terça-feira, 25 de dezembro de 2007
DESAPEGO: Caminho para a Transformação
domingo, 23 de dezembro de 2007
Difícil ser transparente?
Às vezes, fico me perguntando porque é tão difícil ser transparente? Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros. Mas ser transparente é muito mais do que isso.
Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde! Mas infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana. Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser... Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas à simplesmente nos entregar e admitir que não sabemos, que temos medo!
Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim: manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção... E assim, vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos. Não porque sejamos pessoas mentirosas, mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso e não-contaminado.
Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura! Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencível. Que consigamos não tentar controlar tanto, responder tanto, competir tanto, que consigamos docemente viver, sentir, amar...
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Uma frase bonita: "Amar é Viver!"
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
O TEMPO E O AMOR
Não é o bastante dizer que relacionamentos são importantes; nós devemos provar essa posição investindo tempo neles. Palavras isoladas detém nenhum valor. O nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações.
Sempre que você dá o seu tempo , está fazendo um sacrifício , e o sacrifício é a essência do amor. Você pode dar sem amar, mas não pode amar sem dar. "Porque Deus tanto amou que deu..." Amar significa abrir mão - ceder minhas preferências, conforto, objetivos, segurança, dinheiro, energia ou tempo para o benefício de outra pessoa.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
VOCÊ É UM EVELHESCENTE???
Se você tem entre 45 e 65 anos, preste bastante atenção no que se segue. Se você for mais novo, preste também porque um dia vai chegar lá. E se já passou confira.
A evelhescência nada mais é do que uma preparação para entrar na velhice, assim como a adolescência é uma preparação para a maturidade. Engana-se quem acha que o homem maduro fica velho de repente. Assim da noite para o dia.
Não!!! Antes a evelhescência!!!
E, se você está em plena evelhescência, já notou como ela é parecida com a adolescência? Coloque os óculos e veja como este novo estágio é maravilhoso.
Já notou que andam aparecendo algumas espinhas em você?
Assim como os adolescentes, os evelhescentes também gostam de meninas de 20 anos.
Os adolescentes mudam a voz.
Os evelhescentes também. Mudam o ritmo de falar, mudam o timbre.
Os adolescentes querem falar mais rápido; os evelhescentes querem falar mais lentamente.
Os adolescentes não tem idéia do que vai acontecer com eles daqui a 20 anos.
Os evelhescentes evitam pensar nisso.
Ninguém entende os adolescentes... Ninguém entende os evelhescentes...
Ambos são irritadiços, enervam-se com pouco.
Acham que já sabem de tudo e não querem palpites em suas vidas.
Às vezes um adolescente tem um filho, é uma coisa precoce.
Às vezes um evelhescente tem um filho, é uma coisa "pós-coce"
Os adolescentes não entendem os adultos e acham que ninguém os entende.
Os evelhescentes também não entendem eles.
"Ninguém me entende" é uma frase típica de evelhescente.
Quase todos os adolescentes acabam sentados na poltrona do dentista e no divã do analista. Os evelhescentes também. A contragosto, idem.
O adolescente adora usar um tênis e uns cabelos "da hora".
O evelhescente também. Sem falar nos brincos.
Ambos adoram deitar e acordar tarde.
O adolescente ama assistir um show de artista evelhescente (Caetano Chico, Mick Jagger).
O evelhescente ama assistir a um show de um artista adolescente.
O adolescente faz de tudo para aprender a fumar.
O evelhescente pagaria qualquer preço para deixar o vício.
Ambos bebem escondido.
O adolescente esnoba que dá três por dia. O evelhescente quando diz uma a cada três dias está mentindo.
A adolescência vai dos 10 aos 20 anos. A evelhescência vai dos 45 aos 65.
Depois, sim, virá a velhice que nada mais é que a maturidade do evelhescente.
Daqui a alguns anos, quando insistirmos em não sair da evelhescência para entrar na velhice,vão dizer: "É um eterno evelhescente"!
.....Que bom!!!
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
A Rosa!
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
TUDO É UMA CONSTRUÇAO
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
QUEM É VOCÊ-EU?
domingo, 28 de outubro de 2007
Se ligue em você
Mas quando ela está acesa, a gente sente. Pois é ela que causa os nossos sentimentos.
Quando você a acende, aparecem sentimentos bons em seu peito. Tudo fica mais bonito e gostoso. Ela faz você se sentir alegre.
Quando você a apaga, aparecem sentimentos maus. Tudo fica mais feio e dolorido. Sem ela, você se sente triste.
Quando está acesa e brilhante, ela sai pela boca, fazendo-nos sorrir. Ela também sai pelos olhos, fazendo-os brilhar.
Ela sai pelo peito, fazendo-nos amar, e pelos braços, fazendo-nos abraçar.
Sai também pelas mãos, fazendo-nos caprichar em tudo.
Sai, finalmente, pelo corpo inteiro, fazendo-nos dançar.
NÓS SÓ SOMOS FELIZES QUANDO ELA ESTÁ ACESA!
Ela se acende quando você pensa positivo. E você pensa positivo quando ela se acende. Ela brilha quando você faz carinho nas plantas, nos animais e nas pessoas. Também quando sua mãe lhe dá um presente ou quando você come um doce gostoso.
