quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A vida é um presente


Escrito por REGINA BRETT, 90 ANOS, CLEVELAND, OHIO
Para celebrar o envelhecer, uma vez eu escrevi 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais requisitada que eu já escrevi. Meu taxímetro chegou aos 90 em Agosto, então aqui está a coluna mais uma vez:

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.
3. A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.
4. Seu trabalho não vai cuidar de você quando você adoecer. Seus amigos e seus pais vão. Mantenha contato.
5. Pague suas faturas de cartão de crédito todo mês.
6. Você não tem que vencer todo argumento. Concorde para discordar.
7. Chore com alguém. É mais curador do que chorar sozinho.
8. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele aguenta.
9. Poupe para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão.
11. Sele a paz com seu passado para que ele não estrague seu presente.
12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia do que se trata a jornada deles.
14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, você não deveria estar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.
16. Respire bem fundo. Isso acalma a mente.
17. Se desfaça de tudo que não é útil, bonito e prazeroso.
18. O que não te mata, realmente te torna mais forte.
19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só depende de você e mais ninguém.
20. Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite não como resposta.
21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use a lingerie elegante. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Prepare-se bastante, depois deixe-se levar pela maré.
23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém é responsável pela sua felicidade além de você.
26. Encare cada "chamado" desastre com essas palavras: Em cinco anos, vai importar?
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todos.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.
31. Independentemente se a situação é boa ou ruim, irá mudar.
32. Não se leve tão à sério. Ninguém mais leva...
33. Acredite em milagres.
34. Deus te ama por causa de quem Deus é, não pelo o que vc fez ou deixou de fazer.
35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.
36. Envelhecer é melhor do que a alternativa: morrer jovem.
37. Seus filhos só têm uma infância.
38. Tudo o que realmente importa no final é que você amou.
39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos jogássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como você se sinta, levante-se, vista-se e apareça.
44. Produza.
45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente."

terça-feira, 29 de setembro de 2009

30 dicas para escrever bem

TEXTO DO PROF. JOÃO PEDRO (UNICAMP)
1. Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc.
2. É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico.
3. Anule aliterações altamente abusivas.
4. não esqueça as maiúsculas no início das frases.
5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.
6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou??... então
9. Palavras de baixo calão, porra, podem transformar o seu texto numa merda.
10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.
11. Evite repetir a mesma palavra pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os outros não tem idéias próprias".
13. Frases incompletas podem causar
14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes.
15. Seja mais ou menos específico.
16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!
17. A voz passiva deve ser evitada.
18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação
19. Quem precisa de perguntas retóricas?
20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.
21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.
22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-Ias-ei!"
23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
24. Não abuse das exclamações! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!!!
25. Evite frases exageradamente longas pois estas dificultam a compreensão da idéia nelas contida e, por conterem mais que uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor a separá-Ia nos seus diversos componentes de forma a torná-Ias compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza.
27. Seja incisivo e coerente, ou não.
28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando desta maneira irritante.
29. Outra barbaridade que tu deves evitar tchê, é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras, !... nada de mandar esse trem... vixi... entendeu bichinho?
30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá agüentar já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.
Recebido tal qual por e-mail.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Reflexão sobre a vida



Não basta apenas existir. Há que viver!
Não basta apenas viver. Há que ser!
Não basta apenas ser. Há que transparecer!
Não basta apenas transparecer, há que servir!
E só em então, partir
Saciado de dias e de noites, de luzes e de sombras
De amores, tremores e louvores!
Em paz como um avô sorridente, descascando
Uma laranja para o seu netinho
Confiante como uma criança inocente
Se jogando nos braços de sua mãe
E longa e paradoxal a caminhada de retorno a morada

Da essência, de onde jamais partimos.
Roberto Crema

domingo, 27 de setembro de 2009

Apocalipse motorizado

A TIRANIA DO AUTOMÓVEL EM UM PLANETA POLUÍDO *
Comparação entre 60 cidades conclui: menos carros, menos problemas “Quem escolhe investir em novas pistas de rodagem incentiva não só o uso do carro, mas uma ocupação da cidade baseada no círculo vicioso de congestionamento, poluição e stress”.
A afirmação foi feita pelo especialista em cidades sustentáveis Jeffrey Kenworthy durante seu simpósio na 15ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, dia 25, em São Paulo.
O australiano Kenworthy é professor-convidado da Universidade de Frankfurt, na Alemanha, e há décadas vem alertando para os riscos do aumento descontrolado das frotas de carros em circução nas cidades, como ocorre no Brasil.
Em um de seus livros, “Sustainability and Cities: Overcoming Automobile Dependence” (Sustentabilidade e Cidades: Superando a Dependência do Automóvel, de 1999), Kenworthy compara dados sobre o trânsito e a qualidade de vida em 60 cidades do mundo. O resultado dessa comparação confirma uma ideia que parece óbvia: uma cidade se torna pior para seus moradores quanto mais carros houver nas ruas.
Segundo Kenworthy, as cidades com mais quilômetros de trilhos (sejam eles de metô, trem urbano ou veículos leves) oferecem não apenas transporte mais rápido, seguro e confortável. Elas são também as que menos desperdiçam recursos – o que vai de combustíveis a investimentos diretos do setor público, passando por horas trabalhadas e atração de novos negócios.As cidades que pouco ou nada investem em trilhos, por outro lado, costumam ser aquelas em que as pessoas vivem pior e onde os governos arcam com mais gastos diretos.
Além da despesa constante na manutenção das vias (do recapeamento à sinalização) há custos maiores com a saúde pública e o sistema judiciário: acidentes, atropelamentos e até brigas de trânsito que poderiam ser evitados deixam tanto os hospitais quanto os tribunais lotados.
Além disso, as taxas de emissões de poluentes são sempre maiores onde há mais carros levando pessoas para o trabalho.Em São Paulo, há 24 mortes no trânsito para cada grupo de 100.000 habitantes.
A taxa supera a de homicídios no Brasil, uma das mais altas do mundo. Jeffrey Kenworthy entende que São Paulo está entre as cidades com os mais graves problemas de mobilidade. Mas não entende por que a prefeitura e o governo do Estado insistem em construir mais vias para a circulação de carros, como a obra que dará seis novas pistas à caótica Marginal do Tietê.“As cidades têm uma dinâmica influenciada pelo próprio meio de transporte. Quanto mais avenidas, mais carros. E maior a distância entre as pessoas”. Ele afirma que as soluções radicais são possíveis. E dá alguns exemplos: “Em Nuremberg, quando a administração pública restringiu o uso do carro, 71% do trânsito desapareceu. Em Perth, 55% dos atuais usuários de trens urbanos são pessoas que andavam de carro – e simplesmente os abandonaram”, afirma. Segundo ele, ao deixar seus carros as pessoas circulam mais a pé, o que é bom para a economia da cidade pois fortalece o comércio local, baseado em pequenos estabelecimentos.
Sem carro, as pessoas tendem a reduzir seus deslocamentos, preferindo concentrar trabalho e lazer perto de onde moram. “Em Portland, Oregon, nos EUA, o uso misto foi expulsando os carros das ruas. As pessoas pediam mais espaço para andar a pé e de bicicleta. A solução foi deixar apenas uma linha de bonde no meio das ruas, ampliando as calçadas e criando ciclovias”. Não parece tão difícil seguir exemplos assim.
(Celso Masson)
Original em:

sábado, 26 de setembro de 2009

Punição do pichador

Educador comenta episódio em que professora puniu adolescente pichador
Professor e pai de seis filhos, Régis Gonzaga propõe um novo olhar sobre a paternidade

