sábado, 25 de julho de 2009

Notícia Velha/Nova

ABERTURA DA PÁGINA 10 DE ZH
Foi preciso que o Senado naufragasse na crise de credibilidade para a Mesa Diretora demitir o diretor-geral, Alexandre Gazineo, e o diretor de Recursos Humanos, Ralph Siqueira, e anular o ato secreto assinado em 2000 que concedia ao diretor-geral da Casa um plano de saúde vitalício, semelhante ao concedido aos parlamentares. Embora necessárias, as medidas são insuficientes para devolver ao Senado a respeitabilidade perdida. Caíram os subalternos, mas José Sarney não dá sinais de que pretenda se afastar da presidência.
Não são exclusividade da gestão de Sarney os atos secretos, mas eram pessoas da confiança dele que davam a ordem para não publicar determinados atos. Alguns banais, de indicações para participar de comissões ou de nomeação de funcionários, talvez para driblar falcatruas como o pagamento acima do teto salarial para servidores. O cardápio de maracutaias no Senado tinha requintes inimagináveis pelo cidadão que paga a conta. Driblou-se o teto, por exemplo, com o artifício de separar em diferentes contracheques o salário básico, as gratificações e as horas extras. Isoladamente, cada um ficava abaixo do limite. E o mais incrível: a falcatrua tinha aval de um parecer da Advocacia do Senado!
Não é de hoje que a família Sarney tem afinidade com os atos secretos. Uma reportagem publicada na revista Veja em maio de 1986 com o título “Debaixo do pano” e o subtítulo “Trem da alegria pega filha de Sarney” revelou que Roseana Sarney havia virado funcionária de carreira do Senado em 1980 sem prestar concurso. Contratada de forma temporária, Roseana foi efetivada como assessora técnica, numa leva que beneficiou outros filhos de políticos.
Vale reproduzir aqui uma frase da reportagem da Veja para mostrar que o tempo passa, o tempo voa, mas os métodos no Senado seguem iguais vinte e tantos anos depois: “O mais interessante da história é que o ato de nomeação desses funcionários, ao contrário do que determina a legislação, não foi divulgado na época em nenhuma publicação oficial do Senado”.








Original no Blog da Rosane de Oliveira do Jornal Zero Hora:

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