Ela brilha mais ainda quando você dá um pedaço do seu doce para seu amigo.
Mas, muitas vezes nós deixamos nossa luzinha se apagar.
Quando ela se apaga, você sente medo.
O medo aparece quando você pensa que uma coisa ruim pode acontecer com você ou com alguém de quem você gosta.
Quando você tem coragem, a luzinha volta a se acender.
Coragem é o nome do sentimento que acontece quando você acredita que só coisas boas podem ocorrer com você e com os outros.
Este é parte do livro "Se ligue em você" do Tio Gaspa;
Projeto e coordenação: Luiz Antonio Gasparetto;
Revisão: Ana Maia Littiéri;
Capa e produção visual: Kátia Cabello;Publicação e distribuição: Espaço Vida e Consciência
Recomendo em especial para todos os adultos!!! A obra é simplesmente divina!
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Altruísmo é do bem. Generosidade é do mal
O egoísta é agressivo, cobrador e exigente nas suas relações íntimas, especialmente naquelas de caráter conjugal; espera receber mais do que dá e se revolta muito quando não é correspondido em suas expectativas. Em situações sociais, gosta muito de se comportar de forma generosa: é dedicado aos amigos (em geral muitos, com os quais o trato é um tanto superficial) e costuma ser muito prestativo quando alguém está doente e precisando de ajuda (talvez nestas condições possa exercer o papel generoso que tanto admira, além de não padecer de inveja daquele que está precisando tanto de ajuda).
Um ato genuíno de dedicação a terceiros deve, a meu ver, ser conhecido por outro nome que não aquele que usamos para a dedicação sincera e duvidosa dos generosos a seus entes queridos. Penso que o melhor aqui é chamar esta ação, genuinamente do bem, de altruísmo, que passaria a ser definido como a dedicação realmente desinteressada a pessoas, grupos ou instituições. O altruísmo implica, como regra, em atividades exercidas de forma anônima, direcionadas para pessoas que não conhecemos (ou com quem não temos contato social regular e nem segundas intenções) e que receberão nossa colaboração de uma maneira que não as humilha e que certamente será de grande valia para o seu cotidiano.
Altruísmo é o nome que define nossa participação em ações sociais de todo o tipo. Pode ser exercido por meio de doações de uma parcela dos nossos rendimentos, pode se dar por meio de trabalho voluntário em hospitais, comunidades carentes etc. Pode se exercer por meio da ação política realmente desinteressada e despojada de vaidade (como é raro!).
Na generosidade, muitas vezes a intenção é boa, mas os efeitos são nefastos: quando o pai, pretendendo agradar seu filho, dedica-se demais a ele, o protege para além do essencial, poderá causar um grande dano, enfraquecendo-o e tornando-o despreparado para enfrentar as adversidades da vida. A verdade é que temos de abandonar de vez a idéia de que as intenções valem alguma coisa. O que interessa mesmo é o efeito que elas irão provocar sobre os “beneficiários” de uma dada ação.
Quando pensamos no altruísmo, a intenção é boa e os efeitos são sempre positivos, já que não existe o risco do benefício determinar o enfraquecimento daquele que recebe (excluído, é claro, o caso de esmolas dadas a esmo e que, como regra, estão mesmo é a serviço de aplacar os sentimentos de culpa de quem dá). No altruísmo, aquele que recebe se beneficia e o uso positivo daquilo que recebe pode lhe ajudar a recuperar a saúde, a aprender mais ou recuperar uma vida digna de trabalho. Aquele que ajuda pode experimentar um grande prazer por ter dado algo de si, por ter sido realmente útil. Pode, com propriedade, experimentar o genuíno prazer de dar, já que não existe o risco de prejudicar aquele que recebe. Neste caso, e só nesse, cabe a máxima franciscana de que “é dando que se recebe”.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
A Arte de permanecer simples e ser feliz
Texto encontrado numa Igreja em Baltimore em 1692. Anônimo.
sábado, 19 de maio de 2007
Ética e Moral faz bem à saúde!
Que bom estar com você!
Hoje eu destaco que a busca do bem-estar, passa necessariamente pelo centramento de pensamentos e ações, equilibrados e alinhados com atitudes éticas e refinadas pela boa moral!
O comportamento do ser humano, suas emoções, os seus relacionamentos pessoais, os seus conhecimentos, o estado de espírito, a interação com a natureza são alguns dos fatores que definem o grau, o nível da sensação de bem-estar das pessoas.
A prática religiosa também contribui positivamente para isso. O poder da fé e da espiritualidade na saúde física e mental é comprovadamente o mais eficiente de todos os métodos curativos e preventivos.
Assim, mesmo que você leve uma vida agitada, atribulada pelos níveis absurdos da competitividade, pode equilibrar seus pensamentos e atitudes para um bom condicionamento mental e, por conseqüência, espiritual.
Momentos de meditação levam à cura e à manutenção das emoções saudáveis e produtivas. Procure dedicar alguns minutos a esta prática. Centenas de estudos relatados em revistas científicas provam essa afirmativa. Integra o rol dessas atitudes saudáveis e curativas, também os exercícios físicos, a yoga, a ginástica chinesa, o shiatsu e todos os demais desta mesma linha.