O episódio em que a professora Maria Denise Bandeira fez um aluno retocar a pintura de nove salas de aula como punição por ter pichado o apelido em uma delas, revelado por ZH e zerohora.com, foi tema ontem do programa Polêmica, na Rádio Gaúcha. Embora tenha despertado críticas dos pais do adolescente de 14 anos, a professora da Escola Estadual de Ensino Médio Barão de Lucena recebeu o apoio de 97% dos 2.278 participantes de enquete do programa.
Professor e pai de seis filhos, Régis Gonzaga foi um dos convidados a debater a questão no Polêmica e fez um contundente manifesto a favor da paternidade responsável.
ZH publica a opinião do educador abaixo:
A professora Maria Denise, que nada tem do que se envergonhar, declarou ter agido com raiva no episódio da pichação da escola em que trabalha, em Viamão. Essa mesma raiva tem de tomar conta de todos nós. Chega de passar a mão por cima de tudo. Chega de morar em uma cidade imunda, suja, em que todos os prédios estão pichados, e ninguém faz absolutamente nada. Está na hora de dar um basta, mas não o basta da professora tão somente, um basta de toda a sociedade.
Espero que essa pichação signifique a retomada de um novo debate. Que tipo de sociedade nós queremos para os nossos filhos? Que tipo de sociedade nós estamos deixando para os nossos netos? O nosso papel como educadores é dizer: “olha, chegou. Vai haver repercussão, algumas pessoas são contra.” Houve quem dissesse que a atitude da professora não educa. Essas pessoas deveriam conviver com jovens, como nós fazemos diariamente, e ver como alguns adolescentes que agem corretamente se queixam. Alguém tem de dar limites, alguém tem de dizer chega.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=capa_online

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Pandemia de lucro

Pandemia de lucro ameaçada pela medicinas tradicionais, homeopatia e fitoterapia
OMS alerta para risco de homeopatia para o tratamento de malária, tuberculose, Aids, influenza e diarreia infantil.
Típico caso comprovado de que a Bayer e demais corporações do setor farmacêutico funcionam, quando vêem ameaçados 5 % do seu mercado mundial de iatroquímicos. Quanto aos jovens médicos não me surpreendem, pois saem totalmente deformados dos seus cursos de medicina com o cientificismo hegemônico implantado pelas Bigs em 1910 através do Relatório Flexner. Quanto às comprovações dos medicamentos alopáticos (químicos sintéticos) omitem descaradamente o efeito placebo dos mesmos nos testes laboratoriais. Traduzindo: qualquer medicamento, incluindo a morfina, tem seu efeito placebo e representam até 50 % da sua eficácia, e isto é omitido no resultado dos testes de controle randomizados duplo-cegos, grosso modo, esta é a "sua comprovação cientifíca” dos seus fármacos sintéticos.
Aliás, não surpreende a submissão da OMS, ligada à ONU, também de quatro, para a superpotência hegemônica e seus satélites. Não sabem os jovens e a OMS esqueceu rapidamente das suas próprias recomendaçãoes do incentivo às práticas complemetares e integrativas em países empobrecidos, justamente pela comprovação científica de que estas práticas, entre as quais homeopatia, medicinas tradicionais e fitoterapia melhoram significativamente os indicadores de saude nestes países.
Mais um desserviço à humanidade depauperada pelo império do U$.
Original no endereço:

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sucesso

"Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.
Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência.
Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma.
A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo". E ela responde: "Eu também não, meu filho". Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar, tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.
Meu segundo conselho: Pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como Homem. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu.
Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: "seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito" É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito: É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.
Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma evolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e, caminhar sempre com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não use Hider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia! Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam.
Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios. O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta, enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho. Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão.
E isso se chama sucesso."
Nizan Guanaes
"TRABALHE EM ALGO QUE VOCÊ REALMENTE GOSTE, E VOCÊ NUNCA PRECISARÁ TRABALHAR NA VIDA"

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Primavera


Primavera traduz a potência de um novo ciclo. É a luz que dispersa a escuridão após o sono do inverno. Momento em que as coisas nascem e renascem.
A primavera traz o impulso da força, da inspiração, da iluminação, da clareza e da sabedoria.
A proposta é dançarmos para acessar essa força de vida, para expandir em nós esses princípios e poder unir-nos as forças cósmicas desse período. E assim, nos permitir perceber o mundo com outros olhos, acessar nossa criatividade, tornar-nos mais otimistas, apaixonados, mais determinados.
Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado.
As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura.
Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos!
Recebi, tal qual pelo e-mail sem a indicação da autoria.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Abençoada seja, a paixão de ensinar


NEI ALBERTO PIES *
"Conte-me, e eu vou esquecer. Mostre-me, e eu vou
lembrar. Envolva-me, e eu vou entender." Confúcio

Vivemos tempos em que é permitido pisotear flores, ignorar pérolas, subjugar pessoas e a rnãe natureza. Mas, em especial, também é um tempo em que é permitido menosprezar aquelas e aqueles que, heroicamente, tecem histórias suas, e de outros, construindo o mundo da vida e da sabedoria. Estes são tempos em que aqueles que cuidam não são cuidados. Aqueles que educam não são valorizados. Aqueles que amam sofrem com o deboche e o desprezo daqueles que não acreditam mais no amor. E, assim, vamos alimentando apatias e desencantos. Somos obras de uma sensibilidade que se perdeu. Não sabemos quando, onde e nem como haveremos de nos re-encontrar conosco mesmos e CMTI os outros, para re-construir novas relações de mundo e de vida.
Somos movidos pelas nossas utopias e paixões. Mas a realidade cotidiana é sempre dura, reveladora e cheia de contradições A vida daqueles que denominamos mestres, educadores, professores, infelizmente, também é triste e desmotivada. Sim, logo aqueles e aquelas dos quais a sociedade ainda espera muito (saber, sabor e sabedoria). Pouco valorizados e feridos em sua dignidade, estes resistem bravamente. A escola tornou-se lugar de onde se esperam muitas soluções, muitas delas muito além das demandas de ensino-aprendizagem e das competências a partir das quais a mesma se organiza.
Todos aqueles que já tiveram passagens pela escola sabem quando e como o professor ou a professora, a partir de sua vivência teórica e empírica, souberam orientar, motivar ou acolher. Suas sábias atitudes contribuíram no discernimento de decisões importantes em sua existência.
Por sua vez, os professores não deveriam, mas já se acostumaram. Acostumaram a ganhar baixos salários. Acostumaram a ter de trabalhar 60 horas semanais para garantir mais dignidade à sua família. Acostumaram a aceitar todo tipo de pressão que a sociedade e os governos exercem sobre seu ofício e sobre a escola. E agora, pasmem, alguns já estão se acostumando com a desesperança, que pode ser lida na expressão de seus rostos e de seus olhares. Uma constatação triste, pois sempre foram e são vistos pelos adolescentes e jovens como um alento da esperança.
Nossos professores e nossas professoras estão doentes e estressados. Cuidaram, encaminharam e salvaram vidas alheias, mas não dedicaram o devido tempo para cuidar de sua própria vida. Como contemporiza a escritora Marina Colasanti, "eu sei que a gente se acostuma, mas não devia. A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. A gente se acostuma para poupar a vida, que aos poucos se gasta, c que, de tanto acostumar, se perde de si mesma".
Apesar de já terem se acostumado com tantas coisas, a maioria mantém sua missão de semear esperanças. Converse com algum deles e você verá como resistem para não virarem meros números, como quer a burocracia estatal, nas mais recentes investidas, questionando tamanho das salas x número de alunos x carga horária de professores. Muitos deles já pensaram cm desistir, mas não conseguiram. "Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça" (Geraldo Estáquio de Souza). Ainda bem que são tomados por uma imensa paixão de ensinar.
* Professor

