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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O ginecologista dos sonhos

 Uma mulher chega apavorada no consultório de seu ginecologista e diz:
-       Doutor, o senhor terá que me ajudar num problema muito sério. Este meu bebê ainda não completou um ano e já estou grávida novamente. Não quero filhos em tão curto espaço de tempo, mas num espaço grande entre um e outro... 
O médico então perguntou:
-       Muito bem... O que a senhora quer que eu faça?  
A mulher respondeu:
-       Desejo interromper esta gravidez e conto com a sua ajuda.
O médico então pensou um pouco e depois de algum tempo em silêncio disse para a mulher:
-       Acho que tenho um método melhor para solucionar o problema. E é menos perigoso para a senhora.
A mulher sorriu, acreditando que o médico aceitaria seu pedido. Ele então completou:
-       Veja bem minha senhora, para não ter que ficar com dois bebês de uma vez, em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços.
Assim, a senhora poderá descansar para ter o outro, terá um período de descanso até o outro nascer. Se vamos matar, não há diferença entre um e outro. Até porque sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil, pois a senhora não correrá nenhum risco...
A mulher apavorou-se e disse:
-       Não doutor! Que horror! Matar uma criança é um crime.
Disse o médico:
-       Também acho minha senhora, mas a senhora me pareceu tão convencida do contrário, que por um momento pensei que a senhora iria matar esta criança que está aí dentro de seu ventre!
O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que a sua lição surtira efeito. Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança que nasceu e matar uma ainda por nascer, mas já viva no seio materno.  
O CRIME É EXATAMENTE O MESMO!
(Recebido por e-mail tal qual, sem a autoria.)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A distinção

Há uma distinção médica clara.

Quando ouvimos falar em alguém ter peito ou ter culhões, mas você sabe REALMENTE a diferença entre ambos?

Vamos tentar esclarecer onde eles se diferenciam:

PEITO - É chegar em casa tarde da noite, após uma balada com os amigos, e ser recebido por sua mulher segurando uma vassoura, e ter peito de perguntar:

"Ainda está limpando a casa, ou vai voar para algum lugar?"


CULHÕES - É chegar tarde da noite em casa, após uma balada com os amigos, cheirando a perfume e cerveja, batom no colarinho, e ter culhões de dar um tapa na bunda da sua mulher e dizer: "Você é a próxima, gorducha!"

Esperamos ter esclarecido qualquer confusão sobre as definições.

Porém, clinicamente falando, não há diferença no resultado.

Ambos terminam em morte.
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Recebi por e-mail, tal qual, sem a citação do autor

