Raios Cósmicos são partículas extremamente penetrantes, dotadas de alta energia, que se deslocam a velocidades próximas a da luz no espaço sideral. Portanto, “raios” cósmicos não são raios, mas partículas de átomos. Essas partículas ao penetrarem na Terra, colidirem com os núcleos dos átomos da atmosfera, cerca de 10 mil metros acima da superfície do planeta, e dão origem a outras partículas, formando uma “chuva” de partículas com menos energia, os chamados “raios” cósmicos secundários. O número de partículas que chegam ao nível do mar, em média, é de uma partícula por segundo em cada centímetro quadrado. “Os raios cósmicos galácticos são formados por partículas altamente ionizadas e podem prejudicar seriamente os tecidos”, afirma Cary Zeitlin, especialista em radiação do Lawrence Berkeley National Laboratory, em Berkeley, Califórnia. “No entanto, o fluxo dessas partículas é muito baixo.” Mesmo um evento de partículas solares intenso produz muito poucas partículas tão perigosas. Uma partícula isolada, gerada por um evento solar típico, produz danos muito menores que um íon pesado gerado por raios cósmicos. Mas, além dessas partículas, o Sol produz outras.
Os raios cósmicos secundários são inofensivos à vida na Terra, mas os raios cósmicos primários são perigosos para os astronautas no espaço.
A Terra nos protege da maior parte da radiação que preenche o Universo. O campo magnético terrestre expulsa ou aprisiona partículas nocivas de alta energia emitidas pelo Sol. As partículas aprisionadas espiralam indefinidamente entre os polos norte e sul magnéticos, formando os cinturões de radiação de Van Allen. A atmosfera da Terra espalha e absorve os raios cósmicos – protegendo ainda mais a vida.
No espaço existem duas fontes principais de radiação. A primeira, e mais óbvia, é o Sol. Na dinâmica solar, há períodos em que o astro se mostra relativamente “calmo” e outros em que se comporta como um monstro furioso, alternando esses dois comportamentos em ciclos de aproximadamente 11 anos. No máximo do ciclo, surgem manchas solares por toda a superfície solar. Flares e emissão de massa coronal (CME, na sigla em inglês) ocorrem com freqüência, lançando no espaço nuvens de bilhões de toneladas de material altamente energético.
Um flare ocorre quando a energia magnética contida no Sol se acumula – formando um pico próximo da superfície -, explode e desencadeia a liberação repentina de partículas de alta energia pelo espaço afora.
As CMEs ocorrem quando as linhas do campo magnético se rompem. Uma grande CME pode lançar bilhões de toneladas de partículas carregadas e de gás quente para o espaço a centenas de milhares de quilômetros por hora.
Durante os dois tipos de eventos, as partículas mais energéticas atingem a Terra em poucos minutos. Em períodos em que a atividade solar está no máximo, vários flares e CMEs entram em erupção diariamente. Mas mesmo períodos de baixa atividade não garantem segurança total para os astronautas. A atividade solar, embora baixa em alguns momentos, nunca cessa.
A segunda, e mais previsível, fonte de radiação do espaço são os raios cósmicos galácticos. Supostamente produzidos durante explosões de supernovas, essas partículas bombardeiam o Sistema Solar vindas de todas as direções. A taxa do fluxo dessas partículas é baixa, mas elas viajam a altíssimas velocidades. Os raios cósmicos são constituídos de prótons, núcleos de elementos pesados de alta energia. Os núcleos que podem afetar significativamente as funções biológicas vão desde o hidrogênio até o ferro. Núcleos pesados – como o ferro – são os mais perigosos.
Original no endereço: http://goo.gl/yBRhH
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