Tudo isso pode ser facilmente comprovado pelo método científico, por meio de indicadores como a pressão sanguínea, a densidade óssea, a gordura corporal, o perfil lipídico, etc., etc.
Porém, tudo isso só é possível se os valores verdadeiros, refinados da vida, do ser humano, da natureza como um todo, realmente ocuparem um espaço generoso em seu coração.
De nada adianta ter atitudes desprovidas de convicções pessoais. Elas devem ser conseqüência de uma postura autêntica quanto à consonância de pensamentos, palavras e atitudes!
Era isso o que eu tinha para deixar para vocês nesta edição.
Aguarde, pois nos próximos dias estaremos de volta com um novo enfoque, em mais uma edição da super-quente, hiper-transparente, mega-magistral Rádio Grilo-Som!!!
Lembrem-se, ética não se ensina. Moral é o conjunto das nossas convicções!
Tenham dias brilhantes, com paz e muita luz!
Bye, bye!
terça-feira, 8 de maio de 2007
Ensinamentos de Dalai-Lama
Está começando mais um programa sobre Ética e Moral da super-quente, aero-espacial, hipvirtual, mega-magistral e que não tem nada de casual... GRIIIILO-SOOOOM!!!
Hoje abordaremos um trecho do livro da Sua Santidade, o Dalai-Lama, “Uma ética para o novo milênio – sabedoria milenar para o mundo de hoje” - editora Sextante.
Na página 22 ele está dizendo:
Com raras exceções, os que vivem uma vida de egoísmo, sem consideração pelo bem-estar dos outros, costumam ser muito solitários e infelizes. Podem estar cercados de pessoas que são amigas da sua riqueza ou posição, mas assim que eles enfrentam qualquer tragédia pessoal ou perdem o prestígio, seus supostos amigos não só desaparecem como às vezes até se regozijam secretamente. Essas pessoas não costumam ser lembradas depois que morrem. Em certos casos, sua morte até alegram os que ficam, como deve ter acontecido com os sobreviventes dos campos de extermínio nazistas ao saberem da subseqüente execução de seus captores. E vale o contrário. Os que se ocupam ativamente do bem-estar alheio são respeitados e até venerados. Sua morte é lamentada e sua vida é lembrada. Como a do Mahatma Gandhi. Recebeu uma educação ocidental que lhe permitiria levar uma vida confortável e tranqüila, mas optou, por consideração aos seus semelhantes, por viver na Índia quase como um mendigo para devotar-se ao trabalho de sua vida. Seu nome hoje é uma lembrança e milhões de pessoas ainda tiram conforto e inspiração da nobreza de seus atos.
[...]
Precisamos estar atentos ao nosso corpo e as suas ações, à nossa fala e ao que dizemos, aos nossos corações e mentes, ao que pensamos e sentimos. Temos de ficar atentos ao mais leve sinal de negatividade e perguntar-nos sempre: “sou mais feliz quando meus pensamentos e emoções são negativos e destrutivos ou quando são positivos?”, “Qual é a natureza da consciência? Ela existe em si e por si ou sua existência depende de outros fatores?” Precisamos pensar, pensar, pensar. Devemos ser como o cientista que coleta dados, analisa-os para tirar a melhor conclusão possível. Conhecer a fundo a própria negatividade é tarefa para uma vida inteira, e somos capazes de um aprimoramento quase infinito. Se não assumirmos essa tarefa, porém, seremos incapazes de descobrir onde fazer as mudanças necessárias para a felicidade em nossas vidas.
Os ensinamentos da sua santidade, Dalai-Lama, realmente são simples e perfeitos. Como tudo na vida, as grandes idéias, as grandes genialidades que são criadas, são extremamente simples.
Certamente trarei muitas outras vezes, trechos dos seus sábios ensinamentos para a nossa reflexão.
Por hoje era isso minhas e meus!
De coração, muito obrigado pela audiência!
Nos próximos dias, a Rádio podcast super-quente, aero-espacial, hipvirtual, mega-magistral GRILO SOM estará de volta!
Conto contigo, afinal de contas, você é a razão da nossa existência!
Bye, bye!
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Discurso do embaixador do México
A conferência dos chefes de Estado da União Européia, Mercosul e Caribe, em maio de 2002, em Madri, viveu um momento revelador e surpreendente: os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc.
"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" só há 500 anos. O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento -ao meu país - com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei queme vendesse. Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.Eu também posso reclamar pagamento de juros. Consta no "Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais" que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América. Teria sido isso um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento! Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam osangue do irmão. Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas.Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução,mas indenização por perdas e danos. Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano MARSHALL MONTEZUMA, para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, e de outras conquistas da civilização. Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos? Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de umamoratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de ummódico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300, isso quer dizer um número para cuja expressão total será necessária expandir o planeta Terra. Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas. Tais questões metafísicas, desde já, não inquietam a nós, índios daAmérica. Porém, exigimos assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente e que os obriguem a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permitam entregar suas terras, como primeira prestação de dívida histórica..."