domingo, 4 de outubro de 2009

Vida após vida nessa vida

"Sempre pensei que ia morrer cedo. A luta armada, a clandestinidade na luta contra a ditadura, aventuras, promiscuidade, orgias, riscos... Tudo me levava a crer que não chegaria aos trinta anos. Para quem tem vinte anos, quem tem trinta já é coroa. Tomei um susto quando me vi vivo e saudável aos trinta.
Aos quarenta percebi a possibilidade real da morte. No dia do meu aniversário quarentão, um jovem ator de 24 anos perguntou como eu me sentia: “Agora? de frente para a morte”. Para minha surpresa foi o jovem quem morreu logo depois.
Aos cinqüenta apaixonei-me pela letra de Aldir Blanc na voz de Paulinho da Viola: “... aos cinqüenta anos, insisto na juventude...”, isto enquanto percebia meu ângulo peniano caminhando para os 90º. Mas, antes dos sessenta a pílula azul alargou minhas possibilidades e possibilitou-me ver o sexo por ângulos mais estreitos.
Agora estou além dos sessenta. Aos quarenta, rezava pela alma dos mortos amigos e parentes. Nome por nome eu pedia ao Senhor. Hoje, são tantos os que caíram, que apenas peço “... pelos mortos em geral”.
E mais uma vez espanto-me por estar ainda vivo, e consolo-me no Salmo 91.7 que diz: “... 1.000 cairão ao teu lado e 10.000 à sua direita, mas você não será atingido”. Mesmo confiando na Palavra, ainda assim caminho embaixo de marquise pra São Pedro não me ver. Ainda estou vivo, e pra quem pensou que morreria aos trinta, descubro que existe vida após a vida.
Mas o preço do viver é muito alto para o jovem de hoje: tem que comprar apartamento, arranjar um trampo, ganhar dinheiro, ficar famoso, comer todas, bombar no youtube, malhar, casar, ter filhos, comprar carro, estar bronzeado, conhecer tudo de web, e ainda ir ao show da Madonna, entre outras miudezas.
Após os sessenta, você já está quite com tudo isto e pensa que vai viver em paz. Qual o quê: tem que tomar insulina, antidepressivos, rivotris, controlar a pressão, não comer açúcar, não comer sal, não fumar, não beber, se conseguir comer uma e outra já é uma vitória, tem que caminhar ao menos meia hora por dia mesmo sem querer, cuidar do joanete,… … dormir cedo, vender o apartamento, fugir da bolsa, não discutir no trânsito, não se alterar no caixa do supermercado, tolerar os filhos, agradar os netos, ficar calado diante da mediocridade, aceitar o salário de aposentado, ter o testamento em dia, e curtir todas as dores ósseas, nervosas e musculares porque se algum dia você acordar sem dor é porque está morto...
Claro que o idoso tem suas vantagens: uma delas é a transparência. Quanto mais velho mais transparente você se torna. Chega a ficar invisível: ninguém mais lhe percebe, mais um pouco e nem lhe enxergam. Mas, pode passar à frente dos jovens nas filas todas, com aquele ar de superior: “Você é jovem e sarado, mas eu tenho prioridade”.
E ante qualquer aborrecimento ou dificuldade você ameaça enfartar ou ter um AVC. Funciona sempre, todos logo se tornam gentis e cordatos, e é garantia de muitas meias e lenços como presentes no Natal. Lidando com a minha “terceira idade” ouço de meu psicanalista, o bom Luiz Alfredo: “Só há dois caminhos: envelhecer... ou o outro, muito pior”. Prefiro envelhecer, aceitando cada minúsculo “sim” que a vida me dá com uma grande alegria e uma grande vitória.
Hoje quando encontro vaga num elevador do shopping, quando o banco está vazio, ou quando encontro promoção na farmácia, já considero uma bênção gigantesca e agradeço a Deus pela Graça alcançada.
Após os sessenta, como no filme de Brad Pitt, regrido na existência, deixo Paulinho e a viola de lado e reencontro Lupiscinio “Esses moços, pobres moços... ah se soubessem o que eu sei...”. Mas se soubessem não ia adiantar nada: porque a sabedoria é filha do tempo.
Como diz o amigo Percinotto, também idoso: “o diabo é sábio porque é velho”.
Pelo andar da carruagem, percebo que já morri muitas vezes nesta vida, e que viverei até fartar-me... ...certamente não o deixaria morrer na cruz, nem por mim, nem por você... nem por ninguém!!!"
Sobre o autor: *Bemvindo Sequeira é ator, diretor e autor de teatro e TV

