terça-feira, 31 de agosto de 2010

O centésimo macaco

Ressonância mórfica: a teoria do centésimo macaco


Na biologia, surge uma nova hipótese que promete revolucionar toda a ciência

Por José Tadeu Arantes
Era uma vez duas ilhas tropicais, habitadas pela mesma espécie de macaco, mas sem qualquer contato perceptível entre si. Depois de várias tentativas e erros, um esperto símio da ilha “A” descobre uma maneira engenhosa de quebrar cocos, que lhe permite aproveitar melhor a água e a polpa. Ninguém jamais havia quebrado cocos dessa forma. Por imitação, o procedimento rapidamente se difunde entre os seus companheiros e logo uma população crítica de 99 macacos domina a nova metodologia. Quando o centésimo símio da ilha “A” aprende a técnica recém-descoberta, os macacos da ilha “B” começam espontaneamente a quebrar cocos da mesma maneira.
Não houve nenhuma comunicação convencional entre as duas populações: o conhecimento simplesmente se incorporou aos hábitos da espécie. Este é uma história fictícia, não um relato verdadeiro. Numa versão alternativa, em vez de quebrarem cocos, os macacos aprendem a lavar raízes antes de comê-las. De um modo ou de outro, porém, ela ilustra uma das mais ousadas e instigantes idéias científicas da atualidade: a hipótese dos “campos mórficos”, proposta pelo biólogo inglês Rupert Sheldrake. Segundo o cientista, os campos mórficos são estruturas que se estendem no espaço-tempo e moldam a forma e o comportamento de todos os sistemas do mundo material.
Átomos, moléculas, cristais, organelas, células, tecidos, órgãos, organismos, sociedades, ecossistemas, sistemas planetários, sistemas solares, galáxias: cada uma dessas entidades estaria associada a um campo mórfico específico. São eles que fazem com que um sistema seja um sistema, isto é, uma totalidade articulada e não um mero ajuntamento de partes.
Sua atuação é semelhante à dos campos magnéticos, da física. Quando colocamos uma folha de papel sobre um ímã e espalhamos pó de ferro em cima dela, os grânulos metálicos distribuem-se ao longo de linhas geometricamente precisas. Isso acontece porque o campo magnético do ímã afeta toda a região à sua volta. Não podemos percebê-lo diretamente, mas somos capazes de detectar sua presença por meio do efeito que ele produz, direcionando as partículas de ferro. De modo parecido, os campos mórficos distribuem-se imperceptivelmente pelo espaço-tempo, conectando todos os sistemas individuais que a eles estão associados. A analogia termina aqui, porém. Porque, ao contrário dos campos físicos, os campos mórficos de Sheldrake não envolvem transmissão de energia. Por isso, sua intensidade não decai com o quadrado da distância, como ocorre, por exemplo, com os campos gravitacional e eletromagnético. O que se transmite através deles é pura informação. É isso que nos mostra o exemplo dos macacos. Nele, o conhecimento adquirido por um conjunto de indivíduos agrega-se ao patrimônio coletivo, provocando um acréscimo de consciência que passa a ser compartilhado por toda a espécie.

Até os cristais
O processo responsável por essa coletivização da informação foi batizado por Sheldrake com o nome de “ressonância mórfica”. Por meio dela, as informações se propagam no interior do campo mórfico, alimentando uma espécie de memória coletiva. Em nosso exemplo, a ressonância mórfica entre macacos da mesma espécie teria feito com que a nova técnica de quebrar cocos chegasse à ilha “B”, sem que para isso fosse utilizado qualquer meio usual de transmissão de informações.
Parece telepatia. Mas não é. Porque, tal como a conhecemos, a telepatia é uma atividade mental superior, focalizada e intencional que relaciona dois ou mais indivíduos da espécie humana. A ressonância mórfica, ao contrário, é um processo básico, difuso e não-intencional que articula coletividades de qualquer tipo. Sheldrake apresenta um exemplo desconcertante dessa propriedade.
Quando uma nova substância química é sintetizada em laboratório – diz ele -, não existe nenhum precedente que determine a maneira exata de como ela deverá cristalizar-se. Dependendo das características da molécula, várias formas de cristalização são possíveis. Por acaso ou pela intervenção de fatores puramente circunstanciais, uma dessas possibilidades se efetiva e a substância segue um padrão determinado de cristalização. Uma vez que isso ocorra, porém, um novo campo mórfico passa a existir. A partir de então, a ressonância mórfica gerada pelos primeiros cristais faz com que a ocorrência do mesmo padrão de cristalização se torne mais provável em qualquer laboratório do mundo. E quanto mais vezes ele se efetivar, maior será a probabilidade de que aconteça novamente em experimentos futuros.
Com afirmações como essa, não espanta que a hipótese de Sheldrake tenha causado tanta polêmica. Em 1981, quando ele publicou seu primeiro livro, A New Science of Life (Uma nova ciência da vida), a obra foi recebida de maneira diametralmente oposta pelas duas principais revistas científicas da Inglaterra. Enquanto a New Scientist elogiava o trabalho como “uma importante pesquisa científica”, a Nature o considerava “o melhor candidato à fogueira em muitos anos”.
Doutor em biologia pela tradicional Universidade de Cambridge e dono de uma larga experiência de vida, Sheldrake já era, então, suficientemente seguro de si para não se deixar destruir pelas críticas. Ele sabia muito bem que suas idéias heterodoxas não seriam aceitas com facilidade pela comunidade científica. Anos antes, havia experimentado uma pequena amostra disso, quando, na condição de pesquisador da Universidade de Cambridge e da Royal Society, lhe ocorreu pela primeira vez a hipótese dos campos mórficos. A idéia foi assimilada com entusiasmo por filósofos de mente aberta, mas Sheldrake virou motivo de gozação entre seus colegas biólogos. Cada vez que dizia alguma coisa do tipo “eu preciso telefonar”, eles retrucavam com um “telefonar para quê? Comunique-se por ressonância mórfica”.
Era uma brincadeira amistosa, mas traduzia o desconforto da comunidade científica diante de uma hipótese que trombava de frente com a visão de mundo dominante. Afinal, a corrente majoritária da biologia vangloriava-se de reduzir a atividade dos organismos vivos à mera interação físico-química entre moléculas e fazia do DNA uma resposta para todos os mistérios da vida. A realidade, porém, é exuberante demais para caber na saia justa do figurino reducionista.
Exemplo disso é o processo de diferenciação e especialização celular que caracteriza o desenvolvimento embrionário. Como explicar que um aglomerado de células absolutamente iguais, dotadas do mesmo patrimônio genético, dê origem a um organismo complexo, no qual órgãos diferentes e especializados se formam, com precisão milimétrica, no lugar certo e no momento adequado?
A biologia reducionista diz que isso se deve à ativação ou inativação de genes específicos e que tal fato depende das interações de cada célula com sua vizinhança (entendendo-se por vizinhança as outras células do aglomerado e o meio ambiente). É preciso estar completamente entorpecido por um sistema de crenças para engolir uma “explicação” dessas. Como é que interações entre partes vizinhas, sujeitas a tantos fatores casuais ou acidentais, podem produzir um resultado de conjunto tão exato e previsível? Com todos os defeitos que possa ter, a hipótese dos campos mórficos é bem mais plausível. Uma estrutura espaço-temporal desse tipo direcionaria a diferenciação celular, fornecendo uma espécie de roteiro básico ou matriz para a ativação ou inativação dos genes.

