sexta-feira, 27 de março de 2009

Amit Goswami


Amit Goswami é um físico nuclear indiano que tem buscado - por meios acadêmicos - traçar uma ponte entre a ciência (mais especificamente a física quântica) e a espiritualidade. É PHD em física quântica e professor titular de física da Universidade de Oregon. Já foi rotulado de místico, pela comunidade científica, e acabou acalmando os críticos através de várias publicações técnicas a respeito de suas idéias. No seu livro O universo autoconsciente - publicado no Brasil - ele procura demonstrar que o Universo é matematicamente inconsistente sem a existência de um conjunto superior - no caso, Deus. E diz que, se esses estudos se desenvolverem, logo no início do terceiro milênio Deus será objeto de ciência, e não mais de religião.
Sua clássica entrevista no programa Roda vida (que pode ser lida na íntegra aqui) é de deixar qualquer fã de esoterismo babando, e qualquer cético abalado em seus fundamentos. Em um trecho ele narra alguma experiências que mostram a possibilidade de comunicação direta entre mentes, monitoradas por cientistas, de pessoas que costuma meditar juntas. Em outro mostra o poder da mente influindo na matéria, que é algo que a física quântica já leva em conta em suas "teorias malucas". Vamos ao trecho:
"Considere o caso de geradores de números aleatórios. Eles são realmente aparelhos quânticos, pois eles pegam eventos radiativos, que são aleatórios, e os convertem em seqüências de números, seqüências de zeros e uns. Em uma longa cadeia, deve haver número igual de zeros e uns (é o que se espera da sequência aleatória). O físico Helmut Schmidt tenta há quase 20 anos fazer com que médiuns influenciem os geradores de números aleatórios para gerarem sequências não-aleatórias, mais zeros que uns. E ao longo dos anos ele conseguiu boas evidências de que, até certo ponto, os médiuns conseguem fazer isso. Um resultado com um grande desvio. Recentemente, em um trabalho publicado em 1993, Schmidt retratou uma modificação revolucionária desses dados. Os dados do gerador de números aleatório (a sequência numérica), é armazenada num computador. Ela é impressa, mas ninguém olha. Os dados impressos são fechados num envelope e enviados para um observador independente. Três meses depois, o observador, sem abrir o envelope, escolhe o que quer ver, mais zeros ou mais uns. Tudo segue um critério. Então ele liga para o pesquisador, o pesquisador diz ao médium para olhar os dados, e pede a ele para mudar os resultados, influenciá-los, se puder. E o médium tenta produzir mais zeros, se esse for o desejo do observador. E então, o observador abre o envelope e verifica se o médium conseguiu. E a incrível conclusão é (é um resultado sério, não é fácil contestá-lo) que o médium, em 4 de cada 5 tentativas, consegue mudar os números aleatórios gerados pelo aparelho, mesmo após três meses. Este mito de que o pensamento causa o colapso de si mesmo, que o colapso é objetivo, sem que o observador consciente as veja, é apenas um mito. Nada acontece, tudo é uma possibilidade até que o observador consciente veja.
Mas, e se alguém tivesse visto os números antes? Numa experiência controlada, as pessoas intervieram. Elas viram - sem contar a ninguém - os dados, a impressão. Nesses casos, o médium não influenciou os dados. Está claro que a consciência exerce um efeito, exatamente como Bohr suspeitava, como Newman suspeitava. Isso é revolucionário, é novo e pode mudar, como já discutimos, as dificuldades com valores que a sociedade vem enfrentando. Não vamos nos preocupar em como pode ser, mas vamos olhar os dados, olhar a teoria e perguntar: pode ser? Se pode, que oportunidade fantástica temos para integrar todos esses movimentos díspares de consciência que nos separaram por tanto tempo."

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