Publicado no Jornal do Comércio - Recife/PE
terça-feira, 1 de maio de 2007
A busca da inspiração
Olá, olá minhas amigas e meus amigos!
O Grilo-Som está retornando com o intuito de inspirar as pessoas a pensarem sobre os principais valores da nossa existência!
Na edição de hoje trataremos exatamente disso.
Dulce Magalhães, organizadora do livro “A Paz como Caminho” escreveu a introdução, a qual denominou de “A busca da inspiração”.
Ouçam o que ela disse:
Tudo vem do sopro. Há o sopro da vida, o sopro da inspiração. Há o sopro que é fruto do suspiro, tanto de quem sofre, quanto de quem ama. Contudo, em essência, há o sopro.
Ao percorrer os caminhos do pensamento e dos sentimentos, o que nos alimenta é o sopro, senão nos perderíamos no conflito de não saber. Algo maior sabe e nos conduz. Sair do controle e caminhar na confiança é o desafio e a benção.
Confiar, fiar junto com todos, é o preceito da paz. E não há paz que possa florescer fora. Tudo é interior. O mundo é um espelho de nossos pensamentos, desejos e aspirações. Estamos projetando neste mundo ilusório que nos cerca nossos medos, nossas aflições, nossas esperanças e nosso amor.
Em que mundo você vive? Qual é a realidade que você habita? É algo que você trabalha para transformar, acredita que pode ser melhor, tem fé que tudo pode nos conduzir a uma melhor condição ou caminha no desânimo, reclama e se exalta dizendo não haver mais jeito?
Nenhum fruto está desvinculado da árvore que o gerou. Esse mundo que habitamos é fruto das relações que estamos construindo. É o momento de re-ver, re-criar, re-construir, re-verenciar, re-conectar. É tempo de re-nascer.
Antes de iniciar a mudança do mundo, consertar o que não funciona, salvar os aflitos, acalentar o futuro, é fundamental estabelecer um novo olhar. Colocar dentro de si um sentimento onde a paz dê o ritmo da batida de nosso coração.
É preciso recuperar a inocência de acreditar que é possível ter um mundo melhor, a fé na vida e no bem e a coragem para enfrentar os conflitos e se bater contra o injusto. É preciso voltar no tempo para avançar no futuro, resgatar as idéias, refazer os conceitos, eliminar os preconceitos.
É preciso colocar beleza na prática diária, produzir o pão que alimenta também a alma, para que se tenha liberdade para sonhar. É preciso mudar por dentro, tornar-se digno dos seus próprios sonhos, espalhar a esperança, fazer com todos os seres a dança da integração. Porque, para viver num mundo melhor, é preciso merecer.
É minha gente... as palavras da brilhante Dulce Magalhães nada mais são do que o verdadeiro e legítimo caminho para encontrarmos um novo e refinado padrão ético.
Buenas, por hoje era isso!
Obrigado, obrigado meus e minhas!
O Grilo-Som retornará na próxima semana!
Eu conto com sua presença e amizade!
Quintana, falando sobre isso disse: “amizade é uma alma em dois corpos!.
Que seus dias sejam brilhantes, com muita luz, brilho e multi-coloridos!
Bye, bye!
sábado, 28 de abril de 2007
Ética não se ensina!
Olá, olá minha gente!
Esta é a Rádio podcast Grilo-Som.
De volta, trazendo temas para sua reflexão sobre um dos pilares mais fundamentais da vida, da existência de cada ser humano: Ética e Moral.
É, promover a reflexão, sim, porque sobre ética e moral, na verdade, sobra muito pouco para ensinar.
Ética é a ciência que estuda os valores que forma a moral, que estão atrelados aos fundamentos individuais. É o conjunto das coisas que cada um tem de mais importante sobre a vida, de uma forma geral.
Porém, tudo isso não é somente teoria. Esses conceitos devem estar representados na prática, no dia-a-dia das pessoas.
Portanto, moral verdadeira, é o que o ser humano pensa e pratica. É a soma do conceito e da atitude. Ou, como queira, é a teoria materializada pela prática.
Não esqueça que imaginamos ser o que pensamos, mas as pessoas nos vêem pelo que praticamos, pelas nossas atitudes, enfim. E sempre há uma boa distância, geralmente monumental, entre as duas coisas.
O que realmente importa?
É mais importante o meu bem estar ou o da humanidade, ou dar a mão a uma pessoa desafortunada?
É mais importante o meu lucro ou manter um padrão comportamental calcado na amizade, na compaixão, na honestidade?
Como podem ver, podemos inspirar as pessoas a transformarem, polirem seus valores. A ética será conseqüência, pois nossa moral, daí sim, estará refinada.
Obrigado, obrigado pela audiência!
Tenha grandes e brilhantes dias!
O Grilo-Som voltará na próxima semana!
Bye, bye!
domingo, 15 de abril de 2007
O que é Ética e Moral?
Olá, olá minha gente!
Está começando a segunda edição do GRILO-SOM, programa que reestreou na semana passada, decorridos mais de 30 anos!
Música, cultura e muito, mas muito especial mesmo, temas sobre Ética e Moral!
Tem gente querendo se mandar....