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Mortômetro

48. 49. 50. 51. 52 mortos pela gripe suína. E aumentando! Tá chegando a minha hora...
Cada morte numa cidade diferente dá uma nova manchete. Como o Brasil tem algo em torno de 5 mil municípios temos aí um potencial gigantesco para ocupar os jornais, rádios e televisões com o alerta: "Mulher morre de gripe suína em Carapicuíba". "Primeira morte por gripe suína em Conceição do Guararapes". "Homem morre em Cururu da Serra com suspeita de gripe suína". É uma espécie de mortômetro, um contador mórbido que a imprensa está utilizando para... para... pra quê hein?
Cerca de dez dias atrás eu estava no auge de uma gripe normal, com tosse e dores no corpo. Sentei na recepção de uma rádio onde daria uma entrevista e fiquei curtindo minha gripe. Um espirro ali. Uma tossida aqui. Até que repentinamente a recepcionista se levanta, cruza a saleta e abre acintosamente as janelas, como que dizendo: "Sai daqui seu infectado!". Me senti parte da minoria oprimida, sabe como é? Eu devia ter ligado pro Lula.
Alguns dias depois embarquei para o Chile para palestrar num grande evento com cerca de 1.000 pessoas na platéia. Olha só: saindo de uma gripe e entrando no meio de uma aglomeração, no segundo país mais infectado pela gripe suína na América do Sul. Suicídio, né? Pois sabe o que vi no aeroporto, nos shopping centers e nos hotéis do Chile? Nada. Ninguém usando máscaras, ninguém distribuindo cartazes, nenhum mortômetro na televisão. Nada. Néris de pitibiribas. Quando desembarquei em São Paulo fui recebido por agentes da Polícia Federal com máscaras azuis. Só faltou a luva de borracha e o álcoolpara desinfetar. Um horror.
E então leio a manchete da Folha de São Paulo no domingo: "Gripe suína deve atingir ao menos 35 milhões no país em 2 meses".
Que loucura é essa hein? E o índice de mortalidade é sempre o mesmo: entre 0,7% e 0,8%. Igual ao de uma gripe normal. Mas... no México o índice é 1,03%. Nos Estados Unidos, 0,57%. Na Inglaterra, 0,14%. Na União Européia, 0,12%. Técnicos afirmam que a divergência se dá pela dificuldade de medir e pelos diferentes critérios utilizados. Em outras palavras: ninguém sabe nada. E quando ninguém sabe nada a especulação aparece. E nesse ambiente vamos escolher sempre a tragédia.
As ameaças de extermínio da Humanidade são ótimas para vender jornal, e sempre serão tratadas como algo distante. Mas quando a praga ataca meu vizinho e o vizinho do meu vizinho,vixe!!! Apelos emocionais são irresistíveis. Então o apresentador do telejornal mostra o hospital superlotado de gente procurando tratamento contra a gripe suína. E entrevista oinfectologista que implora para que as pessoas só se dirijam aos hospitais se estiverem com todos os sintomas. E em seguida o mesmo apresentador volta com o mortômetro: 53... 54... 55. Tá chegando em você, CORRA PRO HOSPITAL!
Olha aqui: tem uma gripe nova por aí , sim senhor. Ela precisa de cuidados básicos ou pode matar, sim senhor. Mas ela mata tanto quanto uma gripe normal. E menos que dezenas de outras doenças com as quais convivemos normalmente, mas que não tem um mortômetro na televisão.
É o mortômetro que cria o pânico. É o mortômetro que manda os ignorantes para os hospitais. É o mortômetro que vende jornal.
A pandemia que enfrentamos é de estupidez.
Luciano Pires
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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Dualidade e Apego


A história do desenvolvimento humano se dá em quatro dimensões: física, emocional, intelectual e espiritual (KÜBLER-ROSS, 1983 e 1995).
É no desenvolvimento destas dimensões que se forma o medo visceral e irracional da morte. Pela intenção e pelo desejo nascemos para esta realidade. (PIERRAKOS, 1990).
Para entrar nesta dimensão dual a alma precisa se apegar ao corpo, o que nos traz já duas grandes realidades com as quais brigaremos grande parte de nossa existência: a dualidade e o apego. (JOHNSON, 1996)
A dualidade se nos apresenta pelos opostos. Conhecemos o salgado e o doce, o quente e o frio, o amor e o medo, a dor e o prazer, corpo e alma, natureza e consciência, o bem e o mal... A espécie humana é expressão de uma divisão em duas partes, anteriores ao nascimento, que se manifesta em muitas formas. A relação dupla da criança a um só tempo com o pai e a mãe é o símbolo dessa divisão. Características masculinas e femininas, oriundas desta relação, se alternarão em nossos comportamentos e relacionamentos todo tempo. Para solucionar este conflito projetamos e transferimos nossa dualidade primária, experienciada nos relacionamentos parentais em praticamente todas as nossas atitudes. A depender da cultura na qual estamos inseridos, atribuiremos a determinados valores o positivo e o negativo. Nesta nossa abordagem, o positivo e o negativo da conclusão de cada uma das fases do desenvolvimento não estão relacionados a bom ou ruim mas sim ao resultado de uma vivência adequada ou inadequada do indivíduo na sociedade. (JOHNSON, 1996)
Quando escolhemos uma das polaridades de qualquer de nossas dualidades, internamente tentamos matar a outra e assim negamos parte de nós que, por não morrer e ter a necessidade de ser ouvida e vista, fica minando nossas intenções na tentativa de ser ouvida e vista e conseqüentemente fica dando-nos experiências cada vez mais sofridas e dolorosas obrigando-nos a vê-la. Em casos extremos, estas experiências podem até nos levar à morte física. Fugimos destas nossas mortes diárias pelo medo visceral da morte física, o que nos impede de viver nossa vida no momento presente. (MAY, 1988)
Apenas quando nos tornamos conscientes de nossas transferências e projeções podemos escolher fazer a entrega para efetuar a transformação com a responsabilidade pelo nosso próprio processo e retornar ao Self. (JUNG, 1964)
Apenas quando nos tomamos conscientes das nossas pequenas mortes diárias, em todas as suas dimensões, somos capazes de viver em plenitude a felicidade que o cotidiano nos traz e caminhar com segurança para nossa morte física. (KÜBLER-ROSS, 1978, GLACER e STRAUSS, 1965).
O apego é a grande causa do sofrimento humano (ALMEIDA, 1995). Sofremos porque perdemos toda e qualquer coisa: sofremos porque perdemos um brinquedo, um carro, uma casa, nossas imagens e ilusões, pessoas queridas... Perdemos, perdemos e perdemos... e sofremos. Entramos aqui num círculo vicioso de perda e dor: por medo da entrega, nos apegamos ao conflito da dualidade, que nos é conhecido, reforçamos o medo, reforçamos o apego, e reforçamos a dualidade...
Como aprendemos em nossa cultura, evitamos a dor, evitamos a perda e fugimos da morte, ou pensamos fugir dela, o que nos mantém presos ao círculo. (BROMBERG, 1994 e PIERRAKOS, 1990).
Extraído do artigo "Origens do Medo da Morte" de Celso Fortes de Almeida e Maria Fernanda C. Nascimento, encontrado em:

