos dos estados-nação responder à globalização da fome, da miséria económica e social, dos desequilíbrios ambientais ou, como exemplo último dum mal global, do terrorismo internacional, quando a sua preocupação maior é ainda a da salvaguarda do interesse nacional, como ficou claramente expresso com a recusa dos EUA em subscrever o Protocolo de Quioto ou em apoiar a implementação do domínio da lei internacional através da criação de um Tribunal Penal Internacional? Com que legitimidade é que alguém, indivíduo ou nação, por mais poderosos que sejam, se poderão subtrair a uma responsabilidade comum, quando a sua acção é também parte do problema de todos? Afinal, que mundo edificaremos nós sobre o arbítrio dos poderes, numa realidade colectiva que nos torna incontornavelmente interdependentes?

A verdade é que posturas políticas desta natureza implicam concepções éticas parciais e egoístas, que já não se coadunam com a dimensão global do mundo de hoje. E se alguma virtude é possível encontrar nos trágicos acontecimentos de 11 de Setembro no World Trade Center em Nova York ou no recente 11 de Março em Madrid, ela reside no facto de nos demonstrar que a globalização do mal já não pode ser combatida sem uma cooperação trans-nacional. Do mesmo modo, as emissões de dióxido de carbono dos escapes dos automóveis, que irão provocar alterações climatéricas com repercussões económicas, sociais, ambientais, de saúde pública, etc., também nos mostram que afinal somos um só mundo, como demonstra Peter Singer na obra citada, um mundo globalizado, e que só a cooperação de todos, orientada por uma perspectiva ética diferente da até aqui existente, nos permitirá alterar o actual estado de coisas, no sentido da edificação de uma ‘casa comum’ (um dos sentidos do termo grego ‘êthos’) moralmente mais equilibrada e cosmicamente mais justa.

Reparem que a grande diferença entre os primeiros exemplos que dei do mal global, chamado terrorismo internacional, relativamente ao mal global ambiental, resultante das alterações climatéricas provocadas pelas emissões de gases tóxicos, reside unicamente no choque mediático provocado em nós pelo visionamento emotivo e em directo da morte trágica das vítimas urbanas do terrorismo. Não obstante esta, há uma diferença maior e, portanto, igualmente terrível: é que as vítimas a prazo do segundo mal global referido serão incomparavelmente mais numerosas do que as dum terrorismo internacional, embora de menor atenção mediática e de menor preocupação colectiva ou de consciência pública. E este é ainda um outro problema, que mereceria outra abordagem analítica particular.

As múltiplas perspectivas éticas que se perfilam no debate filosófico actual, desde as tradicionais éticas antropocêntricas às éticas mais radicais e até perigosamente fundamentalistas, como as genericamente designadas por “Deep Ecology” (Ecologia Profunda), todas elas nos chamam a atenção para o problema crucial dos nossos dias: a tragédia da possível extinção da vida no planeta Terra, um facto terrível de que é urgente tomar consciência colectiva. Nunca como nos nossos dias o homem teve em suas mãos um tão grande poder. E se com o anúncio da “Morte de Deus”, Nietzsche constatava este tão relevante acontecimento histórico-civilacional do poder humano, ao mesmo tempo questionava-se também para onde caminharíamos nós agora libertos da tutela divina. Não correríamos agora o risco de estarmos incessantemente a cair? De sermos como fantasmas errantes através de um vazio infinito? Não teria sido a grandeza deste acto demasiado grande para nós? Estaríamos nós à altura da grandiosidade deste acto [5]? O problema que se coloca hoje é se a morte de Deus não traz consigo também, irremediavelmente ligada, a morte do próprio homem e da vida no planeta Terra.
Não pretendo sequer colocar a questão no plano religioso tradicional, nem sequer indagar se o ético vem obscurecer o sentido da transcendência do divino. O que me parece urgente é recolocar a questão no plano de uma nova ética, sucedânea de uma nova sensibilidade e de uma nova espiritualidade ecológica, capaz de não mais olhar para o homem como dono e senhor da natureza, em função do qual esta teria o seu destino sacrificial fatalmente traçado desde as cosmogonias míticas da antiguidade, em especial dos Génesis[6]. Infelizmente, o erro histórico desta concepção de uma natureza à parte do homem tem sido a causa da agressão do homem à natureza, cujos desequilíbrios daí resultantes, a manterem-se no actual ritmo, tornarão a vida na Terra insustentável a prazo.