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A questão ambiental


Por Ana Valéria Araújo

SÃO PAULO - Os resultados da recente pesquisa indicando que a senadora Marina Silva tem boas chances de figurar entre os principais candidatos na eleição presidencial em 2010 surpreenderam e acenderam o debate sobre o grau de importância da questão ambiental na agenda do País. Até então, prevalecia a impressão de que o político que propusesse incluir o meio ambiente em sua plataforma de campanha perderia votos. Geração de empregos, melhoria das condições de saúde, construção de escolas e a destinação de mais verbas para a segurança pública dominam a pauta dos candidatos aos cargos majoritários. Quando muito, propostas na área ambiental são relegadas a notas de rodapé dos já desacreditados programas de governo.
A verdade é que a questão ambiental sempre foi entendida como uma pedra a ser removida do caminho, visto que os administradores públicos querem ver seus nomes inscritos no marco inaugural de uma obra, sem se importar se ela agrida a natureza ou não. Em meio ao tradicional cenário da falta de planejamento das ações dos governos, discutir as consequências dos projetos de desenvolvimento permitiria ao País ponderar a real dimensão dos custos socioambientais de seu crescimento econômico e questionar algumas das escolhas a serem feitas.
Embora o Brasil, a partir de 1981, tenha passado a contar com leis ambientais que exigem, por exemplo, a realização de estudos para avaliar os impactos de grandes obras, essas leis pouco inspiraram a prática de governantes, que teimam em afirmar que o meio ambiente constitui entrave ao desenvolvimento. Esse embate fortalece setores interessados em colocar aqueles que defendem a proteção ambiental no papel do vilão a ser derrotado, o que se traduz em uma enxurrada de iniciativas para desmontar os avanços da legislação e intimidar a ação de órgãos encarregados do cumprimento das políticas públicas.
A população, por sua vez, é levada a enxergar o assunto como obstáculo ao crescimento econômico e à geração de empregos, a partir de informações contraditórias e habilmente veiculadas por aqueles que se opõem à preservação. Com isso, tem dificuldade de perceber que, ao contrário, um meio ambiente ecologicamente equilibrado é garantia para toda a sociedade e para as gerações futuras, projetando inclusive, como afirma o sociólogo Marcos Nobre, "um modelo de desenvolvimento subordinado a controles democráticos".
Para um país que sempre afirmou que a destruição da natureza era condição necessária ao desenvolvimento, conciliar o crescimento econômico com o uso sustentável do meio ambiente nunca fez parte do breviário de conduta dos seus homens públicos. A própria história de como domamos o território brasileiro, espalhando as sementes que fizeram brotar os núcleos de povoamento e as bases para os ciclos econômicos que impulsionaram o desenvolvimento do País foi escrita a partir de golpes do machado que destruiu florestas e deu origem ao acervo de conflitos sociais e ambientais que perduram até os dias de hoje.
Não faltaram advertências em sentido contrário, como a de José Bonifácio, o patriarca da Independência, que, ainda em 1821, recomendava preservar uma parte das matas existentes nas propriedades, que não deveria "ser derrubada e queimada sem que se façam novas plantações de bosques, para que nunca faltem as lenhas e madeiras necessárias". Apesar disso, seguimos com práticas de desmatamento que acabaram por quase extinguir a mata atlântica, por consumir metade do cerrado e por avançar em níveis alarmantes sobre a Amazônia.
No início da década de 70, auge da ditadura militar, quando o mundo começa a se preocupar com a questão ambiental em razão da realização da primeira Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, em Estocolmo, Suécia, o discurso de nossos governantes informava que o Brasil não pretendia abrir mão de usar seu estoque de recursos naturais para alavancar o desenvolvimento e superar as assimetrias de renda que separavam o brasileiro dos americanos e europeus. Foi o tempo de obras faraônicas que rasgaram a floresta amazônica sob a concepção de que sua ocupação era vital do ponto de vista geopolítico e precisava ser estimulada a qualquer custo.
De lá para cá, com a redemocratização do País e a aprovação de uma Constituição cidadã, que estabelece a defesa do meio ambiente como um dos princípios gerais da atividade econômica, ficou difícil aos governantes ignorar o assunto. Infelizmente, suas preocupações na maior parte das vezes ficaram restritas aos pronunciamentos oficiais, não conseguindo gerar padrões permanentes de ação que incorporassem a proteção ambiental à formulação das políticas de desenvolvimento nacional.
Enquanto isso, o tema é alçado a lugar de imenso destaque no cenário internacional em razão do aquecimento global, causador do fenômeno das mudanças climáticas. O Brasil assume papel relevante na discussão do problema, já que a preservação da floresta amazônica é fundamental para a manutenção do equilíbrio climático do planeta. Com isso, passamos a integrar o seleto time de países que podem fazer a diferença na definição de uma nova ordem mundial.
A emergência do debate contaminou a sociedade, que em doses crescentes incorpora o assunto ao seu rol de preocupações, dando mostras de que pode incluí-lo em seus critérios de avaliação política. Os resultados de 2010 vão determinar em que grau isso passará realmente a influenciar a escolha dos eleitores. O grande desafio é garantir que o verde vá lançar um olhar sobre todos os demais temas de interesse da sociedade, estabelecendo pontes de diálogo que tornem seu ideário uma agenda real e inovadora para a solução dos problemas do país.
Assim como o presidente Obama galvaniza a esperança dos EUA na renovação de ideias e formas de conduzir a política americana, no Brasil, a eleição de um candidato com uma plataforma socioambiental em 2010, que não veja no meio ambiente mero objeto de retórica, abre as portas para que o Brasil dê um passo adiante. A eleição do presidente Lula foi, sem dúvida, uma demonstração de amadurecimento da democracia brasileira, que pode agora assumir o protagonismo em temas que estarão no centro da agenda política mundial.

*Advogada, mestre em Direito Internacional pelo Washington College of Law, fundadora do Instituto Socioambiental e coordenadora executiva do Fundo Brasil de Direitos Humanos

domingo, 20 de setembro de 2009

Sacanagem


Eu tinha recebido este texto, já faz um bom tempo, porém sua autoria estava como sendo de John Lennon. Não fazia sentido, claro e, agora, finalmente, descobri sua verdadeira autoria: martha Medeiros. Ela mesmo me confirmou isso em seu blog do dia 17/9/2009 no site: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/
no blog da Martha.
O texto é s e n s a c i o n a l. Confiram!
Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidades próprias é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, e os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"
(Martha Medeiros)

sábado, 19 de setembro de 2009

A mente apaga registros duplicados

Autor: Airton Luiz Mendonça (Artigo do jornal O Estado de São Paulo)

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo.
Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: Nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia... Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.
Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo.
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas. Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente..
Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.
Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.
Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência). Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noção de passagem do tempo.
Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida. Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -.... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... ROTINA. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque). Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos. Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas. Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia). Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais. Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo. Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente. Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes. Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. Seja diferente.
Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos..... em outras palavras...... V-I-V-A. !!! Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.
E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.
Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.
Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é ??
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Café da manhã no McDonald's