Ação modesta
A biologia reducionista transformou o DNA numa cartola de mágico, da qual é possível tirar qualquer coisa. Na vida real, porém, a atuação do DNA é bem mais modesta. O código genético nele inscrito coordena a síntese das proteínas, determinando a seqüência exata dos aminoácidos na construção dessas macromoléculas. Os genes ditam essa estrutura primária e ponto. “A maneira como as proteínas se distribuem dentro das células, as células nos tecidos, os tecidos nos órgãos e os órgãos nos organismos não estão programadas no código genético”, afirma Sheldrake. “Dados os genes corretos, e portanto as proteínas adequadas, supõe-se que o organismo, de alguma maneira, se monte automaticamente. Isso é mais ou menos o mesmo que enviar, na ocasião certa, os materiais corretos para um local de construção e esperar que a casa se construa espontaneamente.”
A morfogênese, isto é, a modelagem formal de sistemas biológicos como as células, os tecidos, os órgãos e os organismos seria ditada por um tipo particular de campo mórfico: os chamados “campos morfogenéticos”. Se as proteínas correspondem ao material de construção, os “campos morfogenéticos” desempenham um papel semelhante ao da planta do edifício. Devemos ter claras, porém, as limitações dessa analogia. Porque a planta é um conjunto estático de informações, que só pode ser implementado pela força de trabalho dos operários envolvidos na construção. Os campos morfogenéticos, ao contrário, estão eles mesmos em permanente interação com os sistemas vivos e se transformam o tempo todo graças ao processo de ressonância mórfica.
Tanto quanto a diferenciação celular, a regeneração de organismos simples é um outro fenômeno que desafia a biologia reducionista e conspira a favor da hipótese dos campos morfogenéticos. Ela ocorre em espécies como a dos platelmintos, por exemplo. Se um animal desses for cortado em pedaços, cada parte se transforma num organismo completo.

Forma original
O sucesso da operação independe da forma como o pequeno verme é seccionado. O paradigma científico mecanicista, herdado do filósofo francês René Descartes (1596-1650), capota desastrosamente diante de um caso assim. Porque Descartes concebia os animais como autômatos e uma máquina perde a integridade e deixa de funcionar se algumas de suas peças forem retiradas. Um organismo como o platelminto, ao contrário, parece estar associado a uma matriz invisível, que lhe permite regenerar sua forma original mesmo que partes importantes sejam removidas.
A hipótese dos campos morfogenéticos é bem anterior a Sheldrake, tendo surgido nas cabeças de vários biólogos durante a década de 20. O que Sheldrake fez foi generalizar essa idéia, elaborando o conceito mais amplo de campos mórficos, aplicável a todos os sistemas naturais e não apenas aos entes biológicos. Propôs também a existência do processo de ressonância mórfica, como princípio capaz de explicar o surgimento e a transformação dos campos mórficos. Não é difícil perceber os impactos que tal processo teria na vida humana. “Experimentos em psicologia mostram que é mais fácil aprender o que outras pessoas já aprenderam”, informa Sheldrake.
Ele mesmo vem fazendo interessantes experimentos nessa área. Um deles mostrou que uma figura oculta numa ilustração em alto contraste torna-se mais fácil de perceber depois de ter sido percebida por várias pessoas. Isso foi verificado numa pesquisa realizada entre populações da Europa, das Américas e da África em 1983. Em duas ocasiões, os pesquisadores mostraram ilustrações a pessoas que não conheciam suas respectivas “soluções”. Entre uma enquete e outra, uma das figuras e sua “resposta” foram transmitidas pela TV. Verificou-se que o índice de acerto na segunda mostra subiu 76% para esta ilustração, contra apenas 9% para a ilustração não mostrada na TV.

Aprendizado
Se for definitivamente comprovado que os conteúdos mentais se transmitem imperceptivelmente de pessoa a pessoa, essa propriedade terá aplicações óbvias no domínio da educação. “Métodos educacionais que realcem o processo de ressonância mórfica podem levar a uma notável aceleração do aprendizado”, conjectura Sheldrake. E essa possibilidade vem sendo testada na Ross School, uma escola experimental de Nova York dirigida pelo matemático e filósofo Ralph Abraham.
Outra conseqüência ocorreria no campo da psicologia. Teorias psicológicas como as de Carl Gustav Jung e Stanislav Grof, que enfatizam as dimensões coletivas ou transpessoais da psique, receberiam um notável reforço, em contraposição ao modelo reducionista de Sigmund Freud.
Sem excluir outros fatores, o processo de ressonância mórfica forneceria um novo e importante ingrediente para a compreensão de patologias coletivas, como o sadomasoquismo e os cultos da morbidez e da violência, que assumiram proporções epidêmicas no mundo contemporâneo, e poderia propiciar a criação de métodos mais efetivos de terapia.
“A ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja ele bom ou mal”, afirmou Sheldrake. “Por isso, cada um de nós é mais responsável do que imagina. Pois nossas ações podem influenciar os outros e serem repetidas”.
De todas as aplicações da ressonância mórfica, porém, as mais fantásticas insinuam-se no domínio da tecnologia. Computadores quânticos, cujo funcionamento comporta uma grande margem de indeterminação, seriam conectados por ressonância mórfica, produzindo sistemas em permanente transformação. “Isso poderia tornar-se uma das tecnologias dominantes do novo milênio”, entusiasma-se Sheldrake.

Descubra as figuras ocultas
Um experimento coordenado por Sheldrake mostrou que é mais fácil identificar uma figura oculta numa ilustração em alto contraste depois de ela já ter sido percebida por outras pessoas. O índice de acerto para uma ilustração cresceu 76% depois de ela ter sido transmitida pela televisão. O de outra ilustração, que não foi televisionada, subiu apenas 9%. A enquete foi realizada na Europa, nas Américas e na África e as pessoas entrevistadas não conheciam de antemão as “respostas”. Outras duas ilustrações, estão sendo publicadas atualmente na Internet pela revista espanhola El Mercurio.

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Raciocínios perigosos

Em 1946 o deputado Edmundo Barreto Pinto deixou-se fotografar para a revista O Cruzeiro vestindo um fraque e cuecas samba-canção. Prometeram que a foto seria publicada apenas da cintura para cima. Não foi. E o deputado perdeu o cargo por falta de decoro parlamentar.

Outra cueca, esta mais recente: o senador Eduardo Suplicy desfilou pelos corredores do Congresso usando uma cueca vermelha por cima do terno, numa brincadeira promovida pelo programa Pânico Na TV. A coisa pegou mal, o deputado pediu e a reportagem não foi ao ar no programa.

Mas a foto apareceu em vários jornais e revistas. E como neste novo milênio estamos muito mais tolerantes, a coisa ficou por isso mesmo, sem maiores consequências.