Em ambas as situações, cada qual em seu lugar e tempo estão absolutamente dentro dos usos e costumes, considerados, portanto, naturais e perfeitos.
Conseqüentemente, ambos são éticos, mas um costume não serve para outro povo e vice-versa.
Não importa os costumes de cada povo, porque cada qual decide, quer seja pela razão ou emoção.
Não importa a ética estar na moda, porque esta razão de ser é somente econômico-financeira.
O que realmente importa são os valores fundamentais da vida, do ser humano.
Enquanto vivermos presos à ilusão da separatividade, iludidos por valores materiais, ignorando a condição efêmera dessa dimensão, não haverá base para um padrão ético considerável!
Matéria? Tudo bem, mas tem que prevalecer o equilíbrio e o respeito com o espírito!
A reflexão continuará nos próximos dias!
Sigamos em frente!
Grilo-Som, som, som, despede-se, desejando tudo de bom para VOCÊ!
Bye, bye!
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Sathya Sai Baba
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Grilo-Som I
Casamento
quinta-feira, 5 de abril de 2007
Fizeram a gente acreditar
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém."
Especial - Gandhi
PALAVRAS DE GANDHI
Viva como se fosse morrer amanhã. Aprenda como se fosse viver para sempre.
Discordar honestamente pode ser um bom sinal de progresso rumo ao entendimento.
A liberdade não tem valor se não incluir a liberdade de cometer erros.
Onde há amor, há vida.
As coisas que podem nos destruir são: política sem princípios, prazer sem consciência, riqueza sem trabalho, conhecimento sem caráter, negócios sem moralidade, ciência sem humanidade e adoração religiosa sem sacrifício.
A disciplina, quando não é baseada na não-violência, pode se tornar uma fonte de inúmeros males.
O amor é a força mais sutil que há no mundo.
A força não vem da aptidão física. Ela é o resultado de uma vontade indomável.
A verdade sem humildade torna-se uma caricatura arrogante.
A verdadeira não-violência deve ser o resultado de uma completa liberação da raiva, ódio, má vontade. Deve ser um amor compassivo por todos.
Moral
A seguir são apresentadas algumas definições e considerações de diferentes autores sobre o significado da palavra Moral. Vale destacar que alguns a igualam a Ética, mas o importante é saber que atualmente ambas tem significados e usos diferentes entre si.
A palavra Moral tem origem no latim - morus - significando os usos e costumes.
Moral é o conjunto das normas para o agir específico ou concreto. A Moral está contida nos códigos, que tendem a regulamentar o agir das pessoas.
Segunto Augusto Comte (1798-1857), "a Moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas." Entende-se por instintos simpáticos aqueles que aproximam o indivíduo dos outros.
Roux A. La pensée d'Auguste Comte. Paris: Chiron, 1920:254.
Moral: (substantivo) 1. o mesmo que Ética. 2. O objeto da Ética, a conduta enquanto dirigida ou disciplinada por normas, o conjunto dos mores. Neste significado a palavra é usada nas seguintes expressões: "a moral dos primitivos", "a moral contemporânea" etc.
Abbagnano N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970:652.
Para Piaget, toda Moral é um sistema de regras e a essência de toda a moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente por tais regras.
Piaget J. El juicio moral en el niño. Madrid: Beltrán, 1935:9-11.
Eu sei o que é moral apenas quando você se sente bem após fazê-lo e o que é imoral é quando você se sente mal após.
Ernest Hemingway. Death in the afternoon. (1932)
Se ele realmente pensa que não há distinção entre virtude e vício, então, Senhor, quando ele abandonar nossa casa, deixe-nos contar nossos talheres.
Samuel Johnson. James Boswell's Life of Johnson. 14/07/1763.
Conceitos Fundamentais - diagrama
Ética, Moral e Direito
Conceitos Fundamentais - Textos
Página de Abertura - Bioética
Texto atualizado em 06/03/2000(c)Goldim/1997-2000
terça-feira, 3 de abril de 2007
Ética - Wikipédia
A ética (palavra originada diretamente do latim ethica, e indiretamente do grego ηθική, ethiké) é um ramo da filosofia, e um sub-ramo da axiologia, que estuda a natureza do que é considerado adequado e moralmente correto. Pode-se afirmar também que Ética é, portanto, uma Doutrina Filosófica que tem por objeto a Moral no tempo e no espaço, sendo o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana.
Doutrina
Como Doutrina Filosófica, a Ética é essencialmente especulativa e, a não ser quanto ao seu método analítico, jamais será normativa, característica esta, exclusiva do seu objeto de estudo, a Moral. Portanto, a Ética mostra o que era moralmente aceito na Grécia (espaço) Antiga (tempo) possibilitando uma comparação com o que é moralmente aceito hoje (tempo) na Europa (espaço), por exemplo, indicando através da comparação, mudanças no comportamento humano e nas regras sociais e suas conseqüências, podendo daí, detectar problemas e/ou indicar caminhos.
Estudo da ética
A ética pode ser interpretada como um termo genérico que designa aquilo que é freqüentemente descrito como a "ciência da moralidade", seu significado derivado do grego, quer dizer 'Morada da Alma', isto é, suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.
