:: Maria Aparecida Diniz Bressani :: *
Toda questão tem em si embutida a sua resposta. Depressão é a vivência da dor profunda, da angústia, da sensação de “falta”, da pressão de uma culpa “não sei do quê”, da vontade de desistir de tudo, inclusive da vida... e por aí continua mais uma série de sintomas que nos fazem compreender que a pessoa está com Depressão. A Depressão é como se fosse um ser que entra em sua casa pela porta dos fundos, sem ser convidado – na verdade é um intruso – e que lhe causa bastante incômodo e grande transtorno. Este ser – a Depressão – vai se instalando aos poucos, gradativamente. Sem que seja percebida claramente torna-se uma figura predominante e forte a ponto de “mandar” na rotina da casa, ou seja, determina a forma como a pessoa acometida por este mal vê a vida e, conseqüentemente, o seu comportamento. Ela não permite que a pessoa perceba seu real valor e importância, levando-a, cada vez mais, a excluir-se da própria vida e das relações interpessoais. Sente-se um “peso morto”. Quando começa a superar a doença, ao se dar conta de um recurso fundamental que tem dentro de si, para contribuir na qualidade de sua própria vida e na qualidade de vida dos outros ao seu redor, pouco a pouco percebe que faz diferença e tem a sua importância na vida das pessoas. Este recurso é o Amor. E o “estilo de vida” de quem vive a Depressão é marcado significativamente pela falta de Amor. O Amor é o grande antídoto e o grande solvente deste mal da alma. Esta é a resposta embutida dentro da questão da Depressão. Olhando pelo ângulo psicológico, a Depressão é “o” sintoma da falta de Amor. Todos os outros sentimentos e sensações são decorrentes desta sensação de absoluta falta de Amor na própria vida. A falta de Amor na vida torna-a estéril, insípida e sem significado. É preciso recuperar o sentido da própria existência. Todos temos uma importância do porque existir. Todos nós ocupamos um lugar no mundo e na vida das outras pessoas. Para Jung a consciência é “unilateral”, ou seja, ao desenvolver a consciência de Eu este EU olha a si mesmo, a vida, o mundo e as outras pessoas por um único ângulo, compreendido como verdadeiro e certo. Por isto dentro da psicologia dizemos que “cada caso é um caso”. E é justamente por ser esta visão unilateral, que na verdade torna parcial e limitada a forma de se relacionar com a vida. A teoria da Inteligência Emocional nos fala que quanto mais opções de escolha e capacidade de suportar frustrações uma pessoa tem, mais ela é feliz. A pessoa em Depressão se vê sem opções e se sente absolutamente magoada pelas frustrações impingidas pela vida; por isto sente-se cronicamente infeliz. Se você olhar para a Depressão não apenas como aquele intruso que veio perturbar a paz da sua vida, mas sim como alguém que ao desequilibrar e tumultuar sua vida é, na verdade, o agente que veio possibilitar a transformação da forma limitada e parcial que você vivia até então sua vida... Verá então, a dor a serviço do bem! Como bem o sabemos, a vida é a possibilidade de nos desenvolver e nos melhorar enquanto seres humanos que somos; e para isto, existem dois caminhos: pela Dor e pelo Amor. Se a Depressão é a profunda sensação da falta de Amor significa que, então, “escolheu-se” o caminho da Dor para o desenvolvimento da alma enquanto ser humano. Eu acredito que nenhum sofrimento é gratuito, portanto, o sofrimento que a Depressão impõe ao indivíduo, para mim, é uma forma de “mostrar” para si mesmo que tem algo de errado em sua vida, com suas crenças e nas suas verdades estabelecidas. Por isto acredito que Depressão não é simplesmente para ser “sofrida”, mas, sim, para que seja usada como “oportunidade” para se rever suas crenças e verdades. E justamente porque acredito que “escolhemos” os nossos caminhos de vida para o crescimento e o desenvolvimento da nossa consciência enquanto ser humano, que acredito que podemos virar à direita ou à esquerda nos caminhos da vida a qualquer momento que queiramos. Portanto, o primeiro passo para sair da Depressão ou de qualquer situação insatisfatória que se vive é QUERER. Querer de coração, querer com todo o seu ser, querer com todo o Amor que está lá bem no fundo do seu ser. Apostar que é possível, mesmo que você se sinta neste momento dentro de um túnel escuro, numa curva onde não esteja vendo a saída e nem tenha certeza que está indo na direção correta; não faz mal, o que importa é alimentar seu querer com a fé e a certeza de que existe uma saída, porque Depressão tem cura.