Mas mostrando que a tolerância só vale para os homens, vimos o caso da Geysi que foi à universidade com um vestido curtíssimo. A moça foi cercada por centenas de estudantes, xingada e ameaçada. Vídeos mostrando o acontecido foram parar no Youtube, dali para os jornais, revistas e televisão e pronto. Geysi Arruda, a moça do microvestido, foi expulsa da universidade e depois readmitida e o Brasil parou para discutir o assunto. Sorte dela, que apareceu em dezenas de programas de televisão e revistas masculinas, fez uma repaginação, virou destaque da escola de samba Gaviões da Fiel e está curtindo o "ser celebridade" tão caro a estes novos tempos.

Cuecas e microvestidos ocupando o imaginário popular parecem banalidades, não é?  Não são. O lance das cuecas e do vestido curto não é a doença. É o sintoma.

A cueca de 1946 mostrou a doença da quebra de confiança, uma promessa não cumprida causando uma vítima, o deputado. A cueca de 2009 mostrou a doença do vale tudo para uns segundinhos de exposição na mídia. E o microvestido de 2009 exibiu a doença da intolerância que pensávamos já estar ultrapassada.

Mas quero mesmo é fazer umas perguntinhas marotas... Quero saber os porquês de cada um desses "escândalos".

Em 1946, foi por causa do deputado que vestiu a cueca ou do jornalista que o enganou? Em 2009 foi por causa do senador que vestiu a cueca ou do pessoal do Pânico que o induziu? E no caso da universidade? Foi por causa da moça que usou o vestido curto ou da intolerância dos agressores?

Parece lógico, não é? Se o deputado e o senador não tivessem concordado em vestir as cuecas, nada teria acontecido. Se a Geysi não tivesse colocado o vestido provocante, nada teria acontecido. Portanto a culpa é deles.

Mas cuidado! Esse raciocínio é perigoso. Ele também serve para desculpar o MST que invade e depreda a fazenda cujas terras "são da união e foram invadidas pela Cutrale". Serve para desculpar a torcida uniformizada que trucida o torcedor do time contrário que "tava provocano nóis". Serve para inocentar o sujeito que rouba o celular que "tava largado no banco.". Serve para aliviar a culpa do assassino conforme a qualificação da vítima. Serve para justificar o estupro da moça de minissaia. Serve para desculpar a mentira e a corrupção, pois "no governo anterior era até pior".

Nestes tempos de novilíngua, de "mentiras simbólicas" e de gente ideologicamente estressada, cuidado com o julgamento dos outros.

Antes do "como", preocupe-se em saber os porquês.


Luciano Pires

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sábado, 28 de agosto de 2010

As pequenas coisas e os valores

Estamos esquecendo as pequenas coisas e os valores importantes
Escrito por Jorge Alberto Françóia
  
Ter, 05 de Maio de 2009 00:00
Muitas vezes começamos o nosso dia muito atarefados e deixamos de lado algumas palavras que são de vital importância no relacionamento humano como: bom dia, obrigado, como vai, como tem passado, o que tem feito de bom ou um simples oi.

Essas palavras têm que ser parte integrante de nosso vocabulário diário: elas nos aproximam das pessoas, fazem nos sentir melhor, nos ajudam a encontrar novas amizades e a reabastecer as velhas. Sorria e diga palavras gentis, cordiais e que inspiram o grande sentimento de amor que tem em seu coração. Agindo assim, mais pessoas irão querer estar ao seu lado.

Aproveite a oportunidade e libere toda essa cordialidade que está dentro de seu peito e verá, sentirá e ouvirá que seu dia se transformará em um excelente, animado e grandioso momento de felicidade, além de lembrar seu coração o valor da amizade sincera.

A amizade sincera é fonte de amor. O amigo é aquele que ouve as nossas reclamações, chora por nós, nos defende em qualquer circunstância. Na dificuldade é quem nos ampara.

Cultive um amigo verdadeiro e seja um amigo verdadeiro. Muito cuidado com as suas amizades, veja e sinta qual delas é importante para você. Qual delas você têm certeza que lhe ajudará nos momentos de dificuldades.

Nos seus relacionamentos seja você mesmo. Sinta se as pessoas que estão junto de você não estão por algum interesse.

A amizade é muito importante em nossa vida. O amigo verdadeiro não concorda com tudo que fazemos. Critica de forma construtiva os nossos atos inconseqüentes. Presta atenção em nossos sentimentos. Enxuga uma lágrima e observa tudo que temos para falar.

Reflita sobre as suas amizades. Elas estão sendo boas para você? Você também está sendo um bom amigo(a)? É nas horas de desespero, de angústia que conhecemos as verdadeiras amizades.

Hoje, reparando nos jovens, todas as pessoas, para eles, são consideradas amigas. Encontrou alguém na balada, já se torna amiga. É assim que as amizades vão se formando, muitas sem solidez nenhuma, muitas por interesse e poucas por gostar muito do outro, por se compatibilizar com o outro.

Se fizermos uma análise real de nossas amizades veremos que sobram poucos amigos. Amigo, como diz a música, “é coisa para se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração”. Preservar um amigo é como cuidar da saúde, dizia certa pessoa, “nunca damos conta do seu verdadeiro valor até perdermos”.

Aproveite todos os dias de sua vida para fazer uma nova amizade ou reconquistar uma que está perdida.

Jorge Alberto Françóia

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Deusa tecelã

Escrito por Monika von Koss   
Seg, 21 de Junho de 2010 09:27
Dos tempos que se perdem nas brumas, emerge majestosa a Grande Deusa Tecelã, aquela que, assim como faz a aranha até os dias de hoje, produziu do seu ventre os fios que formam a estrutura do universo. Estes mesmos fios que, ao se organizarem e reorganizarem continuamente, formam todos os diferentes elementos que compõem o mundo múltiplo, variado e diverso. Contendo tudo que foi, é e será, sua teia-vida estabelece as relações mútuas que vinculam esta grande variedade de seres no que a Ciência denomina de Campo Unificado de Energia ou Consciência.

No Egito Antigo, esta fiandeira cósmica era conhecida como a Deusa Neit. Dela emanam os fios essenciais que se interconectam na teia multidimensional, a estrutura básica de tudo que existe no universo. Dela também emana o primeiro movimento da criação, que se desdobra no trançar dos fios em infinitas possibilidades, que vão tecendo a realidade cósmica.

A Grande Deusa fia e tece toda a existência do caos bruto em realidade. Por isto, o fiar e o tecer são, desde os primórdios, atribuídos ao universo feminino. A magia que permite transmutar lã, seda, linho, algodão ou outro material vegetal em fio e com ele tecer panos para os mais variados usos, permitiu aos nossos ancestrais sobreviverem nas regiões mais frias e mais quentes do planeta. E esta magia era realizada pelas mãos das mulheres, sob a inspiração da deusa.

A mais conhecida tecelã é a deusa grega Atena, patrona de todas as artes e ofícios. Como todas as divindades, ela ilumina um amplo espectro da existência humana. Quando nos desvencilhamos do viés patriarcal, que enfatiza seus aspectos relacionados com o mundo masculino, percebemos que a maior entre as dádivas de Atena é imbuir com alma todos os trabalhos civilizatórios. Em assim fazendo, ela propicia a nós mulheres uma compreensão do valor e da importância de nossos poderes criativos. Ela nos mostra como tecer o sagrado em todos os atos cotidianos.