Em Filosofia, o comportamento ético é aquele que é considerado bom, e, sobre a bondade, os antigos diziam que: o que é bom para a leoa, não pode ser bom à gazela. E, o que é bom à gazela, fatalmente não será bom à leoa. Este é um dilema ético típico.
Portanto, a ética juntamente a outras áreas tradicionais de investigação filosófica, e devidas subjetividades típicas em si, ao lado da metafísica e da lógica, não pode ser descrita de forma simplista. Desta forma, o objetivo de uma teoria da ética é determinar o que é bom, tanto para o indivíduo como para a sociedade como um todo. Os filósofos antigos adotaram diversas posições na definição do que é bom, sobre como lidar com as prioridades em conflito dos indivíduos versus o todo, sobre a universalidade dos princípios éticos versus a "ética de situação". Nesta o que está certo depende das circunstâncias e não de uma qualquer lei geral. E sobre se a bondade é determinada pelos resultados da ação ou pelos meios pelos quais os resultados são alcançados.
O homem vive em sociedade, convive com outros homens e, portanto, cabe-lhe pensar e responder à seguinte pergunta: “Como devo agir perante os outros?”. Trata-se de uma pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. Ora, esta é a questão central da Moral e da Ética. Enfim, a ética é julgamento do caráter moral de uma determinada pessoa.
Idade média
O estudo formal da filosofia estagnou até a era medieval, quando ela ganhou força através dos escritos de Maimonides, São Tomas de Aquino e outros. Foi dessa vez que o debate entre as éticas baseadas nas leis naturais e divinas ganhou nova importância.
Visão
A ética tem sido aplicada na economia, política e ciência política, conduzindo a muitos distintos e não-relacionados campos de ética aplicada, incluindo: ética nos negócios e Marxismo.
Também tem sido aplicada à estrutura da família, à sexualidade, e como a sociedade vê o papel dos indivíduos, conduzindo a campos da ética muito distintos e não-relacionados, como o feminismo e a guerra, por exemplo.
A visão descritiva da ética é moderna e, de muitas maneiras, mais empírica sob a filosofia Grega clássica, especialmente Aristóteles.
Inicialmente, é necessário definir uma sentença ética, também conhecido como uma afirmativa normativa. Trata-se de um juízo positivo ou negativo (em termos morais) de alguma coisa.
Sentenças éticas são frases que usam palavras como bom, mau, certo, errado, moral, imoral, etc.
Aqui vão alguns exemplos:
- “Salomão é uma boa pessoa”
- “As pessoas não devem roubar”
- “A honestidade é uma virtude”.
Em contraste, uma frase não-ética precisa ser uma sentença que não serve para uma avaliação moral. Alguns exemplos são:
- “Salomão é uma pessoa alta”
- “As pessoas se deslocam nas ruas”
- "João é o chefe".
domingo, 1 de abril de 2007
Holística, uma mutação de consciência
"Portanto, fiquemos alerta - alerta em duplo sentido. Desde Auschwitz nós sabemos do que o ser humano é capaz. Desde Hiroshima nós sabemos o que está em jogo". (Viktor E. Frankl)
Vivemos um período ao mesmo tempo aterrador e maravilhoso. É um momento especial de passagem, o parto de um ciclo onde morte e vida se abraçam num espasmo de dor e plenitude. Brahma, supremo deus da criação e Shiva, supremo deus da destruição, dançam juntos, neste instante, ao som da melodia universal que chamamos mutação. Ao olhar mais atento, Vishnu, supremo deus da conservação, sorri com os braços abertos para acolher os aflitos filhos da Vida. Somos todos testemunhas privilegiadas, acordadas ou não, do nascimento de uma nova idade. A cada momento é possível percebermos um acréscimo de luz e de consciência à nossa volta, determinando uma espantosa aceleração de mudanças. A queda do muro de Berlim e a derrocada das ideologias representam exemplos paradigmáticos da transição conceitual, valorativa e atitudinal que transcorre nos nossos dias. Diante dos cenários atuais, tudo indica que serão dramáticas e desafiadoras as primeiras décadas do Terceiro Milênio.
É preciso escolher entre dois caminhos: o do dinossauro ou o do mutante. Os resistentes à transmutação, adeptos da esclerose do passado e do conhecido, novamente serão soterrados, excluindo-se da nova civilização. Aos mutantes da consciência será destinada a herança evolutiva da humanidade.
Ser contemporâneo é o imenso desafio do nosso momento histórico. Viajamos da idade moderna para a transmoderna, da idade da razão para a idade da consciência no mais amplo sentido. Nossa tarefa é a de inventar uma nova linguagem, um novo código para o tempo-espaço do EU SOU.
Na nova idade, todos somos convocados para a inteireza. O ser mutilado, fragmentado na mente, no coração e no existir, será removido para o museu do ontem. Apenas os inteiros estarão preparados para os novos desafios. Por essa razão, o termo-chave é o holístico, proveniente do grego holos, que significa inteiro, total. A palavra "holística", pelo desgaste do mau uso e do abuso, poderá ser substituída. O seu significado, entretanto, permanecerá.
