terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Descoberta a favor da justiça

Cientistas descobrem forma de calcular matematicamente impressões digitais

SINDYA N. BHANOO
DO "THE NEW YORK TIMES"


Pesquisadores descobriram uma forma de calcular matematicamente a singularidade de uma impressão digital.

Embora as impressões digitais sejam únicas a cada indivíduo, impressões de cenas de crime são, geralmente, padrões incompletos obtidos em maçanetas ou pedaços de vidro.

Conhecer a singularidade de uma impressão parcial pode ser útil a cientistas forenses que tentam determinar o valor de uma impressão digital como evidência, explicou Sargur Srihari, um cientista de computação da Universidade de Buffalo (EUA) que está conduzindo a pesquisa.

SXC
Sistema que analisa pontos de uma impressão pode substituir método intuitivo usado por peritos criminais
Sistema que analisa pontos de uma impressão pode substituir método intuitivo usado por peritos criminais
A singularidade já é usada como ferramenta de avaliação. "Imagine um caso simples, onde um crime foi cometido por alguém com dois metros de altura'', disse Srihari. "Essa é uma estatura bastante rara; assim, essa característica se torna uma valiosa evidência para ajudar a identificar o suspeito."

Outro exemplo é o DNA. Analistas forenses podem determinar o grau de singularidade de um padrão específico de DNA, e depois escolher usar essa informação para identificar possíveis culpados.

Srihari e o estudante universitário Chang Su dizem ter feito o mesmo para as impressões digitais.

"É puramente matemático", afirmou Srihari. "Estamos simplesmente dizendo: 'Acabamos de achar algo que é incomum, e isso se torna uma importante evidência'."

Para fazer a pesquisa, os cientistas definiram as impressões digitais como uma série de pontos, compostos pelas pontas e bifurcações dos sulcos. E usaram um banco de dados de 4.000 impressões digitais, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA, e criaram um sistema de computação que consegue ler padrões de impressões.

Com base nos pontos de uma impressão, o sistema pode determinar matematicamente sua singularidade. Atualmente, os cientistas forenses tomam essa decisão sem o apoio da tecnologia.

"Podem ser encontradas centenas de impressões numa cena de crime, e hoje a análise é feita intuitivamente por peritos humanos", disse Srihari. "Mas nós podemos calcular isso".

A pesquisa foi apresentada na semana passada em Vancouver, na Columbia Britânica, durante a conferência anual de Sistemas de Processamento de Informações Neurais.

Original na Folha.com http://goo.gl/46JDb 

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