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Humildade

Você sabe porque o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso? É porque teve a humildade de colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, centímetros acima de todos os rios, não seria mar, mas sim uma ilha. Toda sua água iria para os outros e estaria isolado.

A perda faz parte. A queda faz parte. A morte faz parte.

É impossível vivermos satisfatoriamente.

Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer.

Impossível ganhar sem perder. Impossível andar sem saber cair. Impossível acertar sem saber errar. Impossível viver sem saber viver. Se aprenderes a perder, a cair, a errar, ninguém mais o controlará. Porque o máximo que poderá acontecer a você é cair, errar e perder. E isto você já sabe.

Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade o ganho e a perda,.. o acerto e o erro, o triunfo e a queda,..

...a vida e a morte.


(Autoria desconhecida)

sábado, 8 de novembro de 2008

Gabriel Garcia Marquez falando da morte

Agonizando, Gabriel Garcia Marquez que vive, lúcido e consciente, seus últimos dias de vida, vítima de um câncer linfático, escreveu:
"Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo.
Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem.
Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate.
Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, me vestiria simplesmente, me jogaria de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma.
Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse.
Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre estrelas um poema de Mário Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua.
Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes - te amo, te amo.
Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado do amor.
Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar.
A uma criança, lhe daria asas, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.
Aos velhos, ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês, os homens...
Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre."

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Shankara

:: Acid ::