Esta é uma bela história e é também uma história real, por favor, leia-a até o fim! (Após o final da história, alguns fatos bastante interessantes!)
Sou mãe de três crianças (14, 12 e 3 anos) e recentemente terminei a minha faculdade.A última aula que assisti foi de sociologia.... O professor dava as aulas de uma maneira inspiradora, de uma maneira que eu gostaria que todos os seres humanos também pudessem ser. O último projeto do curso era simplesmente chamado "Sorrir"... A classe foi orientada a sair e sorrir para três estranhos e documentar suas reações...
Sou uma pessoa bastante amigável e normalmente sorrio para todos e digo oi de qualquer forma. Então, achei que isto seria muito tranquilo para mim... Após o trabalho ser passado para nós, fui com meu marido e o mais novo de meus filhos numa manhã fria de Março ao McDonald ' s. Foi apenas uma maneira de passarmos um tempo agradável com o nosso filho...
Estávamos esperando na fila para sermos atendidos, quando de repente todos a nosso redor começaram a ir para trás, e então o meu marido também fez o mesmo... Não me movi um centímetro... Um sentimento arrebatador de pânico tomou conta de mim, e me virei para ver a razão pela qual todos se afastaram...
Quando me virei, senti um cheiro muito forte de uma pessoa que não toma banho há muitos dias, e lá estava na fila dois pobres sem-teto. Quando eu olhei ao pobre coitado, próximo a mim, ele estava "sorrindo"... Seus olhos azuis estavam cheios da Luz de Deus, pois ele estava buscando apenas aceitação...
Ele disse, Bom dia!, enquanto contava as poucas moedas que ele tinha amealhado... O segundo homem tremia suas mãos, e ficou atrás de seu amigo.... Eu percebi que o segundo homem tinha problemas mentais e o senhor de olhos azuis era sua salvação... Eu segurei minhas lágrimas, enquanto estava lá, parada, olhando para os dois...
A jovem mulher no balcão perguntou-os o que eles queriam....
Ele disse, "Café já está bom, por favor...", pois era tudo o que eles podiam comprar com as poucas moedas que possuiam... (Se eles quisessem apenas se sentar no restaurante para se esquentar naquela fria manhã de março, deveriam comprar algo. Ele apenas queria se esquentar)...
Então eu realmente sucumbi àquele momento, quase abraçando o pequeno senhor de olhos azuis... Foi aí que notei que todos os olhos no restaurante estavam sobre mim, julgando cada pequena ação minha...
Eu sorri e pedi à moça no balcão que me desse mais duas refeições de café da manhã em uma bandeja separada... Então, olhei em volta e vi a mesa em que os dois homens se sentaram para descansar... Coloquei a bandeja na mesa e coloquei minha mão sobre a mão do senhor de olhos azuis.... Ele olhou para mim, com lágrimas nos olhos e me disse, "Obrigado!!" Eu me inclinei, acariciei sua mão e disse "Não fui eu quem fiz isto por você, Deus está aqui trabalhando através de mim para dar a você esperança!!"
Comecei a chorar enquanto me afastava deles para sentar com meu marido e meu filho... Quando eu me sentei, meu marido sorriu para mim e me disse, "Esta é a razão pela qual Deus me deu você, querida, para que eu pudesse ter esperança!!"...
Seguramos nossas mãos por um momento, e sabíamos que pudemos dar aos outros hoje algo pois Deus nos tem dado muito.....
Nós não vamos muito à Igreja, porém acreditamos em Deus... Aquele dia, me foi mostrada a Luz do Doce Amor de Deus...
Retornei à aula na faculdade, na última noite de aula, com esta história em minhas mãos.
Eu entreguei "meu projeto" ao professor e ele o leu... E então, ele me perguntou: "Posso dividir isto com a classe?" Eu consenti enquanto ele chamava a atenção da classe para o assunto....
Ele começou a ler o projeto para a classe e aí percebi que como seres humanos e como partes de Deus nós dividimos esta necessidade de curarmos pessoas e de sermos curados... Do meu jeito, eu consegui tocar algumas pessoas no McDonald's, meu filho e o professor, e cada alma que dividia a classe comigo na última noite que passei como estudante universitária...
Eu me graduei com uma das maiores lições que certamente aprenderei:
ACEITAÇÃO INCONDICIONAL.
AMAR AS PESSOAS E USAR AS COISAS E NÃO AMAR AS COISAS E USAR AS PESSOAS...
(Recebido por e-mail sem a autoria)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Passageiros e tripulantes



Durante minha vida como executivo enfrentei milhares de reuniões de todo tipo. No começo da carreira, jovem e inexperiente, eu admirava a habilidade com que aqueles altos executivos tomavam decisões. Que beleza! Será que um dia eu seria como eles?
E a cada convocação para uma reunião eu ficava orgulhoso. Pô, eu fazia parte do esquema! Com o tempo fui reparando que a maioria das reuniões era confusa, sem um objetivo claro. Uma perda de tempo. E um dia virei chefe e passei ater a responsabilidade por convocar e conduzir reuniões. Foi então que refinei minha capacidade de reparar no espírito de participação das pessoas, em quem falava mais, quem estava bem humorado, quem atuava ativamente. A atitude de cada um era o que me interessava. Aprecio gente que opina, que defende seus pontos de vista, ao contrário daqueles que entram mudos e saem calados, ou os que enfadonhamente estampam no rosto o suplício de ter que participar de uma reunião.
Com o tempo aprendi a não convocar os que apenas contemplavam, os negativos, os enfadados, que ficavam felizes por serem excluídos daquelas "roubadas". Mas o que a princípio pareceu-lhes um alívio - ser poupados daquelas "reuniões chatas" - logo tornou-se motivo de preocupação. Não participando, os contempladores ficaram de fora das tomadas dedecisão. Deixaram de fazer parte do grupo que definia os caminhos. Alguns nem perceberam, mas dali a deixar de fazer parte da equipe era questão de tempo. Passei então a utilizar um mote com minha turma:
- Em minha equipe não quero vagão. Quero locomotiva. Gente que tem que ser puxada não me interessa. Se eu tiver que repreender alguém, que seja por algo que fez e não pelo que deixou de fazer.
No começo as pessoas pareciam não entender. Eu acenava para elas com uma coisa chamada "liberdade", à qual elas não estavam acostumadas. Os mais velhos tinham medo. Os mais novos tinham dúvidas. Alguns não perceberam que aquela "liberdade" era irmã siamesa da "responsabilidade" e botaram os pés pelas mãos. Outros souberam aproveitar a oportunidade e alçaram vôo, para minha satisfação. E aos poucos a equipe foi depurada até ter uma maioria capaz de entender seu papel como agente ativo e compreender o impacto e influência de suas atitudes no grupo. Foi então que as reuniões ficaram rápidas e objetivas. Não raro, desnecessárias.
Moral da história: navegamos pela vida como que num cruzeiro a bordo de um navio enorme e divertido. Dentro dele existem milhares de passageiros e centenas de tripulantes. Os passageiros tomam sol, divertem-se, descansam e contemplam. Acordam tarde, vão para a piscina, fazem compras no shopping, dançam nos bailes e jantam com o comandante. Passageiros exigem bom tratamento, reclamam da bebida quente, da comida demorada e da toalha que não está sequinha.
É muito bom ser passageiro!
Mas quem define para onde, como e quando o navio vai, são os tripulantes.
Luciano Pires
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Caso Battisti