De sua origem anterior à vinda dos helenos para a Grécia, ela incorpora a sabedoria aquática e intuitiva de sua mãe Métis, uma oceânide, finamente sintonizada com os sutis processos de transformação que ocorrem continuamente na vida das pessoas, receptiva aos sentimentos pessoais, poéticos e sensíveis, próprio do princípio feminino. Ao mesmo tempo, representa o saber abstrato, manifestado através da produção artesanal, da arte da guerra, do poder institucionalizado, introduzido pelo princípio masculino. Em sua virgindade, ela integra espírito e alma, apontando o caminho para nos relacionarmos a partir de nossa integridade, de nossa autonomia.

Na tradição hindu, a deusa tecelã recebe o nome de Maya. Posicionada no centro de sua teia, ela não apenas tece a ordem cósmica, mas a reproduz em nosso mundo dos sentidos de forma tão perfeita, que não distinguimos entre a realidade em si e nossa versão dela. Assim como Maya se posiciona no centro da teia cósmica, cada ser humano percebe a si mesmo como o centro da própria existência. Da perspectiva psicológica, cada qual fia e tece sua própria realidade, a partir de um centro que denominamos de Eu.

Mas, ao tecermos nosso próprio tecido, nossa própria individualidade, não devemos perder a noção de que estamos conectados com todos os demais seres, por meio do fio de que é feita a grande teia. Como emanações que somos da Grande Deusa Tecelã, todos nós somos constituídos da mesma substância e compartilhamos a essência divina dos fios de Neit.

Tecer significa ativar e misturar nossas experiências de vida, para produzir um padrão individual, único e inimitável, aquilo que distingue cada qual dentre todos os seres no cosmos. Quando permitimos que uma nova experiência se integra no nosso viver, quando não tememos as transformações que isto inevitavelmente traz consigo, estamos tornando nosso padrão pessoal mais complexo e, com isto, enriquecendo o padrão coletivo. Tornamo-nos co-criadores da grande teia.

Como co-criadoras, participamos na criação do nosso próprio destino individual e coletivo. Pois o destino também é atributo de deusas tecelãs. Na mitologia nórdica, tão rica em histórias que envolvem o fiar e o tecer, o destino é decretado pelas Nornas, que compunham a teia do destino com uma miríade de fios e linhas. A mais velha das três, que também parece ter sido a mais antiga, está sempre sentada ao lado de uma fonte, a Fonte de Urd, onde o próprio Odin foi buscar conselho e conhecimento.

Fiar está arrolado entre os ofícios mais antigos conhecidos, cujas origens se perdem na pré-história. Para as comunidades Kajaba da Colômbia, a condição para ser mulher é saber fiar e tecer, um ofício cujos segredos são transmitidos às jovens moças, quando de sua reclusão na tenda vermelha. Seu mito da criação diz que, quando a Mãe Universal fincou seu imenso fuso verticalmente na terra recém criada, dele se desprendeu uma fibra de fio de algodão, com a qual traçou um círculo, declarando que esta seria a terra de seus filhos. Como uma atividade desempenhada pelas mulheres em suas casas, desde a antiguidade até a revolução industrial, o processo de fiar e tecer tornou-se uma simbologia poderosa para a criação de nova ordem a partir do caos, definindo o destino humano.

E a força desta simbologia também manifesta sua influência na elaboração da moderna Teoria das Cordas, que se utiliza da imagética da fiação, descrevendo o tecido microscópico de que é feito nosso universo multidimensional como ricamente urdido a partir de cordas que vibram sem cessar e, com sua vibração, introduzem o ritmo da vida no cosmos.

Monika von Koss

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O urso faminto

Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez. Porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores. Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, dirigiu-se para uma grande fogueira, ainda ardendo em brasas e dela tirou uma enorme tina de comida.
Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando a comida. Enquanto abraçava a tina, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina que o estava queimando. Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a tina encostava.
O urso nunca havia experimentado aquela sensação; interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Então, começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a tina quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia.
Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso, praticamente sentado, recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. Ele tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na tina e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.
Quando terminei de ouvir esta história do mestre Jomano, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes. Algumas delas nos fazem gemer de dor; queimam-nos por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes.
Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos. Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir.
Tenha a coragem e a visão que o urso não teve. Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a tina, solte a tina...
Quando soltá-la, perceberá que você pode libertar-se e que, com certeza, tudo vai dar certo...
Por César Romão - do livro "Tudo vai dar certo"

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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O que você anda carregando na sua sacola?

Escrito por Sonia Belotti   
Ter, 21 de Julho de 2009 00:00
Gilberto de Nucci tem uma excelente imagem a respeito de nosso comportamento. Segundo ele, os homens caminham pela face da Terra em fila indiana, cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás.
Na sacola da frente, nós colocamos as nossas qualidades. Na sacola de trás, guardamos todos os nossos defeitos.
Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos, presas em nosso peito. Ao mesmo tempo, reparamos impiedosamente, nas costas do companheiro que está adiante, todos os defeitos que ele possui.
E nos julgamos melhores que ele - sem perceber que a pessoa andando atrás de nós, está pensando a mesma coisa a nosso respeito.

(Texto de Gilberto de Nucci)

O que você anda carregando na sua sacola?
O que você carrega com você fala muito de quem você é – da pessoa, do profissional, do amigo. E hoje em dia carregamos muita coisa – tanto coisas de usar, ligar, fazer, quanto de pensar, lembrar e esquecer.
Muitas pessoas estão tão sobrecarregadas de peso que sentem que  mesmo fazer um breve comentário após ouvir alguém, retornar um telefonema, preencher algumas linhas para um feedback, ou responder  um questionário, uma pesquisa, que tudo é chato, é comprido, dá trabalho....

Mas o retorno, qualquer que ele seja, servirá para melhorar a sua vida e a dos outros, porque serve de bússola, de ajuste, de farol. Lembre-se como mostra a figura do Cláudio Nucci que só enxergamos a parte de fora da sacola dos outros...
Muitos carregam alguns sonhos importantes, até mesmo grandiosos: sonhos de sucesso, de alcançar grandes objetivos, como formar uma família, viver 100 anos,ou de realizar antigos projetos, como ter seu próprio negócio. Ou reinventar-se totalmente.
Muitas vezes são sonhos normais e até parecidos para quem olha de fora, mas únicos e fundamentais para quem os carrega dentro de si.
Alguns carregam memórias alegres como cantis de água para serem usadas em situações de emergência, quando a mente está seca, cansada e o coração triste. Ou quando se precisa de um bom banho para lavar a alma. E assim funcionam para seus amigos e colegas. Alguns dos valores que essas pessoas carregam em sua sacola: lealdade, otimismo e confiança acima de tudo.
Outros carregam memórias densas, escondidas, como uma caixa preta  daquelas de avião – um compartimento secreto onde guardam suas experiências, boas ou más. A caixa vai ficando pesada e ninguém pode mexer nela. Um dia finalmente fica tão pesada que é abandonada. Ou explode. Mas os estilhaços voltam em forma de ironia  nas palavras, em forma de “acidentes” sem explicação, doenças, dores, que podem ser desvios de rota que podem obrigar a não seguir em frente. 
Melhor enfrentar isso e não fugir? Abrir a caixa preta de vez em quando, ou arriscar   a tornar-se distantes, isolados ou difíceis de lidar.
Todos carregamos alguma coisa na sacola. Em lugares diferentes, de formas diferentes, do jeito que nos parece fazer mais sentido, dependendo do momento de vida pelo qual passamos.