A Jóia Suprema do Discernimento (Viveka Chuda Mani) é um texto clássico do Vedanta a respeito do caminho para Deus através do conhecimento. Foi escrito por Shankara (686-718 d.C.), um monge errante indiano que foi o principal formulador doutrinal do Advaita Vedânta, ou Vedânta não-dualista. Seu ensinamento básico é o de que só Deus é a realidade que a tudo permeia; a alma individual não é outra senão a alma universal.
Este texto desfruta de enorme popularidade devido à maneira clara e racional com que aborda temas relacionados com a religião.
Shankara nasceu em Kaládi, vilarejo do Malabar Ocidental, no Sul da índia. Filho de pais brâmanes, aos dez anos já era um prodígio acadêmico. Não só tinha lido e decorado todas as escrituras como escrevera comentários sobre muitas delas, e travara discussões com renomados eruditos que, de todas as partes do país, acorriam para vê-lo.
Mas o menino estava insatisfeito. Numa época em que a maioria das crianças ainda mal começara a estudar, já ele estava descontente com o vazio do conhecimento livresco. Ele viu que seus professores não praticavam as sublimes verdades que pregavam. De fato, toda a sociedade em que ele vivia era materialista e dada à busca dos prazeres. A Índia estava passando por um período de decadência espiritual. Shankara, ardendo de zelo juvenil, resolveu fazer de sua vida um exemplo que pudesse reconduzir os homens à senda da verdade. Foi discípulo de Govindapada, que iniciou-o e instruiu-o na meditação e no inteiro processo da Ioga. Em pouco tempo Shankara alcançou a completa realização mística e começou ele próprio a ensinar.
Uma manhã, quando ia banhar-se no Ganges, encontrou um Chandala, um membro da mais baixa das castas, a dos intocáveis. O homem trazia consigo quatro cachorros, que bloqueavam o caminho de Shankara. Por um momento, o inato preconceito de casta se fez valer. Shankara, o Bruhmin, ordenou ao Chandala que saísse do seu caminho. Mas o Chandala retrucou:
- Será um só Deus, como pode haver muitas espécies de homens?
Shankara encheu-se de vergonha e reverência, e prostrou-se diante do Chandala. Esse incidente inspirou um dos mais belos poemas de Shankara, o Manisha Panchaka, composto de cinco estrofes, cada qual terminando com o refrão:
Quem aprendeu a ver em toda parte a Existência única,
Esse é o meu mestre, seja ele Brahmin ou Chandala
A NATUREZA DE MAYA.
Shankara propôs que, embora o universo dos fenômenos seja de fato experimentado, ele não é a verdadeira realidade. Ao afirmar isso, Shankara não está querendo dizer que ele não existe para nós. O estado de ignorância (nossa consciência de todos os dias) ele é vivenciado, e existe tal como nos aparece. No estado de iluminação ele não é vivenciado, e deixa de existir. Shankara deduz naturalmente uma distinção entre as ilusões particulares do indivíduo e a ilusão universal ou ilusão do mundo: À primeira ele chama Pratibhasika (ilusória); à segunda, Vyavaharika (fenomenal). Por exemplo, os sonhos de um homem são as suas ilusões particulares; quando ele acorda, elas deixam de existir. Mas a ilusão universal - a ilusão do mundo fenomenal - persiste durante toda a vida de vigília do homem, a não ser que ele se conscientize da Verdade mediante o conhecimento de Brahman.
Quando um homem foi mordido pela cobra da ignorância, ele só pode ser curado pela realização de Brahman. De que servem os Vedas e as escrituras, os amuletos e as ervas? Não se cura uma doença pronunciando a palavra remédio. É preciso tomar o remédio.
A libertação não vem com o mero fato de pronunciar a palavra Brahman. Brahman deve ser realmente vivenciado. Enquanto não permitirmos que este universo aparente desapareça da nossa consciência, enquanto não experimentarmos Brahman, como podemos encontrar a libertação pela simples pronúncia da palavra "Brahman"? O resultado é um mero ruído. Enquanto não tiver destruído seus inimigos e tomado posse do esplendor e das riquezas do reino, o homem não pode tomar-se rei dizendo simplesmente: Eu sou um rei.
