Um dia com o mínimo possível de água: você conseguiria?
O balde cheio d'água dançava em minhas mãos. Levantei com dificuldade e despejei uma boa parte sobre a cabeça. Dever cumprido, um banho digno. E ainda restava um fiozinho de água para terminar o dia.
O sacrifício de tomar banho a baldes de água fria foi movido por um desafio: passar um dia completo com apenas 20 litros de água.
A quantidade, definida por normas internacionais da Organização Mundial de Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), é o mínimo de que o ser humano precisa para preservar seu bem-estar físico e dignidade referente à higiene pessoal. Na prática, porém, a história é outra.
Enquanto eu controlava um dos últimos baldes da minha cota diária, um norte-americano acionava mais uma vez o botão da descarga, em seu apartamento em Manhattan. Ao final do dia, ele terá gasto 50 litros gastos só com descarga - dois dias e meio do meu desafio indo ralo abaixo!
O gasto do cidadão norte-americano médio é de incríveis 575 litros de água por dia, segundo informa o Relatório de Desenvolvimento Humano, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), de 2006, que trata da escassez de água. A média européia fica entre 200 e 300 litros e, aqui no Brasil, gastamos, em média, 180 litros.
A situação na África Subsariana, claro, é bem diferente. Em Moçambique, a população tem acesso a menos de 10 litros diariamente. No Quênia, as pessoas precisam andar quilômetros para conseguir de 12 a 14 litros ao dia. Em época de seca, quando os rios encolhem, esse número cai bastante.
A falta de água é problema sério em um planeta sedento e desigual. Ao fim do dia do meu desafio, 4.900 crianças menores de 5 anos morreram de diarreia no Quênia. A doença, segunda maior assassina de crianças em todo mundo, tira a vida de 112 bebês quenianos a cada mil que nascem.
A relação acesso à água e doenças é bastante clara. "Com o aumento da oferta de água no Nordeste brasileiro, a mortalidade infantil caiu drasticamente na região", confirmou o coordenador de Ciências Naturais da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco/Brasil), Celso Schenkel. Segundo ele, 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo ainda não contam com o fornecimento de água potável e estão sujeitas a enfrentar doenças mortais ou viver sem a dignidade de um banho.
Pensei nisso ao enfrentar 24 horas com meros 20 litros de água. Separei minha cota em um engradado, para ter o controle exato. Reservei em uma garrafa pet dois litros exclusivos para minha hidratação e fui à luta.
O sacrifício de tomar banho a baldes de água fria foi movido por um desafio: passar um dia completo com apenas 20 litros de água.
A quantidade, definida por normas internacionais da Organização Mundial de Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), é o mínimo de que o ser humano precisa para preservar seu bem-estar físico e dignidade referente à higiene pessoal. Na prática, porém, a história é outra.
Enquanto eu controlava um dos últimos baldes da minha cota diária, um norte-americano acionava mais uma vez o botão da descarga, em seu apartamento em Manhattan. Ao final do dia, ele terá gasto 50 litros gastos só com descarga - dois dias e meio do meu desafio indo ralo abaixo!
O gasto do cidadão norte-americano médio é de incríveis 575 litros de água por dia, segundo informa o Relatório de Desenvolvimento Humano, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), de 2006, que trata da escassez de água. A média européia fica entre 200 e 300 litros e, aqui no Brasil, gastamos, em média, 180 litros.
A situação na África Subsariana, claro, é bem diferente. Em Moçambique, a população tem acesso a menos de 10 litros diariamente. No Quênia, as pessoas precisam andar quilômetros para conseguir de 12 a 14 litros ao dia. Em época de seca, quando os rios encolhem, esse número cai bastante.
A falta de água é problema sério em um planeta sedento e desigual. Ao fim do dia do meu desafio, 4.900 crianças menores de 5 anos morreram de diarreia no Quênia. A doença, segunda maior assassina de crianças em todo mundo, tira a vida de 112 bebês quenianos a cada mil que nascem.
A relação acesso à água e doenças é bastante clara. "Com o aumento da oferta de água no Nordeste brasileiro, a mortalidade infantil caiu drasticamente na região", confirmou o coordenador de Ciências Naturais da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco/Brasil), Celso Schenkel. Segundo ele, 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo ainda não contam com o fornecimento de água potável e estão sujeitas a enfrentar doenças mortais ou viver sem a dignidade de um banho.
Pensei nisso ao enfrentar 24 horas com meros 20 litros de água. Separei minha cota em um engradado, para ter o controle exato. Reservei em uma garrafa pet dois litros exclusivos para minha hidratação e fui à luta.
(Fonte: Murilo Alves Pereira/ UOL Notícias)
Fonte: Ambiente Brasil, Brasília, DF - 08 01 2009
Site: www.ambientebrasil.com.br
Fonte: Ambiente Brasil, Brasília, DF - 08 01 2009
Site: www.ambientebrasil.com.br
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