*Maria Aparecida Diniz Bressani é psicóloga e psicoterapeuta Junguiana, especializada em atendimento individual de jovens e adultos, em seu consultório em São Paulo.Email: mariahbressani@yahoo.com.br
Toda questão tem em si embutida a sua resposta. Depressão é a vivência da dor profunda, da angústia, da sensação de “falta”, da pressão de uma culpa “não sei do quê”, da vontade de desistir de tudo, inclusive da vida... e por aí continua mais uma série de sintomas que nos fazem compreender que a pessoa está com Depressão. A Depressão é como se fosse um ser que entra em sua casa pela porta dos fundos, sem ser convidado – na verdade é um intruso – e que lhe causa bastante incômodo e grande transtorno. Este ser – a Depressão – vai se instalando aos poucos, gradativamente. Sem que seja percebida claramente torna-se uma figura predominante e forte a ponto de “mandar” na rotina da casa, ou seja, determina a forma como a pessoa acometida por este mal vê a vida e, conseqüentemente, o seu comportamento. Ela não permite que a pessoa perceba seu real valor e importância, levando-a, cada vez mais, a excluir-se da própria vida e das relações interpessoais. Sente-se um “peso morto”. Quando começa a superar a doença, ao se dar conta de um recurso fundamental que tem dentro de si, para contribuir na qualidade de sua própria vida e na qualidade de vida dos outros ao seu redor, pouco a pouco percebe que faz diferença e tem a sua importância na vida das pessoas. Este recurso é o Amor. E o “estilo de vida” de quem vive a Depressão é marcado significativamente pela falta de Amor. O Amor é o grande antídoto e o grande solvente deste mal da alma. Esta é a resposta embutida dentro da questão da Depressão. Olhando pelo ângulo psicológico, a Depressão é “o” sintoma da falta de Amor. Todos os outros sentimentos e sensações são decorrentes desta sensação de absoluta falta de Amor na própria vida. A falta de Amor na vida torna-a estéril, insípida e sem significado. É preciso recuperar o sentido da própria existência. Todos temos uma importância do porque existir. Todos nós ocupamos um lugar no mundo e na vida das outras pessoas. Para Jung a consciência é “unilateral”, ou seja, ao desenvolver a consciência de Eu este EU olha a si mesmo, a vida, o mundo e as outras pessoas por um único ângulo, compreendido como verdadeiro e certo. Por isto dentro da psicologia dizemos que “cada caso é um caso”. E é justamente por ser esta visão unilateral, que na verdade torna parcial e limitada a forma de se relacionar com a vida. A teoria da Inteligência Emocional nos fala que quanto mais opções de escolha e capacidade de suportar frustrações uma pessoa tem, mais ela é feliz. A pessoa em Depressão se vê sem opções e se sente absolutamente magoada pelas frustrações impingidas pela vida; por isto sente-se cronicamente infeliz. Se você olhar para a Depressão não apenas como aquele intruso que veio perturbar a paz da sua vida, mas sim como alguém que ao desequilibrar e tumultuar sua vida é, na verdade, o agente que veio possibilitar a transformação da forma limitada e parcial que você vivia até então sua vida... Verá então, a dor a serviço do bem! Como bem o sabemos, a vida é a possibilidade de nos desenvolver e nos melhorar enquanto seres humanos que somos; e para isto, existem dois caminhos: pela Dor e pelo Amor. Se a Depressão é a profunda sensação da falta de Amor significa que, então, “escolheu-se” o caminho da Dor para o desenvolvimento da alma enquanto ser humano. Eu acredito que nenhum sofrimento é gratuito, portanto, o sofrimento que a Depressão impõe ao indivíduo, para mim, é uma forma de “mostrar” para si mesmo que tem algo de errado em sua vida, com suas crenças e nas suas verdades estabelecidas. Por isto acredito que Depressão não é simplesmente para ser “sofrida”, mas, sim, para que seja usada como “oportunidade” para se rever suas crenças e verdades. E justamente porque acredito que “escolhemos” os nossos caminhos de vida para o crescimento e o desenvolvimento da nossa consciência enquanto ser humano, que acredito que podemos virar à direita ou à esquerda nos caminhos da vida a qualquer momento que queiramos. Portanto, o primeiro passo para sair da Depressão ou de qualquer situação insatisfatória que se vive é QUERER. Querer de coração, querer com todo o seu ser, querer com todo o Amor que está lá bem no fundo do seu ser. Apostar que é possível, mesmo que você se sinta neste momento dentro de um túnel escuro, numa curva onde não esteja vendo a saída e nem tenha certeza que está indo na direção correta; não faz mal, o que importa é alimentar seu querer com a fé e a certeza de que existe uma saída, porque Depressão tem cura.
*Maria Aparecida Diniz Bressani é psicóloga e psicoterapeuta Junguiana, especializada em atendimento individual de jovens e adultos, em seu consultório em São Paulo.Email: mariahbressani@yahoo.com.br
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