Para melhor compreender este momento crítico de passagem, voltemos nossa visão, numa rápida olhadela, para o fecundo século XVII. Nessa ocasião, mediante uma espetacular rebelião da inteligência, aconteceu, na heurística pensamentosfera européia, o nascimento impactante da idade moderna ocidental, cujo ocaso estamos presenciando. Como sempre, foram alguns espíritos rebeldes, sensíveis às contradições da época, que se insurgiram na criação de uma nova síntese.
Um tributo de reconhecimento é necessário ser estendido aos traumatizados de todos os tempos. Aos dotados da capacidade de sentir, na própria carne, a dor coletiva da humanidade ultrajada. Final da Idade Média, quando o obscuro prevalecia e o poder religioso exercia uma despótica dominação: a objetividade reprimida pelo cânone aristotélico-tomista, o imanente esmagado pelo fator tido como transcendente, a experiência subjugada pelos dogmas dominantes, as mentes mais iluminadas silenciadas pelo terrorismo da consciência representado pela diabólica Inquisição. E no alvorecer do século XVII, por obra de videntes sensíveis e horrorizados, a revolta dos esclarecidos não pôde mais ser contida. A Revolução Científica entoou o seu iluminista brado. Galileu, antecedido pelo gênio de Copérnico, desembainhou a espada da precisão matemática e o escudo de uma metodologia científica - hipotética dedutiva - foi erguido triunfalmente. Bacon desenvolveu a estratégia da experiência - o empirismo e o método indutivo - para derrotar a peste do dogmatismo. Descartes fez ressoar seu grito de guerra racionalista - o método analítico - iluminando, com o seu cogito discriminativo, a escuridão do campo de batalha. E Newton disparou a fatal seta da física mecânica, destinada ao coração do Caos do mundo, para ordená-lo, aprisionando-o na esfera impecável de mecanismos movidos por eternos ditames naturais.
Seguiu-se, natural e dialeticamente, a mudança de polaridade. Veio o Século das Luzes. O fator objetivo passou a ser decantado em tratados e fórmulas. A subjetividade e a dimensão do coração, consideradas não-científicas, foram proscritas, destinadas aos artistas e poetas delirantes. O fator sublime foi encarcerado em sombrios conventos, mosteiros e templos. O imperscrutável foi banido, abandonado aos místicos. A Razão estendeu o seu império por todas as plagas, com a bandeira do determinismo - biológico, econômico, geográfico, psíquico... - desfraldada. Laboriosamente, os antigos traumatizados ergueram e retocaram sua obra-prima: o racionalismo científico, com elegante base disciplinar, que gerou o especialista, exótico sujeito que de quase-nada sabe quase-tudo.
E cá estamos nós, os novos traumatizados. Num mundo esfacelado, com o conhecimento fracionado em compartimentos estanques, cindidos em esferas aprisionantes, torturados por máscaras e papéis desconectados, esvaziados de um sentido maior, desvinculados da sagrada inteireza. De um extremo fomos ao outro: a Universidade, decantada como templo de saber, com um reitor tratado como Magnífico (!), onde hipertrofiamos o intelecto e nos saturamos de informações, sacrificando, no altar das disciplinas, a mente abrangente e sintética da espécie. Infelizes vítimas da patologia dissociativa crônica e paradigmática instalada no seio da crise planetária que sofremos, traduzida pelo infindável conflito intrapsíquico-interpessoal-internacional.
Uma outra revolta da inteligência, suave e irreversível, agita as suas ondas neste momento, convocando os mais sensíveis e atentos. O movimento holístico definitivamente não é uma moda, como muitos pretendem. É uma resposta biológica e vital de perpetuação da espécie perante a ameaça de uma autodestruição global; é um catalisador de transmutação no seio do qual está sendo gerado o ser humano do agora.
Ousaremos enfrentar o desafio da inteireza? Ousaremos conspirar por um ente humano integral, vinculado na dimensão interconectada do saber e do amor? Ousaremos saltar para o desconhecido, afirmando o viver evolutivo? Ousaremos não deixar por menos, reinvindicando, atrevidamente, nossa condição de seres eretos, destinados a interligar terra e céu? É promissor constatar que um número progressivo de indivíduos, das mais diversas origens, culturas e ocupações, está abrindo os olhos, despertando e conspirando pela renovação consciente de nossos horizontes. Não será um bom tempo para os insensíveis, sonolentos e pretensiosos proprietários das velhas certezas!
Um dos principais objetivos da Formação Holística de Base é cultivar um terreno fértil no qual o Aprendiz possa assimilar os conhecimentos integradamente e incorporar a nova consciência holística. É, também, contribuir na preparação de emergentes líderes holocentrados, capacitados para o enfrentamento dos novos e tremendos desafios neste surpreendente limiar do terceiro milênio.
A meta essencial pode resumir-se em tornar-se o que se é. Nada fácil e, assim mesmo, possível, desde que se oriente o coração para aprender.Todas as atividades destinam-se, paradoxalmente, a um esvaziamento da mente, facilitando um vazio fértil a partir do qual a visão holística possa emanar e a canção da vida vibrar. Um Ser florescerá então e o Universo se revestirá de Sentido. Por isto, vale a pena lutar.