Alguns carregam quilos a mais. Cabelos a menos. Hormônios descontrolados. Fantasias. Acessórios supérfluos, coisas desnecessárias, símbolos de status. Mas também fotos dos filhos, dos amados, dos netos, do cachorro, da viagem que fizeram, do lugar que ainda vão conhecer. Moedinha da sorte, talismã, santinho. Nota de dólar para atrair fortuna. Trevo de 4 folhas para boa sorte.
Alguns carregam celular, palm top, bip e agenda eletrônica. Outros o vale-transporte, ou o dinheiro do pão. Uma pasta desorganizada com papéis, projetos e preços.  Orçamentos, contas a pagar, entradas para o cinema, documentos para carimbar, lista de tarefas, não esquecer de pagar a conta.
Mas em determinado momento da viagem, só carregaremos a nós mesmos, porque a sacola será aberta de qualquer maneira! Que seja pela nossa  disposição de participar,de entender e de viver a vida!
A vida  chama, orienta, dirige o horário,? Permita-se ser levado! São muitos os sinais?Transforme-os em âncoras de significado: uma música, um cheiro, uma pessoa, uma emoção podem ser sinais que  lembrem, que a partir de um momento especial, estaremos no aqui e agora, inteiros, sem pesos exagerados na sacola, porque ela foi aberta, olhada de frente e incorporada como uma parte de força em nós!
Não existe quase nada que o ser humano não carregue, desde que acredite que isso vá ajudar de alguma forma. E geralmente carrega coisas demais, principalmente dentro da  cabeça. Nos ensinam desde crianças como lembrar, decorar,mas ninguém nos ensina como esquecer, arquivar direito. Tem gente com arquivos tão grandes na memória, que as vezes o programa roda sozinho, e volta  e volta na nossa mente, sem controle.
E você: o que anda carregando ultimamente? Como seria sua vida se pudesse andar um pouco mais leve?
Que tal marcar um encontro com o primeiro minuto do primeiro dia do resto da sua vida?

Sonia B Belotti
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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Carta do Zé agricultor para Luis da cidade

 (Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desiqual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)  

Carta do Zé agricultor para Luis da cidade 
Autor: Luciano Pizzatto (*)

Luis,

Quanto tempo. Sou o Zé, seu colega de ginásio, que chegava sempre atrasado, pois a Kombi que pegava no ponto perto do sítio atrasava um pouco. Lembra, né, o do sapato sujo. A professora nunca entendeu que tinha de caminhar 4 km até o ponto da Kombi na ida e volta e o sapato sujava.

Lembra? Se não, sou o Zé com sono... hehe. A Kombi parava às onze da noite no ponto de volta, e com a caminhada ia dormi lá pela uma, e o pai precisava de ajuda para ordenhá as vaca às 5h30 toda manhã. Dava um sono. Agora lembra, né Luis?!

Pois é. Tô pensando em mudá aí com você. 

Não que seja ruim o sítio, aqui é uma maravilha. Mato, passarinho, ar bom. Só que acho que tô estragando a vida de você Luis, e teus amigos aí na cidade. Tô vendo todo mundo falá que nóis da agricultura estamo destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sítio do pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que pará de estudá) fica só a meia hora aí da Capital, e depois dos 4 km a pé, só 10 minuto da sede do município. Mas continuo sem Luz porque os Poste não podem passar por uma tal de APPA que criaram aqui. A água vem do poço, uma maravilha, mas um homem veio e falô que tenho que fazê uma outorga e pagá uma taxa de uso, porque a água vai acabá. Se falô deve ser verdade.

Pra ajudá com as 12 vaca de leite (o pai foi, né ...) contratei o Juca, filho do vizinho, carteira assinada, salário mínimo, morava no fundo de casa, comia com a gente, tudo de bão. Mas também veio outro homem aqui, e falô que se o Juca fosse ordenhá as 5:30 tinha que recebê mais, e não podia trabalhá sábado e domingo (mas as vaca não param de fazê leite no fim de semana). Também visitô a casinha dele, e disse que o beliche tava 2 cm menor do que devia, e a lâmpada (tenho gerador, não te contei !) estava em cima do fogão era do tipo que se esquentasse podia explodí (não entendi ?). A comida que nóis fazia junto tinha que faze parte do salário dele. Bom, Luis tive que pedi pro Juca voltá pra casa, desempregado, mas protegido agora pelo tal homem. Só que acho que não deu certo, soube que foi preso na cidade roubando comida. Do tal homem que veio protege ele, não sei se tava junto.

Na Capital também é assim né, Luis? Tua empregada vai pra uma casa boa toda noite, de carro, tranquila. Você não deixa ela morá nas tal favela, ou beira de rio, porque senão te multam ou o homem vai aí mandar você dar casa boa, e um montão de outras coisa. É tudo igual aí né?

Mas agora, eu e a Maria (lembra dela, casei ) fazemo a ordenha as 5:30, levamo o leite de carroça até onde era o ponto da Kombi, e a cooperativa pega todo dia, se não chove. Se chove, perco o leite e dô pros porco.

Té que o Juca fez economia pra nóis, pois antes me sobrava só um salário por mês, e agora eu e Maria temos sobrado dois salário por mês. Melhorô. Os porco não, pois também veio outro homem e disse que a distancia do Rio não podia ser 20 metro e tinha que derruba tudo e fazer a 30 metro. Também colocá umas coisa pra protegê o Rio. Achei que ele tava certo e disse que ia fazê, e sozinho ia demorá uns trinta dia, só que mesmo assim ele me multô, e pra pagá vendi os porco e a pocilga, e fiquei só com as vaca. O promotor disse que desta vez por este crime não vai me prendê, e fez eu dá cesta básica pro orfanato.

O Luis, ai quando vocês sujam o Rio também paga multa né?

Agora, a água do poço posso pagá, mas tô preocupado com a água do Rio. Todo ele aqui deve ser como na tua cidade Luis, protegido, tem mato dos dois lado, as vaca não chegam nele, não tem erosão, a pocilga acabô .... Só que algo tá errado, pois ele fede e a água é preta e já subi o Rio até a divisa da Capital, e ele vem todo sujo e fedendo aí da tua terra.

Mas vocês não fazem isto né Luis. Pois aqui a multa é grande, e dá prisão. Cortá árvore então, vige!! Tinha uma árvore grande que murcho e ia morre, então pedi pra eu tiráa, aproveitá a madeira pois até podia cair em cima da casa. Como ninguém respondeu aí do escritório que fui, pedi na Capital (não tem aqui não), depois de uns 8 mês, quando a árvore morreu e tava apodrecendo, resolvi tirar, e veja Luis, no outro dia já tinha um fiscal aqui e levei uma multa. Acho que desta vez me prende.

Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova Lei vai dá multa de R$ 500,00 a R$ 20.000,00 por hectare e por dia da propriedade que tenha algo errado por aqui. Calculei por R$ 500,00 e vi que perco o sítio em uma semana. Então é melhor vendê, e ir morá onde todo mundo cuida da ecologia, pois não tem multa aí. Tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazê nada errado, só falei das coisa por ter certeza que a Lei é pra todos nóis.

E vou morar com vc, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usá o dinheiro primeiro pra compra aquela coisa branca, a geladeira, que aqui no sítio eu encho com tudo que produzo na roça, no pomar, com as vaquinha, e aí na cidade, diz que é fácil, é só abri e a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nóis, os criminoso aqui da roça.

Até Luis.

Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas não conte até eu vendê o sitio.

* É engenheiro florestal, especialista em direito socioambiental e empresário, diretor de Parques Nacionais e Reservas do IBDF/IBAMA 88/89, deputado desde 1989, detentor do 1º Prêmio Nacional de Ecologia.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Uma nova perspectiva

Gestão e Mente Sustentável, o Quarto Bottom Line: uma nova perspectiva sobre Comunicação, Sustentabilidade e Política


Prof. Evandro Vieira Ouriques*
evouriques@terra.com.br

Dentre todas as fontes de referência que movem ou podem mover com Justiça e Dignidade as Políticas Públicas, as Redes e o Empreendedorismo, a Sustentabilidade é a mais importante de todas. Dentre o que faço neste sentido estão por exemplo minhas consultorias, meu curso JPPS-Comunicação e Sustentabilidade http://bit.ly/atVmOA  e a bibliografia ao final deste artigo.

Como não temos conseguido Sustentabilidade como a precisamos, investiguei o Triple Bottom Line, que a maior parte das empresas e organizações em todo o mundo têm como guia, localizei o ponto cego deste modelo e criei, em 2005, a Gestão da Mente Sustentável, o Quarto Bottom Line, avançando-o.

Uma vez que sem limparmos as sequências mentais (o fluxo pensamentos, afetos e percepções), o design mental, o modelo mental, pouco ou nada adianta falar em Sustentabilidade, como temos visto sem parar desde o final do século passado, por exemplo na COP-15, pois como somos cultura, somos o que pensamos, o que afetamos, o que nos afeta, o que percebemos.

A Sustentabilidade é mais importante ainda, por exemplo, que a cultura digital e as redes, pois apenas ela pode orientar o verdadeiro sentido democrático das conexões, das alianças, das conquistas tecnológicas, das intervenções nos territórios. E, assim, transformar o atual e imenso acúmulo de crises, de dimensão tectônica, em extraordinária oportunidade de um futuro que faça sentido: um futuro fundado em valores comunais, os que garantem a coesão social. E, como todo futuro, ele é sempre construído agora, pelo poder do pensamento claro, complexo e focado: por uma Mente Sustentável.

E, mais: apenas a Sustentabilidade pode trazer à tona o verdadeiro sentido da própria Comunicação, muito distinto da instrumental fogueira de vaidades atual.

Explico. Por partes.

1. Por que a Sustentabilidade ocupa este papel central?

Por que o processo de conceituação do que seja a Cultura, e dentro desta a Filosofia e a História, acabou por definí-la como a ruptura do continnuum do processo natural. Ou seja, como a “outra” da Natureza: aquela que não é a Natureza. Neste conceito portanto temos a oposição dualista entre o que passamos a chamar de Cultura face ao que então passamos a chamar de Natureza.

O resultado desta ruptura colhemos principalmente durante o século XX, apesar de já na Roma antiga, no séc. VII a.C., por exemplo, existir legislação para controlar os perigos do trânsito de carroças, bem como o imenso barulho que elas faziam nas ruas à noite não deixando sobretudo os pobres dormirem.

Pelo menos desde 1972 temos as provas científicas irrefutáveis deste erro epistemológico, e desde então resistimos a rever nossos conceitos sobre a Vida e sobre o Mundo, aí incluídos os conceitos de Cultura e Natureza.

Resistimos a mudar de design mental e no entanto queremos mudar o design dos objetos, dos projetos, dos empreendimentos, dos planejamentos, das redes; resistimos a abandonar a mente insustentável, preferindo insistir, na maior parte dos casos, em uma atitude greenwash; ou seja, em uma atitude verde apenas como efeito de real, alimentando tal opção epistemológica dualista, fatal para o nosso presente e para o futuro das novas gerações: separar Cultura e Natureza foi interromper a conexão primeira, a rede primeira, que é a interdependência sistêmica e complexa entre o biológico e o cultural.

Estava e está no conceito Cultura, portanto, instalado o divórcio, a falta de Comunicação, em uma forma talvez de amor líquido. Em verdade uma mistura de ressentimento e melancólica admiração da Cultura pela Natureza, facilmente perceptível na maneira pontual e utilitarista com a qual este re-encontro se dá nos cobiçados finais de semana populares ou ultra-elitizados, que vão dos super spas e resorts aos piqueniques-farofa na praia, ou ao churrasco à beira da piscina de plástico.

Ou, então, nas commodities, por exemplo, petróleo, gás, ouro e os outros metais presentes em toda a cadeia industrial e nos produtos que enchem os supermercados e os shoppings, e que são retiradas in natura diretamente da Natureza e que continuam a mover o mundo que destroí assim, digamos, sua própria mãe, sua própria origem, a própria fonte que a alimenta.

Sim, há algo de profunda insanidade neste design mental, nesta Cultura. Para destacadas autoridades da clínica social da psicanálise, a característica dominante da economia psíquica pós-moderna é exatamente a iminência do colapso psicótico.

2. Por que a Sustentabilidade permite repensar de forma ampla o que seja a Comunicação?

A Sustentabilidade obriga a repensar a Comunicação pois comprova que a Comunicação é a linguagem do que chamamos de Natureza, que se expressa através da lógica das redes biológicas, cognitivas, da ancestralidade e, por isto, também das redes culturais e sociais.

Trata-se, sem dúvida de uma imensa vaidade, daí tanta ocorrência de celebridades e narcisismos nas redes sociais, estar brevemente sobre um Planeta no qual surgimos apenas no último segundo (se compactamos a História de 14 bilhões de anos em um ano) e que flutua em meio a um Cosmos de tal maneira gigantesco, e insistir-se em dar ordem ao mundo, insistir-se em recusar comunicar Cultura e Natureza, recusar-se a comunicar poder e generosidade.

O Desafio de Pensar
Tratar portanto da Comunicação e da Sustentabilidade é entender que Segurança Ambiental, Justiça Social e Equidade Econômica, metas do Triple Bottom Line, só se dão de fato pela construção e gestão de uma Mente Sustentável, que possa garantir que a palavra dita se torne ato concretizado mediante o foco da vontade neste sentido.

É quando o indíviduo, rede, movimento, organização e instituição monitora e vigia seu próprio Território Mental (o fluxo de pensamentos, afetos e percepções, dentre elas a intuição) que o poder de criar Políticas Públicas, Redes e Emprendimentos se manifesta de maneira sustentável.

Para isto é preciso sustar a compulsão do produtivismo; e meditar; construir deliberadamente um pensamento respiratório; agir na mais poderosa das ações: a que fazemos sobre os conceitos, pois somos, como disse, o que pensamos, o que afetamos, o que nos afeta, o que percebemos. Somos responsáveis pelo que fazemos. O que vivemos é o resultado de nossas aspirações.