O mais difícil dentre todos os problemas filosóficos é o da relação entre o finito e o Infinito, o problema de como este mundo finito veio a existir. Se acreditamos que o finito tem uma realidade própria absoluta - e que ele se origina do Infinito e é uma verdadeira transformação do Infinito - ou se consideramos o Infinito como uma primeira causa transcendental do mundo fenomenal (posição sustentada pela maioria dos teólogos cristãos), então temos de admitir que o Infinito já não é infinito. Um Deus que transforma a Si mesmo no universo visível está Ele próprio sujeito à transformação e à mudança - não se pode considerá-lo como a realidade absoluta. Um Deus que cria um mundo limita a Si mesmo pelo próprio ato da criação, e portanto deixa de ser infinito. Essa dificuldade é superada, porém, se considerarmos o mundo como Maya. E esta explicação do nosso universo está, além do mais, em perfeito acordo com as descobertas da ciência moderna - que se podem resumir assim: Uma bolha de sabão com irregularidades e rugas em sua superfície é talvez a melhor imagem do novo universo que nos foi revelado pela teoria da relatividade. O universo não é o interior da bolha de sabão, mas a sua superfície - e a substância da qual a bolha é soprada, a película de sabão, é um espaço vazio fundido ao tempo vazio.
Deste modo, só quando analisamos a natureza do Universo e o descobrimos como Maya - nem absolutamente real, nem absolutamente inexistente - é que compreendemos como a superfície fenomenal da bolha de sabão salvaguarda a eterna presença do Absoluto. Os Upanishads afirmam que o universo emana do Brahman absoluto, subsiste nele e, finalmente, funde-se com ele. Shankara nunca nega diretamente os Upanishads, mas explica diferentemente essas afirmações. O universo, diz ele, é uma sobreposição a Brahman. Brahman permanece eternamente infinito e imutável. Não está transformado neste universo. Ele simplesmente aparece a nós como este universo, na nossa ignorância. Nós sobrepomos o mundo aparente a Brahman do mesmo modo que às vezes sobrepomos urna cobra a um rolo de corda. Essa sobreposição é a apresentação aparente à consciência, pela memória, de algo que foi anteriormente observado em alguma outra parte. Vemos uma cobra. Lembramo-nos dela. No dia seguinte, vemos um rolo de corda. Sobrepomos a ela a lembrança da cobra e desse modo falseamos a sua natureza.
Shankara antecipa uma objeção à sua teoria e trata de refutá-la. Podemos desafiar a teoria da sobreposição afirmando que Brahman não é um objeto de percepção. Não podemos sobrepor uma cobra a uma corda que não percebemos. Assim, como podemos sobrepor uma aparência de mundo a uma realidade que não é visível aos nossos sentidos? A isso Shankara responde: Embora Brahman nunca seja visível à nossa percepção sensorial do dia-a-dia, existe um modo no qual estamos cônscios da realidade: o Eu profundo. Porque Brahman é o objeto da idéia do ego. Sabemos perfeitamente, por intuição, que o Eu profundo existe, já que a idéia do ego é uma representação do Eu. Nem é uma regra absoluta que objetos possam ser sobrepostos apenas a outros objetos tal como eles se nos apresentam; porque as pessoas ignorantes sobrepõem um azul-escuro ao céu, que não é um objeto de percepção sensorial.
BRAHMAN E ATMAN
As escrituras estabelecem a absoluta identidade de Atman e Brahman ao declarar repetidamente: "Isso és Tu". Os termos Brahman e Atman, no seu verdadeiro significado, se referem respectivamente a Isso e TU. No seu sentido literal, superficial, Brahman e Atman têm atributos opostos, como o Sol e o vaga-lume, o rei e seu servo, o oceano e o poço, ou o monte Meru e o átomo. A identidade de ambos só é estabelecida quando os compreendemos no seu verdadeiro significado, e não num sentido superficial.
O tolo vê o reflexo do Sol na água de um jarro e pensa que ele é o Sol. Enredado na ignorância de sua ilusão, o homem vê o reflexo da Pura Consciência nos invólucros e o confunde com o Eu verdadeiro. Para olhar o Sol, deves afastar-te do jarro, da água e dos reflexos do Sol na água. O sábio sabe que estes só são revelados pelo reflexo do Sol, que brilha por si mesmo. Não são o próprio Sol. O corpo, o invólucro do intelecto, o reflexo da consciência sobre ele - nada disso é o Atman. Atman é a testemunha, a consciência infinita, o revelador de todas as coisas, mas difere de todas elas, quer sejam grosseiras ou sutis. É a realidade eterna, onipresente, que a tudo permeia, a mais sutil das sutilezas. Não tem interior nem exterior. É o Eu verdadeiro, oculto no santuário do coração.
Compreende plenamente a verdade do Atman. Sê livre do mal e da impureza, e passarás além da morte.
(Shankara)
Acid é uma pessoa legal e escreve o Blog (Saindo da Matrix). "Não sou tão careta quanto pareço. Nem tão culto. Não acredite em nada do que eu escrever. Acredite em você mesmo e no seu coração."
Original em:

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A importância da morte


por Bruno Gimenes - sintonia@luzdaserra.com.br
Reservando apenas alguns minutos para observar as pessoas e a nós mesmos, conseguiremos identificar com facilidade, uma condição latente em todos nós; a dificuldade de mudar nossos pensamentos, nossas crenças e atitudes. Vamos vivendo as nossas vidas, caminhando em um piloto automático, que nos deixa alienados a nossas reais missões aqui na Terra. E todos sabemos, que viver assim é muito comum nos dias de hoje.
O tempo vai passando, a idade vai vindo, mesmo assim, com isso fica cada vez mais difícil esculpir a personalidade para níveis mais angelicais e equilibrados. Situações adversas acontecem para proporcionar reforma íntima, reflexão e conexão com Deus, as chamadas flechas dos anjos, que tem esse nome, justamente pelo fato de serem consideradas avisos divinos, já que têm a função de corrigir nossas rotas e ajustar nossa forma de viver, pensar e sentir.
As flechas dos anjos acontecem o tempo todo, em maior ou menor intensidade, mas estão presentes no dia a dia de todos nós, assim como o sol, a chuva e o vento. Claro que muitas pessoas entendem os avisos e se modificam intensamente para que suas jornadas sejam condizentes a vontade maior e, nesses casos, o bom uso e compreensão das flechas dos anjos passa a ser uma bênção na vida de qualquer um.
O fato mais alarmante é que as flechas dos anjos, na sua grande maioria, não são compreendidas e a pessoa segue errando em um mesmo padrão de pensamento inadequado, em uma vibração desajustada, produzida por emoções em desequilíbrios o que, nesse caso, leva-as a pensar que as flechas dos anjos são punições e não sinais do universo. Tudo vai acontecendo para poder mostrar para a pessoa que seu padrão está desorientado e, mesmo assim, ela, por sua condição de ignorante das leis divinas, prefere se vitimizar e mergulhar mais e mais nos problemas.
As doenças vêm, também os desgostos, as crises financeiras e os conflitos. As dúvidas e as dores da alma, e nada muda, nada. A pessoa não consegue pensar em outra coisa a não ser nas suas dores, doenças e conflitos. Com isso, o papel disciplinador das flechas não são cumpridos, não se fazem valer....
Então vem uma pergunta que não pode deixar de ser feita, como mudar isso tudo?
Morrendo!!! Sim, morrendo...
O que seria de nós sem a morte?
Sem a morte conseguiríamos a condição de mergulhar infinitamente nas sintonias inferiores, num fluxo descendente sem fim. Que destruição seria, que caos. Por isso, a importância da morte do corpo físico. Isso porque a alma imortal regressa ao plano astral superior, para receber orientação e treinamento necessário para interromper esse fluxo destrutivo. Para que toda alma tenha a oportunidade de ser orientada e amparada. Na verdade, precisamos de um puxão de orelhas e uma dose maciça de realidade e consciência, somente possível nas “mãos” do plano astral superior, no período entre vidas.
Após a morte, passamos, se necessário, por uma escola de estudo intensivo, que vai nos possibilitar regressar à matéria já com grandes melhoras em relação à conduta da última vida, sempre buscando uma evolução na condição emocional, mental e por conseqüência espiritual, de cada alma.
Observe as crianças da Nova Era. Estão muito rápidas em seus pensamentos, muito inteligentes, com capacidades inquestionáveis. Vamos olhar a história da humanidade e perceber que sempre foi assim. Embora todas as crianças precisem de educação, amor e limites, porque ainda não estão adaptadas ao mundo físico, ainda sim, geração após geração elas estão cada vez mais evoluídas, e por quê?
Simplesmente pelo fato de que esses seres jovens de hoje são almas que acabaram de passar pelo treinamento intensivo do período entre vidas, estão com mais experiências. Embora estejam nessa vida com um corpo físico ainda novo, suas almas já estão experientes e, por isso, carregam consigo as impressões das vivências passadas e de seus aprendizados, que agora se somam para formar a personalidade da alma imortal, cada vida mais madura.
O grande problema é que com o passar dos anos, aquela alma, que antes carregava de forma vibrante, a consciência dos ensinamentos do Astral, acaba se contaminando com as criações e atitudes mundanas e materialistas, quando sem perceber vai escurecendo sua alma com emoções negativas, projeções equivocadas e desejos primitivos. De novo, um distanciamento da fonte ocorre, os pensamentos cristalizam-se, as emoções não se purificam e as mudanças param de acontecer. Então vem ela, a Irmã morte, como diria São Francisco de Assis, tão importante quanto o nascer, ela vem, para nos lembrar que a evolução não pode parar. Não importa se a pessoa quer ou não se desenvolver, o movimento evolutivo do universo nunca será sanado. Ou seja, o mal uso do livre arbítrio de cada um, jamais fará com que o universo siga no seu fluxo evolutivo progressivo. Ninguém pode travar esse mecanismo, e a morte é a mensageira de Deus que confirma essa tese.
Agradeça à Morte, porque dela nascerá o caminho eterno do espírito imortal, que iludido com a matéria, desperta para a vida sem fim e para a condição de luz que é e sempre será, que a carne do plano físico e da vida material não pode ofuscar sua iluminescência.
Agradeça a Irmã Morte, pela vida que ela nos proporciona, pela capacidade de retificar e purificar nossas almas, alinhando-nos unicamente com nossos propósitos, que insistimos em nos distanciar, vida após vida.
Texto revisado por: Cris
Escritor autor de 3 livros, palestrante, mestre de Reiki, Karuna Reiki e Sechim(Cura Egípcia).
É graduado em Química industrial. É co-fundador do Portal Luz da Serra. www.luzdaserra.com.br Apresentador do Programa Sintonia de Luz, canal 14 da Net Caxias do Sul-RS. e-mail: sintonia@luzdaserra.com.br

