quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Fábrica de chuvas

Floresta Amazônica "fabrica" chuva para regiões Sudeste e Sul do Brasil

O professor e pesquisador do INPE, Antônio Nobre, há muito decifrou como a umidade gerada pela Floresta Amazônica, vira chuva nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Ele até criou um gráfico mostrando como as nuvens sobre a mata eram empurradas até encontrar a Cordilheira dos Andres. Dali, se desviam na direção dos Estados mais populosos do Brasil.

Como exatamente isto acontecia foi detalhado por uma equipe internacional de cientistas em um artigo na revista The Nature. O estudo comprovou que a floresta envia para o ar migalhas microscópicas de matéria orgânica. Estas sobem da mata para a atmosfera e agem como "sementes" de nuvens na região.

"Pela primeira vez foi medida em detalhes a composição e a distribuição de tamanho dessas partículas", explica o físico Paulo Artaxo, da USP, coautor do trabalho ao lado de colegas do Brasil e de instituições do exterior.

Os dados foram obtidos na Reserva Biológica do Cuieiras, mantida pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) pouco mais de 50 km ao norte de Manaus, segundo divulgado pelo jornal Folha de São Paulo.

Dependendo do tipo e da quantidade das partículas, as nuvens atingem um tamanho crítico, e a chuva então despenca. Artaxo e companhia verificaram que, na estação chuvosa da Amazônia, aerossóis produzidos pela própria mata predominam, numa faixa que vai de 90% a 80% do total das partículas.

As maiores são pedaços de folhas ou esporos de fungos; as menores, e aparentemente entre as mais importantes, são moléculas emitidas pelas árvores que se transformam quimicamente em contato com o ar. "Essas últimas são chaves na formação de nuvens rasas", diz Artaxo.

Original: http://goo.gl/vxEV0

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