sábado, 15 de novembro de 2008

Vaidades e arrogâncias

Desejo imoderado e infundado de merecer a admiração dos outros é a vaidade.
O Homem traz consigo, como herança maldita, toda negatividade que necessita reformular; somente seguindo os conselhos (...) ¨A ser fiel e verdadeiro, a abjurar a intolerância, a superstição e o fanatismo em religião e em política, a purificar o lar doméstico, criando os bons costumes, base da felicidade humana, a desprezar todos os títulos e distinções exteriores, como sinal infalível da vaidade e ignorante orgulho dos que ostentam, para que se apóia na virtude e sobretudo na modéstia, a não reconhecer outras leis senão as da razão e procurar com esta maneira pela qual todos cumpram seus deveres e ninguém se prive de seus direitos¨.
Segundo os princípios da doutrina de Confúcio (551-479 a.C.) ¨O homem natural é egoísta, vaidoso, soberbo e mau contra seu próximo. Portanto segundo Confúcio o homem para ser perfeito deve ter humildade, magnanimidade, sinceridade, diligência a amabilidade. Somente assim ele poderá transformar a sociedade em um estado de paz¨.
Acima da capacidade intelectual e profissional, está a capacidade de reconhecer que nenhuma verdade é absoluta. Ter a humildade em admitir o próprio erro, mesmo que isto represente situação adversa, é digno e nos aproxima das outras pessoas. O segredo do sucesso, começa por ser querido por todos. A chance de obter sucesso é inversamente proporcional ao número de inimigos que você cria. Ter confiança em si próprio, sim. Ser arrogante, JAMAIS. Não confunda arrogância com coragem, ousadia liderança ou segurança.
Os arrogantes colecionam fracassos, mas todos sempre são justificados e cada justificativa incabível, gera outro fracasso e o ciclo nunca é interrompido.
O arrogante tem características facilmente notadas:
  • Jamais se considera arrogante. Em sua opinião, ele apenas defende suas posições e princípios
  • Quando fracassa, a culpa é dos outros ou a sorte não o acompanhou
  • Cobiça o sucesso dos outros, mas é claro que não assume isso, “afinal ele é a personificação do sucesso”
  • Quando reconhece um erro, o que é muito raro, justifica-o mentindo ou omitindo detalhes
  • Exige ser ouvido, mas não dá ouvidos à ninguém
  • Quando solicita opinião, é apenas um meio de autoafirmação. Seu desejo é ser aprovado, caso contrário desconsidera a opinião dada
  • Humilha e destrata quem o desagrada ou tem opinião diferente da sua
  • Acha que tem controle sobre tudo, inclusive sobre as pessoas
  • Tem solução para os problemas alheios, mas jamais consegue resolver os seus
  • A sua palavra obrigatoriamente prevalece sobre qualquer outra
  • Sempre enaltece suas supostas qualidades
  • No auge de sua falsa modéstia, diz que seu maior “defeito” é ser perfeccionista
  • Critica à todos, porém desconhece o que seja autocrítica
  • É egoísta, mas exige solidariedade das pessoas
  • É mentiroso e acredita na própria mentira
  • Não é respeitado e sim, temido
  • Dificilmente agradece por um favor recebido, pois jamais reconhece que o recebeu
  • Se considera o melhor amigo, o melhor conselheiro, o melhor filho, o melhor pai, o melhor marido, o melhor amante, o melhor profissional, o melhor sujeito e por isso raramente muda de atitude
  • Passa a vida pensando que é querido por todos, quando na verdade é odiado por muitos
  • Tem uma vida infeliz ou medíocre, se achando a pessoa mais feliz do mundo
  • O arrogante termina a vida se arrependendo tarde demais por tudo o que causou aos outros e à si mesmo.

As vezes, agindo com a arrogância, algumas pessoas conseguem o que querem à curto prazo, mas a longo prazo perdem o que há de mais precioso na vida: a amizade, o respeito e o carinho das demais pessoas. O indivíduo "tem tudo na vida", mas não se sente feliz.

O arrogante é cercado por uma nuvem negra de problemas que afeta todos aqueles que por uma infelicidade, estão ao seu lado. Distancie-se dele!

As pessoas de grande arrogância não possuem integridade, vacilando e mudando de opinião conforme a situação. Fazem guerra, matam, roubam, enganam e se justificam inventando um motivo nobre. Agem com arrogância os que ensinam aos outros o que eles próprios desconhecem. Quem não sabe para si, não ponha escola.

Por Elí José Cesconetto

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