Declaração de Veneza (Unesco 1986)
Cientistas, médicos, antropólogos, educadores, filósofos e escritores de 16 países reuniram-se em Veneza (Itália) de 03 a 07 de março de 1986 no 1º Fórum da UNESCO sobre Ciência e Cultura para responder a uma das mais importantes indagações deste final de século: que caminhos a humanidade deveria trilhar para evitar sua autodestruição e salvar o Planeta? Desse simpósio surgiu a "Declaração de Veneza", um dos mais importantes documentos da nossa história contemporânea que resume os desafios do nosso tempo. Entre os seis tópicos da "Declaração", os 19 signatários alertam para o abismo existente "entre uma nova visão do mundo que emerge do estudo de sistemas naturais e os valores que continuam a prevalecer em filosofia, nas ciências sociais e humanas e na vida da sociedade moderna, baseados num determinismo mecanicista".
Segundo os signatários, "a maneira convencional de ensinar ciência não permite que se perceba a separação entre a ciência moderna e as visões do mundo hoje superadas". Por isso, reforçam a complementariedade entre Ciência e Tradição, a necessidade da pesquisa autenticamente transdisciplinar e a busca de harmonia com as grandes tradições culturais. Foram signatários os representantes do Brasil, Guana, Suíça, Itália, França, Índia, México, Israel, Japão, Suécia, Paquistão, Nigéria, Canadá, Srilanca e Estados Unidos.
Declaração de Veneza (Unesco 1986)
2. O conhecimento científico, no seu próprio ímpeto, atingiu o ponto em que ele pode começar um diálogo com outras formas de conhecimento. Nesse sentido, e mesmo admitindo as diferenças fundamentais entre Ciência e Tradição, reconhecemos ambas em complementaridade e não em contradição. Esse novo e enriquecedor intercâmbio entre ciência e as diferentes tradições do mundo abre as portas para uma nova visão da humanidade e, até, para um novo racionalismo, o que poderia induzir a uma nova perspectiva metafísica.
3. Mesmo não desejando tentar um enfoque global, nem estabelecer um sistema fechado de pensamento, nem inventar uma nova utopia, reconhecemos a necessidade premente de pesquisa autenticamente transdisciplinar mediante uma dinâmica de intercâmbio entre as ciências naturais, sociais, arte e tradição. Poderia ser dito que esse modo transdisciplinar é inerente ao nosso cérebro pela dinâmica de interação entre os seus dois hemisférios.Pesquisas conjuntas da natureza e da imaginação, do universo e do homem, poderiam conduzir-nos mais próximo à realidade e permitir-nos um melhor enfrentamento dos desafios do nosso tempo.
4. A maneira convencional de ensinar ciência mediante uma apresentação linear do conhecimento não permite que se perceba o divórcio entre a ciência moderna e visões do mundo que são hoje superadas. Enfatizamos a necessidade de novos métodos educacionais que tomem em consideração o progresso científico atual, que agora entra em harmonia com as grandes tradições culturais cuja preservação e estudo profundo são essenciais.A Unesco deve ser a organização apropriada para procurar essas idéias.
5. Os desafios de nosso tempo, o risco de destruição de nossa espécie, o impacto do processamento de dados, as implicações da genética, etc. jogam uma nova luz nas responsabilidades sociais da comunidade científica, tanto na iniciação quanto na aplicação de pesquisa. Embora os cientistas possam não ter controle sobre as aplicações das suas próprias descobertas, eles não poderão permanecer passivos quando se confrontando com os usos impensados daquilo que eles descobriram. É nosso ponto de vista que a magnitude dos desafios de hoje exige, por um lado, um fluxo de informações para o público que seja confiável e contínuo e, por outro lado, o estabelecimento de mecanismos multi- transdisciplinares para conduzirem e mesmo executarem os processos decisórios.
6. Esperamos que a UNESCO considere este encontro como um ponto de partida e encoraje mais reflexões do gênero num clima de transdisciplinaridade e universalidade.
Signatários: A.D. Akeampong (Ghana; físico-matemático); Ubiratan D'Ambrósio (Brasil; educador matemático); René Berger (Suíça, crítico de arte); Nicoló Dallaporta (Itália; físico); Jean Dausset (França; Prêmio Nobel de Medicina); Maitraye Devi (Índia; poetisa); Gilbert Durand (França; filósofo); Santiago Genovês (México; antropólogo); Akshai Margalit (Israel; filósofo); Yujiro Nakamura (Japão; filósofo); David Ottoson (Suécia; Presidente do Comitê Nobel de Filosofia); Abdus Salam (Paquistão; Prêmio Nobel de Física); L.K. Shayo (Nigéria; matemático); Ruppert Sheldrake (Inglaterra; bioquímica); Henry Stapp (USA; físico); David Suzuki (Canadá; geneticista); Susantha Goonatilake (Sri Lanka; antropologia cultural); Besarab Nicolescu (França; físico); Michel Random (França; escritor); Jacques Richardson (USA; escritor); Eiji Hattori (UNESCO; Chefe do Setor de Informações); V.T. Zharov (UNESCO; Diretor da Divisão de Ciências).