Por isto é que dedico-me ao vigor do pensamento, a resistir à simplificaçnao do pensamento, fazendo para isto, através de longas e detalhadas leituras e reflexões, a arqueologia dos conceitos Comunicação e Sustentabilidade, como quem delicada e decidida-mente percorre o corpo amado, seja ele sútil ou mais denso, celebrando cada milímetro, cada respiração, cada pulsação, por vezes suave-mente, por vezes intensa-mente.

Para que as vidas, as carreiras, os empreendimentos, as alianças, as famílias, as redes, os movimentos, as corporações, os partidos, as organizações de todo o tipo, as intervenções nos territórios, ajam na solução do que hoje enfrentamos, é preciso livrar-se da captura pela idéia dualista de que existiria um “sistema” contra o qual nada se poderia fazer e que aprisionaria a Liberdade e a Justiça, através de uma opressão vinda de fora para dentro ou exercida “entre” os indivíduos.

Na realidade, o que aprisiona é o design mental que se tem e do qual não se livra simplesmente por obra e graça de se estar conectado à web e dispondo de banda larga e das ferramentas mais elaboradas de rede, pois as cadeias mentais é que são a causa final, e na maior parte dos casos, inconsciente, pois gravada no aparente “recato” da “vida privada”, na intimidade do próprio pensamento, no conjunto dos afetos e percepções que se tem sobre o mundo; conjunto este que se mantém intacto pelo tabu de não se falar sobre ele de forma alguma, divorciando-o da política e da gestão, como se dele não dependesse o futuro do empreendimento, o futuro da Nação.

Por isto é preciso treinar a mente para a ação transformadora no mundo, diante da qual não cabem as respostas prontas entregues por intenso, concentrado e monocórdico delivery mediático, educacional, familiar e social.

Há que se superar o desafio de comunicar para que se possa gozar plenamente do Direito à Comunicação. Esta tarefa demanda imenso exercício continuado de vontade, de disposição para mudar, de humildade, de escuta, de paciência, de compaixão.

É preciso ler muito e pausada-mente, perguntar, investigar e conversar, experimentar, como quem re-começa ou começa a pensar:

É a “Natureza” “cruel”, de fato? É a “Natureza” violenta? Qual a “natureza” da violência psíquica e social, ou, melhor, como se constrói a insustentável cultura da violência, baseada na unidimensionalidade da remuneração e dos efeitos de real criados pelo acúmulo de poder e de capital, e na socialização das perdas, movidos pela inveja, pela vingança e pela indiferença, em uma manifestação do que os alemães chamam de schadenfreude; ou seja, o sentimento de alegria pelo sofrimento ou infelicidade dos outros?

. A vida é mesmo uma guerra? Os animais são violentos ou em verdade o amor é que é a base do biológico e do social? De onde vem a vontade das Políticas Públicas Sociais e da sustentabilidade? Do poder e do interesse auto-referenciados? Há portanto uma outra e distinta fonte de referência para o ato comunicativo, o ato do afeto, o ato da política?

Qual a diferença entre violência, ira e indignação? Quem, o quê e onde estaria o verdadeiro “inimigo”?

A Paz se multiplica por “contaminação” e por “meio viral”? De onde vem esta ânsia de agir e agir sem pensar, que atribui à tecnologia ou às redes (como se estas estivessem passando a existir agora...), portanto atribuindo ao que está fora, ao outro, as esperanças de Liberdade, Justiça e de Paz?

. Por que a ridicularização das utopias, quando entender o mundo apenas como um supermercado e um shopping center gigantesco, tecnologizado e simbólica e geográfica-mente infinito, custe o que custar, é que gera a insustentabilidade do divórcio entre palavra e ato; este fim-das-utopias, gerador da irresponsabilidade cidadã sobre a própria ação no mundo; este gerador da traição e do abuso, sob as múltiplas formas da inveja perpétua, fonte das celebridades e dos narcisismos?

Por que a insustentabilidade social que se quis superar no século XX, através do coletivismo, aprofundou-se na totalização pelo reconhecimento pelo capital, neste século XXI marcado, até agora, pelo individualismo, pelo mal-estar, pelos fundamentalismos de todas as ordens, pela devoção tecnológica, pela repetição da luta insana pelo poder mesmo nas esquerdas, a qual -quando muito- parece sobrar a resistência criativa, talvez não-criadora, aos crescentes dispositivos de vigilância?

Por que a recusa a trabalhar intensa-mente para tornar o pensamento mais e mais complexo, e apenas assim, de fato, ter um pensamento livre, por que cristalino, descondicionado, por que claro, que permita a vida em sociedade?

Por que a recusa a ter uma re-visão profunda e crítica sobre os conceitos que se usa, sobre o fluxo dos estados mentais?

Enfim a dispor de tempo para compreender minuciosa-mente o discurso que cada um coloca no ar, como editor de si mesmo e, assim, poder de fato re-inventar-se, de fato inovar-se e poder então concretizar mais atitudes green e não apenas mais entulho não-reciclável greenwash?

De ser, como mostrou cristalina-mente Mahatma Gandhi, aquilo que se quer ver no mundo, entendendo a indissociabilidade entre o psíquico, o social, o espiritual e o político, defendida também por tantos brilhantes pensadores ocidentais?

Por que então o atual elogio à loucura, na forma da simplificação do pensamento, da redução do pensamento ao nada que é a ação repetitiva e suicida, produzida pela pasteurização do pensamento?

A única maneira de se fazer a globalização é de fato esta? Na qual em nome de uma suposta eficácia tecnológica que (ao contrário de trazer mais democracia como foi prometido, tem é gerado na maior parte dos casos mais concentração e mais vigilância) instaurou a redução da complexidade e da multiplicidade, das diversidades do mundo, das diferenças das pessoas, dos povos, das culturas, brutal e anestesiada-mente ameaçadas?

Por que ameaçar o pensamento, se apenas ele é que pode encontrar a coesão social na multiplicidade, como as teias se mantêm equilibradas, de encontrar uma coesão que não seja a dos totalitarismos, seja sob a forma do fascismo político, do fundamentalismo religioso, do fundamentalismo tecnológico.

O Desafio de Comunicar
De fato, é o pensamento que funda e move, e que é a integralidade da experiência de se estar vivo, na condição que patriarcal-mente, e portanto insustentavel-mente, ainda chamamos de “humano”.

É por isto que a Comunicação hoje ainda está muito na dimensão operacional: na produção de efeitos, na obtenção de capital de influência, quando o que precisa avançar é a política enquanto conceito, o negócio enquanto conceito, a rede enquanto conceito, a Comunicação enquanto conceito.

É assim que é urgente avançar a superação de pensar a Comunicação de maneira fragmentada, atenta apenas, como disse, aos processos.

É urgente construir, compreender, praticar e gerir uma Mente Sustentável. É preciso investir na profunda arqueologia dos conceitos que constituem o pensamento, os afetos e as percepções. A Mente Sustentável engloba a multidimensionalidade dos processos cognitivos, inclusive, claro, a intuição, pois apenas uma mente clara e focada permite termos Inovação verdadeira: a Comunicação, a Política, as Redes, os Empreeendimentos sustentáveis e assim democráticos.