Em jeito de conclusão diria que a ética global de que falo aqui não pode deixar de considerar como princípio maior da acção o respeito do homem, não já apenas e só para com o seu congénere humano, mas também para com a própria natureza no seu todo, quer fora, quer dentro do homem, que é natureza também. E se hoje discutimos aqui como tema central deste seminário “a globalização e os direitos humanos”, não posso deixar de afirmar a exigência de uma co-extenção desses direitos para além do próprio homem, sob risco de ter de considerar como redutor o objecto jurídico pressuposto na temática do seminário.

Com efeito, no plano ético a discussão faz-se hoje em torno de outros seres de consideração e respeito moral para além do próprio homem, como os animais, os ecossistemas, a paisagem ou a natureza no seu todo, os quais, necessariamente, terão de ganhar expressão jurídica no plano do direito. E neste caso, a nossa responsabilidade moral será tanto maior quanto mais frágeis estiveram estes seres face à acção humana e quanto mais globalizada for essa mesma acção.

Finalmente, neste espaço de reflexão conjunta, entre pessoas que perfilham uma base espiritual comum, assente num conjunto de princípios que procuram a salvaguarda da coexistência pacífica, da tolerância, do respeito e da fraternidade universais entre os povos, afirmo que, nesta era global e na perspectiva daquilo a que Peter Singer designou por “comunidade ética global” [7], não poderemos doravante deixar de assumir e de estender estes princípios também a todos os outros seres de consideração moral, sob o risco de, sem estes, nem o mundo nem o próprio homem poderem, não só coexistir, como, no limite, sobreviverem [Parágrafo alterado].
Termino, pois, citando ainda o velho chefe índio. E com ele formularia um voto de esperança ecologicamente global e fraterno: “por fim, talvez sejamos irmãos”[8]!

Acácio Bárbara
(Apresentado no Seminário “A Globalização e os Direitos Humanos”,
Monte Real, 3 Abril de 2004)


Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA, “Génesis”, I, 26-28; IX, 2.
KANT, Immanuel, “A IDEIA DE UMA HISTÓRIA UNIVERSAL COM PROPÓSITO COSMOPOLITA”, in A Paz Perpétua e outros opúsculos, Trad. de Artur Morão, Lisboa, Edições 70, 1988.
“POEMA ECOLÓGICO”, Trad. de Júlio Roberto, Lisboa, Edições ITAU, s/d.
NIETZSCHE, Friedrich, Gaia Ciência, § 125.
SERRES, Michel, O Contrato Natural, Trad. de Serafim Ferreira, Lisboa, Instituto Piaget, 1994.
SINGER, Peter, Um só mundo: a ética da globalização, Trad. de Maria de Fátima St. Aubin, Lisboa, Gradiva, 2004.
[1] SERRES, Michel, O Contrato Natural, Lisboa, Instituto Piaget, 1994, p. 46.
[2] “POEMA ECOLÓGICO”, Trad. De Júlio Roberto, Lisboa, Edições ITAU, s/d.
[3] Cf. SINGER, Peter, Um só mundo: a ética da globalização, Lisboa, Gradiva, 2004.
[4] Cf. KANT, Immanuel, “A IDEIA DE UMA HISTÓRIA UNIVERSAL COM PROPÓSITO COSMOPOLITA”, in A Paz Perpétua e outros opúsculos, Trad. de Artur Morão, Lisboa, Edições 70, 1988, pp. 21-37.
[5] Cf. NIETZSCHE, Friedrich, Gaia Ciência, § 125.
[6] Cf. BÍBLIA SAGRADA, “Génesis”, I, 26-28; IX, 2.
[7] SINGER, Peter, op. cit., p. 205.
[8] “POEMA ECOLÓGICO”, Idem.


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