segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

5. Bateu, não levou

Levar uma fechada, ouvir uma buzinada milésimos de segundo depois que o sinal abre, esperar que o manobrista pegue o carro largado na sua frente com a maior displicência. O stress e o anonimato propiciados pelo trânsito nas grandes cidades se combinam para testar o tempo todo os limites do AUTOCONTROLE. Para não se transformar num ser desatinado em busca de vingança, só existe uma reação possível: olhar tudo aquilo de um ponto de vista distanciado - ou, se preferir, superior. "Podemos aliviar a raiva tomando distância do que está acontecendo. Alguém me xinga, por exemplo, e eu reajo como se a ofensa fosse um pacote que recebo e devolvo fechado, porque não me considero o destinatário. O ato de grosseria está relacionado com o estado mental do agressor, não com o do agredido", ensina Piero Forni. Quem acha que tem temperamento forte, sangue quente ou pavio curto, e usa essas expressões para justificar comportamentos agressivos, deve considerar a hipótese oposta. "A pessoa que não controla a agressividade no fundo tem ego fraco", explica a psicóloga Lidia Aratangy.

O fato
Jonathan Mannion/
Corbis Outline/Latin Stock

Eles estavam numa festa, discutiram. Entraram no carro, gritaram. Pararam, ela pegou a chave e jogou pela janela. Que briga de namorados já não passou por esses estágios? A diferença no caso infeliz do rapper americano CHRIS BROWN, 20 anos, é que ele não teve autocontrole para impedir que a raiva se transformasse em agressão - e arrebentou brutalmente o rosto da cantora Rihanna, 21. E ainda disse no dia seguinte que todo mundo iria saber quem "era ela de verdade". A partir daí, os profissionais de imagem assumiram e ele pediu desculpas duas vezes, sem muita convicção. Foi condenado a cinco anos em regime de liberdade vigiada e 180 dias de trabalho comunitário.

A análise

"A única maneira de uma pessoa de pavio curto adquirir autocontrole é ela tomar a decisão, de maneira íntima e compromissada, de não agir com violência diante de uma situação de stress", diz o cientista político Rubens Figueiredo. Quem já atingiu o limiar da agressão física deve parar - de dirigir, por exemplo, ou de beber - até se reprogramar, com ajuda profissional se necessário.

Original no site:
http://veja.abril.com.br/041109/pequeno-manual-civilidade-p-108.shtml

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