Quando somos prisioneiros de uma cultura só podemos nos libertar através de uma outra cultura, sabemos disto. E isto apenas se faz pelo esforço de um pensamento novo e complexo, da Mente Sustentável, que elimine a poluição mental, e abrigue, sem pré-conceitos, o melhor dos conhecimentos de todas as culturas que o ser humano já construiu.

....

* Prof. Evandro Vieira Ouriques
Professor da Escola de Comunicação da UFRJ há 31 anos e coordenador do NETCCON-Núcleo de Estudos Transdiciplinares de Comunicação e Consciência é o criador da metodologia Gestão da Mente Sustentável, o Quarto Bottom Line.

Escritor e consultor, é especialista em mudança de atitude, focado em Comunicação e Educação para as Redes, as Políticas Públicas e a Sustentabilidade, atuando tanto em redes, movimentos e organizações, como o movimento pela Democratização da Comunicação no Brasil, os Fóruns de Mídia Livre, o DEGASE, a Rebouças & Associados, a Petrobras, a Natura, o ETHOS e a ABERJE, quanto através de atendimentos e coaching individuais.

Transdisciplinar desde 1984, é cientista político, jornalista, designer, artista multimídia, gestor cultural, curador e conservador de obras de arte e terapeuta de base analítica.

Trabalhou 21 anos no Ministério da Cultura, na Fundação Nacional de Arte e no Museu Nacional Nacional de Belas Artes, quatro anos em Diálogo Inter-religioso e três com a Estratégia Cultural do Yoga no Brasil, tendo em vista seus estudos também sobre sistemas ancestrais de Comunicação e Cura.

Membro da INTERCOM, do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, da Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos, do Instituto Cultural Brasil-Rússia Mikhail Lermentov e do Instituto Cultural Brasil-Galícia, é diretor de Comunicação e Cultura do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC.SP.

Mantem convênio com a UNESCO, o Coletivo INTERVOZES e o LaPCom-Unb para a elaboração de Indicadores do Direito à Comunicação no Brasil. Autor e organizador de dezenas de publicações, entre as quais se destaca o livro Diálogo entre as Civilizações: a Experiência Brasileira, publicado pela ONU e a UNESCO em 2003.

Bibliografia Básica, de Autoria do Prof. Evandro

OURIQUES, Evandro Vieira (2009). Comunicação, Palavra e Políticas Públicas: a Importância do Conceito Envolvimento para a Construção da Cidadania Sustentável. Revista Z Cultural. Programa Avançado de Cultura Contemporânea-PACC.FCC.UFRJ. Ano 5 nº 02. Rio de Janeiro. ISNN 1980-9921http://www.pacc.ufrj.br/z/ano5/2/ouriques.php

_________________________(2008). Gestão da Mente Sustentável®, o Extended Bottom Line: o Desenvolvimento Socioambiental como Questão da Consciência e da Comunicação. In GUEVARA, Arnoldo José de Hoyos, et al. (orgs.). Consciência e desenvolvimento sustentável nas organizações. Rio de Janeiro: Editora Campus Elsevier, São Paulo. pp. 195-203. ISBN-10: 85-352-3281-8

________________________ (2009). Território Mental: o Nó Górdio da Democracia. Revista Democracia Viva, nº 42, maio de 2009. IBASE, Rio de Janeiro. pp 76-81 http://www.ibase.br/userimages/DV42_artigo4.pdf


Bibliografia de Aprofundamento, de Autoria do Prof. Evandro

OURIQUES, Evandro Vieira (org.) (2003). Diálogo entre as Civilizações: a Experiência Brasileira. ONU. Apoio Institucional Palas Athena, Viva Rio, Movimento Inter-religioso do Rio de Janeiro-MIR/ ISER e UNESCO.www.unicrio.org.br (clicar biblioteca; e título).

OURIQUES, Evandro Vieira (2006). A New Epistemological Perspective for Solidarity and Sustainability in the Essentially Patriarchal and Emblematic Crisis of Western Mindset. Pelican Consulting. Washington.http://www.pelican-consulting.com/solisustv02n06.html

_________________________(2007). A Construção de Estados Mentais. Entrevista a Marcus Tavares. 24/07/2007. http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=428JDB007

________________________(2007). A Mídia só é Livre quando a Mente é Livre. 2007.http://forumdemidialivre.blogspot.com/2008/06/mdia-s-livre-quando-m...
_______________________(2006). Comunicação, Espiritualidade e Negócios: o restabelecimento estratégico da confiança como a base sistêmica do desenvolvimento socioambiental. Anais do III Congresso de Excelência em Sistemas de Gestão. LATEC/UFF. 2006.

________________________(2008). Comunicação com o cidadão: qual o rumo a seguir? O rumo é a mudança de atitude mental. In Banco do Brasil. O futuro da Comunicação. XII Seminário de Comunicação. Brasília, 2008. pp. 85-93. http://www.bb.com.br/docs/pub/inst/dwn/12SeminarioComunicBB.pdf

________________________(2006). Comunicação, Educação e Cidadania: quando Diversidade e Vinculação Social são apenas Um. In: Saúde e Educação para a Cidadania. Revista da Decania do Centro de Ciências da Saúde/UFRJ. Ano 1, no. 02, Março de 2006. UFRJ. Rio de Janeiro. pp. 33-36www.ccsdecania.ufrj.br/extensao/edicao02.pdf

________________________(2007). Desobediência Civil Mental e Mídia: a ação política quando o mundo é construção mental. Anais do 10º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo. Goiânia, Goiás. ISSN: 1981-5859. http://www.fnpj.org.br/grupos.php?det=201

________________________(2006). O valor estratégico da não-violência para o vigor da comunicação. Anais do Congresso da INTERCOM, 2006. http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2006/resumos/R1911-1.pdf

________________________(2009). Política, Espiritualidade e Dádiva: A urgência de refazer o pensamento e a ação social. Revista Comunicações ISER, nº 63. Edição Especial- MIR: Memórias, Ações e Perspectivas do Movimento Inter-Religioso do Rio de Janeiro. Instituto de Estudos da Religião-ISER. Rio de Janeiro. pp 144-160.http://www.iser.org.br/arquivos/comunicacoes_do_iser_63.pdf

________________________(2010). O Conceito Envolvimento e o Caráter Político das Práticas Linguísticas. in Práticas socioculturais e discurso: debates transdisciplinares. Núcleo de Estudos de Linguagem e Sociedade da UnB e Labcom, Universidade de Leiria, Portugal. No prelo.

________________________(2010). O Silêncio Ativo da Escuta como Possibilidade de Resistência e Inovação através do Diálogo. Anuário 2010 da Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos, Lisboa, Portugal. No prelo.

________________________(2004). Sobre a ação desinteressada em Gandhi e a ética na midia.http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=291ASP021
________________________(2010). Sustentabilidade, Democracia e Sinceridade: ideias gêmeas, no útero da Mente Sustentável. Revista Fórum de Direito Urbano e Ambiental-FDUA, São Paulo, ano 9, nº 49. Janeiro-Fevereiro de 2010. ISSN 1676-6962
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