Caso Battisti: Genro cometeu ilegalidades ruidosas ao conceder refúgio, afirma o ministro Peluso.
O julgamento do pedido de extradição de Cesare Battisti — e de um mandado de segurança interposto pela Itália contra ato do ministro Tarso Genro — foi interrompido após longo e erudito voto do ministro Cezar Peluso sobre uma questão preliminar.
Peluso concluiu que o ato administrativo de concessão de refúgio a Battisti pode ser examinado, com relação à legalidade, pelo Supremo Tribunal Federal.
Com muita clareza ele explicou que a decisão de Genro estava vinculada à observância da lei federal. E todo ato vinculado, como o do refúgio, não escapa ao controle do STF.
Ao analisar as hipóteses em que a lei federal autorizava o refúgio, Peluso concluiu que o ministro Genro praticou ato abusivo e ilegal.
Genro, segundo Peluso, insinuou, sem apoio em qualquer prova e em desacordo com a verdade histórica, que a Itália não era um Estado de Direito. Inventou existência de leis de exceção e de um Poder Oculto a dirigir o país.
Mais ainda destacou Peluso que a Itália, ao contrário do imaginado por Genro, era e é uma democracia. Nenhuma lei de exceção se aplicou a Battisti. E a Magistratura era independente e nenhum “poder oculto” (expressão de Genro) impôs condenação a Battisti.
Peluso usou expressões pesadas para mostrar as elucubrações de Genro. Por exemplo, falou em “gratuita ofensa”, “agravos imaginários à Itália”, “impertinência em colocações”, “raciocínio fantasioso” e decisão caracterizada por “ilegalidades ruidosas”.
Sobre a competência do STF para apreciar a legalidade do ato de concessão de refúgio, deverão, ainda, se manifestar os demais ministros.
O ministro Peluso frisou, ainda, que crimes de homicídio qualificado (premeditação e vingança) são conceitualmente hediondos. E para crimes hediondos não cabe, por disposição expressa da lei, a concessão de refúgio político.
Também deixou claro o ministro Peluso que Genro invadiu a competência do STF ao considerar como tendo natureza política os crimes de Battisti.
São crimes comuns, insistiu Peluso. Um açougueiro, um joalheiro foram mortos por vingança. Isto porque reagiram, anteriormente, a assaltos. Battisti também é responsável pelo assassinato do seu ex-carcereiro, isto por mera vingança: quando cumpria pena por roubo e ainda não estava filiado ao grupo eversivo com o qual ele se desentendeu no presídio. Quanto ao policial executado, acabou assassinado por ter prendido alguns integrantes do grupo eversivo de Battisti.
Não escondeu, Peluso, um certo espanto com Genro por ter, sem competência constitucional, enveredado por classificação reservada ao STF. E o refúgio, ficou claro, só foi concedido com o objetivo de impedir o exame do pedido de extradição.
PANO RÁPIDO. Battisti não é um refugiado político, mas alguém que busca a impunidade. Ele tenta escapar de condenações por crimes hediondos e comuns (não políticos): homicídios qualificados pela premeditação, pela vingança e executados com surpresa voltada para impedir esboço de reação pelas vítimas: o carcereiro recebeu cinco tiros pelas costas, desferidos por Battisti.
Pelo voto de Peluso pode-se concluir o seguinte a respeito de Tarso Genro:
1. Reprovação: Tarso Genro não conhece regras mínimas de Direito. Confirmou-se o que já escrevi diversas vezes neste blog, ou seja, seria reprovado no exame da OAB, para advogar.
2. Reprovação: Tarso Genro, além de não conhecer a história, inventa fatos não acontecidos. Seus relatos não encontram apoio nos livros. Pior, cita Bobbio, sem entender o que ele quis dizer.
3. Aprovação: Tem fértil imaginação, mas usa de diversionismo perceptível até por uma criança do maternal.
– Wálter Fanganiello Maierovitch —
Original em:

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Argumentos Emocionais - A resposta

Em resposta ao excelente artigo do Luciano Pires, publicado aqui no Blog Ética global no dia de ontem, escrevi ao autor, tecendo algumas considerações. Abaixo está o e-mail completo que encaminhei ao Luciano.
Caro Luciano!
Tudo bem contigo? Espero que sim!
Evidentemente que você não lembra de mim, mas além de Professor Universitário, também sou funcionário da Caixa Econômica Federal, aqui em Caxias do Sul/RS, quando tive oportunidade de assistir a uma brilhante palestra tua.
No ano passado te escrevi pedindo autorização para republicar teus artigos em meu blog - eticaglobal.blogspot.com - que é um ponto de apoio para meus alunos de ética e que, por sinal, fui prontamente atendido por você.
Bem, feita a apresentação, gostaria de te parabenizar pelo artigo de hoje, sobre o Bolsa Família.
Olha, você tem toda razão e realmente essa situação é um absurdo. Por outro lado, a situação de absoluta pobreza sempre será um problema para o Estado e, por decorrência, uma preocupação que necessita algumas atitudes da parte dele para ao menos amenizá-la.
Porém, como você bem exemplificou e argumentou, assim como está é uma imbecilidade. Aliás, o próprio seguro desemprego como é aplicado em nosso país, também o é.
Há 25 anos escrevi para os órgãos competentes, sugerindo que o Seguro Desemprego fosse atrelado a alguma atividade produtiva, em parte do dia, através de convênios com os Estados e Municípios. Se o desempregado tivesse que trabalhar, primeiramente aumentaríamos nossa produtividade e, além disso, eliminaria a farsa de uma parte considerável dos valores pagos para trabalhadores informais, enquanto na clandestinidade ficam assim para terem direito de receber o seguro. Também poder-se-ia aumentar o valor do próprio seguro, considerando-se a economia e a produção dessa mão-de-obra.
Pois bem, quanto à Bolsa Família, parece-me que ela está exatamente na contra-mão do aspecto educativo, também. Se atende, por um lado, o social, destrói o futuro da própria nação, em parte, na medida que educa mal e dá o pior exemplo possível.
Porém, se a Bolsa Família somente fosse paga para quem estivesse trabalhando, exatamente ao contrário do que hoje está estabelecido, aí sim teríamos um processo educativo e exemplar. Para aqueles que não conseguissem emprego, público ou privado, o Governo Federal, através de convênios com Estados e Prefeituras, poderia oferecer um programa de frentes de trabalho, as quais com uma remuneração proporcional ao que fosse possível e adequado economicamente, poderia proporcionar uma outra fonte de renda para o bolsista.
Por outro lado se esses dois programas sociais fossem bem arquitetados, contribuiria também para a economia nacional, pois uma distribuição da riqueza dessa forma, ajuda muito ao desenvolvimento econômico. Um exemplo do que me refiro é o Seguro Desemprego nas nações desenvolvidas, onde o padrão de vida praticamente não muda com o desemprego. Por conseguinte o desemprego num país desenvolvido não tem os mesmos efeitos devastadores na economia nacional do que em países que não o possuem ou o seu valor é significativamente menor do que o salário percebido.
Enfim, só estou exemplificando duas situações, uma do Seguro Desemprego e outra do Bolsa Família, para demonstrar que existe caminhos-do-meio que contemplariam "Gregos e Troianos", otimizando o processo de redistribuição da riqueza e qualificando sobremaneira os programas sociais.
Poderíamos com medidas assim, dar um salto gigantesco de qualidade.
Mas, será que faltam idéias assim? Se fosse seria simplesmente repassar minha sugestão.
Ou será que falta mesmo é vontade política para esse crescimento do desassistido como cidadão?
Será que falta vontade política para desenvolvermos essa nação?
Enfim, como você, meu caro Luciano, também me sinto um imbecil!
Grande Abraço!
Carlos Roberto Sabbi (54) 9974.8735
http://eticaglobal.blogspot.com/
Sent from Caxias Do Sul, RS, Brazil

