Doutrina de caráter filosófico-teológico, que identifica a história como o lugar próprio da verdade humana. O tradicionalismo surgiu na França, durante a Revolução, e estendeu-se pelo século XIX. Seu surgimento representa uma oposição do racionalismo extremado, característica principal do século XVIII.
Segundo a postura tradicionalista, a razão individual é fonte de erro e incerteza, não facultando o acesso a nenhuma realidade fora de si própria, podendo conduzir facilmente ao ceticismo e mesmo ao ateísmo. A verdade não deve ser buscada no íntimo da razão humana, mas sim na Revelação da autoridade divina, entendida esta como sua única detentora.
A verdade foi transmitida, por Deus, aos primeiros homens; ela se encontra, assim, na origem do percurso histórico, sendo divulgada, como herança coletiva, às gerações sucessivas. Segundo esta concepção, a verdade não nova, fruto de invenção e descoberta; ela é o que se apresenta no princípio, sendo transmitida, principalmente, através da linguagem.
A história, para esta doutrina, manifesta uma razão universal, de origem divina, acerca da qual o sentir comum presta testemunho. Os critérios para encontrar a verdade consistem, basicamente, em sua antiguidade, perpetuidade e universalidade. Deste modo, o tradicionalismo defende a submissão de toda ordem moral e social ao poder da Igreja, e a reinstauração da monarquia como o sistema de governo mais verdadeiro, partindo da aceitação de seu princípio divino.
Este movimento foi também denominado, na França, ultramontanismo.
Os principais representantes do tradicionalismo francês são: Joseph de Maistre, Louis de bonald e Félicité de Lamennais.
Original em:
http://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/tradicionalismo.html
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