domingo, 12 de outubro de 2008

Suplicamos: faça-se a Luz!


O mundo está de luto. A humanidade clama pela luz! Pierre Weil nos deixou nesta última sexta-feira, dia 10/10/2008.
Assim, sem mais nem menos, recebi essa notícia terrível. Como não sentir-se órfão, abandonado, profundamente entristecido e na escuridão?
Afinal de contas Pierre era a verdadeira Luz, transmitindo, refletindo e iluminando todos os mortais, com toda a sua infinita sabedoria, com seu imenso amor... Bem, se lembrarmos todos seus ensinamentos poderemos caminhar novamente para a Luz!
Ilusão? Separatividade? Desapego? A Grande Experiência? Sim, o Mestre Pierre me ensinou sobre tudo isso e muito mais, muito mais mesmo. Além disso foi o meu maior inspirador para caminhar na direção do caminho que ele percorreu: o da Luz.
É claro que jamais conseguirei chegar aos pés desse Grande Mestre, muito pelo contrário.
Pierre, que bom que você existiu e transformou para melhor, milhões de pessoas. O mundo te guardará com o maior carinho e gratidão!
Foi-se uma parcela incomensurável de puro Amor e Sabedoria! Certamente teremos mais uma estrela no céu, uma das mais brilhantes e lindas.
Obrigado, obrigado, obrigado do fundo meu coração Pierre. Você mudou a minha vida e a de muitos outros mais. Mudou para uma nova direção: a da Luz!
Em um ponto futuro, nos reencontraremos e celebraremos a vida e a eternidade!
Um beijo imenso na tua alma!
Carlos

Morre Pierre Weil

Morre Pierre Weil, defensor e propagador da paz
: 11/10/2008 16:31 Atualização: 11/10/2008 16:34
O Brasil e o mundo perderam um grande defensor da paz. O educador Pierre Weil morreu em casa, no Lago Sul, na noite desta sexta-feira (10/10) de parada respiratória.
Weil era diabético e tinha problemas pulmonares e de visão. Aos 84 anos Weil ganhou o respeito mundial com sua luta pela paz. Conhecido educador e psicólogo, nasceu na França em 1924, mas escolheu o Brasil como casa em 1948.
"Morreu uma pessoa que estava à frente do seu tempo, uma pessoa que ensinou o ser humano a ver a luz dentro de si. Um arauto da paz". lamentou Regina Fittipaldi, pró-reitora do meio ambiente da Universidade Holística Internacional (Unipaz).
Indicado para o Prêmio Nobel da Paz, em 2003, Weil foi reitor da Unipaz desde 1987. Universidade por ele criada a pedido do ex-governador do DF, José Aparecido de Oliveira, com o objetivo de difundir a cultura da paz.
O corpo do estudioso será velado até domingo na Unipaz, no Parkway, na Área Especial Granja do Ipê. Na segunda-feira o corpo será cremado e as cinzas jogadas no Brasil e na França, terra natal do educador.
Além do Distrito Federal, a universidade tem câmpus na Bahia, no Ceará, no Paraná, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Santa Catarina e do Rio Grande Sul. E em outros países: França, Argentina, Israel, Bélgica e Inglaterra.
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