terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Ciência da mente: paradigmas e mudanças


Os campos que buscam compreender nossa mente e comportamento, se vêem imersos num empreendimento científico arrojado e possuem particularidades em relação a outros âmbitos da ciência. A mente humana, tão variável e maleável, complica imensamente a busca de princípios gerais da natureza humana.
O filósofo Thomas Kuhn argumentou que as teorias científicas modernas não são mais verdadeiras do que as teorias que elas desbancam, apenas diferentes. As teorias sobre a natureza humana, nunca morrem. É comum que velhas idéias sejam simplesmente recicladas ou reformuladas. A metafísica*, por exemplo, é um paradigma que ainda persiste e causa mal-estar paara a filosofia moderna.
Como explica o filósofo da Universidade Federal de São Carlos João de Fernandes Teixeira, é ingenuidade positivista achar que a metafísica pode ser sepultada. “Fernando Pessoa disse que a metafísica é produto do mal-estar. Creio que a metafísica é algo pior: ela nos causa mal-estar. E que não é possível, para nós, livrarmos definitivamente desse mal-estar. De tempos em tempos ele reaparece” complementa o filósofo.
Embates Científicos
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Mas as revoluções científicas e os embates entre paradigmas são importantes para a ciências da mente. De acordo com o jornalista americano John Horgan, a belicosidade da ciência da mente a distingue de outros campos. Os estudiosos com freqüência se mostram mais empolgados não quando anunciam seus paradigmas favoritos, mas quando acabam com o paradigma alheio.
“Quando se trata de teorias sobre a natureza humana, os padrões das provas devem ser inversos aos que se aceitam nos tribunais. As teorias devem ser consideradas culpadas – ou seja, incorretas ou dúbias – até que sua correção seja estabelecida além de uma dúvida razoável”, complementa Horgan. A ânsia por verdades absolutas na ciência pode ter conseqüências perigosas. Um pouco de ceticismo e cautela quanto aos produtos da ciência é fundamental.
O filósofo Karl Popper tomou essa atitude e usou o critério da falseabilidade para demarcar a ciência. Nunca podemos provar que nossas teorias são verdadeiras, argumentou Popper. Só podemos refutar teorias, provar que são falsas. Portanto, todo conhecimento é experimental, provisório.
Sobre essa questão, Horgan afirma que ceticismo de menos nos deixa à mercê de charlatões vendedores de panacéias científicas. Ceticismo demais pode levar a um pós-modernismo radical que nega a possibilidade de chegar não só ao conhecimento completo de nós mesmos mas também a qualquer conhecimento. Mas a dose certa de ceticismo combinada a dose certa de otimismo, pode nos proteger da avidez por respostas enquanto nos mantém receptivos o bastante para reconhecer a verdade se e quando ela chegar.
Texto de Rafaela Sandrini
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*A Metafísica é uma das principais obras de Aristóteles e o primeiro grande trabalho sobre a própria metafísica. O objeto de investigação da Metafísica não é qualquer ser, mas do ser enquanto ser. Examina o que pode ser afirmado sobre qualquer coisa que existe por causa de sua existência e não por causa de alguma qualidade especial que se tenha. Também aborda os diferentes tipos de causas, forma e matéria, a existência dos objetos matemáticos e Deus.
O título Metafísica resultou da ordenação dos livros após aos da Física, de acordo com a disposição dada por
Andrônico de Rodes, no primeiro século a.C. O tratado é composto de 14 livros.
Na metafísica,
Aristóteles definiu as quatro causas, explicada aqui em termos gerais:
Causa formal - É a forma ou essência das coisas.
Causa material - É a matéria de que é feita uma coisa.
Causa eficiente - É a origem das coisas.
Causa final - É a razão de algo existir.

FONTE: WIKIPÉDIA

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