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Argumentos Emocionais

Sou um dos imbecis que julgam o Bolsa Família um programa assistencialista criado para comprar votos. Vamos ao caso.
No Ceará, o Sindicato da Indústria Textil fechou um acordo com o governo para coordenar um curso de formação de costureiras. O governo exigiu que o curso atendesse exclusivamente um grupo de 500 mulheres cadastradas no Bolsa Família. O Senai formaria as costureiras e o Sinditextil enviaria o cadastro das formandas às inúmeras indústrias do setor. Pois bem. O curso, com 120 horas/aula, foi concluído e os cadastros enviados às empresas, que começaram as contratações. Sabe quantas costureiras foram contratadas?
Nenhuma. Zero. Nada.
Por estarem incluídas no Bolsa Família, todas se negaram a trabalhar com carteira assinada, pois perderiam direito ao subsídio. Para elas, o Bolsa Família é um beneficio que não pode ser perdido. É para sempre. Entre o emprego e o Bolsa Família, escolheram o Bolsa.
Tem alguma coisa errada, não é? No entanto, qualquer argumento racional que conteste o Bolsa Família é desqualificado pelos argumentos emocionais dos que o defendem.
Deixe-me esclarecer os tais argumentos emocionais. Quem procura um apartamento para comprar, examina as evidências racionais sobre a localização, o tamanho, valor do condomínio, trânsito, preço, acabamento e ao final decide se está diante de um bom negócio. Das evidências, tira a conclusão. Enquanto isso o corretor de imóveis utiliza argumentação emocional para convencer o interessado a comprar o apartamento que ele (o corretor) quer vender. Aliás, não apenas comprar, mas comprar já! As conclusões que para o interessado vêm da análise das evidências, para o corretor são o ponto de partida da argumentação. Da conclusão (a compra do apartamento que ele está vendendo) ele monta aargumentação e apresenta as evidências. Achou o apartamento pequeno? Ele mostra outros menores e mais caros. É longe? É, mas o trânsito é tranquilo. O valor do condomínio é alto? É, mas a garagem é grande. Quer um tempo para pensar? Hummm... tem uma lista de gente querendo comprar exatamente aquele que ele mostrou. E assim por diante. O poder persuasivo do argumento emocional leva o comprador à conclusão que o vendedor quer. E quanto mais emocionais forem os argumentos, mais difícil fica escapar deles. Principalmente se o comprador é ingênuo.
Políticos são campeões na utilização de argumentos emocionais. E Lula é o campeão dos campeões. Ele coloca no palanque uma menininha que foi salva de morrer de fome pelo programa Bolsa Família, levando a platéia às lágrimas. O argumento emocional é imbatível. E qualquer um que se atrever a criticar o programa imediatamente assume o custo de ter que explicar que não é a favor da fome.
Diante da menininha salva da morte, o caso das 500 costureiras do Ceará é nada.
Essa é a mesma técnica dos que transformam religião em negócio cegos pelos argumentos emocionais, os "fiéis" não usam a razão e passam a acreditar em milagres no atacado.
Argumentos emocionais são eficientes pos serem rapidamente compreendidos pelos que não conseguem ir mais fundo que a análise rasa dos fatos. Pelos que tem certeza.
E eu que não tenho certeza de nada, sou só um imbecil.
Luciano Pires
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http://www.lucianopires.com.br/idealbb/view.asp?topicID=12014&pageNo=1&num=20

domingo, 13 de setembro de 2009

Pedido de demissão


Colaboração de Denise Tellier Sartori

Venho por meio desta, apresentar oficialmente o meu pedido de demissão da categoria de adultos.
Resolvi que quero voltar a me sentir como uma criança de 8 anos.
Quero acreditar que o mundo é justo e que todas as pessoas são honestas e boas.
Quero acreditar que tudo é possível. E me encantar com as maravilhas desse mundo.
Quero de volta uma vida simples e sem complicações.
Cansei de dias cheios de computadores que falham, montanhas de papelada, notícias deprimentes, contas a pagar, fofocas e a necessidade de atribuir valor monetário a tudo. Não quero mais ter que inventar jeitos de fazer o dinheiro chegar até o próximo pagamento.
Quero ter certeza que Deus está no céu e que, por isso, tudo está direitinho nesse mundo.
Quero viajar ao redor do mundo num barquinho de papel. E vou navegar numa poça deixada pela chuva.
Quero jogar pedrinha na água e ter tempo para olhar as ondas que se formam.
Quero achar que as moedas de chocolate são melhores do que as de verdade.
Quero ficar feliz quando amadurecer o primeiro caju, a primeira manga ou quando a jabuticabeira ficar pretinha de frutas.
Quero que as maiores competições que eu tenha de entrar sejam as de bolinha de gude ou uma pelada.
Quero voltar no tempo em que tudo que sabia era o nome das cores, a tabuada e as cantigas de roda.
Quero estar convencido que tudo isso vale mais do que o dinheiro.
A partir de hoje isso é com vocês, porque estou me demitindo da vida de adulto.
Agora, se você quiser discutir qualquer coisa comigo, vai ter que me pegar, porque o pegador está com você e aqui não tem “piques”. Para sair do pegador, só tem um jeito: demita-se você também. Não tenha medo de ser feliz!

Autoria desconhecida

sábado, 12 de setembro de 2009

Vergonha na cara

Oi!
Tava relendo o post anterior, em que foi publicada a minha crônica de quarta-feira em Zero Hora, e me dei conta de como é delicado julgar os outros - e no entanto é o que mais fazemos, o tempo todo. Quando eu escrevo (ou qualquer pessoa escreve) que o consumismo anda desmedido, está passando a informação de que é uma pessoa diferente, que o seu próprio consumismo é controlado. Cada vez que criticamos alguém, estamos nos auto-elogiando. Isso é uma sinuca... Mas uma sinuca inevitável, e isso me veio à cabeça porque estava lendo sobre dois acontecimentos recentes e pensei: e se fosse comigo? É com essa pergunta que a gente testa se estamos sendo realmente honestos na nossa crítica ou se estamos apenas jogando pra torcida.
Um desses acontecimentos foi a eleição do ex-presidente e atual senador Fernando Collor como o mais novo imortal da Academia Alagoana de Letras. Como se sabe, todo pretendente se candidata à vaga, e trabalha por ela, faz campanha. De campanha o Collor entende, mas de literatura? Recebeu 22 votos a favor e oito em branco - nenhum contra. Eu considero isso uma piada, mas o que mais me surpreende é a cara-de-pau. Suponhamos que não tenha sido ideia dele, e sim de um baba-ovo que tenha sugerido: "Fernando, candidate-se a uma vaga na Academia de Letras, seus artigos e discursos são literatura da maior qualidade, e será mais um momento de holofote em sua carreira, você ficará ainda mais prestigiado aqui na nossa terra, vamos lá, honre seu sobrenome". Collor vem de uma linhagem de políticos reconhecidos, mas Academia de Letras é local de escritor, até onde sei - o que não impede que Sarney e Marco Maciel sejam imortais da ABL. Mas voltando à cena imaginária: como um homem ou mulher sensata responderia à sugestão? "Meu caro, obrigada pela gentileza da lembrança, mas meu negócio é política, nunca publiquei um livro, nunca colaborei para a vida intelectual do país, vamos deixar isso para poetas e romancistas, eu já tenho visibilidade suficiente no que faço". E encerrava a questão. Mas isso é o que eu faria, e provavelmente o que você faria. Collor nem pestanejou.
Outro assunto que me incomodou: a confirmação de que Nelsinho Piquet realmente provocou um acidente de propósito no GP de Cingapura de 2008, uma palhaçada planejada pela Renault para facilitar a vitória de Fernando Alonso. Foi todo mundo pego com as calças na mão: a Renault por desrespeitar os princípios do esporte, o Piquet por não ter a grandeza de se negar ao papelão (ok, ele disse amém pros chefes para garantir a renovação do seu contrato, mas onde fica aquela palavrinha chamada honra, caráter?) e Fernando Alonso por ter aceitado levantar o troféu (no caso de saber antecipadamente da farsa - não sei se sabia). Posso estar parecendo ingênua, já que estamos falando de uma escuderia com muita bala na agulha, ou seja, assunto de gente grande. Mas honradez e caráter não são negociáveis, ao menos não pra mim, e acredito que pra você também não. Até mesmo as facilitações de ultrapassagem entre parceiros de escuderia, razoavelmente explicáveis com o argumento de "trabalho de equipe", me irritam, acho que ferem o espírito esportivo, imagine então provocar um acidente na pista como estratégia. É de uma cafajestada ímpar, sem falar no risco que algumas pessoas correram de sairem feridas, o próprio Nelsinho, inclusive.
Vergonha na cara. Como a gente vê pouco.
Beijo!
Martha Medeiros
Original no blog dela em:

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Uma autêntica sacerdotisa de Gaia

'No mundo hoje, há mais comida do que nunca. E um bilhão de famintos'
A ecofeminista Vandana Shiva critica a postura do governo espanhol com relação aos transgênicos, apostando em uma agricultura orgânica. Ganhadora do Prêmio Internacional Yo Dona por seu trabalho humanitário, a ativista ambiental denuncia a fome que as sementes transgênicas geram no mundo.
A reportagem é de Rosa M. Tristan, publicada no jornal El Mundo, 23-06-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Vandana Shiva passou toda a sua vida lutando contra o monocultivo da terra, mas também da mente. Nascida no norte da Índia, Shiva iniciou sua formação como física quântica, mas logo compreendeu que havia muitas batalhas pacíficas para realizar contra a injustiça e a cobiça e que as mulheres deviam tomar a batuta.
Agora, aos seus 56 anos, é filósofa, ecologista, escritora... e sobretudo uma ativista contra a destruição da natureza e da "miséria que o sistema de produção de alimento acarreta". Há alguns dias, Shiva recebeu o Prêmio Internacional "Yo Dona" por seu trabalho humanitário, mais um para se somar à longa lista em que também consta o Prêmio Nobel Alternativo, em 1993.
Eis a entrevista.
O que lhe fez mudar o rumo como física?
- Meu pai era preservador ambiental em um vale do Himalaia, mas a mudança ocorreu na universidade, onde me tornei voluntária do movimento Chipko. Era mulheres que protegiam as árvores. Ao terminar os estudos, criei uma ONG de pesquisa independente, porque me dei conta de que aqueles que cortavam as árvores eram os que faziam os relatórios, e o resultado sempre era em seu favor. As pessoas precisavam de suas próprias pesquisas. O lema era que era preciso deixar de roubar a Natureza e que era preciso fazer isso a partir de uma perspectiva feminina. E estava baseado em que o conhecimento é necessário para a ação em defesa dos direitos de ambas. Eu sou física, mas esse título não basta. Às vezes, os especialistas bloqueiam as ações porque sabem muito de um tema e não são conscientes do que não sabem. Por isso, é importante ouvir todos, as pessoas normais, as mulheres, mesmo que não tenham títulos.
Depois, a senhora criou a ONG Navdanya, oposta aos cultivos transgênicos.
- Sim, seu fim é proteger a biodiversidade e as sementes, cujo conhecimento ancestral sempre esteve nas mãos das mulheres... Foram 25 anos de trabalho duro para ajudar os pequenos agricultores a cultivar sementes orgânicas. E agora conseguem melhores resultados do que aqueles que plantam os transgênicos da Monsanto. Com a ameaça das mudanças climáticas, essas sementes do banco de Navdanya são a solução e não estão patenteadas. Quando há ciclones ou secas, repartimo-las aos agricultores, a meio milhão de pessoas. Além disso, são melhores para os consumidores do que as que vem do Ocidente, cujos frutos não têm sabor. Em nosso banco, temos sementes que combatem as mudanças climáticas, e vegetais de uma infinidade de tipos: 20 tipos de batatas, 10 de berinjelas etc.
O que é o ecofeminismo?
- Contar com a consciência verde das mulheres para evitar o binômio entre dominação e destruição. A percepção masculina é que se pode manter parte do meio ambiente e destruir a outra. E, se surgirem problemas, buscam-se soluções. A perspectiva da mulher é social. Baseia-se na conexão entre o direito à alimentação de todos e a proteção da natureza. Se uma criança tem câncer porque a água está contaminada, ela sabe que é preciso lutar contra aquilo que o desencadeia. Por exemplo, as mulheres que lutaram contra a Coca-Cola em Kerala por sujar sua água potável, ou as de Bhopal. São as últimas especialistas em sobrevivência.
Para onde vai a produção mundial de alimentos?
- A alimentação da Humanidade depende cada vez mais de menos alimentos (soja, arroz, trigo e milho). E isso porque umas poucas multinacionais controlam todas as sementes. Patenteiam uma semente de milho e a distribuem pelo mundo. A segunda mudança importante é o comércio. A globalização não significou o livre comércio de comida de alguns países para outros. Pelo contrário, ela esmaga os países que podem produzi-la. Em troca, um bilhão de pessoas passa fome. Em um mundo que produz mais comida do que nunca, o consumo per capita, na Índia, caiu de 270 quilos por ano para 150 quilos, menos do que na grande crise alimentar de Bengala [1945]. Hoje, 70% das crianças estão desnutridos, e as mulheres estão anêmicas porque plantam sementes sem ferro. Em Navdanya, temos um plano de nove sementes, que são as básicas para a vida.
E o que foi a famosa Revolução Verde na Índia?
- Hoje, falar de Revolução Verde como solução é absurdo. Eu já escrevi isso em 1984. Inclusive em Punjab, onde ela era vendida como um êxito, cresceu o terrorismo impulsionado pela fome... Os camponeses pegaram em armas, e 30 mil pessoas morreram. O conflito matou inclusive Indira Ghandi. A Revolução Verde só produziu mais arroz e trigo porque houve mais irrigação. O ruim é que são usados pesticidas para sementes transgênicas que não são afetadas por esses produtos. E as famílias se endividam ao comprar esses produtos. Hipotecam até as terras. Hoje, os que passam fome são os produtores de comida, porque não podem comer o que semearam. A indústria química, a revolução verde e os transgênicos baseiam-se na morte. Vendem-na como milagrosa, mas quando se substitui ciência por mitologia, nunca se sabe se os colegas cientistas irão mentir. E a Revolução Verde é um mito.
A senhora acredita que os cientistas têm responsabilidade?
- Com certeza. A responsabilidade está desde o cientista que, em seu laboratório, faz uma semente que afetará o meio ambiente, até os políticos que redirecionam, aos transgênicos, pressupostos que deveriam estar voltados para a agricultura orgânica.
Uma mudança é que já não são vendidos como o fim da fome, mas sim como a solução às mudanças climáticas.
- É verdade. E o que fazem é roubar o conhecimento que os agricultores conseguiram durante milênios, e também a natureza. Vendem trigo de baixo glúten, ou arroz basmati, ou o neem, como seus inventos. Mas já existiam. E quando você muda um gene em uma planta, você não sabe como isso vai afetar os demais, se surgirá uma planta instável. Mas como existe pânico pelas mudanças climáticas, oferecem a solução milagrosa.
E os transgênicos sem patentes?
- Inclusive assim os cientistas independentes deveriam comprovar que eles não têm risco. Porque nem sequer produzem mais. A Monsanto disse que suas sementes de algodão dariam 50 mil quilos por acre em cada colheita, mas nós acompanhamos todo o processo e realmente são 400. Agora, um relatório da ONU, em que 400 cientistas trabalharam durante quatro anos, comparou os resultados da agricultura transgênica, os da Revolução Verde e os da orgânica e comprovou que os melhores resultados ocorrem na última. O que acontece é que se potencializa a agricultura industrial diante dos jovens que querem voltar para o campo.
O governo espanhol apoia os transgênicos. Temos 80 mil hectares plantados...
- Eu diria para você ver seus vizinhos (França, Hungria, Áustria) que os vetaram. Os espanhóis merecem mais e melhor daquilo que têm. O governo deveria lhes proteger dos transgênicos e falha ao não fazer pesquisas independentes sobre seus efeitos. Mas, como não há regulação, proliferam.
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Original no site:

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Nas mãos do mané


Segunda metade dos anos setenta, festinha com a turma da faculdade na casa do Waltinho. Com os pais dele viajando. O pai do Waltinho tinha uma adega particular com vinhos de primeira, que decidimos experimentar.
Abrimos a primeira garrafa. Faz tempo demais pra eu lembrar a marca, mas era um tinto italiano maravilhoso. A molecada surtou. Tomar aquele vinho era pra nós - duros - um evento! Que sabor. Que elegância.
Nos sentimos os tais e mandamos ver, enquanto fazíamos uma rodinha de som,cantando e bebendo. Foi-se a primeira garrafa. E a segunda. Que vinho! E assim continuamos. Pelas minhas contas, já tínhamos desfalcado a adega do pai do Waltinho em sete garrafas... Como é que ele ia explicar ? O Waltinho dizia "não se preocupem", enquanto o Mané trazia outra garrafa. O Mané era uma figura, um japonês chamado Manoel. Era ele quem trazia da cozinha o vinho que tanto nos agradava.
E então eu reparei...
A garrafa vazia nunca ficava na sala. O Mané pegava a bichinha e ia pra cozinha, de onde voltava com outra garrafa cheia... e aberta. Não falei nada pra ninguém, só segui o picareta até a cozinha pra vê-lo entornando um garrafão de "Sangue de Boi" dentro da garrafa de vinho italiano.. Só a primeira rodada foi do italiano de verdade. Dali em diante, só "Sangue de Boi", que os "experientes" garotos de vinte anos achavam o máximo...
- Mané, como você é sacana!
E o Mané, sorrindo:
- Vem me ajudar.
Entrei no jogo e também comecei a servir o vinho "ïtaliano". Mas não servia apenas. Puxava assunto...
- E aí, tá bom?
- Excelente!
- Sentiu o buquê?
- Ah, isto é uva de primeira. Também, né? Italiano...
E assim foi. Todo mundo tomando "Sangue de Boi" e desbundando com a qualidade fantástica do "italiano".
Lembrei dessa história anos depois, ao viver uma experiência com vinhos junto à turma de meu filho, que tinha seus 20 anos. Os moleques tomavam um vinho de oito reais...
- Ninguém tem grana pra comprar melhor, pai. Vai esse mesmo.
Abri então um vinho de primeira. Um gaúcho daqueles de tomar de joelhos. E servi pra molecada.
- Que tal, moçada?
- Hummmm... Excelente, tio. Muito bom mesmo.
- Tá vendo? Isso é que é vinho, não essa porcaria que vocês tomam!
- É verdade, tio. Mas vamos continuar com nosso vinhozinho de oito reais. Não queremos qualidade. Queremos quantidade...
Pois é... Saber gostar de vinho é uma questão cultural. Entender de onde vem e como é feito, saber das combinações das uvas, muda nossa percepção. O conhecimento faz com que tomemos vinho com os cinco sentidos. E então o milagre acontece: passamos a apreciar a qualidade mais que a quantidade. E o mais importante: aprendemos a encontrar jóias mesmo entre os vinhos baratos!
O mesmo acontece com música. Com literatura. Com cinema. Com artes plásticas. Com poesia. Com...
Se daquilo que consome você só conhece o preço, vai ficar nas mãos dos manés.
Luciano Pires
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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O capim


No Curso de Medicina, o professor se dirige ao aluno e pergunta:-Quantos rins nós temos?-Quatro! - Responde o aluno.
-Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos alunos.
-Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala. - ordena o professor a seu auxiliar.
-E para mim um cafezinho! - Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala. O aluno era, entretanto, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o 'Barão de Itararé'.
Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
-O senhor me perguntou quantos rins 'nós temos'.. 'Nós' temos quatro: dois meus e dois seus. 'Nós' é uma expressão usada para o plural.Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.
A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento! Às vezes as pessoas, por terem um pouco a mais de conhecimento ou 'acreditarem' que o tem, se acham no direito de subestimar os outros...
E haja capim!!!
Recebi por e-mail tal qual sem a autoria

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Depois da marolinha


Começam a surgir sinais de que a crise econômica está passando. Empresas anunciam lucros no primeiro semestre, já começa a faltar mão-de-obra em alguns segmentos, contratações estão aumentando e parece que a marolinha passou. Muito bem. O que é que vem agora? Voltaremos ao que éramos antes da crise? É só uma questão de tempo para engrenar?
Esqueça.
Nunca mais voltaremos a ser o que éramos, como éramos. Por uma razão muito simples: alguns pilares sagrados foram derrubados. E a casa não caiu.
Explico com um exemplo que senti na pele. Com a perspectiva de crise, o primeiro pilar derrubado foi o do Marketing, mais especificamente opilar da comunicação. Foram cancelados convenções, congressos, reuniões. E sem eventos ninguém precisa de palestrantes. Nem de fotógrafos, mestres de cerimônia ou recepcionistas. Muito menos das agências que contratam esses profissionais. Foi assim todo o primeiro semestre de 2009. O mesmo aconteceu na propaganda: programações de anúncios foram sumariamente canceladas, deixando agências e veículos com as calças nas mãos. Veja bem: eu não disse postergadas. Eu disse canceladas. E quem cancela propagandas não precisa de agências, não é? Nem de produtoras. Nem de fotógrafos, diretores, atores e redatores. Com os cancelamentos as empresas economizaram. E o pessoal do financeiro mostrou números melhores. E assim enfrentamos a marolinha. Agora é hora de retomar. Mas... espera. Vamos ouvir o que está sendo dito lá na sala de reuniões do nono andar?
- Cortamos a propaganda e o que aconteceu? Nada. Cortamos a convenção e o que aconteceu? Nada. Mandamos embora aqueles velhinhos e o que aconteceu? Nada. Não renovamos o patrocínio e o que aconteceu? Nada.- Mas se não aconteceu nada, pra quê voltar a investir nessas coisas?
Pois é... A marolinha terminou de derrubar vários pilares.
O primeiro pilar - que há tempos vinha balançando - foi o da produção. Quase ninguém mais pagará fortunas para produzir anúncios, filmes, spots publicitários, fotografias e toda a parafernália de marketing que sempre foi cara, muito cara. Um computador de seis mil reais substitui estúdios de centenas de milhares de dólares. E a cada dia fica mais simples e barato produzir coisas.O outro pilar que caiu é o da remuneração das agências. Ganhar 20% sobre a veiculação? Ou 15% sobre produção? Já era. Acabou. Aqueles "fees" mensais de 100, 50 ou até mesmo 30 mil reais evaporaram. As negociações milionárias só continuam nas esferas milionárias. Em 90% dos casos as empresas estão comprando (ou querendo comprar) mídia por conta própria e não remunerar mais os agentes. Ou simplesmente pararam com a mídia. O próximo pilar será o do correio. Ou de logística, escolha. Quanto tempo mais o mercado admitirá pagar dez reais para remeter um folheto (que custou oito reais) para os clientes? Quanto tempo mais você pagará doze reais para receber em casa um livro que custa 30 reais?
Esqueça.
Ah, sua área não é marketing ou comunicação? Não faz mal. A marolinha também te pegou, é só olhar em volta.
Mas não foi a marolinha que começou a derrubar os pilares. Ela apenas jogou mais água nas fundações, abalando-as e terminando a destruição que começou muito antes, nos anos noventa.
Alguns pilares derrubados serão levantados outra vez. Mas agora mais finos. Mais leves. Mais baratinhos.
E muito menos gente poderá apoiar-se neles.
Luciano Pires
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